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Facta WPSA-Brasil 2022 conecta avicultura a um futuro mais sustentável
Evento chegou ao fim nesta quinta-feira (12) e trouxe debates que uniram mercado internacional, sanidade e sustentabilidade na avicultura
O segundo e último dia da 39ª edição da Conferência Facta WPSA-Brasil 2022 foi realizado, na quinta-feira (12), no Expo D. Pedro, em Campinas (SP). O evento trouxe como tema “Avicultura, o futuro é agora!” e abordou os principais temas técnicos voltados à avicultura de corte e postura e a governança ambiental, social e corporativa que estão fazendo a realidade do segmento avícola. Temas como sustentabilidade, gestão de pessoas para melhorar o desempenho das aves, otimização de custo e seu impacto fizeram parte da agenda do evento.
Os participantes debateram ao longo dos dois dias o conceito Environmental, Social and Governance (ESG), a atual situação e projeções para o mercado de grãos; disponibilidade de energia elétrica; apresentação de um modelo de contenção para surto de doenças exóticas tipo Anemia Aviária, Newcastle e Gumboro; tendências e mudanças de tipo de produtos avícolas oferecidos ao mercado pós-pandemia; qualificação da mão de obra no uso de sistemas informatizados de coleta de dados e automação dos galpões, entre outros.
O diretor-presidente da Facta, Ariel Mendes, destacou que a entidade conseguiu atingir o seu objetivo com a realização do evento, que é o de levar conhecimento técnico e científico ao setor avícola. “A agenda da Conferência Facta WPSA-Brasil neste ano trouxe temas com grande conexão com a avicultura, como sustentabilidade e tudo o que de mais importante precisa ser avaliado para a garantia da sanidade do setor”, destacou Mendes. “Assim, já identificamos uma quebra de paradigma pois o segmento já está muito aberto às tendências e demandas que envolvem o seu desenvolvimento”, apontou.
Ariel Mendes também detalhou os assuntos envolvendo as questões sanitárias da agenda da Conferência Facta WPSA-Brasil. “O uso de vacinas autógenas (vivas) no Brasil, os desafios ainda propostos pela Salmonella, a internalização das normas da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE), a proteção contra as doenças emergentes e reemergentes e também o plano de vigilância do Ministério da Agricultura contra a Influenza Aviária e Doença de Newcastle dão a dimensão da preocupação da Facta em garantir o status sanitário da avicultura”, disse Ariel Mendes.
A professora da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de São Paulo, Terezinha Knöbl, apresentou uma revisão da situação atual da Escherichia coli patogênica aviária. “Devido à grande variabilidade desta bactéria, este sempre foi um problema crônico na avicultura e por isso é muito importante determinar suas linhagens, monitorar as de maior risco e adotar medidas de controle mais específicas”, afirmou.
Já a coordenadora técnico-comercial da Cinergis, Camila de Souza Oro, apresentou as diversas maneiras para o controle biológico de helmintos em poedeiras e matrizes. Segundo ela, os prejuízos ainda são enormes devido a ocorrência destes vermes na avicultura. “Podemos citar desder a redução der ganho de peso das aves, redução do peso do ovo, atraso ou diminuição na produção de ovos, queda na eficiência alimentar e consumo e também o aumento de ovos sujos”, listou.
A verminose é uma doença prevalente em aves de produção e a ocorrência de helmintos se deve em grande parte às condições das instalações e condições climáticas regionais que influenciam no ciclo biológico destes vermes. “Para um eficiente diagnóstico é preciso avaliar a presença de parasitas nas fezes e na cama onde as aves se encontram, através de necropsia e raspagem da mucosa”, afirmou. “Os anti-helmínticos são uma excelente opção para o tratamento em casos de infecção já estabelecida, quando utilizados de forma sinérgica com outras ferramentas e medidas de controle e prevenção da reinfecção”, disse.
De acordo com Camila Oro, o controle ambiental com fungos helmintófagos é uma ferramenta fundamental para garantir o bom desempenho, principalmente quando utilizados entre as diversas soluções integradas.
A internalização das normas da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) foi o destaque trazido por Anderlise Borsoi, coordenadora geral substituta da Coordenação Geral de Saúde Animal do Ministério da Agricultura, Abastecimento e Pecuária. Ela explicou que 182 países seguem as orientações da OIE. “São feitas regras, normas e orientações que indicam um melhor caminho e têm uma conexão também com a Organização Mundial do Comércio”, explicou. “Elas têm o foco no conceito de ‘saúde única’ e geram um reflexo no dia a dia da granja que une comércio, mercado internacional e saúde pública, bem-estar animal e produção”, destacou.
Dando sequência, a professora da Universidade Federal de Uberlândia, Bia Fonseca trouxe um panorama sobre as incidências de Campylobacter na avicultura e as medidas de controle e, fechando o dia, a Facta trouxe de volta o tema de grande importância em sua Conferência neste ano, a sustentabilidade.
A produtora rural Luciana Dalmagro abordou o tema dentro de conceitos técnicos, práticos e objetivos, mostrando os impactos ambientais da atividade, a importância da qualidade do ambiente para aves e para os trabalhadores e como a máxima atenção à segurança alimentar também está inserida neste conceito. “Este é um compromisso de países e de corporações. O caminho mais necessário é o da redução das emissões de carbono ou sua compensação”, afirmou.
De acordo com ela, uma economia circular, na qual aves, adubos, uso do milho, silagem e fechando na produção bovina é benéfica à avicultura. “A inovação aliada à tecnologia gera sustentabilidade. A palavra-chave no campo é ‘gestão’, seja de processos, financeira e de pessoas. O produtor hoje sabe muito bem coletar dados, porém ainda tem dificuldade em transformá-los em ações práticas para o desenvolvimento de seu negócio”, destacou. “É preciso unir indústrias, governo, produtores e todos que atuam na cadeia produtiva para entender melhor em qual estágio se encontra a avicultura quando falamos em sustentabilidade e qual o caminho vamos trilhar daqui para frente. Nosso futuro depende desse entendimento”, disse.
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Sindirações apresenta dois novos associados
Sul Óxidos e Purefert do Brasil passam a integrar o quadro de associados da entidade, reforçando a cadeia produtiva na promoção de parceiras estratégicas.
O Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal – Sindirações anuncia a chegada de duas novas empresas no seu quadro de associados: Sul Óxidos e Purefert do Brasil. No total, a entidade representa cerca de 90% da indústria de alimentação animal. Para Ariovaldo Zani, CEO do Sindirações, essa movimentação vai de encontro com um dos principais objetivos da entidade, que é dar voz para as empresas e defender os principais interesses do setor.
Com mais de 20 anos de experiência, a Sul Óxidos é referência na produção de óxido de zinco e sulfato de zinco, além da comercialização de ânodos, zinco metálico e outros metais não ferrosos. Comprometida com a excelência, a empresa foca na melhoria contínua de seus processos e na garantia da qualidade de seus produtos, atuando com responsabilidade ambiental e priorizando a redução de resíduos sólidos e efluentes, a fim de minimizar os impactos ambientais.
De acordo com Jorge Luiz Cordioli Nandi Junior, Engenheiro Agrônomo da Sul Óxidos, “a filiação ao Sindirações é vital para reforçar sua presença no setor de alimentação animal e fomentar parcerias estratégicas. A associação garante acesso a informações essenciais sobre tendências do mercado, regulamentações e práticas de excelência. Além disso, a Sul Óxidos se posiciona para defender os interesses da indústria, moldando políticas que beneficiam o segmento. A colaboração com outros líderes do setor facilita a troca de inovações e conhecimentos, fortalecendo a competitividade e a sustentabilidade da empresa nesse nicho crucial”, comenta.
Já o grupo Purefert atua como fornecedor de fertilizantes premium para clientes em todo o mundo. Com contratos estratégicos de fornecimento de longo prazo com fornecedores líderes, a Purefert está na vanguarda das mais recentes inovações em qualidade de produto e agregação de valor à cadeia de fornecimento para seus clientes. A empresa é líder de mercado em produtos à base de Fosfato.
“A associação da Purefert ao Sindirações é estratégica por proporcionar acesso a informações técnicas e regulatórias, participação em grupos de trabalho que definem tendências do mercado, suporte em questões jurídicas e tributárias, além de oportunidades de networking para parcerias e inovações. Essa conexão fortalece a competitividade e a conformidade da empresa no mercado”, afirma Thiago Janeri, trader da Purefert.
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Epagri divulga Boletim Agropecuário de Santa Catarina referente a outubro
Para a 1ª safra de milho 2024/25, a redução na área plantada deverá chegar a 10,4%. “A produtividade média esperada, entretanto, deverá crescer em torno de 24%, chegando a 8.463kg/ha.
A Epagri divulgou a última edição do Boletim Agropecuário, publicado mensalmente pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola da Epagri (Epagri/Cepa).
Milho
Em outubro, o preço médio mensal pago ao produtor de milho em Santa Catarina apresentou uma alta de 5,3% em relação ao mês anterior. Segundo o documento, os preços refletem a maior demanda interna pelo cereal, a entressafra no Brasil e a concorrência com as exportações.
De acordo com o analista de socioeconomia e desenvolvimento rural da Epagri/Cepa, Haroldo Tavares Elias, para a 1ª safra de milho 2024/25, a redução na área plantada deverá chegar a 10,4%. “A produtividade média esperada, entretanto, deverá crescer em torno de 24%, chegando a 8.463kg/ha. Assim, espera-se um aumento de 11% na produção, com um volume colhido de aproximadamente 2,24 milhões de toneladas de milho”, diz ele.
O Boletim Agropecuário traz os dados atualizados do acompanhamento das safras e do mercado dos principais produtos agropecuários catarinenses. Confira mais detalhes de outras cadeias produtivas:
Trigo
Em outubro, os preços médios recebidos pelos produtores catarinenses de trigo ficaram praticamente estabilizados, mas com uma pequena variação negativa de 0,34%. Na variação anual, em termos reais, registrou-se uma alta expressiva de 22,07%. Em todo o estado, até a última semana de outubro, cerca de 39% da área destinada ao plantio de trigo nesta safra já havia sido colhida. Para as lavouras que ainda estão a campo, 20% da área estava em fase de floração e 80% em fase de maturação.
Com relação à condição de lavoura, em 94% das áreas avaliadas a condição é boa; 5% a condição é média e, 1% a condição é ruim. A área plantada estimada é de pouco mais de 121 mil hectares, redução de 11,8% em relação à safra passada. A produtividade média estadual está estimada em 3.582kg/ha, um aumento de 60,1%. Até o momento, a expectativa é que a produção estadual deverá crescer 41,3%, chegando a aproximadamente 435 mil toneladas.
Soja
No mês de outubro, as cotações da soja no mercado catarinense apresentaram reação de 2,7% em relação ao mês anterior. No início de novembro, nos 10 primeiros dias do mês, na comparação com o preço médio de setembro, é possível perceber movimento altista de 2,6%. A menor oferta interna do produto no mercado interno tem favorecido as cotações, no entanto, fatores de baixa estão se projetando no mercado futuro.
Para essa safra, deveremos ter um aumento de 2,09% da área plantada, alcançando 768,6 mil hectares na primeira safra. A produtividade média esperada deverá crescer significativamente: a expectativa é um incremento de 8,56%, chegando a 3.743kg/ha. Com isso, espera-se um aumento de 10,8% na produção, com um volume colhido de aproximadamente 2,87 milhões de toneladas de soja 1ª safra.
Bovinos
Nas primeiras semanas de novembro registrou-se de alta nos preços do boi gordo em relação ao mês anterior em praticamente todos os estados brasileiros. Em Santa Catarina, o preço médio estadual do boi gordo atingiu R$295,34 em meados deste mês, o que representa uma alta de 8,8% em relação ao mês anterior e de 20,3% na comparação com maio de 2023. A expectativa é de que se verifique a continuidade desse movimento de alta nas próximas semanas.
A reduzida oferta de animais prontos para abate e a elevada demanda, tanto no mercado interno quanto externo, são responsáveis por esse acentuado movimento de alta observado na maioria dos estados. A forte seca que atingiu grande parte do país, em especial a região Centro-Oeste, tem sido um fator crucial na redução da oferta.
Frangos
Santa Catarina exportou 105,5 mil toneladas de carne de frango (in natura e industrializada) em outubro – queda de 0,03% em relação aos embarques do mês anterior, mas alta de 27,1% na comparação com os de outubro de 2023. As receitas foram de US 212,8 milhões – queda de 4,8% em relação às do mês anterior, mas crescimento de 32,9% na comparação com as de outubro de 2023.
De janeiro a outubro, Santa Catarina exportou 961,8 mil toneladas, com receitas de US$ 1,88 bilhão – alta de 6,7% em quantidade, mas queda de 1,6% em receitas, na comparação com os valores acumulados no mesmo período do ano passado.
A maioria dos principais destinos apresentou variação positiva, na comparação entre o acumulado deste ano e o mesmo período de 2023, com destaque, mais uma vez, para o Japão (crescimento de 35,6% em quantidade e 13,4% em valor).
Suínos
Santa Catarina exportou 68,0 mil toneladas de carne suína (in natura, industrializada e miúdos) em outubro, altas de 10,6% em relação ao montante do mês anterior e de 44,8% na comparação com os embarques de outubro de 2023. As receitas foram de US$169,4 milhões, crescimentos de 12,7% na comparação com as do mês anterior e de 61,5% em relação às de outubro de 2023. Esse é o segundo melhor resultado mensal de toda a série histórica, tanto em quantidade quanto em receitas, atrás apenas de julho passado.
De janeiro a outubro, o estado exportou 595,3 mil toneladas de carne suína, com receitas de US$1,39 bilhão – altas de 10,5% e de 6,3%, respectivamente, em relação ao mesmo período de 2023. Santa Catarina respondeu por 56,7% das receitas e por 55,0% do volume de carne suína exportada pelo Brasil este ano.
Leite
Até setembro/24, as indústrias inspecionadas brasileiras adquiriram 18,331 bilhões de litros de leite cru, 1,2% acima dos 18,116 bilhões adquiridos no período de 2023. Essa quantidade, somada à quantidade importada, mostra que, até setembro, a oferta total de leite foi 1,6% maior do que a do mesmo período de 2023.
De janeiro a outubro/24 foi importado o equivalente a 1,888 bilhão de litros de leite cru, 7% acima dos 1,765 bilhão de litros do mesmo período de 2023.
Em novembro, houve diferentes movimentos nos preços aos produtores catarinenses: estabilidade, alta e baixa. Com isso, pelos levantamentos da Epagri/Cepa, o preço médio de novembro fechou em R$2,75/litro, quase idêntico ao preço médio de outubro, que ficou em R$2,76/litro.
Leia a íntegra do Boletim Agropecuário de novembro, clicando aqui.
Notícias
IPPA registra alta de 5,5% em outubro de 2024, porém acumula queda de 2,5% no ano
Entre os grupos de alimentos, houve retrações no IPPA-Grãos (-8,3%) e no IPPA-Pecuária (-2,7%).
O Índice de Preços ao Produtor de Grupos de Produtos Agropecuários (IPPA/CEPEA) subiu 5,5% em outubro, influenciado pelos avanços em todos os grupos de produtos: de 1,9% para o IPPA-Grãos; de fortes 10,7% para o IPPA-Pecuária; de expressivos 10,4% para o IPPA-Hortifrutícolas; e de 0,5% para o IPPA-Cana-Café.
No mesmo período, o IPA-OG-DI Produtos Industriais apresentou alta de 1,5%, demonstrando que, de setembro para outubro, os preços agropecuários mantiveram-se em elevação frente aos industriais da economia brasileira.
No cenário internacional, o índice de preços calculado pelo FMI subiu 1,4% quando convertido para Reais, acompanhando a valorização da taxa de câmbio oficial divulgada pelo Bacen. Isso indica um comportamento relativamente estável dos preços internacionais dos alimentos.
No acumulado de 2024, o IPPA/CEPEA registra queda de 2,5%. Entre os grupos de alimentos, houve retrações no IPPA-Grãos (-8,3%) e no IPPA-Pecuária (-2,7%), enquanto o IPPA-Hortifrutícolas avançou 34,6% e o IPPA-Cana-Café cresceu 7%.
Em comparação, o IPA-OG-DI Produtos Industriais apresenta estabilidade no ano, enquanto os preços internacionais dos alimentos, convertidos para Reais, acumulam alta de 6,1%.
A despeito desses movimentos divergentes com relação ao IPPA/CEPEA, ressalta-se que, sob uma perspectiva de longo prazo, o que se observa é a convergência ao mesmo nível, após elevação acelerada dos preços domésticos nos últimos anos.