Avicultura
Exportações de carne de frango podem bater recorde em 2025
Mesmo após caso de gripe aviária no Rio Grande do Sul, ritmo de embarques cresce e recuperação das vendas à União Europeia impulsiona setor.

Pesquisas do Cepea apontam que, caso o atual intenso desempenho das exportações brasileiras de carne de frango se mantenha nas próximas semanas, 2025 pode se encerrar com um novo recorde no volume escoado.
Esse resultado seria verificado mesmo diante do caso de gripe aviária em maio deste ano em uma granja comercial do Rio Grande do Sul.
A quantidade de carne de frango exportada em setembro foi a maior em 11 meses, e, nesta parcial de outubro, o ritmo diário de embarques está 9,6% superior ao de setembro/25 e expressivos 16% acima do de outubro/24, conforme dados da Secex.

Foto: Claudio Neves
Pesquisadores do Cepea explicam que esse cenário é favorecido pela recente retomada das compras da proteína brasileira por parte da União Europeia, fator que contribui para consolidar a recuperação do ritmo exportador nacional a patamares pré-gripe.
Ressaltam, ainda, que as vendas à China seguem suspensas, e que um retorno dos embarques ao país asiático poderia impulsionar ainda mais as exportações totais.
Segundo pesquisadores, as perspectivas de vendas externas recordes em 2025, no entanto, dependem da ausência de novos casos de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (H5N1 ou IAAP) em granjas comerciais, assim como de outros tipos de influenza.

Avicultura
Avicultura gaúcha celebra 60 anos em edição especial do Jantar do Galo
Evento serviu como palco para celebrar a trajetória da Asgav, reconhecida pela contribuição ao desenvolvimento do setor no Rio Grande do Sul.

A comemoração dos 60 anos da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) reuniu representantes de toda a cadeia avícola na noite da última sexta-feira (28), em Garibaldi (RS). O tradicional Jantar do Galo, realizado no Plaza Hotel & Boulevard Convention, serviu como palco para celebrar a trajetória da entidade, reconhecida pela contribuição ao desenvolvimento da avicultura no Rio Grande do Sul.
Produtores, empresários, lideranças setoriais e autoridades participaram da solenidade, que destacou o papel histórico da Asgav na organização, qualificação e promoção da atividade ao longo de seis décadas. A noite também foi marcada por homenagens a personalidades que contribuíram para o fortalecimento do setor.
Entre os reconhecidos esteve o secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Ernani Polo, que enfatizou a relevância da avicultura para a economia gaúcha. Segundo ele, o setor mantém protagonismo nacional mesmo diante de desafios como questões sanitárias e embargos internacionais. Polo destacou ainda o significado pessoal da distinção, afirmando que o reconhecimento vindo de quem vive diariamente a atividade tem valor especial.

O presidente executivo da Asgav, José Eduardo dos Santos, reforçou que a celebração de seis décadas simboliza o esforço coletivo que levou a avicultura gaúcha a se tornar referência. Ele ressaltou que o Jantar do Galo é um momento para reunir a família avícola e celebrar conquistas construídas ao longo dos anos com inovação, produtividade e sustentabilidade.
“Celebrar os 60 anos da Asgav é reconhecer a trajetória de união, inovação e fortalecimento da avicultura gaúcha”, afirmou Nestor Freiberger, presidente do Conselho da entidade.
“Ao longo dessas décadas, construímos uma cadeia sólida, respeitada nacional e internacionalmente, graças ao trabalho integrado de produtores, empresas e parceiros. Este Jantar do Galo simboliza não apenas nossa história, mas o compromisso contínuo de seguir avançando, enfrentando desafios e consolidando o Rio Grande do Sul como referência na produção de proteína animal”, disse o presidente do Conselho da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra.
Além das homenagens, o evento promoveu integração entre os participantes e estimulou debates sobre os rumos do setor, evidenciando a importância da avicultura na geração de emprego, renda e desenvolvimento para o Rio Grande do Sul. A edição especial do Jantar do Galo reafirmou o papel da Asgav como protagonista na história e no futuro da avicultura gaúcha.
Conheça os demais homenageados:
Homenagem aos ex-presidentes:
- Aristides Inácio Vogt
- Luiz Fernando de Pinedo Roman Ross
- Nelson Franken
Homenagem ao presidente do Conselho Diretivo Asgav/Sipargs:
- Nestor Freiberger
Categoria Personalidades – Destaques da Avicultura Regional:
- Ernani Polo – Secretário de Desenvolvimento Econômico do RS
Categoria Personalidades – Destaques da Avicultura no Mercado Externo:
- Anderson Herbert – Diretor Comercial da Naturovos / Solar
Município Destaque da Avicultura – Categoria Frango de corte:
- Marau/RS
Município Destaque da Avicultura – Categoria Produção de ovos:
- Farroupilha/RS
Avicultura
Alta de até 10% nos ovos reforça tendência de valorização no país
Ajustes de oferta, demanda aquecida e custos firmes impulsionam altas diárias nas principais praças monitoradas pelo Cepea.

Os preços médios dos ovos apresentaram aumento significativo em várias regiões brasileiras na última quinta-feira (28), segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). A cotação do ovo branco e vermelho segue tendência de valorização, refletindo ajustes de mercado e maior demanda.
Na região da Grande São Paulo, o ovo branco atingiu R$ 135,86 a dúzia, com alta diária de 4,12%, enquanto o ovo vermelho foi cotado a R$ 149,94, subindo 3,65%. Em Bastos (SP), referência FOB, o ovo branco teve média de R$ 128,73 (+4,25%) e o vermelho, R$ 144,17 (+4,78%).

Foto: Gilson Abreu/AEN
No Espírito Santo, em Santa Maria de Jetibá, os ovos brancos foram negociados a R$ 134,63 (+2,98%), enquanto os vermelhos tiveram leve valorização de 1,35%, atingindo R$ 142,14. Já na Grande BH, em Minas Gerais, o ovo branco ficou em R$ 138,40 (+3,09%) e o vermelho, R$ 151,81 (+3,45%).
O Recife (PE) registrou destaque na variação diária do ovo vermelho, com aumento de 10,10%, alcançando R$ 149,44, enquanto o ovo branco teve alta de 2,88%, cotado a R$ 125,69.
O Cepea ressalta que os preços seguem sujeitos a ajustes diários, influenciados pela oferta, demanda e custos de produção, refletindo as dinâmicas do mercado avícola brasileiro.
Avicultura
Avicultura brasileira deve iniciar 2026 com cenário favorável
Normalização dos embarques anima o setor, que projeta crescimento na produção e margens confortáveis para o novo ano.

O setor brasileiro de carne de frango inicia 2026 com ambiente favorável e perspectiva de consolidar mais um ano de bons resultados. A recuperação gradual das exportações, após o episódio de gripe aviária que atingiu o Rio Grande do Sul em 2025, reforça esse cenário. Embora o país tenha enfrentado quatro meses de restrições, de maio a agosto, os embargos foram sendo retirados à medida que ficou comprovado que o surto estava limitado a uma única granja comercial. Nos últimos meses, China e União Europeia, que ainda mantinham restrições, também suspenderam as barreiras, abrindo caminho para a normalização completa dos embarques no curto prazo.

No front dos custos, 2026 começa com sinalização positiva para a ração. Porém, a demora no estabelecimento das chuvas no Cerrado acendeu um alerta sobre o plantio do milho safrinha. Parte das lavouras deve ficar fora da janela ideal, o que pode comprometer o potencial produtivo e, dependendo do comportamento climático, gerar pressão sobre os preços do cereal. Ainda assim, o cenário base trabalhado pelo setor segue indicando custos administráveis, sustentando margens confortáveis para a avicultura.
A oferta, por sua vez, continua condicionada à limitação global de material genético, um gargalo que não deve ser resolvido imediatamente. Esse fator tem desacelerado o ritmo de expansão, mas não chega a impedir o crescimento. A projeção é de que a produção nacional avance 3% em 2025 e mais 2% em 2026. As exportações devem permanecer estáveis neste ano, com retomada esperada a partir do próximo.
Mesmo com a melhora consistente das condições de mercado, especialistas reforçam que o setor não pode abrir mão do rigor nas medidas de biossegurança. A prevenção a novos episódios de gripe aviária permanece como elemento-chave para garantir competitividade, proteger o acesso aos mercados internacionais e manter o equilíbrio entre oferta, demanda e preços.



