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Avicultura

Exportações da avicultura deverão atingir US$ 8,5 bi

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Levantamentos feitos pela União Brasileira de Avicultura (Ubabef) mostram que as exportações da avicultura brasileira (incluindo frangos, ovos, perus, patos e marrecos, pintos e ovos férteis) totalizaram 3,735 milhões de toneladas entre janeiro e novembro deste ano, resultado 1,1% menor em relação ao mesmo período do ano passado.   Em receita, houve crescimento de 3,9% segundo a mesma comparação, com US$ 7,880 bilhões.
Conforme previsões da entidade, a expectativa é que as exportações do setor avícola nacional atinja o total de 4,082 milhões de toneladas exportadas, resultado 1,35% menor em relação ao volume obtido em 2012.  Já a soma total da receita de exportações da avicultura deverá chegar a 8,580 bilhões, dado 2,6% maior em relação ao saldo do ano passado.
Conforme explica o presidente da Ubabef, Francisco Turra, houve forte retração na receita dos embarques de ovos e carne de peru, minimizados no saldo geral pelo bom desempenho das exportações de carne de frango e material genético. “Especialmente em ovos, fomos fortemente influenciados por problemas burocráticos, que suspenderam as exportações para Angola, principal importador do segmento brasileiro, além do aquecimento do mercado interno.  O crescimento em volume das exportações de material genético e o bom desempenho das exportações de carne de frango garantiram o saldo geral positivo para a avicultura”, destaca Turra.
 
Mercado interno
As previsões da Ubabef indicam que a produção brasileira de carne de frango deve atingir 12,3 milhões de toneladas, um percentual aproximadamente 2,66% menor em relação ao total produzido em 2012.
 
Já em ovos, a expectativa é que a produção chegue a 34 bilhões de unidades, resultado 7% maior em relação aos 31,775 bilhões de unidades produzidas em 2012.
 
EXPORTAÇÕES
 
Carne de Frango
As exportações brasileiras de carne de frango totalizaram 3,567 milhões de toneladas entre janeiro e novembro de 2013, com leve queda de 0,3% em relação ao mesmo período do ano passado. Já a receita cresceu 5,2%, com US$ 7,349 bilhões.
Considerando apenas o mês de novembro, os embarques de carne de frango atingiram 347,7 mil toneladas neste ano, resultado 11,4% maior em relação ao décimo primeiro mês de 2012.  Houve também crescimento na receita mensal, de 3,8% na comparação com o ano anterior, com US$ 678,6 milhões em novembro de 2013. 
Na análise por produto, os cortes mantiveram-se como principal produto exportado pelo setor avícola brasileiro nos onze primeiros meses de 2013, com 1,907 milhão de toneladas (-2,8% em relação ao mesmo período do ano passado). Em segundo lugar vieram os embarques de frango inteiro, com 1,350 milhão de toneladas (+5,2%).  Na terceira posição estão as carnes salgadas, com 164,6 mil toneladas (-0,3%) e, por último, os industrializados, com 145 mil toneladas (-13,3%).
Com relação aos destinos das exportações, o Oriente Médio manteve-se como maior importador de carne de frango Made In Brazil, com 1,331 milhão de toneladas entre janeiro e novembro deste ano (+5,1% na comparação com o mesmo período de 2012). A Ásia, em segundo lugar, importou 1,032 milhão de toneladas (-0,6%).  Em terceiro lugar, a África foi destino de 483 mil toneladas no mesmo período (-12,9%). Quarto maior destino da carne de frango brasileira, a União Europeia importou 383,6 mil toneladas (-8,1%).  Para os países das Américas foram embarcadas 249,9 mil toneladas (+27,2%).  Já a Europa Extra União Europeia foi destino de 91,593 mil toneladas (-15,5%). Por fim, as exportações para a Oceania nos onze primeiros meses de 2013 atingiram 1,6 mil toneladas (-9,9%).
 
A expectativa da UBABEF é que os embarques de carne de frango em 2013 atinjam 3,9 milhões de toneladas, resultado equivalente ao total exportado em 2012. Em receita, é esperado um crescimento de 4% em 2013, superando US$ 8 bilhões.
 
 
Ovos
Os embarques de ovos in natura e processados totalizaram 11,358 mil toneladas entre janeiro e novembro de 2013, resultado 54,2% menor em comparação ao mesmo período do ano passado.  Com este resultado, os embarques do segmento atingiram receita de US$ 19,772 milhões.
Considerando apenas o mês de novembro, as exportações de ovos totalizaram 1,5 mil toneladas em 2013, dado 49,4% menor em relação a novembro do ano passado.  Em receita, foram US$ 2,2 milhões, valor 55,1% menor de acordo com a mesma comparação.
 Conforme as projeções do setor, espera-se que as exportações de ovos atinjam 12,3 mil toneladas neste ano, volume 54% menor em relação aos doze meses de 2012.  Em receita, espera-se um total de US$ 21,5 milhões (-49,5%).
 
Perus
As exportações de carne de peru atingiram 147,2 mil toneladas entre janeiro e novembro deste ano, resultado 8,2% menor em relação ao mesmo período do ano passado.   Em receita, os embarques totalizaram US$ 418,8 milhões, número 6,5% menor em relação ao mesmo período comparativo.
Na avaliação mensal, foram embarcadas 11 mil toneladas durante o mês de novembro, dado 28,6% menor em relação ao décimo primeiro mês de 2012.  Estes embarques resultaram em uma receita de US$ 30,2 milhões, desempenho 27,4% menor em relação a novembro do ano passado.
 
Conforme as projeções da UBABEF, espera-se que as exportações de carne de peru atinjam 160 mil toneladas nos doze meses de 2013, número 10% menor em relação ao mesmo período de 2012.  Já em receita, os embarques do segmento poderão atingir US$ 457 milhões, dado 8,7% menor em relação à mesma comparação com 2012.
 
Patos, Gansos e outras Aves
Neste segmento, as exportações realizadas nos onze primeiros meses de 2012 atingiram 1,344 mil toneladas, resultado 52,2% menor em relação ao mesmo período do ano passado.  Estes embarques geraram receita de US$ 5 milhões, dado 53,9% menor com relação aos onze primeiros meses em 2012.
 
Na análise mensal, foram 175 toneladas embarcadas em novembro, dado 12,7% menor em relação ao mesmo mês de 2012.  Em receita, foram obtidos US$ 833 mil, saldo 29% maior na comparação com novembro do ano passado.
 
Pelas projeções da UBABEF, os embarques de patos, gansos e outras aves deverão totalizar 1,466 mil toneladas em 2013, desempenho 52,1% menor com relação ao total do ano passado.  Em receita, espera-se um saldo de US$ 5,5 milhões, número 50% menor segundo o mesmo período comparativo.
 
Material Genético
As exportações brasileiras de material genético avícola totalizaram 1 mil toneladas entre janeiro e novembro de 2013, volume 3,8% maior em relação ao mesmo período do ano passado. Em receita, o crescimento foi de 20%, com US$ 47,3 milhões.
 
Considerando-se apenas novembro, foram embarcadas 82 toneladas de material genético, volume 6,1% menor em relação ao mesmo período de 2012.  Em receita, houve crescimento de 14,7%, com US$ 3,8 milhões.
 
A expectativa é que os embarques do segmento cheguem a 1,1 mil toneladas em 2013, resultado 3% maior em relação a 2012.  Em receita, esta elevação poderá ser de 17,7%, com US$ 51,6 milhões.
 
Ovos Férteis
Os embarques de ovos férteis atingiram 6,75 mil toneladas entre janeiro e novembro deste ano, volume 28,2% menor em relação ao mesmo período do ano passado. Em receita, houve queda de 29,6%, com US$ 40,1 milhões.
 
Em novembro, as exportações do segmento atingiram 741 toneladas, dado 25% maior em relação ao mesmo período de 2012.  Em receita, houve elevação de 30,5%, com US$ 4,65 milhões.
 
As projeções para o segmento apontam queda de 27% em volume (com 7,366 mil toneladas nos doze meses de 2013) e de 28% em receita (com US$ 43,8 milhões).
 
Projeções para 2014
Para 2014, a UBABEF estima um crescimento entre 3% e 4% no volume total da produção nacional de carne de frango em relação ao resultado deste ano.  Sobre as exportações, espera-se para o próximo ano um crescimento entre 2% e 2,5% sobre os volumes embarcados de 2013.
 
“O crescimento da produção deverá se descolar das exportações, diante da possibilidade de um aquecimento do mercado interno com os grandes eventos internacionais. A expectativa é que políticas de governo voltadas para o abastecimento interno durante a Copa favoreçam o consumo de produtos avícolas dentro do Brasil, recuperando níveis de produção equivalentes ao de 2012. Devemos ter um crescimento constante, seguro, mas sem otimismo excessivo”, destaca Turra.
Já em ovos, espera-se que a produção chegue a 37 bilhões de unidades em 2014, volume 9% maior em relação ao esperado para este ano.

Fonte: Ubabef

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Avicultura

Congresso APA debate avanços e desafios na avicultura de postura

Em uma maratona de 30 horas de conteúdo técnico, mais de 850 congressistas de vários estados brasileiros e países tiveram acesso a uma variedade de temas através de 25 palestras distribuídas nos painéis sobre Genética, Influenza aviária e Inspeção.

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Fotos: Jaqueline Galvão/OP Rural

Considerado um dos maiores eventos avícolas do Brasil, o Congresso APA de Produção e Comercialização de Ovos foi mais uma vez sucesso absoluto de público. Realizado pela Associação Paulista de Avicultura (APA), a 21ª edição reuniu produtores, fornecedores, academia, profissionais da área e grandes nomes do setor no mês de março, em Ribeirão Preto (SP).

Coordenador do congresso e diretor técnico da APA, José Roberto Bottura: “O sucesso do nosso evento é resultado de cada um que trabalha, acredita e confia em nós para sua realização”

Em uma maratona de 30 horas de conteúdo técnico, mais de 850 congressistas de vários estados brasileiros e países tiveram acesso a uma variedade de temas através de 25 palestras distribuídas nos painéis sobre Genética, Influenza aviária e Inspeção. Além disso, 75 trabalhos científicos foram expostos em pôsteres, enriquecendo ainda mais o ambiente acadêmico e profissional do evento.

O coordenador do congresso e diretor técnico da APA, José Roberto Bottura, destaca a evolução do evento. “A cada ano o congresso tem crescido em tamanho, o que muito nos orgulha. Superamos todas as nossas expectativas”, enfatizou. “O sucesso do nosso evento é resultado de cada um que trabalha, acredita e confia em nós para sua realização”, frisou.

Debates

Na edição 2024 temas essenciais do cotidiano do setor foram abordados, incluindo sanidade, inovação, evolução genética, exigências nutricionais, qualidade da água na granja, práticas de manejo, uso de minerais e aditivos alternativos, qualidade de casca, análise de dados, vacinação contra coccidiose, nutrição de precisão, vacina autógena, Influenza aviária, entre outros. “O fato de estarmos em um evento que não tem um espaço de feira de negócios em paralelo contribui muito para a interação dos participantes, que aproveitam os momentos de intervalo para tirar dúvidas, compartilhar opiniões, adquirir novas ideias, até por estarmos ainda no início do ano muitos dos assuntos discutidos no congresso podem ser bem utilizados ao longo de 2024”, salientou o zootecnista Diogo Ito, membro da Comissão Organizadora.

Responsável pelo controle de qualidade na Granja Odan, localizada em Pindamonhangaba (SP), Raquel Marques: “Esse congresso oferece uma riqueza de informações que muitas vezes são difíceis de encontrar no nosso cotidiano”

Riqueza de informações

Responsável pelo controle de qualidade na Granja Odan, localizada em Pindamonhangaba (SP), Raquel Marques compartilha suas impressões sobre o congresso e destaca os aspectos que mais a impressionaram: “Esta foi a primeira vez que participei deste congresso e foi uma experiência enriquecedora. Ele oferece uma riqueza de informações que muitas vezes são difíceis de encontrar no nosso cotidiano, especialmente dada a especificidade da nossa área. Foi uma experiência repleta de aprendizados, oportunidades de networking e compartilhamento de conhecimento”, frisou.

Trabalhos premiados

Durante o evento, os melhores trabalhos científicos em cada categoria foram premiados. O estudante Felipe Dilelis, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, recebeu o prêmio na categoria Outras Áreas pelo trabalho intitulado “Biofilmes proteicos para manutenção da qualidade interna de ovos caipiras armazenados em temperatura ambiente”. Na categoria Sanidade, o prêmio foi para Viviane Amorim Ferreira, da Unesp Jaboticabal, pelo trabalho “Deleção do gene mgtC em Salmonella Gallinarum resulta em progressão retardada do Tifo Aviário”. Raully Lucas Silva, da Unesp de Jaboticabal, levou o 1º lugar na categoria Nutrição com o trabalho “Modelos não-lineares de efeito misto para predição das exigências de energia metabolizável e líquida em galinhas poedeiras na fase de postura”. Na categoria Manejo, o principal prêmio foi conquistado por Ednardo Rodrigues Freitas, da Universidade Federal do Ceará, com o trabalho “Programa de luz e forma física da ração pré-inicial sobre o desempenho de pintainhas até 35 dias de idade”.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor avícola acesse a versão digital de Avicultura de Corte e Postura clicando aqui. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural
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Avicultura

Desafios na integridade estrutural de frangos de corte e intervenções nutricionais

Investimentos contínuos em pesquisa e desenvolvimento são essenciais para identificar e implementar estratégias sustentáveis que promovam a saúde e o bem-estar das aves, ao mesmo tempo em que garantam a produção eficiente e de alta qualidade na indústria avícola.

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Fotos: Shutterstock

Nas últimas décadas a indústria avícola tem feito avanços significativos, especialmente no que diz respeito às melhorias genéticas e ao manejo, resultando na produção de frangos de corte altamente eficiente e de crescimento rápido. O manejo e a nutrição foram meticulosamente ajustados para suprir as necessidades genéticas e produzir aves maiores em um período de tempo reduzido.

No entanto, os frangos modernos tendem a priorizar a deposição muscular em detrimento do desenvolvimento do esqueleto e dos tecidos moles, o que pode resultar em desafios à integridade estrutural. Este artigo resume os desafios emergentes da integridade estrutural enfrentados pela indústria de frangos de corte, propondo intervenções nutricionais que podem mitigar esses problemas, incluindo pododermatite, questões relacionadas à qualidade da carcaça e incidência de claudicação.

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Qualidade da carne 

O peito amadeirado (WB) é uma miopatia degenerativa observada em frangos de corte, resultando na degradação da qualidade dos filés de peito e rechaço/repúdio do consumidor. Os filés afetados exibem maior resistência antes e depois do cozimento, além de menor capacidade de retenção e absorção de água.

Apesar do significativo número de estudos conduzidos, a etiologia precisa ainda permanece obscura, indicando que a condição está associada a aves com taxas de crescimento mais aceleradas ou com filés de maior peso.

Uma das hipóteses sobre a etiologia da WB e de miopatias semelhantes é que frangos de corte com uma taxa de crescimento muscular hipertrófico demanda mais metabolicamente, o que pode resultar em maior risco de acúmulo de resíduos metabólicos, desencadeando assim um aumento do estresse oxidativo.

Os radicais livres acumulados são altamente reativos e podem danificar o DNA, RNA, proteínas e lipídios presentes nas células musculares, desencadeando inflamação e distúrbios metabólicos, que eventualmente levam à degeneração das fibras musculares. Quando os danos causados pelo aumento do estresse oxidativo excedem a capacidade regenerativa das células musculares, resulta em um acúmulo de tecido fibroso e gordura, contribuindo para miopatias como o WB.

Pododermatite

A pododermatite é uma inflamação da pele que resulta em lesões necróticas na superfície plantar das patas em aves. Foi observado que a umidade na cama é o principal fator que predispõe o desenvolvimento de pododermatite em aves. Sabe-se que minerais como Zn, Cu e Mn, desempenham um papel fundamental na manutenção da integridade estrutural de vários tecidos, incluindo a pele. Além disso, nutracêuticos como probióticos, prebióticos ou enzimas melhoram a integridade intestinal e promovem melhora na consistência fecal, consquentemente na qualidade da cama, podendo reduzir as lesões nas patas.

Diversas pesquisas foram conduzidas para investigar o papel dos minerais orgânicos na prevenção de lesões nas patas. Em um estudo conduzido em 2017 foi constatado que a suplementação de uma combinação dos oligoelementos Zn, Cu e Mn, na forma de quelato metal metionina hidroxi (MMHAC), não apenas melhorou o desempenho, mas também reduziu as lesões nas patas, aprimorando o processo de cicatrização de feridas.

Estratégias de intervenção

Diversas estratégias de intervenção estão sendo consideradas para diminuir a incidência de WB na indústria avícola, incluindo restrição alimentar, redução da densidade de nutrientes e diminuição de lisina durante a fase de crescimento. Essas estratégias têm o intuito de diminuir ou desacelerar a taxa de crescimento, no entanto, se não forem aplicadas adequadamente, essas abordagens apresentam o risco de comprometer o desempenho.

Por outro lado, estratégias baseadas em antioxidantes, como a inclusão de arginina, vitamina C, selênio e minerais na dieta, têm sido avaliadas para reduzir miopatias. O uso de antioxidantes reduz o estresse oxidativo em tecidos animais. Com o intuito de reduzir as miopatias, pesquisadores avaliaram o efeito de várias intervenções dietéticas (antioxidante dietético, mineral orgânico Zn-Cu-Mn- MMHAC e selênio) na incidência de WB quando as aves foram expostas ao estresse oxidativo.

Em resumo, sob diferentes condições de estresse oxidativo, programas de intervenção dietética podem aprimorar o desempenho e promover a integridade da carcaça, reduzindo problemas como o WB. Este efeito é provavelmente alcançado ao melhorar simultaneamente o status antioxidante, tanto exógeno quanto endógeno, reduzindo o estresse oxidativo e aprimorando o processo de cicatrização dos tecidos da ave.

Incidência de claudicação

A incidência de claudicação vem aumentando nas últimas décadas e está correlacionado com o rápido crescimento e peso corporal. Os machos mostram maior suscetibilidade à claudicação em comparação com as fêmeas. Ainda não está claro se a claudicação é um efeito direto do rápido aumento da taxa de crescimento e do peso corporal ou se é um efeito indireto do desenvolvimento inadequado dos ossos e tendões, ou mesmo da falha da barreira intestinal, provável é que seja uma junção dos fatores citados.

As aves com claudicação enfrentam dificuldades para acessar ração e água, o que pode levá-las à desidratação e, eventualmente, à morte. As significativas perdas econômicas atribuídas à claudicação são resultados do aumento da taxa de mortalidade e das condenações durante o processamento no frigorífico. A necrose da cabeça femoral (NCF) é uma

condição metabólica mais prevalente em frangos de corte com crescimento acelerado, sendo reconhecida como a principal causa de claudicação.

Há evidências que mostram que as bactérias associadas ao NCF se originaram no intestino Enterococcus (E.) spp. Estudos demonstraram que a fonte de infecção por Enterococcus (E.) spp pode ser tanto de transmissão vertical quanto horizontal. A ventilação inadequada no aviário cria um ambiente propício, o que leva a rápida proliferação de bactérias afetando o intestino. Além disso, o estresse oxidativo ou doenças entéricas anteriores podem comprometer a integridade mucosa intestinal.

A falha na barreira intestinal pode facilitar a invasão de bactérias patogênicas, levando à translocação dessas bactérias para os ossos. Os ácidos orgânicos e óleos essenciais podem interferir no desenvolvimento da NCF, atenuando ou reduzindo a população de bactérias patogênicas, melhorando a função da barreira intestinal e reduzindo a translocação de bactérias através da parede intestinal. Os minerais desempenham um papel crucial no desenvolvimento ósseo e na saúde das articulações.

Descobertas recentes indicam que o Zn-Cu-Mn-MMHAC são fontes orgânicas eficazes para atender às necessidades de frangos de corte, melhorarando a saúde estrutural dos ossos, tendões, patas e intestino, e reduzindo a incidência de claudicação em aves.

Conclusão

Em resumo, enfrentar os desafios emergentes na integridade estrutural de frangos de corte requer uma abordagem multifacetada que combina práticas de manejo adequadas, intervenções nutricionais eficazes e uma compreensão aprofundada dos mecanismos subjacentes aos problemas observados. Investimentos contínuos em pesquisa e desenvolvimento são essenciais para identificar e implementar estratégias sustentáveis que promovam a saúde e o bem-estar das aves, ao mesmo tempo em que garantam a produção eficiente e de alta qualidade na indústria avícola.

As referências bibliográficas estão com as autoras via e-mail manara.grigoletti@novusint.com.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor avícola acesse a versão digital de Avicultura de Corte e Postura clicando aqui. Boa leitura!

Fonte: Por Mercedes Vázquez-Añón, zootecnista, doutora em Ciência Animal e diretora de Iniciativas Estratégicas e Colaboração de Contas na Novus; e Kelen Zavarize, zootecnista, doutora em Nutrição e gerente de Serviços Técnicos na Novus.
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Avicultura Artigo

A importância das monitorias sanitárias no incubatório de aves

A qualidade dos pintos com um dia de vida é determinada pela interação de múltiplos fatores inerentes ao incubatório

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Divulgação Zoetis

Artigo escrito por: Beatriz Silva Santos, médica veterinária, assistente técnica da Zoetis na divisão de Aves para as regiões Sudeste e Centro-oeste*

A avicultura brasileira se destaca pelo uso de tecnologia avançada, controle de qualidade e constante monitoramento microbiológico nas diversas etapas da produção. Entre essas etapas, os incubatórios de aves têm o papel fundamental de conectar diferentes origens de ovos embrionados e o destino das aves recém-nascidas em um mesmo ambiente.

A qualidade dos pintos com um dia de vida é determinada pela interação de múltiplos fatores inerentes ao incubatório, que podem gerar condições ideais para a disseminação de patógenos, com consequentes perdas embrionárias e de pintinhos, má qualidade das aves e enfermidades que levarão a grandes prejuízos.

As bactérias, de modo geral, podem penetrar no ovo pelos poros em menos de 30 minutos após a postura. Esta penetração é facilitada, nos primeiros minutos após a postura, pela umidade e temperatura natural do ovo. Durante a incubação, a umidade e a temperatura também favorecem o rápido aumento da população microbiana.

As fontes de contaminação em uma planta de incubação, além de ovos contaminados e penugem dos pintinhos, podem estar associadas a vários fatores como a qualidade do ar e da água, o fluxo de pessoas (funcionários e visitantes) e de veículos, a presença de pragas (roedores e insetos), pássaros, a remoção e tratamento de resíduos (biológicos, químicos e físicos) e a higienização de ambientes e equipamentos.

Os incubatórios de aves e os nascedouros também são uma área de alto risco, pois fornecem temperatura e umidade ideais para muitos microrganismos sobreviverem e se reproduzirem.

Os patógenos mais prejudiciais aos pintos de um dia que podem causar mortalidade embrionária, mortalidade ao nascer, aumento de refugos e mortalidade nas primeiras semanas de idade são: Escherichia coli, que serve como parâmetro quantitativo da contaminação bacteriana em um incubatório; Salmonella e Pseudomonas e fungos da espécie Aspergillus.

Pesquisas realizadas demostraram que 70% dos casos de onfalite e morte embrionária são causadas por Escherichia coli e quando estes embriões não morrem, os pintinhos apresentam má reabsorção do saco vitelino, não ganham peso e apresentam baixo desempenho.

O Aspergillus fumigatus é o fungo de maior importância que pode crescer em um ambiente de incubatório de aves. Existe uma associação entre a presença de grande número de colônias de Aspergillus fumigatus com o desenvolvimento de aspergilose clínica nos primeiros dias de vida do pintinho. No entanto, grande quantidade destes indica que há necessidade de uma melhor higienização dos ovos na granja ou no incubatório.

Programa sanitário

Um programa sanitário deve ser elaborado para minimizar os riscos relacionados as fontes de contaminação que prejudicam a qualidade dos produtos da “granja ao prato”, desde os ovos férteis até a carne servida a mesa do consumidor, pois afetam a saúde das aves e/ou a saúde pública, com ênfase especial aos microrganismos causadores de ETA (Enfermidades transmitidas por alimentos), como Salmonella spp, Escherichia coli, Campylobacter jejuni, Staphylococcus aureus e Clostridium sp.

O programa deve ser rotineiramente realizado e os resultados regularmente conferidos e interpretados usando processos-padrão contínuos de validação e monitoramento da população microbiológica.

Para que as aves possam expressar seu potencial genético e produtivo elas devem estar dentro de padrões de genética, nutrição, manejo, ambiente e microbiológico desde o primeiro dia de vida. A avaliação microbiológica qualitativa e quantitativa funciona como um termômetro dos processos relacionados as reprodutoras e as medidas de biosseguridade dos incubatórios a fim de conferir se o programa sanitário adotado está sendo eficaz no controle destes microrganismos.

Entre os principais itens a ser monitorados nos incubatórios estão: qualidade dos ovos, limpeza do ambiente e equipamentos utilizados nos processos (carrinhos, bandejas de ovos, caixas de pintos, triturador), limpeza e fluxo de caminhões de transporte de ovos e pintos, qualidade da água, contaminação de ovos bicados, mecônio, pintos de 1 dia, vacinas de aves, mãos dos sexadores, troca de filtros, entre outros, de acordo com a especificidade das plantas, sempre buscando cumprir as exigências sanitárias do Plano Nacional de Sanidade Avícola (PNSA) e legislações do mercado brasileiro e internacional.

Outras análises utilizadas são: pesquisa de Salmonella spp. em swabs de superfícies; pesquisa de salmonellas e/ou outras bactérias em penugens, ovos bicados, mecônio e pintos de 1 dia; análise microbiológica de solução vacinal; análise bacteriológica e físico-química da água de abastecimento e água destilada; monitoramento e diagnóstico de enfermidades através de exames sorológicos, histopatológicos, biologia molecular; entre outras análises extras.

Ao analisar os resultados é possível agir na causa do problema, em casos de amostras fora dos padrões de qualidade estabelecidos. Pode ser necessário revisar o manejo dos ovos na granja, melhorar o processo de desinfecção deles e/ou do incubatório, verificar os procedimentos de sanitização de ambientes e equipamentos, avaliar a limpeza do sistema de climatização de aviários, controlar a qualidade da água e conferir a desinfecção em incubadoras e nascedouros, conforme o mapeamento das falhas encontradas.

Tão importantes quanto as análises microbiológicas, treinamentos regulares dos funcionários, a avaliação da qualidade dos ovos (AQO), embriodiagnóstico realizado por pessoas especializadas e checklists frequentes dos procedimentos de boas práticas de produção são monitorias sanitárias que garantem o sucesso do programa de biosseguridade, e consequentemente, a qualidade do produto final do incubatório de aves, os pintinhos de um dia.

Fonte: Assessoria
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