Avicultura
Extratos vegetais reduzem estresse oxidativo e melhoram ganho de peso das aves
O uso de extratos vegetais com propriedades antioxidantes, se apresenta como uma alternativa natural, eficaz e plausível para controlar o estresse oxidativo
Artigo escrito por Marisela Arturo-Schaan, do Departamento de P&D da Ibersan – Grupo CCPA e Gaetan Rocaboy, da Divisão de Avicultura da Ibersan – Grupo CCPA
Desde 2006, os países da comunidade europeia proibiram a utilização de antibióticos enquanto promotores de crescimento. Em paralelo, um aumento dos problemas de saúde animal foi constatado nas aves. Nesse contexto, a busca de novas estratégias nutricionais para manter a saúde e os rendimentos zootécnicos na produção avícola foi indispensável. O uso de extratos vegetais com propriedades antioxidantes (EV-AOX), se apresenta como uma alternativa natural, eficaz e plausível para controlar o estresse oxidativo ocasionado por diferentes fatores de ordem patológica, ambiental ou metabólica a que podem estar submetidas as aves.
O objetivo deste trabalho é triplo: o primeiro define, identifica e mede as consequências do estresse oxidativo nos distintos períodos de vida das aves. O segundo avalia as propriedades biológicas e o papel benéfico que os extratos vegetais proporcionam no combate ao estresse oxidativo. O terceiro demonstra que o suprimento adequado na água de bebida de EV-VOX (rigorosamente selecionados nos períodos mais críticos: iniciação, vacinação, transferência, na vida das aves – frangos, galinhas poedeiras e matrizes), tem um impacto positivo em nível da saúde e dos rendimentos zootécnicos das mesmas. Em efeito, o aporte de EV-AOX permite, por um lado, controlar e reduzir as consequências que provocam o estresse oxidativo via diminuição da concentração dos marcadores plasmáticos de oxidação e de inflamação e aumento do status oxidante e/ou a capacidade de defesa (nível de anticorpos pós vacinação) dos animais. Por outro lado, a melhoria do estado de saúde resulta em ganho no comportamento produtivo (ganho de peso, conversão alimentar, postura de ovos) durante os momentos mais críticos da vida das aves.
O estresse oxidativo é a tensão causada pelos radicais livres (hidroperóxidos) nos tecidos, oxidando a membrana celular (análogo à ferrugem em metais), tornando-se prejudicial quando há um desequilíbrio entre a quantidade de radicais livres (maior quantidade) e as moléculas antioxidantes (menor quantidade/concentração de enzimas, peptideos, vitaminas C e E). O estresse oxidativo é uma cadeia de efeitos que conduz a célula à morte, principalmente as células de defesa, ocasionando imunodeficiência.
As principais causas de estresse oxidativo são o estresse térmico, os procedimentos rotineiros de manejo de produção (tais como mudança nas fases nutricionais/transição alimentar) e os de transferências de lotes de aves, vacinação, entre outros.
A elevada concentração dos indicadores do estresse oxidativo no sangue, podendo citar como exemplo a Glicoproteína Ácida Alfa 1, os Hidroperóxidos e o Malandialdeído, pode levar a grandes prejuízos, principalmente quando relacionamos este fator ao ganho de peso diário (GPD), mortalidade e desempenho zootécnico em geral.
Dentre as causas identificadas de maior impacto do estresse oxidativo nas aves, verifica-se uma correlação positiva estatisticamente significativa existente entre a presença de estresse oxidativo em pintos de 1 dia e os índices de mortalidade observados no 10º dia de vida (estudo realizado em 30 granjas comerciais de frangos na França, entre 2014 e 2015). Observou-se que, neste período de vida do animal, um nível elevado de estresse oxidativo é responsável pela redução das defesas do organismo e, por consequência, uma diminuição da resistência dos animais às agressões externas de origem multifatorial : infeccioso (enfermidade de Marek), ambiental (estresse térmico, transição alimentar, alojamento…) ou simplesmente metabólicas, como já demonstrado e publicado por diferentes pesquisadores. Todas as agressões são responsáveis por danos celulares (oxidação) ocasionados pelo aumento dos radicais lives, o que se traduz em perdas econômicas importantes dado o impacto negativo que podem provocar sobre os resultados zootécnicos (ganho de peso, consumo alimentar) e o aumento dos índices de conversão alimentar em frangos ou a redução dos índices de postura ou redução de fertilidade em aves poedeiras ou matrizes.
Mais informações você encontra na edição de Aves de setembro/outubro de 2016 ou online.
Fonte: O Presente Rural

Avicultura
Indústria avícola amplia presença na diretoria da Associação Brasileira de Reciclagem
Nova composição da ABRA reforça a integração entre cadeias produtivas e destaca o papel estratégico da reciclagem animal na sustentabilidade do agronegócio brasileiro.

A Associação Brasileira de Reciclagem (ABRA) definiu, na última sexta-feira (12), a nova composição de seu Conselho Diretivo e Fiscal, com mandato até 2028. A assembleia geral marcou a renovação parcial da liderança da entidade e sinalizou uma maior aproximação entre a indústria de reciclagem animal e setores estratégicos do agronegócio, como a avicultura.
Entre os nomes eleitos para as vice-presidências está Hugo Bongiorno, cuja chegada à diretoria amplia a participação do segmento avícola nas decisões da associação. O movimento ocorre em um momento em que a reciclagem animal ganha relevância dentro das discussões sobre economia circular, destinação adequada de subprodutos e redução de impactos ambientais ao longo das cadeias produtivas.
Dados do Anuário da ABRA de 2024 mostram a dimensão econômica do setor. O Brasil ocupa atualmente a terceira posição entre os maiores exportadores mundiais de gorduras de animais terrestres e a quarta colocação no ranking de exportações de farinhas de origem animal. Os números reforçam a importância da atividade não apenas do ponto de vista ambiental, mas também como geradora de valor, renda e divisas para o país.
A presença de representantes de diferentes cadeias produtivas na diretoria da entidade reflete a complexidade do setor e a necessidade de articulação entre indústrias de proteína animal, recicladores e órgãos reguladores. “Como único representante da avicultura brasileira e paranaense na diretoria, a proposta é levar para a ABRA a força do nosso setor. Por isso, fico feliz por contribuir para este trabalho”, afirmou Bongiorno, que atua como diretor da Unifrango e da Avenorte Guibon Foods.
A nova gestão será liderada por Pedro Daniel Bittar, reconduzido à presidência da ABRA. Também integram o Conselho Diretivo os vice-presidentes José Carlos Silva de Carvalho Júnior, Dimas Ribeiro Martins Júnior, Murilo Santana, Fabio Garcia Spironelli e Hugo Bongiorno. Já o Conselho Fiscal será composto por Rodrigo Hermes de Araújo, Wagner Fernandes Coura e Alisson Barros Navarro, com Vicenzo Fuga, Rodrigo Francisco e Roger Matias Pires como suplentes.
Com a nova configuração, a ABRA busca fortalecer o diálogo institucional, aprimorar práticas de reciclagem animal e ampliar a contribuição do setor para uma agropecuária mais eficiente e ambientalmente responsável.
Avicultura
Avicultura supera ano crítico e pode entrar em 2026 com bases sólidas para crescer
Após enfrentar pressões sanitárias, custos elevados e restrições comerciais em 2025, o setor mostra resiliência, retoma exportações e reforça a confiança do mercado global.

O ano de 2025 entra para a história recente da avicultura brasileira como um dos anos mais desafiadores. O setor enfrentou pressão sanitária global, instabilidade geopolítica, custos de produção elevados e restrições comerciais temporárias em mercados-chave. Mesmo assim, a cadeia mostrou capacidade de adaptação, coordenação institucional e resiliência produtiva.
A ação conjunta do Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e de entidades estaduais foi decisiva para conter danos e recuperar a confiança externa. Missões técnicas, diplomacia sanitária ativa e transparência nos controles sustentaram a reabertura gradual de importantes destinos ao longo do segundo semestre, reposicionando o Brasil como fornecedor confiável de proteína animal.
Os sinais de retomada já aparecem nos números do comércio exterior. Dados preliminares indicam que as exportações de carne de frango em dezembro devem superar 500 mil toneladas, o que levará o acumulado do ano a mais de 5 milhões de toneladas. Esse avanço ocorre em paralelo a uma gestão mais cautelosa da oferta: o alojamento de 559 milhões de pintos em novembro ficou abaixo das projeções iniciais, próximas de 600 milhões. O ajuste ajudou a equilibrar oferta e demanda e a dar previsibilidade ao mercado.
Para 2026, o cenário é positivo. A agenda econômica global tende a impulsionar o consumo de proteínas, com a retomada de mercados emergentes e regiões em recuperação. Nesse contexto, o Brasil – e, em especial, o Paraná, líder nacional – está bem-posicionado para atender ao mercado interno e aos principais compradores internacionais.
Investimentos contínuos para promover o bem-estar animal, biosseguridade e sustentabilidade reforçam essa perspectiva. A modernização de sistemas produtivos, o fortalecimento de protocolos sanitários e a adoção de práticas alinhadas às exigências ESG elevam o padrão da produção e ampliam a competitividade. Mais do que reagir, a avicultura brasileira se prepara para liderar, oferecendo proteína de alta qualidade, segura e produzida de forma responsável.
Depois de um ano de provas e aprendizados, o setor está ainda mais robusto e inicia 2026 com fundamentos sólidos, confiança renovada e expectativa de crescimento sustentável, reafirmando seu papel estratégico na segurança alimentar global.
Avicultura
Avicultura encerra 2025 em alta e mantém perspectiva positiva para 2026
Setor avança com produção e consumo em crescimento, margens favoráveis e preços firmes para proteínas, apesar da atenção voltada aos custos da ração e à segunda safra de milho.

O setor avícola deve encerrar 2025 com desempenho positivo, sustentado pelo aumento da produção, pelo avanço do consumo interno e pela manutenção de margens favoráveis, mesmo diante de alguns desafios ao longo do ano. A avaliação é de que os resultados permanecem sólidos, apesar de pressões pontuais nos custos e de um ambiente externo mais cauteloso.
Para 2026, a perspectiva segue otimista. A expectativa é de continuidade da expansão do setor, apoiada em um cenário de preços firmes para as proteínas. Um dos principais pontos de atenção, no entanto, está relacionado à segunda safra de milho, cuja incerteza pode pressionar os custos de ração. Ainda assim, a existência de estoques adequados no curto prazo e a possibilidade de uma boa safra reforçam a visão positiva para o próximo ano.

No fechamento de 2025, o aumento da produção, aliado ao fato de que as exportações não devem avançar de forma significativa, tende a direcionar maior volume ao mercado interno. Esse movimento ocorre em um contexto marcado pelos impactos da gripe aviária ao longo do ano e por um desempenho mais fraco das exportações em novembro. Com isso, a projeção é de expansão consistente do consumo aparente.
Para os próximos meses, mesmo com a alta nos preços dos insumos para ração, especialmente do milho, o cenário para o cereal em 2026 é considerado favorável. A avaliação se baseia na disponibilidade atual de estoques e na expectativa de uma nova safra robusta, que continuará sendo acompanhada de perto pelo setor.
Nesse ambiente, a tendência é de que as margens da avicultura se mantenham em patamares positivos, dando suporte ao crescimento da produção e à retomada gradual das exportações no próximo ano.
Já em relação à formação de preços da carne de frango em 2026 e nos anos seguintes, o cenário da pecuária de corte deve atuar como fator de sustentação. A menor disponibilidade de gado e os preços mais firmes da carne bovina tendem a favorecer a proteína avícola. No curto prazo, porém, o setor deve considerar os efeitos da sazonalidade, com maior oferta de fêmeas e melhor disponibilidade de gado a pasto, o que pode influenciar o comportamento dos preços.
