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Exportações paranaenses registram queda em janeiro

Resultado ficou 11% abaixo do indicador divulgado em janeiro de 2020, quando ainda não havia pandemia no Brasil

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Gelson Bampi

O Paraná exportou US$ 842,8 milhões em janeiro. O valor é 11% menor do que o registrado no mesmo mês do ano passado. Mas refere-se a um período em que a pandemia do novo coronavírus ainda não havia chegado ao Brasil. A crise sanitária afetou amplamente os mercados mundiais, prejudicando a atividade de comércio exterior. Prova disso é o saldo da balança comercial do estado, que em janeiro registrou déficit de US$ 286 milhões. No ano passado, janeiro também foi de resultado negativo, mas a queda foi menor, de US$ 86 milhões. As importações cresceram no mês, chegando a US$ 1,13 bilhão, alta de 9,3% contra igual período de 2020.

Os produtos mais vendidos pelo estado foram carnes (US$ 181 milhões), soja (US$ 97,2 milhões), madeira (US$ 93 milhões) e material de transporte (US$ 83 milhões). O destaque foi a exportação de madeira, que cresceu 37%, e de material de transporte, com alta de 22%, ambos na comparação com janeiro de 2020. Na avaliação feita desde 2010, este foi o segundo melhor janeiro para o setor madeireiro, atrás apenas de 2018. “O que explica esse crescimento é a variação da taxa de câmbio, que depreciou 29% (cada dólar correspondia a R$ 4,15 em janeiro de 2020 e passou para R$ 5,36 em janeiro de 2021), tornando o produto paranaense mais barato e favorecendo a venda no exterior”, justifica o economista da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Evânio Felippe.

Outra questão analisada por ele é a crescente demanda pelo produto, principalmente nos Estados Unidos. “Quase 50% da madeira exportada pelo Paraná para fora do país foi consumida pelo mercado norte-americano, somando US$ 46 milhões”, informa. Da mesma forma, a desvalorização do dólar frente ao real e o aumento da demanda favoreceram o setor automotivo. “As vendas de material de transportes, sobretudo de veículos, para a Argentina, tiveram uma recuperação expressiva em janeiro. Crescimento de 121% no valor exportado. Também vale citar o crescimento de 20% para o Peru e, de 12%, para o Chile”, reforça Felippe.

De acordo com o economista, desde o último trimestre de 2020, o setor automotivo vem apresentando um comportamento de recuperação após ter sido fortemente afetado no início da pandemia, com paralisação de atividades e quedas nas vendas. Felippe explica que há resultados importantes que revelam aumento na produção nas montadoras e abertura de novas vagas no mercado de trabalho. Mas ainda é cedo para afirmar se esta trajetória de recuperação vai permanecer ao longo deste ano. “Vai depender do ritmo de imunização da população e de como vai se comportar a economia nesse cenário ainda de pandemia. Tudo terá impacto na indústria e no setor automotivo”, afirma.

Importações

Produtos químicos (US$ 322 milhões), derivados do petróleo (US$ 158 milhões), produtos mecânicos (US$ 136 milhões) e materiais elétricos e eletrônicos (US$ 125 milhões) foram os principais itens comprados pelo estado no exterior. Destaque para o crescimento no valor importado, de 36%, em produtos químicos, que são adubos e fertilizantes utilizados no agronegócio, e de 20% nos eletroeletrônicos. Ambos correspondem ao período de janeiro deste ano frente ao mesmo mês do ano passado.

Outro ponto é a alta de 28% no volume das importações do Paraná, que aponta para um comportamento do industrial de tentar antecipar a compra de insumos, prevendo que terá aumento de sua produção. “O objetivo é reduzir os custos em função da variação cambial. Se há expectativa de que o dólar vai estar mais caro, o empresário antecipa suas compras para se precaver da oscilação do câmbio, que tem variado bastante, e é um item fundamental na atividade de comércio exterior”, conclui..

Fonte: Sistema Fiep

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025

Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

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Foto: Cláudio Neves

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves

A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.

Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.

Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.

Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves

Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.

Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.

Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.

Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.

Fonte: O Presente Rural
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro

Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

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Foto: Percio Campos/Mapa

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.

No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.

Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.

Fonte: Assessoria Mapa
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável

Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

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Fotos: Koppert Brasil

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”

Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.

Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.

As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).

Maior mercado mundial de bioinsumos

O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.

A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.

Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.

Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.

Fonte: Assessoria Koppert Brasil
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