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Exportações de sementes batem recorde e chegam a US$ 204 milhões em 2025
Com avanço puxado por milho e forrageiras, vendas externas têm maior receita em cinco anos; já as importações de químicos sobem 19% e reforçam alta no volume adquirido pelo país.

As exportações de sementes agrícolas apresentaram recorde de receita na série histórica dos últimos 5 anos, considerando período de janeiro a outubro. Em 2025 foram US$ 204 milhões de dólares, com cerca de US$ 8 milhões acima de 2023 e 2024. Destaque para exportação de sementes de milho com 87 milhões e sementes para forrageira com 64 milhões, correspondendo a 74% do total exportado pelo país. Paraguai, Colômbia e Argentina são os principais compradores de sementes do Brasil. O balanço é do CropData, portal de dados da CropLife Brasil.

“O recorde nas exportações em valor indica que o Brasil está, de fato, exportando mais tecnologia incorporada às sementes, sobretudo para países da América do Sul, principal destino desse fluxo comercial. O país avançou significativamente em melhoramento genético e na oferta de materiais de alto desempenho, o que se reflete no aumento do valor exportado. Em termos de volume, as exportações passaram de 41.647 toneladas em 2024 para 39.098 toneladas em 2025 (janeiro a outubro)”, destaca o gerente executivo da CropLife Brasil, Renato Gomides, quanto aos players sul-americanos.

Foto: Freepik
“Apesar da redução em toneladas, houve elevação no preço unitário médio em US$ 0,49/kg (média 2025: US$ 5,21/kg), evidenciando maior valor agregado dos materiais exportados”, completa a análise a gerente de Assuntos Econômicos da CLB, Maria Xavier.
As importações de produtos químicos no acumulado de janeiro a outubro de 2025 tiveram alta de 19% em receita, totalizando US$ 11,9 bilhões de dólares, aumento de US$ 1,9 bilhões em comparação ao mesmo período de 2024. A CropLife Brasil monitora o desembarque de defensivos químicos formulados e, também, em composição técnica e matéria-prima importada, estes dois últimos utilizados pela indústria de defensivos químicos para formulação local.

“O aumento da receita de importações está diretamente relacionado ao maior volume importado no período. De janeiro a outubro, o volume importado aumentou em 27%, de 1.162.482 toneladas em 2024 para 1.476.343 toneladas em 2025, um crescimento expressivo. Apesar da expansão de volume, houve queda nos preços unitários, o que explica por que o valor total importado cresceu mesmo em um cenário de depreciação de preços. Esse movimento, mais volume e menor preço médio, decorre principalmente da maior participação de produtos genéricos nas compras externas, com destaque para os produtos já formulados”, explica Renato.
Do crescimento observado, US$ 800 milhões são de importação de produto formulado, com destaque para herbicidas e inseticidas. Já a importação de produto técnico alcançou US$ 2,1 bilhões nos 10 primeiros meses deste ano.
Registros de Produtos
No último mês, não houve atualização no registro de novos produtos Químicos ou Bioinsumos. A CropLife Brasil monitora o registro de insumos agrícolas conforme atualização disponibilizada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

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Retração de vendedores sustenta preços do milho no Brasil
Com produtores concentrados na semeadura da safra de verão e demanda pontual, as cotações internas seguem firmes, enquanto o avanço das exportações em novembro contrasta com a queda dos preços no mercado internacional.

A retração de vendedores, que seguem focados nas atividades envolvendo a semeadura da safra verão, mantém firmes os preços do milho na maior parte das regiões acompanhadas pelo Cepea.
A demanda está pontual, com negócios ocorrendo conforme a necessidade de recomposição dos estoques. Já no mercado internacional, os preços estão em queda, influenciados por estimativas apontando maior produção mundial entre as temporadas 2024/25 e 2025/26.
No entanto, as baixas foram contidas pela forte demanda internacional pelo grão dos Estados Unidos. No front externo, os embarques brasileiros estão mais intensos em novembro – segundo a Secex, a média diária de embarques está 7,6% acima da de novembro/24. Com isso, em 10 dias úteis de novembro, foram embarcadas 2,67 milhões de toneladas de milho.
Caso o atual ritmo seja mantido até o encerramento deste mês, as exportações brasileiras de milho podem somar 5 milhões de toneladas.
No campo, a semeadura da safra de verão vem apresentando bom desenvolvimento nas principais regiões produtoras do País. Segundo a Conab, até 15 de novembro, 52,6% da área da safra de verão havia sido semeada no Brasil, avanço semanal de 4,9 p.p., mas leve atraso de 0,4 p.p. frente à média dos últimos cinco anos.
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Chuvas irregulares e demanda externa elevam preços da soja no Brasil
Resistência dos produtores em negociar novos lotes, somada à menor oferta global projetada pelo USDA e ao avanço da demanda para 2025/26, elevou as cotações da oleaginosa no mercado interno, apesar da queda na liquidez.

As irregularidades das chuvas no Brasil, os casos de necessidade de replantio e a expectativa de demanda externa mais aquecida no próximo ano deixaram produtores brasileiros mais resistentes em negociar novos lotes da soja em grão ao longo da semana passada.
Com isso, levantamento do Cepea mostra que a liquidez no mercado spot nacional diminuiu, mas os preços subiram.
Segundo pesquisadores do Cepea, os valores da soja em grão também foram influenciados por projeções do USDA indicando menor oferta mundial, o que, somado ao avanço da demanda na safra 2025/26, deve reduzir a relação estoque/consumo final para o menor volume em três temporadas.
Quanto ao farelo de soja, levantamento do Cepea mostra que a demanda permaneceu aquecida, dando suporte aos preços domésticos.
Já as negociações de óleo de soja estiveram enfraquecidas, com parte das indústrias de biodiesel do País sinalizando que estavam abastecidas para o médio prazo.
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Tarifaço dos EUA continua a afetar 22% das exportações brasileiras
Apesar da retirada de 238 produtos da lista de sobretaxas, produtos agrícolas e industriais ainda enfrentam barreiras, mantendo parte das vendas brasileiras aos EUA sob tarifas adicionais.

O presidente em exercício e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou nesta sexta-feira (21) que 22% das exportações brasileiras para os Estados Unidos permanecem sujeitas às sobretaxas impostas pelo governo norte-americano. A declaração foi dada no Palácio do Planalto, um dia após a Casa Branca retirar 238 produtos da lista do chamado tarifaço.

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Segundo Alckmin, a nova decisão representa o maior avanço até agora nas negociações bilaterais. Ele destacou que, no início da imposição das tarifas, 36% das vendas brasileiras ao mercado norte-americano estavam submetidas a alíquotas adicionais. “Gradualmente, tivemos decisões que ampliaram as isenções. Com a retirada dos 238 produtos, reduzimos para 22% a fatia da exportação sujeita ao tarifaço”, ponderou.
A medida anunciada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, revoga a tarifa extra de 40% para uma lista de itens majoritariamente agrícolas, como café, carne bovina, banana, tomate, açaí, castanha de caju e chá. A isenção tem efeito retroativo a 13 de novembro e permitirá o reembolso de produtos já exportados.
Impacto nas exportações
Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) indicam que, tomando como base os US$ 40,4 bilhões exportados pelo Brasil aos EUA em 2024:
- US$ 8,9 bilhões seguem sujeitos à tarifa adicional de 40% (ou 10% mais 40%, dependendo do produto);
- US$ 6,2 bilhões continuam enfrentando a tarifa extra de 10%;
- US$ 14,3 bilhões estão livres de sobretaxas;
- US$ 10,9 bilhões permanecem sob as tarifas horizontais da Seção 232, aplicadas a setores como siderurgia e alumínio.

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De acordo com a secretária de Comércio Exterior do MDIC, Tatiana Prazeres, a parcela das exportações brasileiras totalmente livre de tarifas adicionais aumentou 42% desde o início da crise.
Ela ponderou, no entanto, que o setor industrial continua sendo o mais afetado e exige maior atenção por parte do governo. “Para a indústria, a busca de mercados alternativos é mais complexa do que para commodities”, afirmou.
Aeronaves da Embraer, por exemplo, seguem sujeitas à tarifa de 10%.
Negociações seguem
Alckmin afirmou que a decisão dos EUA foi influenciada pelo diálogo recente entre Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante encontro na Malásia, em outubro. O governo brasileiro enviou aos EUA, em 4 de novembro, uma proposta de acordo comercial, cujo teor não foi detalhado.
O presidente em exercício reiterou que o país busca avançar nas tratativas para retirar novos produtos da lista de itens tarifados. Ele mencionou que temas tarifários e não tarifários seguem na pauta de discussão, incluindo áreas como terras raras, big techs, energia renovável e o Regime Especial de Tributação para Serviços de Data Center (Redata).
Alckmin também confirmou que Lula apresentou a Trump, além do pedido de redução tarifária, questionamentos sobre a aplicação da Lei

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Magnitsky, que resultou em sanções contra autoridades brasileiras.
Segundo o presidente em exercício, ainda não há reunião prevista entre os presidentes, embora Lula tenha convidado o mandatário norte-americano para visitar o Brasil.
Setores mais sensíveis
Apesar do alívio para diversos itens agrícolas, o governo avalia que os produtos industriais permanecem como o principal foco de preocupação. Parte desses segmentos, especialmente bens de maior valor agregado ou fabricados sob encomenda, têm mais dificuldade para redirecionar exportações para outros mercados.
Alckmin afirmou que seguirá empenhado em buscar novas exceções. “Continuamos otimistas. O trabalho não terminou, mas avança com menos barreiras”, declarou.



