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Extratos funcionais como solução para problemas entéricos em leitões

Dieta suplementada com aditivos de extratos nutricionais podem ser considerados como fortes candidatos na substituição dos antibióticos

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Arquivo/OP Rural

 Artigo escrito por Franciele F. Lugli, médica veterinária e consultora Técnica Comercial da Vetscience Bio Solutions

A fase do desmame em suínos é um período crucial no manejo de leitões. A diarreia nesta fase é uma das mais frequentes causas de significativas perdas econômicas na produção. As diarreias que ocorrem após o desaleitamento podem ser causadas por uma grande variedade de agentes. Dentro do grupo das bactérias, a Escherichia coli e integrantes dos gêneros Clostridium; Lawsonia, que cursa com enteropatia proliferativa suína (EPS) e Brachyspira, que causa a disenteria suína (DS) estão entre as mais prevalentes.

Levando em consideração os desafios enfrentados pelos leitões, nessa fase se torna importante o estímulo da microflora intestinal natural, para que a mesma possa fornecer proteção aos animais contra a invasão de microrganismos através da manutenção de seu equilíbrio.

Os antibióticos foram até a década passada os protocolos mais utilizados como promotores de crescimento para reduzir infecções entéricas e a aderência de patógenos na mucosa intestinal. Porém, o uso em larga escala dos antimicrobianos nos sistemas produtivos de proteína animal levaram ao temor de riscos em saúde pública, devido a possibilidade do surgimento de cepas bacterianas resistentes e a transmissão cruzada em humanos, o que poderia aumentar os riscos de ocorrência de pandemias, semelhante à qual estamos enfrentando no momento, além da possível contaminação residual da cadeia alimentar com antibióticos.

Monitoramentos realizados por órgãos de saúde, como a Organização Mundial da Saúde (OMS) mostraram nos últimos anos que do total de casos de doenças transmitidas por alimentos, 90,5% foram provocados por bactérias, sendo os sorotipos como Salmonella spp. (7,5%), Escherichia coli (7,2%) e Staphylococcus (5,8%) aureus os mais prevalentes.

Uma tendência global e atualizada vem sendo a restrição cada vez mais acentuada e a retirada gradual do uso de antibióticos como aditivos melhoradores de desempenho das dietas para suínos. A crescente conscientização frente ao assunto em questão se tornou mais evidente aos olhos dos países ao redor do mundo, quando em 2006 a União Europeia proibiu o uso dos mesmos como promotores de crescimento.

Justificadamente, o mercado vem se remodelando e buscando alternativas ao uso dessas moléculas. Neste contexto, os aditivos a base de extratos nutricionais surgem com o objetivo de manter a saúde e o desempenho dos animais de forma sustentável e segura. Os extratos vegetais podem ser extraídos das plantas através do vapor por destilação, maceração, prensagem a frio e extração por solvente ou podem ser sintetizados.

Vários estudos realizados com a adição de extratos vegetais nas dietas de animais nas fases de creche, crescimento e terminação demonstraram significativas vantagens em índices como ganho de peso, consumo de ração e conversão alimentar, além de redução na incidência de diarreia, com destaque para as propriedades antimicrobianas, antiparasitárias e antioxidantes, que trazem inúmeros benefícios para os animais.

Atividade antimicrobiana

A atividade antibacteriana dos extratos depende de sua composição química e concentração de seus princípios ativos e componentes secundários que, em combinação se completam e exercem efeito potencializado no organismo do que em comparação a cada constituinte isolado, trazendo desta forma, melhor custo x benefício para o produtor.

Estudos realizados in vitro comprovaram o efeito pronunciado do extrato de orégano e tomilho como antimicrobianos naturais sobre diversos patógenos. Ambos os extratos apresentam composição variável de compostos ativos, sendo o carvacrol considerado o princípio ativo do orégano e o timol o principal composto constituinte do tomilho. O carvacrol e o timol atuam contra os microorganimos gram (+) e gram (-) através de alteração da permeabilidade e integridade da membrana celular das bactérias. O carvacrol possui ainda, atividade anti-coccídicas por meio do estímulo da renovação do revestimento intestinal que leva ao desenvolvimento de células mais saudáveis, evitando o ataque de protozoários como a Eimeria spp., que causa coccidiose.

Estudo realizado em leitões desmamados verificou a redução de inflamação sistêmica e intestinal causada por Escherichia coli naqueles que receberam extratos de plantas na dieta, mostrando que a suplementação com carvacrol e timol reduziu o número de linfócitos intra-epiteliais e promoveu aumento da altura das vilosidades intestinais, com aparente melhora da integridade e função da barreira intestinal, demonstrando redução de quadros de diarreia e aumento no ganho de peso nos animais em fase de creche, em grande parte, devido ao aumento da saúde intestinal por modulação da microbiota do intestino e do sistema imune.

Um outro estudo comparativo realizado com leitões na fase de creche recebendo dieta suplementada com aditivo contendo diferentes tipos de extratos de plantas, dentre eles, o extrato de orégano foi realizado para avaliar sua eficiência no controle da enteropatia proliferativa suína.

A avaliação foi feita em propriedade com histórico de surtos de ileíte. Foram tratados animais machos e fêmeas na mesma proporção, divididos em 3 grupos. O grupo 1 foi classificado como controle negativo, sem adição de aditivo ou antibiótico na ração. No grupo 2 foi adicionado aditivo a base de extratos nutricionais com inclusão na dose recomendada, enquanto o grupo 3 recebeu adição de antibiótico na ração.

Ao final dos tratamentos que tiveram duração de seis semanas (até 67 ± 3 dias) puderam observar redução da prevalência de Lawsonia intracellularis no grupo que recebeu ração suplementada com aditivo a base de extrato vegetal quando comparado ao grupo controle. Já entre os grupos 2 e 3 não foram encontradas diferenças significativas, mostrando que os extratos funcionais podem ser eficientes como alternativa aos antibióticos.

Já em estudo realizado na fase de terminação avaliaram a segurança e eficácia de um aditivo contendo como principais componentes, extrato rico em tanino, tomilho e orégano para o controle da disenteria suína causada por Brachyspira spp. Os resultados demonstraram sinergismo entre os princípios ativos que desempenharam ação antibacteriana frente ao agente em questão.

Conclusão

Neste contexto, dieta suplementada com aditivos de extratos nutricionais podem ser considerados como fortes candidatos na substituição dos antibióticos nos alimentos para melhorar o desempenho do crescimento e a saúde de suínos em diferentes fases de produção, contribuindo com a integridade intestinal e melhora nas respostas do sistema imune, controlando as principais bactérias patogênicas que levam às doenças entéricas e diarreicas, com complementar proteção e controle para E. coli, Brachyspira spp e Lawsonia intrecellularis. Suas ações somadas geram melhoria na conversão alimentar, ganho de peso e redução da mortalidade, atuando como um eficiente promotor de crescimento natural, além de estar em conformidade com o consumidor contemporâneo, que cada vez mais vem exigindo uma produção sustentável, mas que ao mesmo tempo satisfaça a rentabilidade do produtor.

Outras notícias você encontra na edição de Suínos e Peixes de julho/agosto de 2020 ou online.

Fonte: O Presente Rural

Suínos

Aurora Coop lança primeiro Relatório de Sustentabilidade e consolida compromisso com o futuro

Documento reúne práticas ambientais, sociais e de governança, reforçando o compromisso da Aurora Coop com transparência, inovação e desenvolvimento sustentável.

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Fotos: Aurora Coop

A Aurora Coop acaba de publicar o seu primeiro Relatório de Sustentabilidade, referente ao exercício de 2024, documento que inaugura uma nova etapa na trajetória da cooperativa. O lançamento reafirma o compromisso da instituição em integrar a sustentabilidade à estratégia corporativa e aos processos de gestão de um dos maiores conglomerados agroindustriais do país.

Segundo o presidente Neivor Canton, o relatório é fruto de um trabalho que alia governança, responsabilidade social e visão de futuro. “A sustentabilidade, para nós, não é apenas um conceito, mas uma prática incorporada em todas as nossas cadeias produtivas. Este relatório demonstra a maturidade da Aurora Coop e nossa disposição em ampliar a transparência com a sociedade”, destacou.

Em 2024, a Aurora Coop registrou receita operacional bruta de R$ 24,9 bilhões, crescimento de 14,2% em relação ao ano anterior. Presente em mais de 80 países distribuídos em 13 regiões comerciais, incluindo África, América do Norte, Ásia e Europa, a cooperativa consolidou a posição de destaque internacional ao responder por 21,6% das exportações brasileiras de carne suína e 8,4% das exportações de carne de frango.

Vice-presidente da Aurora Coop Marcos Antonio Zordan e o presidente Neivor Canton

De acordo com o vice-presidente de agronegócios, Marcos Antonio Zordan, os números atestam a força do cooperativismo e a capacidade de geração de riqueza regional. “O modelo cooperativista mostra sua eficiência ao unir produção, competitividade e compromisso social. Esses resultados são compartilhados entre os cooperados e as comunidades, e reforçam a relevância do setor no desenvolvimento do país”, afirmou.

A jornada de sustentabilidade da Aurora Coop foi desenhada em consonância com padrões internacionais e com base na escuta ativa dos públicos estratégicos. Entre os temas prioritários figuram: uso racional da água, gestão de efluentes, transição energética, práticas empregatícias, saúde e bem-estar animal, segurança do consumidor e desenvolvimento local. “O documento reflete uma organização que reconhece a responsabilidade de atuar em cadeias longas e complexas, como a avicultura, a suinocultura e a produção de lácteos”, sublinha Canton.

Impacto social e ambiental

Em 2024, a cooperativa gerou 2.510 novos empregos, alcançando o marco de 46,8 mil colaboradores, dos quais 31% em cargos de liderança são ocupados por mulheres. Foram distribuídos R$ 3,3 bilhões em salários e benefícios, além de R$ 580 milhões em investimentos sociais e de infraestrutura, com destaque para a ampliação de unidades industriais e melhorias estruturais que fortaleceram as economias locais.

A Fundação Aury Luiz Bodanese (FALB), braço social da Aurora Coop, realizou mais de 930 ações em oito estados, beneficiando diretamente mais de 54 mil pessoas. Em resposta à emergência climática no Rio Grande do Sul, a instituição doou 100 toneladas de alimentos, antecipou o 13º salário dos colaboradores da região, disponibilizou logística para doações, distribuiu EPIs a voluntários e destinou recursos à aquisição de medicamentos.

O relatório evidencia práticas voltadas ao uso eficiente de recursos naturais e à gestão de resíduos com foco na circularidade. Em 2024, a cooperativa intensificou a autogeração de energia a partir de fontes renováveis e devolveu ao meio ambiente mais de 90% da água utilizada, devidamente tratada.

Outras iniciativas incluem reflorestamento próprio, rotas logísticas otimizadas e embalagens sustentáveis: 79% dos materiais vieram de fontes renováveis, 60% do papelão utilizado eram reciclados e 86% dos resíduos foram reaproveitados, especialmente por meio de compostagem, biodigestão e reciclagem. Em parceria com o Instituto Recicleiros, a Aurora Coop atuou na Logística Reversa de Embalagens em nível nacional. “O cuidado ambiental é parte de nossa responsabilidade como produtores de alimentos e como cidadãos cooperativistas”, enfatiza Zordan.

O bem-estar animal e a segurança do consumidor estão no cerne da atuação da cooperativa. Práticas rigorosas asseguram o respeito aos animais e a inocuidade dos alimentos, garantindo a confiança dos mercados internos e externos.

Futuro sustentável

Para Neivor Canton, a publicação do primeiro relatório é um marco institucional que projeta a Aurora Coop para novos patamares de governança. “Este documento não é um ponto de chegada, mas de partida. Ao comunicar com transparência nossas ações e resultados, reforçamos nossa identidade cooperativista e reiteramos o compromisso de gerar prosperidade compartilhada e preservar os recursos para as futuras gerações.”

Já Marcos Antonio Zordan ressalta que a iniciativa insere a Aurora Coop no rol das empresas globais que aliam competitividade e responsabilidade. “A sustentabilidade é o caminho para garantir longevidade empresarial, fortalecer o vínculo com a sociedade e assegurar alimentos produzidos de forma ética e responsável.”

O Relatório de Sustentabilidade 2024 da Aurora Coop confirma o papel de liderança da cooperativa como referência nacional e internacional na integração entre desempenho econômico, responsabilidade social e cuidado ambiental. Trata-se de uma publicação que fortalece a identidade cooperativista e projeta a instituição como protagonista na construção de um futuro sustentável.

Com distribuição nacional nas principais regiões produtoras do agro brasileiro, O Presente Rural – Suinocultura também está disponível em formato digital. O conteúdo completo pode ser acessado gratuitamente em PDF, na aba Edições Impressas do site.

Fonte: O Presente Rural
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Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

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Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
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Suínos

Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças

Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

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Foto: Shutterstock

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.

Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.

No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.

Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.

Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.

Fonte: Assessoria Cepea
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