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Exportações recorde e mercado interno em recuperação impulsionam preço do suíno

No mercado externo, eventuais embargos não devem impactar o ritmo dos embarques das carnes em geral

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Ao analisar o atual cenário do mercado suinícola, percebe-se que sinais de recuperação tem se apresentado em relação ao preço dos suínos. De acordo com dados do Cepea, diversas regiões do país registraram alta dos preços nos últimos meses e as cotações atuais já chegam aos valores do mês de março. Já quanto aos embarques, o ritmo segue aquecido, o que tem enxugado a oferta no mercado doméstico, resultando também na intensificação da busca por suíno vivo e na alta nos preços.

Preço pago ao produtor se aproxima dos patamares “pré-pandemia

Após recorde de embarques no mês de maio, em junho os volumes exportados recuaram um pouco, mas ainda se mantiveram em patamar bastante superior às médias mensais históricas, fechando o mês com quase 87 mil toneladas de carne suína in natura (Tabela 1). No primeiro semestre de 2020 o crescimento das exportações totais foi de 38,9% em relação ao mesmo período do ano passado. Também a quantidade embarcada para a China em junho foi a segunda maior em um só mês, com pouco mais de 44 mil toneladas. No acumulado do ano já são mais de 225 mil toneladas exportadas para o gigante asiático, um crescimento acumulado no primeiro semestre em relação ao mesmo período de 2019 da ordem de 115,8%.

Tabela 1. Volumes exportados de carne suína brasileira in natura no primeiro semestre de 2020 e dados mensais de 2019 (em toneladas). Fonte MDIC.

As exportações de julho começaram muito bem, com mais de 41 mil toneladas de carne suína in natura até o dia 10 (5.186,3 toneladas por dia útil). Como o mês de julho terá 23 dias úteis, certamente o Brasil baterá novo recorde mensal de embarques com volumes superiores a 100 mil toneladas.

Os preços pagos ao produtor estão se reaproximando dos patamares praticados antes da pandemia (gráfico 1). A reação dos preços começou em maio, quando as exportações bateram recorde histórico e, com a recente flexibilização das medidas de isolamento e reabertura do food service, especialmente em grandes centros consumidores como São Paulo e Rio de Janeiro, o mercado doméstico também apresenta aumento de demanda. Prova disso é de que, depois de várias semanas de alta, a Bolsa de BH, em 09 de junho fechou a R$ 6,10/kg vivo.

 

Gráfico 1. Evolução preço do suíno vivo (R$/kg vivo), em cinco estados (MG, SP, PR, RS e SC), nos últimos 6 meses (até 10/07/2020). Fonte: CEPEA.

O “descolamento” do preço de Minas Gerais em relação aos outros estados, que iniciou na segunda quinzena de abril e atingiu seu ápice no mês de junho, já dá sinais claros de reversão, mostrando que o restante do Brasil também ganha velocidade na recuperação dos valores pagos aos produtores. O gráfico 2, que compara os preços pagos em Minas Gerais e São Paulo, segundo levantamento do CEPEA demonstra isso claramente. A diferença em favor do preço de Minas Gerais, que chegou a mais de 12% no início de junho, em 13 de julho caiu para 4,78%.

Gráfico 2. Preço pago pelo do suíno vivo (R$/kg) em Minas Gerais e São Paulo ao longo de 2020 e diferença percentual entre os dois estados. A linha preta mostra como o “descolamento” se manteve alto (ultrapassando 10%) em favor de MG durante os meses de maio e junho, porém, no início de julho, já dá sinais de reaproximação do preço de São Paulo, com nítida reversão de tendência. No dia 13/07/2020 a diferença em favor de Minas Gerais caiu para 4,78%. Fonte: CEPEA.

Segundo o CEPEA, não somente o animal vivo, mas também as carcaças e cortes suínos seguiram a mesma tendência de alta, sendo que para os cortes as valorizações foram ainda mais significativas, fazendo com que as médias de junho superassem as do mesmo mês de 2019. Ainda, segundo o CEPEA, além da demanda aquecida, a oferta esteve mais limitada, pois alguns frigoríficos têm funcionado com escalas menores, por conta de medidas sanitárias de prevenção ao coronavírus.

A propósito da Covid-19, se observa uma “interiorização” da pandemia nas últimas semanas, o que de fato afetou alguns frigoríficos. Importante destacar que os suínos ou qualquer outra espécie de exploração pecuária, não transmitem ou são afetados pela covid-19, mas o fechamento eventual e temporário das plantas se dá em função do ambiente de trabalho que pode aumentar o risco de contágio entre colaboradores. Portanto, quando são diagnosticados muitos casos entre os colaboradores e o frigorífico não tem medidas de setorização e escalas de trabalho que permitam isolar parte da equipe afetada, acaba tendo que suspender o abate por alguns dias ou semanas.

Apesar de ameaças tecnicamente infundadas da China para embargos em relação a plantas frigoríficas com casos de covid-19 em suas equipes, segundo o MBAgro, as eventuais suspensões não devem impactar o ritmo das exportações das carnes em geral, visto que o Brasil possui 102 plantas habilitadas para exportar carnes para a China.

Recordes sucessivos de exportação de soja colocam em risco a disponibilidade interna de farelo no segundo semestre
Segundo MDIC, no acumulado do ano, até junho, foram exportados mais de 60 milhões de toneladas de soja, volume recorde, tendo como principal destino a China. Segundo o MBAgro, o câmbio desvalorizado favorece a logística de exportação tornando-a mais barata. Nesse cenário a exportação brasileira pode alcançar os 82 milhões de toneladas em 2020 (ano passado foi pouco mais de 74 milhões) e enxugar o mercado interno de soja grão, reduzindo o esmagamento e a disponibilidade de farelo de soja.

Ainda, segundo o MBAgro, existe a possibilidade de o Brasil importar soja para atender a forte demanda, o que inverte a lógica de precificação de soja, uma vez que será a paridade de importação,e não mais a de exportação, que definirá o preço no mercado interno. Se isso acontecer será algo inédito no mercado brasileiro. O segundo semestre de 2020 será bastante apertado para a indústria nacional e compradores de derivados de soja.

No mercado interno os preços da soja (gráfico 3) e derivados continuam firmes, sustentados pelas demandas interna e externa. Segundo o CEPEA, indústrias nacionais mostram necessidade de aquisição do grão para o curto prazo, ao mesmo tempo em que novas negociações para exportação têm sido realizadas.

Gráfico 3. Evolução preço da soja no Paraná (R$/saca de 60 kg), nos últimos 6 meses (até 10/07/2020). Fonte: CEPEA.

Provável safra recorde de milho não garante preços baixos deste insumo

Com 25% da área de milho da 2ª safra já realizada, a expectativa da CONAB é de uma produção de 100,5 milhões de toneladas na safra 2019/20, sendo novo recorde histórico. Porém, segundo o CEPEA, os preços interno e externo do milho seguem em alta no início de julho no Brasil (gráfico 4), sendo que os valores têm sido sustentados pela retração de vendedores , que evitam negociar grandes lotes , pelas altas consecutivas nos portos e pela elevação no preço do frete.

Gráfico 4. Preço do milho, saca de 60kg (Campinas-SP), nos últimos 6 meses (até 10/07/20). Fonte CEPEA

Como a maior parte das exportações de milho ocorre no segundo semestre, a perspectiva é de que as vendas externas ganhem ritmo nas próximas semanas. Segundo o MBAgro, A estimativa é de embarques ao redor de 32 milhões de toneladas (ano passado foram mais de 40 milhões). Esse valor seria suficiente para equilibrar o mercado interno. Embora a demanda externa pelo milho não seja tão alta quanto a da soja, o Real muito desvalorizado poderia favorecer um embarque ainda maior deste grão, resultando em situação similar à soja em termos de escassez interna.
Segundo o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Marcelo Lopes, o suinocultor deve estar preparado para adquirir o milho em pequenas “janelas” de queda de preço durante a colheita desta segunda safra, que deve ir até agosto.

Ele ainda ressaltou que, com o arrefecimento da crise de preços no setor, é hora de retomar o foco no investimento estrutural das granjas para se adequarem às exigências cada vez maiores do mercado consumidor. “O produtor, antes de pensar em aumentar a escala de produção, deve agregar tecnologia com foco não somente na produtividade, mas também em questões de bem-estar animal, biosseguridade e uso responsável de antimicrobianos, dentre outros”.

O presidente da ABCS também reforçou a importância das medidas de prevenção à disseminação da Covid 19. “Os cuidados de todos com relação à covid-19 devem ser redobrados, pois observa-se uma intensa interiorização da pandemia no Brasil e, enquanto não tivermos uma vacina, mesmo com o recuo da doença em algumas cidades, as medidas de prevenção devem ser aplicadas da melhor maneira possível”.

Fonte: Assessoria ABCS

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Aurora Coop lança primeiro Relatório de Sustentabilidade e consolida compromisso com o futuro

Documento reúne práticas ambientais, sociais e de governança, reforçando o compromisso da Aurora Coop com transparência, inovação e desenvolvimento sustentável.

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Fotos: Aurora Coop

A Aurora Coop acaba de publicar o seu primeiro Relatório de Sustentabilidade, referente ao exercício de 2024, documento que inaugura uma nova etapa na trajetória da cooperativa. O lançamento reafirma o compromisso da instituição em integrar a sustentabilidade à estratégia corporativa e aos processos de gestão de um dos maiores conglomerados agroindustriais do país.

Segundo o presidente Neivor Canton, o relatório é fruto de um trabalho que alia governança, responsabilidade social e visão de futuro. “A sustentabilidade, para nós, não é apenas um conceito, mas uma prática incorporada em todas as nossas cadeias produtivas. Este relatório demonstra a maturidade da Aurora Coop e nossa disposição em ampliar a transparência com a sociedade”, destacou.

Em 2024, a Aurora Coop registrou receita operacional bruta de R$ 24,9 bilhões, crescimento de 14,2% em relação ao ano anterior. Presente em mais de 80 países distribuídos em 13 regiões comerciais, incluindo África, América do Norte, Ásia e Europa, a cooperativa consolidou a posição de destaque internacional ao responder por 21,6% das exportações brasileiras de carne suína e 8,4% das exportações de carne de frango.

Vice-presidente da Aurora Coop Marcos Antonio Zordan e o presidente Neivor Canton

De acordo com o vice-presidente de agronegócios, Marcos Antonio Zordan, os números atestam a força do cooperativismo e a capacidade de geração de riqueza regional. “O modelo cooperativista mostra sua eficiência ao unir produção, competitividade e compromisso social. Esses resultados são compartilhados entre os cooperados e as comunidades, e reforçam a relevância do setor no desenvolvimento do país”, afirmou.

A jornada de sustentabilidade da Aurora Coop foi desenhada em consonância com padrões internacionais e com base na escuta ativa dos públicos estratégicos. Entre os temas prioritários figuram: uso racional da água, gestão de efluentes, transição energética, práticas empregatícias, saúde e bem-estar animal, segurança do consumidor e desenvolvimento local. “O documento reflete uma organização que reconhece a responsabilidade de atuar em cadeias longas e complexas, como a avicultura, a suinocultura e a produção de lácteos”, sublinha Canton.

Impacto social e ambiental

Em 2024, a cooperativa gerou 2.510 novos empregos, alcançando o marco de 46,8 mil colaboradores, dos quais 31% em cargos de liderança são ocupados por mulheres. Foram distribuídos R$ 3,3 bilhões em salários e benefícios, além de R$ 580 milhões em investimentos sociais e de infraestrutura, com destaque para a ampliação de unidades industriais e melhorias estruturais que fortaleceram as economias locais.

A Fundação Aury Luiz Bodanese (FALB), braço social da Aurora Coop, realizou mais de 930 ações em oito estados, beneficiando diretamente mais de 54 mil pessoas. Em resposta à emergência climática no Rio Grande do Sul, a instituição doou 100 toneladas de alimentos, antecipou o 13º salário dos colaboradores da região, disponibilizou logística para doações, distribuiu EPIs a voluntários e destinou recursos à aquisição de medicamentos.

O relatório evidencia práticas voltadas ao uso eficiente de recursos naturais e à gestão de resíduos com foco na circularidade. Em 2024, a cooperativa intensificou a autogeração de energia a partir de fontes renováveis e devolveu ao meio ambiente mais de 90% da água utilizada, devidamente tratada.

Outras iniciativas incluem reflorestamento próprio, rotas logísticas otimizadas e embalagens sustentáveis: 79% dos materiais vieram de fontes renováveis, 60% do papelão utilizado eram reciclados e 86% dos resíduos foram reaproveitados, especialmente por meio de compostagem, biodigestão e reciclagem. Em parceria com o Instituto Recicleiros, a Aurora Coop atuou na Logística Reversa de Embalagens em nível nacional. “O cuidado ambiental é parte de nossa responsabilidade como produtores de alimentos e como cidadãos cooperativistas”, enfatiza Zordan.

O bem-estar animal e a segurança do consumidor estão no cerne da atuação da cooperativa. Práticas rigorosas asseguram o respeito aos animais e a inocuidade dos alimentos, garantindo a confiança dos mercados internos e externos.

Futuro sustentável

Para Neivor Canton, a publicação do primeiro relatório é um marco institucional que projeta a Aurora Coop para novos patamares de governança. “Este documento não é um ponto de chegada, mas de partida. Ao comunicar com transparência nossas ações e resultados, reforçamos nossa identidade cooperativista e reiteramos o compromisso de gerar prosperidade compartilhada e preservar os recursos para as futuras gerações.”

Já Marcos Antonio Zordan ressalta que a iniciativa insere a Aurora Coop no rol das empresas globais que aliam competitividade e responsabilidade. “A sustentabilidade é o caminho para garantir longevidade empresarial, fortalecer o vínculo com a sociedade e assegurar alimentos produzidos de forma ética e responsável.”

O Relatório de Sustentabilidade 2024 da Aurora Coop confirma o papel de liderança da cooperativa como referência nacional e internacional na integração entre desempenho econômico, responsabilidade social e cuidado ambiental. Trata-se de uma publicação que fortalece a identidade cooperativista e projeta a instituição como protagonista na construção de um futuro sustentável.

Com distribuição nacional nas principais regiões produtoras do agro brasileiro, O Presente Rural – Suinocultura também está disponível em formato digital. O conteúdo completo pode ser acessado gratuitamente em PDF, na aba Edições Impressas do site.

Fonte: O Presente Rural
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Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

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Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
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Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças

Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

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Foto: Shutterstock

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.

Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.

No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.

Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.

Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.

Fonte: Assessoria Cepea
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