Avicultura Rio Grande do Sul
Exportação gaúcha de carne de frango fecha primeiro semestre com queda de 4,7%
Setor atribui redução ao impacto das enchentes que afetaram o Rio Grande do Sul

A Organização Avícola do Rio Grande do Sul (O.A/RS) fechou o primeiro semestre deste ano com embarques de carne de frango in natura e processada na faixa de 354,5 mil toneladas, o que representa um recuo de 4,7% na comparação com igual período de 2023. O mês de junho acompanhou o movimento de queda e exportou cerca de 58,8 mil toneladas, 6,5% abaixo do volume enviado para o exterior há 12 meses. A receita foi afetada pela redução das vendas internacionais, somando US$ 630,2 milhões no primeiro semestre do exercício contra US$ 757,8 milhões na mesma janela de 2023, diferença de 16,8% para baixo na relação entre os dois intervalos de tempo.
Já a comercialização de ovos apresentou um contraponto no tocante ao mercado de carne de frango, consolidando comportamento altista, em volumes. O setor da indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul, destinou 969,8 toneladas no sexto mês do ano, 9,1% acima do total em junho de 2023. No acumulado semestral, foram exportadas 3,7 mil toneladas, avanço de 19,2% sobre o primeiro semestre do ano passado. Apesar do aumento de produtos verificados, o faturamento acusou baixa de 28,7% caindo de US$ 3,2 milhões em junho do ano passado para US$ 2,2 milhões para o mesmo mês neste ano. No balanço do semestre, o faturamento despencou 24,2%, saindo do valor de aproximadamente US$ 11,8 milhões faturados no primeiro semestre de 2023 para US$ 8,9 milhões no acumulado no primeiro semestre do ano corrente.
O presidente executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul (O.A/RS), José Eduardo dos Santos, explica que os embarques no período apurado, tanto de carnes, quanto de ovos, ainda acusam o impacto da catástrofe climática que prejudicou a logística de escoamento e a operacionalização de parte das exportações. “Algumas indústrias tiveram muitos problemas e foram diretamente afetadas pelas enchentes, situação que retardou as nossas exportações. Além disso, também sentimos a consequência do desempenho no mercado externo, do movimento global das exportações de alimentos que sofre interferências das crises (guerras) na Europa e Oriente Médio” comentou Santos.
A O.A/RS é formada pelas entidades membros Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) e Sindicato da Indústria de Produtos Avícolas no Estado Rio Grande do Sul (Sipargs).
Entrada de produtos avícolas de outros estados no Rio Grande do Sul
O mercado interno também foi abalado pelas enchentes que chegaram ao Estado no começo de maio. Diante da previsão de baixa ocasionado pelas perdas dos estoques, material genético, aves e infraestrutura, o setor avícola do Rio Grande do Sul já tinha puxado o freio e reduzido a produção, adequando-se à situação econômica do Estado e fatores de competitividade instável com a entrada excessiva de produtos avícolas de outros estados no Rio Grande do Sul, com previsão de, pelo menos, alta de 50% dos produtos à base de frango que circulam no Rio Grande do Sul serem de outras unidades federativas. Dados da Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz) relativos a janeiro deste ano mostraram que 52% dos cortes de carne de frango comercializados no Rio Grande do Sul foram provenientes de outros estados, o que indica que esse contexto é anterior à crise climática e vai ao encontro da estimativa da entidade avícola.
A queda nos abates também já havia sido mensurada pela O.A/RS, oscilando entre 5% e 10%. Os valores também coincidem com a apuração do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) no primeiro trimestre do ano. Dados apurados pela entidade avícola identificaram recuo de 5,8% no primeiro semestre, caindo de 416 milhões de cabeças em 2023 para 392 milhões de cabeças de aves abatidas neste ano. Segundo Santos, mantendo-se as movimentações de retomada, há uma possibilidade de recuperação gradativa do mercado, desde que se conserve “coerência e assertividade nas tomadas de decisões”.
Outro ponto levantado pelo dirigente da O.A/RS é a reivindicação permanente ao acesso menos burocrático e mais célere aos recursos emergenciais para indústrias e produtores atingidos pelas enchentes. “Dar acesso rápido ao crédito para os atingidos não ajuda apenas indústrias e produtores, mas também as atividades ligadas indiretamente com o setor, refletindo uma visão inteligente, pois continuará a geração de divisas e atividades para Municípios, Estado e União” avaliou Santos.
No que se refere a outras ações com uma linha proativa e atuante, a O.A/RS dá ênfase à campanha da valorização das marcas de carne de frango que produzem no RS, que em apenas dois meses chegou ao alcance de 2,9 milhões nas redes sociais, jornais e rádios, além do movimento “Recupera Avicultura RS”, que traz mensagens de retomada, superação e união para reerguer aqueles atingidos pelas enchentes e ajudar o Rio Grande do Sul.
Embarques nacionais de carne de frango alcançam 451,6 mil toneladas em maio
O Brasil exportou 435 mil toneladas de carne de frango in natura e processada em junho deste ano, queda de 2,3% comparado ao mesmo mês do ano passado. As receitas totais obtidas com as exportações de junho chegaram a US$ 793,6 milhões, queda de 10,6% comparado ao mesmo mês do ano passado, com US$ 887,5 milhões. Em relação ao fechamento do primeiro semestre de 2024, as exportações computadas alcançaram 2,5 milhões de toneladas, volume 1,6% abaixo do saldo acumulado do mesmo período de 2023, com 2,6 milhões de toneladas. No mesmo período, a receita acumulada alcançou US$ 4,6 bilhões, 10,3% abaixo do que o total registrado no primeiro semestre de 2023, que ficou em US$ 5,1 bilhões.
Indústria e produção de ovos nacional
As exportações de junho atingiram 1,6 mil toneladas de ovos, gerando uma receita de US$ 4,02 milhões. Os dois indicadores demonstram queda em relação aos períodos do ano passado, com percentuais de 65,8% e 65,3% respectivamente. A movimentação do 1º semestre, com uma exportação de 8,5 mil de toneladas de ovos, acusou retração de 48,8% comparada com as 16,6 mil toneladas exportadas no mesmo período de 2023. No que se refere aos resultados de faturamento, no período apurado constata-se de janeiro a junho deste ano, US$ 18,2 milhões, diminuição de 55,7% comparado ao mesmo período do ano passado, quando a cifra atingiu o patamar de US$ 41,2 milhões.

Avicultura
AVES reconhece os melhores ovos do Espírito Santo em 2025
Concurso reuniu 39 amostras e avaliou rigorosamente casca, clara e gema em três etapas técnicas, confirmando a evolução da avicultura capixaba e premiando produtores que se destacam em excelência e manejo.

A Associação dos Avicultores do Estado do Espírito Santo (AVES) realizou em Santa Maria de Jetibá mais uma edição do Concurso de Qualidade de Ovos Capixaba, iniciativa já tradicional que reconhece o profissionalismo, o cuidado e a evolução técnica da avicultura do Estado. A edição de 2025 registrou uma forte participação, com 27 amostras de ovos brancos e 12 de ovos vermelhos enviadas por produtores de diversas regiões capixabas, reforçando o alcance da atividade e a importância do evento para a cadeia produtiva.
Marcado por rigor técnico, o concurso estruturou sua avaliação em três etapas conduzidas pela Comissão Organizadora e por um grupo de dez jurados convidados, representantes de empresas, instituições e entidades do setor avícola de diferentes estados. O médico-veterinário Leandro Marinho, do Idaf, atuou como auditor externo, garantindo neutralidade e transparência ao processo.
Na primeira fase, as amostras passaram pela análise objetiva da Máquina Digital Egg Tester, que avaliou resistência e espessura da casca e Unidade Haugh, parâmetro de referência internacional para medir a qualidade interna dos ovos. Todas as amostras foram submetidas aos mesmos critérios, e apenas as dez mais bem classificadas de cada categoria avançaram. A segunda etapa consistiu em uma análise visual minuciosa da qualidade externa, em que os jurados avaliaram uniformidade de tamanho, limpeza, textura e formato dos ovos, além da coloração da casca no caso dos ovos vermelhos. As amostras iniciavam com pontuação máxima e perdiam pontos conforme fossem identificadas pequenas imperfeições, o que destacou o cuidado dos produtores com manejo, nutrição e ambiência.
A etapa final abriu quatro ovos de cada amostra finalista para avaliação interna. Os jurados observaram presença de manchas de sangue, resíduos de oviduto, consistência do albúmen, centralização da gema e uniformidade de cor, consolidando a pontuação final. Representando a Avimig, o jurado Gustavo Ribeiro Fonseca elogiou o desempenho dos produtores capixabas: “No contexto geral, os avicultores estão de parabéns. São ovos de muita qualidade”, exaltou.
Já a médica-veterinária Karin Grossman, da Poly Sell, destacou a relevância do concurso para o fortalecimento do setor: “É uma satisfação para mim estar participando desse concurso. É um reconhecimento de um trabalho realizado ao longo dos anos, colaborando para a melhoria da qualidade dos ovos”, salientou.
Para a coordenadora técnica da AVES, Carolina Covre, os resultados reforçam o papel estratégico da iniciativa. Segundo ela, a edição de 2025 ocorreu exatamente como planejado, com forte adesão, avaliações criteriosas e alto nível de desempenho entre os concorrentes. “O concurso cumpre seu papel de estimular qualidade, aprimorar práticas e fortalecer a avicultura do Espírito Santo”, afirmou.
Vencedores
Ao final das três etapas, a AVES anunciou os vencedores. Na categoria ovos brancos, o primeiro lugar ficou com Jerusa Stuhr, da Avícola Mãe e Filhos, seguida por Waldemiro Berger, da Ovos Santa Maria, e por Jesebel Foesch Botelho e Thiago Botelho, da Botelho Alimentos. Na categoria ovos vermelhos, o campeão foi Antônio Venturini, da Ovos da Nonna, enquanto Jesebel e Thiago Botelho ficaram em segundo lugar e Lourival Bold, do Sítio Pai e Filhos, em terceiro.
As empresas vencedoras do primeiro lugar que possuem marca comercial própria terão o direito de usar um selo especial em suas embalagens, identificando os produtos como “Melhor Ovo Branco do Espírito Santo – Concurso de Qualidade de Ovos Capixaba 2025” e “Melhor Ovo Vermelho do Espírito Santo – Concurso de Qualidade de Ovos Capixaba 2025”.
Empresas reconhecidas
Também foram divulgadas as empresas de genética e nutrição responsáveis pelo suporte técnico aos produtores vencedores, reforçando o papel fundamental desses parceiros na obtenção de resultados de excelência. Na categoria Ovos Brancos, a campeã Jerusa Stuhr contou com genética Bovans White e nutrição fornecida pela ADM-Nutriminas. O segundo colocado, Waldemiro Berger, utilizou genética Hy-Line W80 e recebeu assistência nutricional da DSM. Já o terceiro lugar, representado por Jesebel Foesch Botelho e Thiago Botelho, trabalhou com genética Bovans White e nutrição da Brasfeed.
Na categoria Ovos Vermelhos, o primeiro colocado, Antônio Venturini, utilizou genética Hy-Line Brown e nutrição da Agroceres Multimix. Em segundo lugar, Jesebel Foesch Botelho e Thiago Botelho competiram com genética Bovans Brown e suporte nutricional da Brasfeed. O terceiro colocado, Lourival Bold, participou com aves de genética Hy-Line Brown e nutrição fornecida pela Auster.
A edição 2025 do Concurso de Qualidade de Ovos Capixaba reafirma o compromisso da AVES com a promoção de boas práticas, a difusão de conhecimento e o reconhecimento do trabalho dos avicultores. Mais do que premiar os melhores ovos do ano, o evento funciona como ferramenta técnica e educativa, contribuindo diretamente para o avanço da avicultura capixaba.
Avicultura
Primeiro Encontro da Avicultura Capixaba impulsiona diálogo, inovação e qualidade
Evento da AVES reuniu a cadeia produtiva, premiou excelência em ovos e reforçou a importância econômica da atividade para o Espírito Santo.

A Associação dos Avicultores do Estado do Espírito Santo (AVES) realizou, em 13 de novembro, a primeira edição do Encontro da Avicultura Capixaba, em Santa Maria de Jetibá. O evento reuniu produtores, empresas dos segmentos de corte e postura, pesquisadores, lideranças do setor e representantes do poder público para um dia de debates, capacitação e integração, reforçando a força da avicultura no Estado.
O produtor e presidente da Nater Coop e do Conselho Deliberativo da AVES, Denilson Potratz, destacou o avanço da atividade no Espírito Santo e o compromisso da entidade com o fortalecimento do setor. “Precisamos atuar de forma constante na cadeia para incentivar excelência na produção e garantir alimentos de qualidade ao consumidor”, afirmou.
O diretor executivo da associação, Nélio Hand, reforçou o papel econômico e social da avicultura capixaba, que fornece carne de frango e ovos com segurança e qualidade. “Eventos como este refletem a importância de um setor organizado e voltado à solução de desafios e geração de oportunidades”, salientou.
A abertura contou com autoridades estaduais e municipais, entre elas o secretário de Agricultura, Ênio Bergoli, o deputado estadual Adilson Espindula e o prefeito de Santa Maria de Jetibá, Ronan Zocoloto. Em seus discursos, destacaram a relevância da avicultura para a economia regional, especialmente na região serrana, e o papel da AVES como articuladora do desenvolvimento produtivo.
Santa Maria de Jetibá, conhecida como a “Capital do Ovo”, foi palco para o encontro. O município é o maior produtor de ovos do Brasil, com cerca de 14 milhões de unidades por dia. “Nada mais justo que este evento seja realizado aqui”, afirmou o prefeito.
Concurso valoriza qualidade dos ovos
Um dos destaques da programação foi o Concurso Qualidade de Ovos, que incentiva boas práticas de manejo, nutrição, sanidade e excelência no produto final. A edição recebeu 39 inscrições, 27 de ovos brancos e 12 de vermelhos, e teve avaliação técnica criteriosa. “O número expressivo de participantes mostra o interesse dos produtores em qualificar ainda mais seus produtos”, avaliou a coordenadora técnica da AVES, Carolina Covre.
O concurso foi transmitido ao vivo no YouTube, com grande participação de produtores e empresas.
Espaço Empresarial aproxima produtores e fornecedores
O encontro também contou com o Espaço Empresarial, área destinada à interação entre empresas e produtores, com demonstração de tecnologias, produtos e serviços. O formato interativo foi bastante elogiado pelos visitantes.
Durante o dia, duas palestras de destaque foram ministradas: Bruno Pessamilio apresentou detalhes do Plano de Contingência para Influenza Aviária, enquanto Christian Lohbauer analisou cenários e tendências para o agronegócio no Brasil e no mundo.
O evento terminou com apresentações de grupos de dança pomerana, valorizando a cultura local, seguidas de um jantar de confraternização.
Com a forte participação do público e o sucesso da iniciativa, a AVES anunciou que o Encontro da Avicultura Capixaba passará a ser anual, integrando oficialmente o calendário da entidade. A ação reforça o compromisso da associação em impulsionar o setor e valorizar o trabalho dos produtores.
Avicultura
Excesso de oferta amplia recuo dos ovos e limita reação das cotações
Segunda semana seguida de baixas registra até 8% de desvalorização, com expectativa de manutenção do viés negativo em novembro.

As cotações dos ovos seguem em queda nas regiões acompanhadas pelo Cepea, esse movimento é verificado pela segunda semana consecutiva.
Em parte das praças, as desvalorizações em sete dias chegam a 8%. De acordo com pesquisadores do Cepea, o menor ritmo de vendas vem aumentando gradualmente os estoques nas granjas.
Assim, produtores têm tido dificuldades em manter os valores da proteína e acabam cedendo nas negociações.
Colaboradores do Cepea indicam que, diante da maior oferta, não há espaço para reação positiva nos valores da proteína, e a tendência é de que os preços sigam enfraquecidos até o encerramento deste mês.










