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Suínos

Exportações de carne suína batem recorde para fevereiro e crescem 8,1%

Nos 20 dias úteis de fevereiro, o setor suinícola brasileiro escoou 113,1 mil toneladas de carne, volume 8,1% maior que o de fevereiro de 2025 e 16,8% acima do de fevereiro de 2024.

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As exportações brasileiras de carne suína (considerando-se produtos in natura e processados) registraram leve retração em janeiro, mas voltaram a se recuperar em fevereiro.

Inclusive, o volume escoado ao mercado externo e a receita auferida atingiram recordes para um mês de fevereiro, de acordo com a série histórica da Secretaria de Comercio Exterior (Secex), iniciada em 1997. A intensificação dos embarques esteve atrelada aos maiores envios às Filipinas, México e Hong Kong.

Segundo dados da Secex compilados pelo Cepea, nos 20 dias úteis de fevereiro, o setor suinícola brasileiro escoou 113,1 mil toneladas de carne, volume 8,1% maior que o de Fevereiro de 2025 e 16,8% acima do de fevereiro de 2024. A receita arrecadada pelo setor somou US$ 271,1 milhões em fevereiro, aumentos de 14,8% em relação ao mês anterior e de 32,6% na comparação anual. Em moeda nacional, as exportações somaram R$ 1,5 bilhão, receita 10% maior que a adquirida em janeiro e 54,2% superior à de fevereiro de 2024, ainda de acordo com a Secex.

Quanto aos principais destinos da carne brasileira, as Filipinas lideraram o ranking em fevereiro, sendo enviadas 23 mil toneladas, 17,9% acima da quantidade de janeiro. Os envios à Hong Kong aumentaram em 40,9% e ao México mais que dobraram, somando respectivos 13,4 mil toneladas e 2,9 mil toneladas. Juntos, os dois países foram destino de 34,8% do total escoado pelo Brasil no último mês.

Fonte: Assessoria Cepea

Suínos

Da monta natural à inseminação: o primeiro salto de eficiência da suinocultura brasileira

Evolução da inseminação artificial transformou o uso de reprodutores, elevou o ganho genético e profissionalizou a produção de suínos no país ao longo das últimas décadas.

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A história da inseminação artificial em suínos no Brasil é, acima de tudo, a história da evolução da ciência aplicada ao campo. Desde os primeiros experimentos conduzidos em pequenas centrais regionais, a técnica se consolidou como uma ferramenta estratégica de melhoramento genético, elevando a eficiência reprodutiva e a sustentabilidade da produção. “O impacto foi gigantesco. A inseminação artificial revolucionou a forma como produzimos suínos no país”, ressalta o médico-veterinário Fernando Pandolfo Bortolozzo, doutor em Reprodução Animal e professor titular do Departamento de Medicina Animal da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Desde 1992, Bortolozzo trabalhou ao lado de Ivo Wentz, hoje aposentado, pioneiro da técnica no Brasil e referência internacional em fisiopatologia da reprodução suína.

Nas décadas de 1980 e 1990, a maioria das granjas brasileiras ainda dependia da monta natural. “Era comum manter de 4% a 5% de machos por plantel, um macho para cada 20 ou 25 matrizes. Isso representava um custo enorme e uma limitação ao avanço genético”, recorda Bortolozzo.

Com a introdução da inseminação artificial, o cenário mudou rapidamente. Em poucos anos, um único reprodutor passou a atender cerca de 100 fêmeas, reduzindo drasticamente o número de machos. Hoje, esse índice pode chegar a 250 matrizes por macho. “É um ganho exponencial de eficiência. A inseminação artificial é a principal ferramenta de aceleração genética da suinocultura”, afirma o pesquisador.

Evolução das centrais de sêmen

Médico-veterinário, doutor em Reprodução Animal e professor titular do Departamento de Medicina Animal da UFRGS, Fernando Pandolfo Bortolozzo: “Se conseguirmos manter o sêmen viável por mais de uma semana com qualidade, o impacto será enorme, não apenas logístico, mas também genético” – Foto: Jaqueline Galvão/OP Rural

O avanço técnico da inseminação artificial no Brasil pode ser dividido em três grandes etapas. A primeira foi marcada pelas centrais internas de granja, pequenas estruturas que abrigavam seus próprios machos e laboratórios rudimentares. “O risco era alto, especialmente no controle de qualidade das doses”, menciona Bortolozzo.

Na segunda fase, cooperativas e agroindústrias assumiram o protagonismo, construindo centrais regionais para atender sistemas integrados. Esse modelo trouxe padronização e maior segurança sanitária.

A terceira e atual etapa consolidou a presença das empresas de genética, que profissionalizaram completamente o setor. “Hoje vivemos a era da comercialização de genética líquida. As empresas mantêm seus próprios reprodutores de elite e fornecem doses de sêmen de alta qualidade diretamente às granjas”, explica Bortolozzo.

Avanço da inseminação intrauterina

Um novo salto veio com o desenvolvimento da inseminação intrauterina (IIU), que começou a ser estudada no Brasil por volta dos anos 2000, com forte participação da equipe da UFRGS. A técnica ganhou escala comercial entre 2010 e 2015, quando os cateteres específicos se tornaram acessíveis. “A IIU permitiu reduzir pela metade o número de espermatozoides por dose e ampliar significativamente o uso de cada macho”, destaca o professor, enfatizando que hoje em torno de 60% a 70% das inseminações no país já são intrauterinas, sem diferença de desempenho reprodutivo em relação à inseminação tradicional.

Apesar dos avanços, cerca de 20% das fêmeas ainda exigem o método convencional, seja por dificuldade anatômica ou por serem leitoas em início de reprodução. “Mantemos duas linhas de inseminação porque a prática precisa atender a todas as realidades da granja”, observa.

Pesquisa aplicada e foco em eficiência

A consolidação da inseminação artificial no Brasil se deve, em grande parte, à integração entre pesquisa e produção. A UFRGS, em parceria com outras instituições e empresas, foi protagonista nesse processo. “A ciência brasileira tem papel decisivo. Cada ganho, seja em conservação do sêmen, controle de qualidade, ou desenvolvimento de cateteres, vem de muito estudo e validação em campo”, reforça Bortolozzo.

Hoje, os principais pontos de aprimoramento da inseminação artificial se concentram em três áreas: granja, transporte e centrais de sêmen. Nas granjas, o desafio é aprimorar o armazenamento das doses e o treinamento das equipes. No transporte, o controle da temperatura e logística é essencial para preservar a viabilidade espermática. E nas centrais, o foco está na qualidade e rastreabilidade. “As centrais modernas são verdadeiros laboratórios de alta precisão. Se antes bastava uma ‘carteira de motorista tipo B’, hoje o operador precisa de um ‘brevê de piloto’ para lidar com o nível de tecnologia envolvido”, compara o pesquisador.

Desafios dos machos jovens

O melhoramento genético trouxe outro desafio: a rápida renovação dos reprodutores. “Os machos jovens são geneticamente superiores, mas precisamos que produzam doses de qualidade o quanto antes, para não perder o ritmo do avanço genético”, explica.

O controle de qualidade, segundo ele, é o ‘ponto de honra’ das centrais. Isso inclui desde a motilidade espermática e contagem celular, até a prevenção de contaminação bacteriana. “Buscamos a perfeição. Cada falha em uma central grande tem impacto em centenas de granjas. Por isso, a checagem constante é inegociável”, frisa.

Mesmo com um número reduzido de machos, seu efeito sobre a cadeia produtiva é enorme. “Um único macho pode atender cerca de 300 matrizes, e a progênie desses animais é mais eficiente, consome menos alimento e gera menos dejetos. Isso significa sustentabilidade aplicada”, pontua Bortolozzo.

As novas centrais de genética já incorporam conceitos de bem-estar animal, eficiência energética e redução ambiental. Os machos são alojados em baias coletivas e monitorados constantemente. “O avanço genético não é só técnico. Ele tem reflexo direto em sustentabilidade e eficiência ao longo de toda a cadeia”, completa.

Um futuro guiado pela ciência

Para Bortolozzo, os próximos avanços virão do aperfeiçoamento da conservação do sêmen e da inseminação em tempo fixo (IATF), que ainda enfrenta gargalos práticos. “Se conseguirmos manter o sêmen viável por mais de uma semana com qualidade, o impacto será enorme, não apenas logístico, mas também genético”, projeta.

Aos 50 anos da inseminação artificial suína no Brasil, o balanço é claro: trata-se de uma biotecnologia consolidada, irreversível e estratégica. “A inseminação artificial não é apenas uma técnica de reprodução, é uma ferramenta de transformação produtiva, econômica e científica. E o mérito disso está, sem dúvida, na pesquisa e na ciência brasileira”, enaltece Bortolozzo.

IMV eleva inseminação artificial a novo patamar na reprodução de suínos

Desde os primeiros experimentos, a inseminação artificial transformou a suinocultura, tornando-a mais eficiente, segura e tecnicamente avançada. Para a IMV do Brasil, que participou ativamente desse pioneirismo, o impacto é visível na consolidação de plantéis mais produtivos e saudáveis. “A técnica revolucionou a suinocultura moderna ao permitir o controle genético, a padronização produtiva e o avanço sanitário dos plantéis”, destaca o diretor técnico-comercial da empresa, Pedro Nacib Jorge Neto.

Diretor técnico-comercial da IMV do Brasil, Pedro Nacib Jorge Neto: “A inseminação artificial transformou a suinocultura moderna ao permitir o controle genético, a padronização produtiva e o avanço sanitário dos plantéis” – Foto: Divulgação/IMV

A evolução da inseminação artificial é marcada por inovações constantes. A IMV esteve à frente desde os primeiros equipamentos desenvolvidos por Robert Cassou, como as vaginas artificiais e cateteres, até os sistemas automatizados de coleta, envase e conservação de sêmen. “As palhetas Cassou, os diluentes de alta performance e, mais recentemente, as plataformas digitais de controle e rastreabilidade consolidaram a IMV como referência mundial em biotecnologia reprodutiva suína”, ressalta.

Hoje, a técnica atende às exigências de produtividade, bem-estar animal e biossegurança das granjas modernas. “Ela reduz o número de machos em produção, otimiza o uso genético e garante cruzamentos precisos, com menor estresse e manipulação”, explica Jorge Neto. Protocolos padronizados de higiene e controle de qualidade, muitos desenvolvidos pela IMV, reforçam a biossegurança e a rastreabilidade dos processos.

versão digital está disponível gratuitamente no site oficial de O Presente Rural. A edição impressa já circula com distribuição dirigida a leitores e parceiros em 13 estados brasileiros.

Fonte: O Presente Rural
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Suínos

ABCS fecha 2025 com avanços estratégicos para a suinocultura brasileira

Entidade fortalece ações técnicas, defesa setorial e acompanhamento de pautas que impactam diretamente o produtor.

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Foto: Roberto Dziura/AEN

O ano de 2025 foi marcado por desafios, mudanças e forte movimentação política em Brasília. Mesmo diante de um cenário legislativo travado pela antecipação eleitoral, a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) manteve atuação ativa e qualificada, defendendo a competitividade da suinocultura brasileira e garantindo presença constante nos espaços de decisão.

Com articulação institucional, técnica e estratégica, a entidade atuou junto ao Poder Legislativo, ao Executivo e às associações do Instituto Pensar Agro (IPA). Essa presença contínua permitiu avançar em pautas essenciais para o setor. Para Marcelo Lopes, presidente da ABCS, a união segue sendo a principal força da cadeia.
“É papel da ABCS transformar essa união em voz ativa e representativa em todos os espaços de decisão.”

Cenário político de 2025

Foto: Shutterstock

O ano começou com expectativa de alta produtividade no Congresso, impulsionada pela nova gestão da Câmara dos Deputados. Contudo, o ritmo legislativo desacelerou com a antecipação das articulações eleitorais de 2026.

Segundo Marcelo Lopes, o ambiente ficou mais polarizado, mas o agro conseguiu assegurar entregas importantes. “A FPA, com apoio técnico das entidades do IPA — entre elas a ABCS — manteve protagonismo ao atuar como oposição estratégica em temas essenciais para o campo.”

Presença permanente no Congresso Nacional

O acompanhamento direto dos debates em Brasília foi uma das marcas de 2025. A gerente do departamento político da ABCS, Ana Paula Cenci, destaca que o monitoramento dos Projetos de Lei é diário. “Só em 2025, mais de 35 PLs foram monitorados. Protocolamos diversas notas técnicas aos parlamentares da FPA, principalmente sobre projetos de bem-estar animal. É um trabalho estratégico, qualificado e construtivo.”

Entre os projetos com maior impacto para a suinocultura estiveram:

  • PL 784/2024 – Rotulagem de produtos de origem animal.
  • PL 2742/2024 – Padrões mínimos para manejo animal.
  • PL 2047/2025 – Controle de espécies invasoras (javali).

Cenci reforça que o acompanhamento técnico é contínuo para evitar que qualquer pauta relevante à suinocultura fique de fora do radar legislativo.

Conquistas do agro no Congresso

Mesmo com dificuldades de tramitação, o setor garantiu avanços importantes em 2025, como:

  • Licenciamento ambiental: mais segurança jurídica e previsibilidade ao produtor rural.
  • Imposto de Renda: isenção para rendimentos de até R$ 5 mil, ampliando o alívio financeiro aos pequenos produtores.
  • Tributação rural baseada no lucro: medida que reduz distorções em anos de safra negativa ou altos custos de produção.
  • Faixa de fronteira: avanços para ampliar segurança jurídica e atender demandas históricas do setor.

Para Marcelo Lopes, essas entregas reforçam o valor da mobilização ruralista. “A FPA leva as necessidades do campo ao Congresso, representando e defendendo os interesses do agro. Esse trabalho é essencial para o crescimento da suinocultura.”

Encerramento de 2025 e perspectivas para 2026

Para Ana Paula Cenci, a ABCS fecha 2025 com resultados sólidos, apesar do ambiente político conturbado. “A atuação estratégica, técnica e integrada garantiu conquistas importantes para o produtor, preservando competitividade, segurança jurídica e o fortalecimento institucional da suinocultura brasileira.”

A entidade já monitora a agenda de 2026 e reforça seu compromisso permanente com a defesa da cadeia produtiva.

Fonte: Assessoria ABCS
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Suínos

Abate de suínos acelera no 3º trimestre com apoio das exportações

Setor registrou 15,81 milhões de cabeças abatidas entre julho e setembro, crescimento impulsionado por demanda externa aquecida e maior consumo interno.

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Foto: O Presente Rural

Entre julho e setembro, foram abatidas 15,81 milhões de cabeças, volume 5,3% maior que o registrado no mesmo período de 2024 e 4,8% acima do total do segundo trimestre deste ano.

O peso total das carcaças também avançou. No trimestre, o acumulado chegou a 1,49 milhão de toneladas, alta de 6,1% frente ao 3º trimestre do ano passado e crescimento de 4,8% em relação ao trimestre anterior.

Segundo Angela Lordão, as exportações seguem desempenhando papel central no bom momento da atividade. “As vendas externas de carne suína alcançaram níveis inéditos tanto em volume quanto em faturamento, com as Filipinas liderando as compras. No mercado interno, cortes mais acessíveis e práticos também vêm impulsionando o consumo”, afirma.

Fonte: O Presente Rural com informações Agência IBGE
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