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Exportações de pescados ganha impulso com novo convênio firmado entre ApexBrasil e Abipesca

Parceria estratégica prevê investimentos de cerca de R$ 12 milhões e participação em atividades, eventos e feiras internacionais para buscar mercados alternativos e ampliar presença global do setor.

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Foto: Jonathan Campos

A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e a Associação Brasileira das Indústrias de Pescados (Abipesca) renovaram na quarta-feira (26) o convênio para o projeto setorial Brazilian Seafood, que apoia a internacionalização das empresas brasileiras do setor de pescados. A renovação, realizada em Brasília, marcou também o momento da comemoração do décimo aniversário da associação que representa a indústria brasileira de pescados e trabalha para fortalecer a cadeia produtiva e ampliar a competitividade do setor no mercado global.

Foto: Divulgação/OPR

Firmado em 2023, o convênio inicial entra agora em sua segunda fase, com vigência até 2027. A assinatura desta renovação prevê um investimento total de R$ 12 milhões, sendo R$ 6 milhões aportados pela ApexBrasil e R$ 6 milhões como contrapartida da Abipesca. Na fase anterior, foram investidos R$ 8,88 milhões, entre 2023 e 2025, que contribuíram para o melhor desempenho do setor nos últimos 15 anos. Na cerimônia de assinatura, o presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, lembrou que o Brasil produz, em média, 223 milhões de toneladas de pescados e defendeu o fortalecimento das políticas públicas para o setor. O valor deste convênio ainda é pouco diante do setor da economia, responsável por alimentar boa parte da população do mundo. Temos potencial para muito mais˜, disse o presidente da ApexBrasil, Jorge Viana.

Com o projeto setorial Brazilian Seafood, o Brasil registrou avanços significativos. Em 2010, as exportações somavam US$ 30 milhões, enquanto em 2024 atingiram US$ 150 milhões. Apesar do crescimento, a participação brasileira no mercado global ainda é modesta: representa aproximadamente 0,12% de um montante estimado em US$ 120 bilhões. Os números revelam o espaço para expansão. Segundo o presidente da Abipesca, Eduardo Lobo, este é um momento histórico para o setor. “Com o apoio da ApexBrasil, conseguimos resultados expressivos e o setor teve o melhor desempenho dos últimos 15 anos. Agora temos condições de avançar ainda mais. Nosso foco é consolidar a presença do pescado brasileiro em mercados estratégicos, como Estados Unidos e China˜, ressaltou.

Entre as ações previstas para este próximo ciclo, estão a participação em feiras internacionais, como a China Fisheries & Seafood Expo, além de iniciativas para ampliar o acesso a mercados estratégicos mapeados pela Agência.

Fonte: Assessoria de imprensa ApexBrasil

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Como o manejo alimentar pode definir o gosto do peixe

Boas práticas, nutrição e qualidade da água transformam açudes da região central do Rio Grande do Sul e elevam a produção de tilápia com sabor e qualidade superiores.

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Foto: Shutterstock

A paisagem rural da região central do Rio Grande do Sul sempre teve os açudes como elemento constante. Por décadas, porém, eles serviram sobretudo como reserva hídrica e espaço para pescarias esporádicas. Esse cenário começou a mudar com o avanço do Programa de Geração de Renda e Qualidade do Pescado (ProgeAqua), iniciativa ligada ao Programa de Pós-Graduação em Zootecnia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). O projeto, selecionado pelo PROEXT-PG, atua na capacitação de produtores rurais interessados em transformar seus açudes em unidades produtivas, ampliando a renda familiar e o acesso a uma fonte de proteína saudável.

Professor da UFSM e coordenador do ProgeAqua, Rafael Lazzari: “Se a ração tiver nutrientes desequilibrados ou excesso de gordura, isso vai ser depositado no peixe. É como na nutrição humana: se o organismo gasta menos do que consome, acumula gordura” – Foto: Arquivo pessoal

Coordenador do ProgeAqua, o professor Rafael Lazzari explica que a piscicultura na região ainda opera sob práticas ultrapassadas. “Até agora, o modelo que tem se praticado aqui é antigo, das décadas de 1980 e 1990, baseado na criação de carpas. Hoje, porém, o grande foco do mercado é a tilápia, voltada à produção de filé”, afirma.

Segundo ele, a preferência pela tilápia tem motivos claros: trata-se de um peixe amplamente aceito pelo consumidor, sobretudo por não apresentar espinhos, característica que facilita o consumo por crianças e idosos.

Lazzari destaca que o sabor do peixe e a qualidade do filé são diretamente influenciados pelo manejo. “A qualidade do filé e o sabor do peixe são consequência direta das boas práticas de criação”, explica. Dois fatores são determinantes: nutrição e qualidade da água, aspectos que, segundo o pesquisador, estão intimamente relacionados.

No campo nutricional, os peixes podem se alimentar tanto de ração específica quanto dos microrganismos presentes na água, como algas e fitoplâncton. A tilápia, em especial, aproveita bem ambas as fontes. Essa flexibilidade, contudo, exige atenção. “Se a ração tiver nutrientes desequilibrados ou excesso de gordura, isso vai ser depositado no peixe. É como na nutrição humana: se o organismo gasta menos do que consome, acumula gordura. E essa gordura vai interferir na textura e, principalmente, no sabor e na aceitabilidade do filé”, alerta o professor.

O excesso de gordura, segundo ele, também prejudica a conservação do alimento, favorecendo processos de rancificação quando armazenado de forma inadequada.

Nos cursos promovidos pelo ProgeAqua, produtores aprendem manejo alimentar, incluindo número de refeições, quantidade ideal de ração, horários e cálculos básicos. O objetivo, explica Lazzari, não é ensinar a formular ração, tarefa executada pelo grupo de pesquisa, mas orientar o manejo correto para garantir crescimento adequado e qualidade do filé.

A qualidade da água é outro pilar central. O ambiente do açude, assim como os resíduos orgânicos acumulados, determina se o local é

Foto: Shutterstock

adequado para criação. “Quando o ambiente é muito barrento e com acúmulo de lodo, torna-se inadequado, pois há acúmulo de gases e risco de contaminação”, explica o professor.

Nessas condições, podem surgir bactérias que produzem substâncias absorvidas pela pele do peixe, comprometendo o sabor. Os cursos incluem orientações que vão desde a construção do açude até o monitoramento da água.

A cor é um dos indicadores mais acessíveis: águas muito verdes sugerem excesso de algas; muito barrentas exigem ajustes no manejo. Para análises mais precisas, produtores podem recorrer tanto a equipamentos eletrônicos quanto a kits simples semelhantes aos usados em piscinas, que avaliam parâmetros como oxigênio, transparência, pH, alcalinidade e amônia. “Se os produtores seguirem as recomendações técnicas, eles ganham em produtividade, renda e qualidade dos peixes produzidos”, sintetiza Lazzari.

A equipe do ProgeAqua utiliza fotos e estudos de caso para demonstrar como erros de manejo afetam o pescado. “A gente mostra, por exemplo, uma água muito verde, com excesso de algas, e explica que isso muda o sabor do filé, ou, quando o produtor coloca muita ração, o oxigênio cai e os peixes morrem. Mostramos as fotos e explicamos o porquê”, relata o coordenador.

Foto: Shutterstock

Além de qualificar produtores, o projeto busca fortalecer a piscicultura regional e ampliar o acesso da comunidade a pescado de qualidade. A expectativa é envolver o poder público para que prefeituras incorporem peixe local em programas como o Programa Nacional de Aquisição de Alimentos (PAA). Algumas cidades da região já iniciaram iniciativas de monitoramento da água e inclusão de pescado regional na merenda escolar. Para Lazzari, o avanço da piscicultura familiar depende do apoio institucional: “É fundamental que haja políticas de incentivo, como leis municipais de apoio e ações de acompanhamento técnico”.

O pesquisador lembra ainda que a tilápia tem ganhado espaço para além da alimentação. Sua pele vem sendo utilizada em pesquisas para tratamento de queimaduras, com perspectiva de aplicação no Sistema Único de Saúde (SUS). A inovação reforça o potencial da espécie e amplia o impacto econômico e social da piscicultura regional.

Fonte: O Presente Rural com UFSM
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MPA encerra COP30 destacando força da pesca e da aquicultura como soluções climáticas

Ministro André de Paula defende protagonismo do Brasil e reforça que sistemas alimentares aquáticos têm emissões muito menores, papel estratégico na segurança alimentar global e potencial decisivo na agenda climática.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O Ministério da Pesca e Aquicultura se despediu da COP30 na última sexta-feira (21) em clima de missão cumprida. Isso porque os setores pesqueiro e aquícola foram colocados como prioritários na pauta das negociações entre os países. E foi nesse espírito que o ministro André de Paula falou sobre o tema Sistemas Alimentares Aquáticos como Soluções Climáticas.

Com o fim da COP30, André de Paula enfatizou o quanto as mudanças climáticas têm afetado o a rotina de quem vive da pesca. “Estamos vivendo um momento decisivo: as mudanças climáticas já impactam profundamente oceanos, rios, estuários e comunidades pesqueiras. Milhões de pessoas enfrentam inundações, perda de renda, insegurança alimentar e deslocamentos forçados”, ressaltou.

O ministro completou mostrando o impacto que a os sistemas alimentares aquáticos podem ter na mitigação da crise. “Entre 23% e 43% das emissões globais estão associadas aos sistemas alimentares. E os alimentos oriundos das águas apresentam pegada de carbono muito menor que as proteínas terrestres. Espécies cultivadas como sardinhas, carpas e tambaquis podem ter emissões até cem vezes menores do que proteínas de origem terrestre. E produzem mais alimento por área, reduzindo a pressão sobre florestas e outros biomas”, acrescentou.

Solução climática global

Segundo o ministro, cerca de 10% da população mundial vive da pesca extrativa, gerando renda para mais de 800 milhões de pessoas. Além disso, de acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), os sistemas aquáticos são a principal fonte de proteína para mais de 3,3 bilhões de pessoas no mundo, um mercado que movimento mais de US$ 500 bilhões por ano.

Assim, André de Paula acredita que o mercado da pesca e aquicultura precisa ser fortalecido por meio de iniciativas globais. “Esses números mostram o potencial transformador dos sistemas alimentares aquáticos — para o clima, para a economia e para a segurança alimentar mundial”.

Ele também enalteceu o protagonismo do Brasil nessas iniciativas. “O Brasil tem atuado com determinação para fortalecer essa agenda global. No G20, sob presidência brasileira, os sistemas alimentares aquáticos foram reconhecidos pela primeira vez como essenciais para a nutrição global e a resiliência climática, com apoio ao plano de ação para Transformação Azul da FAO. No BRICS, sob nossa liderança, a pesca e a aquicultura foram colocadas no centro da agenda agrícola”, declarou.

Ações do Governo Brasileiro

O ministro André de Paula encerrou a participação do MPA na COP30 destacando as ações recentes do governo para a manutenção dos sistemas alimentares aquáticos. Entre eles está o Plano Nacional de Desenvolvimento Sustentável da Aquicultura, a Estratégia Nacional Oceano sem Plástico (ENOP) e o Roteiro Belém-Campo Grande para a Pesca e Aquicultura Sustentáveis. “Sob a liderança do presidente Lula, o Ministério da Pesca e Aquicultura foi recriado para fortalecer políticas públicas que integrem sustentabilidade, inclusão social e inovação tecnológica”.

 Por fim, ele falou sobre a importância da COP30 na Amazônia para as comunidades que vivem das águas. “A Amazônia nos convoca à coragem. O mundo nos convoca à responsabilidade. E as comunidades pesqueiras nos ensinam o caminho da sustentabilidade. Que esta COP30 marque o início de um novo ciclo, em que os sistemas alimentares aquáticos estejam no centro das estratégias de mitigação, adaptação e justiça climática”, concluiu.

Fonte: Assessoria MPA
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Ministério da Pesca lança planejamento que orientará gestão até 2028

Documento define metas, objetivos e projetos estratégicos para fortalecer a governança institucional e dar mais efetividade às políticas públicas do setor nos próximos anos

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Foto: Pixabay

Na última terça-feira (25), o Ministério da Pesca e Aquicultura lançou seu Planejamento Estratégico para os próximos 3 anos, vigente até 2028. Este documento define os principais objetivos do Ministério e orienta nossas ações e estratégias para o futuro da gestão ministerial.

O Planejamento, que foi construído com a participação de todas as áreas do MPA, fortalece a governança institucional e assegura maior efetividade das políticas públicas voltadas ao nosso setor. O processo de construção do documento foi conduzido pela chefe da Assessoria Especial de Assuntos Parlamentares e Federativos do Ministério, Adriana Papaleo, com o apoio de consultoria especializada.

Assim, esse Planejamento vigente até 2028, define a visão de futuro da instituição e os caminhos para alcançá-la. Ele traduz as diretrizes governamentais em metas claras, mensuráveis e alinhadas à realidade institucional, orientando a atuação dos gestores, o uso dos recursos públicos e a prestação de serviços à sociedade.

Alguns elementos que constam no documento são:

  • Missão e visão do Ministério;
  • Valores Institucionais;
  • Diagnóstico por meio da análise do ambiente interno e externo (SWOT);
  • Objetivos estratégicos;
  • Indicadores e metas;
  • Projetos estratégicos;
  • Sistemática de monitoramento e avaliação.

Durante o evento, o ministro André de Paula falou sobre a importância deste documento. “Esse planejamento de longo prazo gera valor para toda a sociedade brasileira, reforça trabalho coletivo, pois foi concebido por nossa equipe, e dota o MPA desse marco legal, além de nos orientar para os desafios dos próximos anos. Por isso, hoje celebro o envolvimento de todo o corpo do Ministério na produção do nosso Planejamento Estratégico”.

Clique aqui, acesse nosso Planejamento Estratégico e saiba tudo sobre esse documento que guiará os próximos anos de gestão do Ministério da Pesca e Aquicultura.

Fonte: Assessoria MPA
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