Conectado com
VOZ DO COOP

Suínos / Peixes

Fábrica dedicada a leitões: um novo conceito em nutrição

Um novo conceito em nutrição vem ganhando cada vez mais espaço: a produção de alimento exclusivo para leitões

Publicado em

em

Artigo escrito por Willian Okiyama, zootecnista, mestrando em Nutrição Animal (FZEA/USP) e formulador – Suínos De Heus Brasil

A suinocultura brasileira vem enfrentando um período de elevação nos custos de produção, tendo apresentado em 2016 valor 45% superior ao mesmo período de 2015. Neste cenário torna-se imprescindível a busca por alternativas que permitam o adequado desenvolvimento desde os primeiros dias de vida do leitão, tendo sempre em mente a relação custo/benefício, a fim de garantir um maior retorno financeiro ao produtor.

Dentre as diversas fases do sistema de produção de suínos, a maternidade e a creche são de extrema importância, visto que ao final destas etapas a capacidade de desenvolvimento subsequente na engorda já estará praticamente predeterminada. É por isso que os esforços dedicados nestas fases se refletem em melhores índices zootécnicos ao longo de toda a produção.

Neste contexto, um novo conceito em nutrição vem ganhando cada vez mais espaço: a produção de alimento exclusivo para leitões. Esta produção é realizada em unidades fabris denominadas fábricas dedicadas, nas quais são processados alimentos destinados unicamente para animais nas fases pré-inicial e inicial.

A introdução de fábricas dedicadas para leitões ocorreu na Europa em reação a uma tendência de queda de desempenho na creche, resultado de uma forte pressão para a redução do emprego de aditivos promotores de crescimento e antibióticos, além da escassez de mão de obra (menor número de funcionários por leitão) e do avanço genético na busca por maior prolificidade, a qual resultou em maiores leitegadas, porém com leitões de baixa viabilidade e com menor uniformidade. Dessa forma, com o objetivo de minimizar os efeitos do novo cenário encontrado pelo produtor, a fábrica dedicada introduziu no mercado um produto diferenciado, com a qualidade e segurança necessárias para que o leitão consiga atingir seu máximo potencial genético, dentro das limitações impostas pelo ambiente e sanidade.

Cuidados Especiais

Para atingir o padrão de segurança e qualidade exigido, a fábrica dedicada para leitões necessita que seja tomada uma série de cuidados que vão desde o fornecimento de matéria prima até o armazenamento do produto acabado, tendo em mente que todas as etapas e processos envolvidos devem garantir a nutrição perfeita para um animal exigente e sensível.

As principais diferenças entre uma fábrica convencional e uma fábrica dedicada são as matérias primas utilizadas e os processos envolvidos. As matérias primas precisam ser de qualidade elevada, para tanto são firmados contratos com fornecedores em que são descritas especificações técnicas que devem ser rigorosamente atendidas. Como forma de garantir o cumprimento desses parâmetros, há uma forte política de controle de qualidade no recebimento de matéria prima, onde os lotes são avaliados ao chegarem à unidade produtora segundo protocolos preestabelecidos. Com isso, a qualidade do produto fornecido é determinante na seleção e homologação dos fornecedores e não apenas o critério do custo, usualmente empregado na indústria convencional.

Os ingredientes empregados na fabricação dos alimentos são diferenciados não apenas pela sua qualidade, mas também por serem diversificados e inovadores. Eles são exaustivamente estudados por um corpo técnico preocupado não só com o produto, mas também envolvido com todos os processos produtivos, participando diretamente das decisões fabris que virão a impactar no produto final e em seu desempenho no campo.

Entretanto, de nada adianta ingredientes de qualidade e inovadores se os processos não forem rigorosamente desenhados e controlados. Nas fábricas dedicadas, todos os grãos e cereais são cuidadosamente limpos com a finalidade de padronizar os ingredientes e reduzir a contaminação por fungos e micotoxinas, os quais impactam negativamente na saúde do leitão. Posteriormente, são armazenados em silos dedicados de uso exclusivo para uma única matéria prima.

O processo de moagem, que ocorre na sequência, é diferente para cada material, visto que cada ingrediente deve apresentar uma granulometria específica, uma vez que o tamanho de partícula também impacta na qualidade do produto e no seu aspecto funcional. Após este processo, as matérias primas já moídas são direcionadas para silos de abastecimento específicos.

Outro fator de grande relevância dentro do sistema de produção é a automatização dos processos de pesagem e adição de ingredientes. Geralmente nas fórmulas das rações pré-iniciais utilizam-se grande quantidade de ingredientes, assim a pesagem assistida de cada matéria prima exclui a possibilidade de erros de produção, conferindo maior segurança e garantindo a rastreabilidade de todo o processo. Igualmente importante é o monitoramento do processo de mistura, o qual garante a homogeneidade da massa, conferindo a mesma composição ao longo de toda a batida, se farelada, ou em cada pellet, se peletizada.

A etapa de peletização é crucial em toda fábrica de ração, pois, se não ajustada, pode trazer grandes prejuízos tanto à indústria quanto ao produtor. Dessa forma, o planejamento desde a escolha da matriz e a definição do tamanho do pellet até o condicionamento da massa e atingimento da temperatura adequada na prensa se tornam imprescindíveis. Nessa etapa, mais uma vez, se torna muito importante o papel da equipe técnica de nutrição dentro das decisões fabris. O tipo de pellet ideal para o leitão deve apresentar equilíbrio entre a durabilidade, capacidade do pellet se manter íntegro até o fornecimento aos animais e a dureza, parâmetro que avalia sua maciez. É desejável maior durabilidade, ou seja, maior porcentagem de pellets inteiros, porém com um índice de dureza atrativos para os leitões, os quais demonstram preferência por pellets mais macios.

A fábrica dedicada também é uma forma de impedir qualquer tipo de contaminação cruzada, uma vez que nela são processados alimentos exclusivamente para leitões. Dessa forma, evita-se que compostos indesejáveis, que venham a prejudicar o desempenho dos animais, estejam presentes.

Com todos esses diferenciais, é possível fornecer um produto padrão, sem variabilidade entre os lotes, com menor risco de problemas causados por micotoxinas e sempre com o mesmo sabor, assim, mantem-se um consumo maior e regular, possibilitando prever a reação dos animais, bem como os resultados da granja.

Apesar das vantagens descritas, trabalhos foram realizados para verificar a viabilidade do dispêndio de tantos esforços para esta fase. Em estudo realizado na Holanda, avaliou-se o desempenho de dois grupos de animais alimentados com uma mesma composição de ração, diferenciando-se apenas pelas unidades produtoras – fábrica convencional e fábrica dedicada -, sendo que as matérias primas utilizadas foram fornecidas pela própria unidade. Dentre os resultados, observou-se que os animais consumindo ração vinda da fábrica dedicada tiveram ganho de peso aproximadamente 15% maior, consumo de ração de cerca de 5% superior e uma conversão alimentar 9% menor, além de menor mortalidade e necessidade de gastos com medicações injetáveis comprovando os benefícios deste tipo de produção.

Os reflexos dos benefícios de uma fábrica dedicada já são sentidos em pouco tempo de atividade na Holanda e em diversos países da Europa, onde o mercado aderiu amplamente aos conceitos de que o investimento nos primeiros dias de vida do leitão tem retorno garantido no momento da venda dos animais. O sucesso da introdução desta inovação no mercado garante-se pelo excelente custo/benefício proporcionado pelo desenvolvimento adequado da nutrição, o monitoramento atento da produção e pelo acompanhamento e diagnósticos das necessidades a campo, fundamentais para atingir o potencial máximo de produtividade e lucratividade dos sistemas de produção.

Mais informações você encontra na edição de Suínos e Peixes de outubro/novembro de 2016 ou online.

Fonte: O Presente Rural

Continue Lendo

Suínos / Peixes

Brasil detém 32% do mercado global de cortes congelados de carne suína

Santa Catarina desponta como líder nas exportações de cortes cárneos congelados de suínos em 2023, com uma impressionante fatia de 56%. O Rio Grande do Sul e o Paraná seguem atrás, com 23% e 14% de participação, respectivamente.

Publicado em

em

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O Departamento de Economia Rural (Deral) do Paraná divulgou, na quinta-feira (25), o Boletim de Conjuntura Agropecuária, trazendo um panorama abrangente dos setores agrícolas e pecuários referente à semana de 19 a 25 de abril. Entre os destaques, além de ampliar as informações sobre a safra de grãos, o documento traz dados sobre a produção mundial, nacional e estadual de tangerinas.

Segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), a produção global de tangerinas atingiu a marca de 44,2 milhões de toneladas em 2022, espalhadas por uma área de 3,3 milhões de hectares em 68 países. A China, indiscutivelmente, lidera nesse cenário, com uma contribuição de 61,5% para as colheitas mundiais e dominando 73,1% da área de cultivo da espécie. O Brasil, por sua vez, figura como o quinto maior produtor, com uma fatia de 2,5% das quantidades totais.

No contexto nacional, o Paraná se destaca, ocupando o quarto lugar no ranking de produção de tangerinas. Cerro Azul, situado no Vale do Ribeira, emerge como o principal centro produtor do país, respondendo por 9,2% da produção e 8,4% do Valor Bruto de Produção (VBP) nacional dessa fruta. Não é apenas Cerro Azul que se destaca, mas outros 1.357 municípios brasileiros também estão envolvidos na exploração desse cítrico.

Cortes congelados de carne suína

Além das tangerinas, o boletim também aborda a exportação de cortes congelados de carne suína, um mercado no qual o Brasil assume uma posição de liderança inegável. Detentor de cerca de 32% do mercado global desses produtos, o país exportou aproximadamente 1,08 bilhão de toneladas, gerando uma receita de US$ 2,6 bilhões. Os Estados Unidos aparecem em segundo lugar, com uma participação de 29%, seguidos pela União Europeia (23%) e pelo Canadá (15%).

No cenário interno, Santa Catarina desponta como líder nas exportações de cortes cárneos congelados de suínos em 2023, com uma impressionante fatia de 56%. O Rio Grande do Sul e o Paraná seguem atrás, com 23% e 14% de participação, respectivamente.

 

Fonte: Com informações da AEN-PR
Continue Lendo

Suínos / Peixes

O que faz o Vale do Piranga ser o polo mineiro de incentivo à suinocultura?

Além de oferecer oportunidades de aprendizado e capacitação por meio de seminários, ampliando as habilidades dos colaboradores de granjas e profissionais da área, feira facilita o acesso dos produtores rurais do interior mineiro às mais recentes tecnologias do agronegócio.

Publicado em

em

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A Suinfair, maior feira de suinocultura de Minas Gerais, acontece no Polo Mineiro de Incentivo à Suinocultura, situado no Vale do Piranga, uma área que se destaca nacionalmente pela sua produção suinícola. Esta região representa, aproximadamente, 35% do rebanho de suínos de Minas Gerais, produzindo anualmente cerca de 370 milhões de quilos de carne suína. O trabalho diário de levar alimento à mesa de diversas famílias faz com que mais de cinco mil empregos sejam gerados diretamente pela suinocultura, além das mais de trinta e cinco mil pessoas que trabalham indiretamente na área.

Com um histórico consolidado, a região foi oficialmente reconhecida como Polo Mineiro de Incentivo à Suinocultura por meio de legislação, o que fortalece ainda mais a cadeia produtiva local. Nesse contexto, a Suinfair surge como uma iniciativa voltada para as necessidades específicas dos suinocultores.

Além de oferecer oportunidades de aprendizado e capacitação por meio de seminários, ampliando as habilidades dos colaboradores de granjas e profissionais da área, a Suinfair facilita o acesso dos produtores rurais do interior mineiro às mais recentes tecnologias do agronegócio.

Desde equipamentos estruturais até grandes máquinas agrícolas e robôs, os suinocultores têm a chance de conhecer de perto as inovações do mercado e estabelecer contatos diretos com os fabricantes. Isso resulta na concretização de negócios baseados em condições justas, fomentando o crescimento dos produtores e incentivando a presença dos fornecedores na região.

A Suinfair é, portanto, um evento feito sob medida para a suinocultura, representando uma oportunidade única de aprendizado, networking e desenvolvimento para todos os envolvidos nesse importante segmento do agronegócio.

Fonte: Assessoria Suinfair
Continue Lendo

Suínos / Peixes

PorkExpo Brasil & Latam 2024 abre inscrições para receber trabalhos científicos do mundo inteiro

Disputa científica tradicional da suinocultura vai distribuir R$ 6 mil em dinheiro e reconhecer as quatro pesquisas mais inovadoras da indústria da carne suína.

Publicado em

em

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Inscrições para envio de trabalhos científicos à PorkExpo Brasil & Latam 2024 estão abertas. Esse é um convite conhecido da suinocultura internacional há mais de duas décadas. Encontro inovador, que debate de ponta a ponta a cadeia produtiva da suinocultura, vai confirmar mais uma vez a tradição de incentivar as pesquisas da indústria mundial da carne suína, com a Mostra de Trabalhos Científicos, que será realizada nos dias 23 e 24 de outubro, no Recanto Cataratas Thermas Resort & Convention, em Foz do Iguaçu (PR).

O evento reúne o 12º Congresso Latino Americano de Suinocultura e o 2º Congresso Nacional Mulheres da Suinocultura, que seguem com as inscrições abertas aqui.

A 12ª edição convida pesquisadores e estudiosos para contribuir com seus conhecimentos e inovações. “Em cada edição da PorkExpo são recebidos ao menos 200 trabalhos”, exalta a CEO da PorkExpo Brasil & Latam 2024, Flávia Roppa

Neste ano, a premiação vai premiar quatro pesquisas científicas, sendo três referencias e um grande vencedor. O total da premiação chega a R$ 6 mil.

Flávia explica que os trabalhos devem abranger temas essenciais à atividade, como produção, sanidade, bem-estar animal, marketing da carne suína, economia, extensão rural, nutrição, reprodução, aproveitamento de resíduos e meio Ambiente, refletindo a amplitude e profundidade tecnológica que o setor apresenta a cada década que passa. “A PorkExpo apoia consistentemente o conhecimento por parte dos pesquisadores, professores, profissionais e estudantes, que buscam inovações para subsidiar a produção de campo, a indústria de processamento e o aumento do consumo da nossa carne pelos consumidores. Um propósito que ratificamos em duas décadas. E esperamos pela participação máxima desses estudiosos, do mundo inteiro”, enfatizou Flávia.

Inscrições

Os trabalhos precisam ser totalmente inéditos e entregues impreterivelmente até o dia 11 de agosto, podendo ser redigidos em Português, Inglês ou Espanhol. “Todos serão submetidos pelo site da Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Os inscritos precisam informar o e-mail, telefone para contato e endereço completo de uma pessoa que vai ser a responsável pelo trabalho para futuros contatos com a organização do evento”, informa a CEO da PorkExpo.

Os interessados devem enviar os trabalhos formatados em duas páginas, em papel A4 (21 x 29,7 cm), digitados no Word para Windows, padrão 6.0 ou superior e salvos na extensão .doc, fonte dos textos em Arial, para o endereço: flavia@porkexpo.com.br. “Não serão aceitos trabalhos fora do padrão”, reforça Flávia.

Todas as informações referentes às inscrições e normas de redação podem ser consultadas clicando aqui. Os autores dos trabalhos avaliados pela Comissão Científica serão comunicados da sua aceitação ou não. “Participe e faça a diferença. Não perca a chance de participar desse movimento que define o amanhã da suinocultura. Junte-se aos líderes que estão construindo o futuro da indústria mundial de carnes”, convida Flávia, acrescentando: “Esperamos por sua ideia eficiente e inovadora”.

Fonte: Com informações da assessoria PorkExpo Brasil & Latam
Continue Lendo
CBNA – Cong. Tec.

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.