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Extratos herbais: aliados na modulação de respostas do sistema imunológico e proteção do sistema respiratório de aves

O sistema imune das aves em condições normais tem a capacidade de gerar resposta efetiva contra agentes infecciosos, combatendo infecções e a disseminação de doenças.

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Fotos: Divulgação/BR Feed

O constante crescimento da população e o aumento da demanda por alimentos impulsionam o mercado da avicultura, que, em contrapartida, necessita garantir a segurança sanitária de seus planteis com foco em bem-estar animal e redução de uso de antibióticos para atender o mercado consumidor.

O sistema imune das aves em condições normais tem a capacidade de gerar resposta efetiva contra agentes infecciosos, combatendo infecções e a disseminação de doenças. O sistema imunológico é desafiado durante toda a fase de produção, tanto por fatores ambientais, como estresse térmico e qualidade de ar, quanto por desafios sanitários, como a exposição a agentes infecciosos e virais. A reação do sistema imunológico gera aumento dos níveis de cortisol e radicais livres, o que, por sua vez, geram impacto no desempenho dos animais.

Desta forma, os extratos herbais são cada vez mais utilizados e podem modular reações do sistema imunológico, o que proporciona a redução do uso de antibióticos e melhora a qualidade de vida das aves. Além disso, diversos efeitos no controle dos principais agentes patogênicos, efeitos antioxidantes e na melhoria de desempenho têm sido demonstrados na literatura. Eles podem ser utilizados na inclusão da dieta dos animais via ração, água e manejos de nebulização na produção.

Flavonoides e compostos fenólicos dos extratos herbais: ação no organismo

Os extratos herbais são fontes importantes de flavonoides e compostos fenólicos. Estes estão presentes nas plantas e são caracterizados como metabólitos secundários que atuam na coloração de frutos e flores e no mecanismo de defesa vegetal.

Figura 1: Fórmula química de um Flavonoide

Estes compostos atuam na modulação do sistema imunológico das aves e possuem efeitos anti-inflamatórios ligados à redução de interleucinas inflamatórias IL-6; IL1-B sintetizadas por macrófagos e linfócitos T, e modulação da liberação de cortisol.

O cortisol é um importante hormônio liberado em situações causadas por desafios do sistema imunológico e fatores externos como o estresse. Sua função é reduzir processos inflamatórios e contribuir no funcionamento do sistema imune. Contudo, quando em situações de exposição prolongada a fatores de estresse, o cortisol atua na inibição da fosfolipase A, enzima que está ligada na formação do ácido araquidônico, levando a inibição da produção de prostaglandinas e leucotrienos.

Figura 2: Fórmula química do cortisol

Os flavonoides ainda possuem efeitos de inibição de crescimento bacteriano por sua ação direta na parede celular de bactérias. Isso causa disfunção no metabolismo celular e trocas de nutrientes, além de apresentar efeito na neutralização de toxinas bacterianas que são liberadas após a morte da bactéria. Extratos herbais também possuem efeitos sinérgicos quando utilizados em tratamentos terapêuticos com uso de medicamentos, potencializando a efetividade do tratamento.

Estresse oxidativo, importância e como reduzir efeitos negativos

A liberação de radicais livres ocorre naturalmente no organismo vivo provenientes do metabolismo do oxigênio ou aminoácidos, gerando moléculas chamadas de Espécie Reativas a Oxigênio (EROS) e Espécies Reativas ao Nitrogênio (ERNS). Além disso, possuem efeito tóxico para as membranas celulares, levando a quadros de peroxidase lipídica, alterações enzimáticas, lesões a nível de DNA, que por sua vez leva ao baixo desenvolvimento dos animais e redução de resposta do sistema imunológico.

O organismo produz naturalmente a enzima glutationa peroxidase, responsável pela detoxificação dos peróxidos, controlando os níveis de radicais livres no organismo. Antioxidantes são fornecidos ao animal para reduzir os efeitos negativos dos radicais livres. A Vitamina E, Vitamina C e selênio são exemplos de antioxidantes utilizados na nutrição.
Os extratos herbais possuem a característica de serem antioxidantes por atuarem diretamente no complexo da glutationa, aumentando os níveis da enzima glutationa peroxidase. Trabalhos recentes demonstram que aditivos com propriedades antioxidantes podem auxiliar ainda no maior tempo de prateleira dos produtos como carnes e ovos.

Benefícios do uso de extratos herbais na avicultura

O uso de extratos herbais promove a modulação do sistema imunológico reduzindo respostas inflamatórias indesejáveis, regulação dos níveis de cortisol que podem afetar o desenvolvimento e desempenho das aves, redução de radicais livres no organismo e proporciona melhora no bem-estar animal. Todo o suporte nestas atividades resulta em melhor desempenho e saúde dos animais.

Os estudos com o uso de extratos herbais, cada vez mais, vêm sendo aprofundados, incentivado pelos benefícios de sua utilização. Apresenta efeitos positivos em processos metabólicos e fisiológicos de organismos vivos e efeitos bactericidas e viricidas.

Além disso, os extratos vegetais possuem diversas formas de utilização, o que otimiza seus resultados frente aos principais desafios na cadeia produtiva. Atualmente, encontramos no mercado extratos em pó para adição em ração, forma líquida para adição em água de bebida e utilização em manejos de nebulização nas propriedades avícolas.

Considerações finais

A utilização de extratos herbais se torna cada vez mais uma excelente alternativa para a avicultura, pela exigência do mercado consumidor e por reduzir o uso de antibióticos em processos produtivos, garantindo a existência de substitutos efetivos para o controle da saúde do plantel. Ela visa sempre o melhor desempenho, produtividade, bem-estar animal e garante sempre o uso de novas ferramentas que fortalecem os controles sanitários avícolas, assegurando a integridade da produção avícola brasileira.

As referências bibliográficas estão com o autor. Contato: samuel@naturalbrfeed.com.br

 

Fonte: Por Samuel Costa Bottrel Médico-veterinário, mestre em Sustentabilidade e tecnologias ambientais Coordenador técnico e comercial - Minas Gerais - na Natural BR Feed

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Com 33 anos de atuação, Sindiavipar reforça protagonismo do Paraná na produção de frango

Trabalho conjunto com setor produtivo e instituições públicas sustenta avanços em biosseguridade, rastreabilidade e competitividade.

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O Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) celebra, nesta quarta-feira (19), 33 anos de atuação em defesa da avicultura paranaense. Desde sua fundação, em 1992, a entidade reúne e representa as principais indústrias do setor com objetivo de articular políticas, promover o desenvolvimento sustentável e fortalecer uma cadeia produtiva que alimenta milhões de pessoas dentro e fora do Brasil.

Foto: Shutterstock

Ao longo dessas mais de três décadas, o Sindiavipar consolidou seu papel como uma das entidades mais relevantes do país quando o assunto é sanidade avícola, biosseguridade e competitividade internacional. Com atuação estratégica junto ao poder público, entidades setoriais, instituições de pesquisa e organismos internacionais, o Sindiavipar contribui para que o Paraná seja reconhecido pela excelência na produção de carne de frango de qualidade, de maneira sustentável, com rastreabilidade, bem-estar-animal e rigor sanitário.

O Estado é referência para que as exportações brasileiras se destaquem no mercado global, e garantir abastecimento seguro a diversos mercados e desta forma contribui significativamente na segurança alimentar global. Esse desempenho se sustenta pelo excelente trabalho que as indústrias avícolas do estado executam quer seja através investimentos constantes ou com ações contínuas de prevenção, fiscalização, capacitação técnica e por uma avicultura integrada, inovadora, tecnológica, eficiente e moderna.

Foto: Shutterstock

Nos últimos anos, o Sindiavipar ampliou sua agenda estratégica para temas como inovação, sustentabilidade, educação sanitária e diálogo com a sociedade. A realização do Alimenta 2025, congresso multiproteína que reuniu autoridades, especialistas e os principais players da cadeia de proteína animal, reforçou a importância do debate sobre biosseguridade, bem-estar-animal, tecnologias, sustentabilidade, competitividade e mercados globais, posicionando o Paraná no centro das discussões sobre o futuro da produção de alimentos no país.

Os 33 anos do Sindiavipar representam a trajetória de um setor que cresceu com responsabilidade, pautado pela confiança e pelo compromisso de entregar alimentos de qualidade. Uma história construída pela união entre empresas, colaboradores, produtores, lideranças e parceiros que acreditam no potencial da avicultura paranaense.

O Sindiavipar segue atuando para garantir um setor forte, inovador e preparado para os desafios de um mundo que exige segurança, eficiência e sustentabilidade na produção de alimentos.

Fonte: Assessoria Sindiavipar
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União Europeia reabre pre-listing e libera avanço das exportações de aves e ovos do Brasil

Com o restabelecimento do sistema de habilitação por indicação, frigoríficos que atenderem às exigências sanitárias poderão exportar de forma mais ágil, retomando um mercado fechado desde 2018.

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A União Europeia confirmou ao governo brasileiro, por meio de carta oficial, o retorno do sistema de habilitação por indicação da autoridade sanitária nacional, o chamado pre-listing, para estabelecimentos exportadores de carne de aves e ovos do Brasil. “Uma grande notícia é a retomada do pré-listing para a União Europeia. Esse mercado espetacular, remunerador para o frango e para os ovos brasileiros estava fechado desde 2018. Portanto, sete anos com o Brasil fora”, destacou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

Foto: Freepik

Com a decisão, os estabelecimentos que atenderem aos requisitos sanitários exigidos pela União Europeia poderão ser indicados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e, uma vez comunicados ao bloco europeu, ficam aptos a exportar. No modelo de pre-listing, o Mapa atesta e encaminha a lista de plantas que cumprem as normas da UE, sem necessidade de avaliação caso a caso pelas autoridades europeias, o que torna o processo de habilitação mais ágil e previsível. “Trabalhamos três anos na reabertura e, finalmente, oficialmente, o mercado está reaberto. Todas as agroindústrias brasileiras que produzem ovos e frangos e que cumprirem os pré-requisitos sanitários podem vender para a Comunidade Europeia”, completou.

A confirmação oficial do mecanismo é resultado de uma agenda de trabalho contínua com a Comissão Europeia ao longo do ano. Em 2 de outubro, missão do Mapa a Bruxelas, liderada pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luís Rua, levou à União Europeia um conjunto de pedidos prioritários, entre eles o restabelecimento do pre-listing para proteína animal, o avanço nas tratativas para o retorno dos pescados e o reconhecimento da regionalização de enfermidades.

Na sequência, em 23 de outubro, reunião de alto nível em São Paulo entre o secretário Luís Rua e o comissário europeu para Agricultura, Christophe Hansen, consolidou entendimentos na pauta sanitária bilateral e registrou o retorno do sistema de pre-listing para estabelecimentos brasileiros habilitados a exportar carne de aves, o que agora se concretiza com o recebimento da carta oficial e permite o início dos procedimentos de habilitação por parte do Mapa. O encontro também encaminhou o avanço para pre-listing para ovos e o agendamento da auditoria europeia do sistema de pescados.

Foto: Ari Dias

Na ocasião, as partes acordaram ainda a retomada de um mecanismo permanente de alto nível para tratar de temas sanitários e regulatórios, com nova reunião prevista para o primeiro trimestre de 2026. O objetivo é assegurar previsibilidade, transparência e continuidade ao diálogo, reduzindo entraves técnicos e favorecendo o fluxo de comércio de produtos agropecuários entre o Brasil e a União Europeia.

Com o pre-listing restabelecido para carne de aves e ovos, o Brasil reforça o papel de seus serviços oficiais de inspeção como referência na garantia da segurança dos alimentos e no atendimento às exigências do mercado europeu, ao mesmo tempo em que avança em uma agenda de facilitação de comércio baseada em critérios técnicos e cooperação regulatória.

Fonte: Assessoria Mapa
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Exportações gaúchas de aves avançam e reforçam confiança do mercado global

Desempenho positivo em outubro, expansão da receita e sinais de estabilidade sanitária fortalecem o posicionamento do estado no mercado externo.

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O setor agroindustrial avícola do Rio Grande do Sul mantém um ritmo consistente de recuperação nas exportações de carne de frango, tanto processada quanto in natura. Em outubro, o estado registrou alta de 8,8% no volume embarcado em relação ao mesmo mês do ano passado. Foram 60,9 mil toneladas exportadas, um acréscimo de 4,9 mil toneladas frente às 56 mil toneladas enviadas em outubro de 2023.

A receita também avançou: o mês fechou com US$ 108,9 milhões, crescimento de 5% na comparação anual.

No acumulado de janeiro a outubro, entretanto, o desempenho ainda reflete os impactos do início do ano. Os volumes totais apresentam retração de 1%, enquanto a receita caiu 1,8% frente ao mesmo período de 2024, conforme quadro abaixo:

O rápido retorno das exportações de carne de aves do Rio Grande do Sul para mercados relevantes, confirma que, tanto o estado quanto o restante do país permanecem livres das doenças que geram restrições internacionais.

Inclusive, o reconhecimento por parte da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e muitos outros mercados demonstram a importância do reconhecimento da avicultura do Rio Grande do Sul por parte da China, ainda pendente. “Estamos avançando de forma consistente e, em breve, estaremos plenamente aptos a retomar nossas exportações na totalidade de mercados. Nossas indústrias, altamente capacitadas e equipadas, estão preparadas para atender às demandas de todos os mercados, considerando suas especificidades quanto a volumes e tipos de produtos avícolas”, afirmou José Eduardo dos Santos, Presidente Executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul (Asgav/Sipargs).

Indústria e produção de ovos

O setor da indústria e produção de ovos ainda registra recuo nos volumes exportados de -5,9% nos dez meses de 2025 em relação ao mesmo período de 2024, ou seja, -317 toneladas. Porém, na receita acumulada o crescimento foi de 39,2%, atingindo um total de US$ 19 milhões de dólares de janeiro a outubro deste ano.

A receita aumentou 49,5% em outubro comparada a outubro de 2024, atingindo neste mês a cifra de US$ 2.9 milhões de dólares de faturamento. “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”, pontua Santos.

Exportações brasileiras

As exportações brasileiras de carne de frango registraram em outubro o segundo melhor resultado mensal da história do setor, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Ao todo, foram exportadas 501,3 mil toneladas de carne no mês, saldo que superou em 8,2% o volume embarcado no mesmo período do ano passado, com 463,5 mil toneladas.

Presidente Eeecutivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos: “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”

Com isso, as exportações de carne de frango no ano (volume acumulado entre janeiro e outubro) chegaram a 4,378 milhões de toneladas, saldo apenas 0,1% menor em relação ao total registrado no mesmo período do ano passado, com 4,380 milhões de toneladas.

A receita das exportações de outubro chegaram a US$ 865,4 milhões, volume 4,3% menor em relação ao décimo mês de 2024, com US$ 904,4 milhões. No ano (janeiro a outubro), o total chega a US$ 8,031 bilhões, resultado 1,8% menor em relação ao ano anterior, com US$ 8,177 bilhões.

Já as exportações brasileiras de ovos (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 2.366 toneladas em outubro, informa a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O número supera em 13,6% o total exportado no mesmo período do ano passado, com 2.083 toneladas.

Em receita, houve incremento de 43,4%, com US$ 6,051 milhões em outubro deste ano, contra US$ 4,219 milhões no mesmo período do ano passado. No ano, a alta acumulada chega a 151,2%, com 36.745 toneladas entre janeiro e outubro deste ano contra 14.626 toneladas no mesmo período do ano passado. Em receita, houve incremento de 180,2%, com US$ 86,883 milhões nos dez primeiros meses deste ano, contra US$ 31,012 milhões no mesmo período do ano passado.

Fonte: Assessoria ABPA
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