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Exportações do agro brasileiro batem recorde e alcançam US$ 14,27 bilhões, em outubro
Setor registrou crescimento de 6,2% em comparação ao mesmo período no ano passado.

As exportações do agronegócio brasileiro bateram recorde para os meses de outubro, atingindo o valor de US$ 14,27 bilhões. O montante significou um crescimento de 6,2% em comparação com os US$ 13,43 bilhões comercializados em outubro de 2023. Esse resultado vem acompanhado do aumento do índice de quantum das exportações (+3,7%) e, também, do índice de preço (+2,5%).

Foto: Gilson Abreu
“Se olharmos para a quantidade de produtos exportados, o Brasil só vem aumentando. Se observarmos os dados de janeiro a setembro de 2024, nossas exportações caíram 0,2%, mas, com os dados até outubro e com o crescimento de 6,2% que tivemos, já revertemos a tendência e, hoje, de janeiro a outubro, o agro está crescendo 0,3% em relação ao mesmo período do ano passado. O nosso agronegócio representa basicamente metade de tudo o que o Brasil exporta”, ressaltou o secretário da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua.
De acordo com a SCRI/Mapa, os principais setores exportadores foram o complexo soja, carnes, complexo sucroalcooleiro, produtos florestais, café e cereais, farinhas e preparações. Esses seis setores representaram 82,7% da pauta exportadora do agronegócio brasileiro em outubro ou o equivalente a US$ 11,80 bilhões.
Em relação aos aumentos dos embarques, houve incremento no volume exportado de inúmeros produtos, como açúcar de cana em bruto (+ 1,00 milhão de toneladas), farelo de soja (+ 452,56 mil toneladas), celulose (+ 423,43 mil toneladas), carnes (+ 190,67 mil toneladas).
Produtos destaques
As exportações de carnes foram de US$ 2,62 bilhões em outubro de 2024 (+38,6%). O crescimento das vendas externas de carnes foi de US$ 729,75 milhões em termos absolutos, sendo, dessa forma, um dos mencionados setores que compensou a queda nas exportações de grãos (soja e milho, principalmente). No setor, um dos destaques é a carne bovina, que registrou US$ 1,36 bilhão, deste valor US$ 1,26 bilhão de carne bovina in natura. O valor exportado é um recorde histórico, sendo o seu equivalente em volume, 270,33 mil toneladas de carne bovina in natura, também recorde.

Fotos: Claudio Neves
As vendas externas de açúcar brasileiro continuam subindo neste ano de 2024. Em outubro, foram embarcadas 3,73 milhões de toneladas de açúcar (+29,8%), que ao preço mais baixo, de US$ 473 por tonelada (-11,8%), geraram receitas de US$ 1,76 bilhão ao país.
Outro setor com recorde de exportação foi o setor cafeeiro, embarcando US$ 1,40 bilhão ao exterior em outubro de 2024 (+61,1%). O valor foi US$ 529,84 milhões superior em comparação com o mesmo mês do ano anterior. As vendas externas de café verde bateram recorde de valor e quantidade, US$ 1,31 bilhão (+62,7%) e 279,26 mil toneladas (+12,0%), respectivamente.
Além desses, vale ressaltar as vendas externas de alguns produtos que se destacaram por crescimento no valor absoluto exportado: sucos de laranja, algodão não cardado nem penteado, bovinos vivos, feijões secos, óleo essencial de laranja. Estes produtos foram responsáveis por uma expansão de US$ 362,01 milhões nas exportações de outubro de 2024 em comparação com outubro de 2023.
Acumulado do ano(comparativo janeiro-outubro/2024 – janeiro-outubro/2023)

Entre janeiro e outubro de 2024 as exportações do agronegócio somaram US$ 140,02 bilhões, o que representou um crescimento de 0,7% em relação aos US$ 139,62 bilhões exportados no mesmo período em 2023. Atingiu-se, dessa forma, um valor recorde exportado para os meses de outubro.
Esse recorde foi fortemente influenciado pela elevação do volume embarcado (índice de quantum), que subiu 6,6%. Por outro lado, o índice de preços registrou queda de 5,9%, o que reduziu a possibilidade de se atingir um valor ainda mais expressivo nas exportações.
O agronegócio representou quase metade da pauta exportadora total brasileira no período, com 49,2%.

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Brasil e Reino Unido avançam em diálogo sobre agro de baixo carbono na COP30
Fávaro apresenta o Caminho Verde Brasil e discute novas parcerias para financiar recuperação ambiental e ampliar práticas sustentáveis no campo.

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, se reuniu nesta quarta-feira (19) com a ministra da Natureza do Reino Unido, Mary Creagh, durante a COP30, em Belém. O encontro teve como foco a apresentação das práticas sustentáveis adotadas pelo setor agropecuário brasileiro, reconhecidas internacionalmente por aliarem produtividade e conservação ambiental.
Fávaro destacou as iniciativas do Caminho Verde Brasil, programa que visa impulsionar a recuperação ambiental e o aumento da produtividade por meio da restauração de áreas degradadas e da promoção de tecnologias sustentáveis no campo.
Segundo o ministro, a estratégia tem ampliado a competitividade do agro brasileiro, com acesso a mercados mais exigentes, ao mesmo tempo em que contribui para metas climáticas.
A agenda também incluiu discussões sobre mecanismos de financiamento voltados a ampliar projetos de sustentabilidade no setor. As autoridades avaliaram oportunidades de cooperação entre Brasil e Reino Unido para apoiar ações de recuperação ambiental, inovação e produção de baixo carbono na agricultura.
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Oferta robusta pressiona preços do trigo no mercado brasileiro
Levantamento do Cepea aponta desvalorização influenciada pela ampla oferta interna, expectativas de safra recorde no mundo e competitividade do produto importado.

Levantamento do Cepea mostra que os preços do trigo seguem enfraquecidos. A pressão sobre os valores vem sobretudo da oferta nacional, mas também das boas expectativas quanto à produtividade desta temporada.
Além disso, pesquisadores do Cepea indicam que o dólar em desvalorização aumenta a competitividade do trigo importado, o que leva o comprador a tentar negociar o trigo nacional a valores ainda menores.

Foto: Shutterstock
Em termos globais, a produção mundial de trigo deve crescer 3,5% e atingir volume recorde de 828,89 milhões de toneladas na safra 2025/26, segundo apontam dados divulgados pelo USDA neste mês.
Na Argentina, a Bolsa de Cereales reajustou sua projeção de produção para 24 milhões de toneladas, também um recorde.
Pesquisadores do Cepea ressaltam que esse cenário evidencia a ampla oferta externa e a possibilidade de o Brasil importar maiores volumes da Argentina, fatores que devem pesar sobre os preços mundiais e, consequentemente, nacionais.
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Instabilidade climática atrasa plantio da safra de verão 2025/26
Semeadura avança lentamente no Centro-Oeste e Sudeste devido à má distribuição das chuvas e períodos secos, segundo dados do Itaú BBA Agro.

O avanço do plantio da safra de verão 2025/26 tem sido afetado por condições climáticas instáveis em diversas regiões do país. De acordo com dados do Itaú BBA Agro, os estados do Centro-Oeste e Sudeste registraram os maiores atrasos, reflexo da combinação entre pancadas de chuva isoladas, má distribuição das precipitações e períodos prolongados de estiagem. O cenário manteve os níveis de umidade do solo abaixo do ideal, dificultando o ritmo da semeadura até o início de novembro.
Enquanto isso, outras regiões apresentaram desempenho distinto. As chuvas mais intensas ficaram concentradas entre Norte e Sul do Brasil, com destaque para o centro-oeste do Paraná, oeste de Santa Catarina e norte do Rio Grande do Sul, onde os volumes superaram 150 mm somente em outubro. Nessas áreas, o armazenamento hídrico mais elevado favoreceu o avanço do plantio, embora episódios de granizo e temporais tenham provocado prejuízos em algumas lavouras. A colheita do trigo também sofreu atrasos e, em determinados pontos, perdas de qualidade.

Foto: José Fernando Ogura
No Centro-Oeste, a distribuição das chuvas variou significativamente ao longo de outubro. Regiões como o noroeste e o centro de Mato Grosso, além do sul de Mato Grosso do Sul, receberam volumes acima de 120 mm, enquanto outras áreas não ultrapassaram os 90 mm. Somente no início de novembro o padrão começou a mostrar maior regularidade.
No Sudeste, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo registraram precipitações que ajudaram a recompor a umidade do solo. Minas Gerais, por outro lado, enfrentou acumulados abaixo da média — especialmente no Cerrado Mineiro, onde outubro terminou com menos de 40 mm de chuva. Com a retomada das precipitações em novembro, ocorreu uma nova florada do café, embora os efeitos da estiagem prolongada continuem gerando preocupação entre produtores.
O comportamento irregular das chuvas segue como fator determinante para o ritmo da safra e mantém o setor em alerta para os próximos meses.



