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Avicultura

Exportação de carne de frango gaúcha cai nos primeiros cinco meses deste ano

Queda é de 4,4% em relação ao mesmo período do ano passado e reflete impacto dos eventos climáticos no estado.

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Foto: Claudio Neves

O Rio Grande do Sul fechou o mês de maio com embarque de 56,4 mil toneladas de carne de frango in natura e processada, volume que indica queda de -11,4% na comparação com igual período do ano anterior. A redução também se fez sentir na receita acumulada do intervalo, totalizando US$ 99,2 milhões, equivalente a -23,2% sobre 12 meses atrás. O volume exportado de janeiro a maio deste ano somou 295,4 mil toneladas, baixa de -4,4% ocasionando também queda no faturamento deste período, que foi de US$ 526,6 milhões, recuo de -16,2% na comparação com o mesmo período do ano passado, que finalizou em US$ 628,2 milhões.

Já o cenário das vendas internacionais de ovos gaúchos em volumes, mantém evolução. O Rio Grande do Sul enviou 621,3 toneladas no quinto mês do ano, -12,6% do volume total de 2023, que somou 711,1 toneladas. No entanto, no acumulado dos cinco primeiros meses do ano, apurou-se um crescimento de 23,1% nos embarques da proteína ovos, ou seja, foram exportadas 2,7 mil toneladas de ovos, quando no mesmo período do ano passado foram 2,2 mil toneladas de ovos

A receita apontou redução de -41,6%, caindo de US$ 2,4 milhões em maio de 2023 para US$ 1,4 milhão em maio do corrente. As receitas acumuladas nos cinco primeiros meses do ano, na faixa de US$ 6,6 milhões, apontaram queda de -22,6% em relação a 2023 quando as cifras chegaram a US$ 8,5 milhões.

Presidente executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul (Asgav/Sipargs), José Eduardo dos Santos: “Algumas indústrias foram prejudicadas e diretamente afetadas pelas enchentes e também a obstrução de estradas e quedas de pontes, uma situação que retardou nossas exportações” – Foto: Divulgação/Asgav

O presidente executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul (Asgav/Sipargs), José Eduardo dos Santos, explica que os embarques no período apurado, tanto de carnes quanto ovos, acusam o impacto das cheias no estado que prejudicaram a logística de escoamento e a operacionalização de parte das exportações. “Algumas indústrias foram prejudicadas e diretamente afetadas pelas enchentes e também a obstrução de estradas e quedas de pontes, uma situação que retardou nossas exportações”, ressalta Santos.

Embarques nacionais de carne de frango alcançam 451,6 mil toneladas em maio
O contexto nacional assinala 451,6 mil toneladas de carne de frango in natura e processada exportadas em maio. Esse número de 2024, apontou crescimento de 4,2% sobre o total embarcado no mesmo mês de 2023, que fechou com 433,3 mil toneladas. As receitas totais obtidas com as exportações de maio chegaram a US$ 818,7 milhões, queda de -5,6% comparado ao mesmo mês do ano passado, com US$ 867,4 milhões.

Em relação ao fechamento dos cinco meses de 2024, as exportações computadas entre janeiro e maio deste ano alcançaram 2,152 milhões de toneladas, volume -1,4% abaixo do saldo acumulado do mesmo período de 2023, com 2,183 milhões de toneladas. No mesmo período, a receita acumulada alcançou US$ 3,8 bilhões, -10,2% abaixo do que o total registrado no período janeiro a maio de 2023, com US$ 4,2 bilhões.

Indústria e Produção de Ovos nacional exporta 6,9 mil toneladas no período

As exportações de maio atingiram 1,3 mil toneladas de ovos, gerando uma receita de US$ 3 milhões. Os dois indicadores demonstram queda em relação aos períodos do ano passado, com percentuais de -68,9% e -70,1% respectivamente. A movimentação dos cinco primeiros meses, com uma exportação de 6,9 mil de toneladas de ovos, acusou retração de -42,1% comparada com as 11,9 mil toneladas exportadas no mesmo período de 2023.  No que se refere aos resultados de faturamento, no período apurado constata-se de janeiro a maio deste ano, US$ 14,2 milhões, diminuição de -52% comparado ao mesmo período do ano passado, quando a cifra atingiu o patamar de US$ 29,6 milhões.

Fonte: Assessoria Asgav/Sipargs

Avicultura

Como funcionam as vacinas vetorizadas: um importante milestone da imunoprofilaxia em aves

O futuro dessas vacinas na avicultura parece promissor, com avanços contínuos na tecnologia de vetores e na compreensão da imunologia avícola.

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Foto: Shutterstock

Ninguém duvida que as vacinas vetorizadas, também chamadas de recombinantes, vieram para ficar no mercado avícola. O fato é que elas são ferramentas eficazes e têm vantagens importantes quando pensamos nos programas imunoprofiláticos das aves. A tendência é que cada vez mais essa tecnologia seja incorporada aos programas de vacinação, pois os benefícios são claramente percebidos pelos produtores.

A vacina recombinante é o resultado de moléculas de DNA híbridas de dois ou mais microrganismos expressadas em um vetor. Esses vírus recombinantes trabalham como um “cavalo de troia”, pois o vírus utilizado como vetor irá albergar porções do inserto e quando o vetor replicar no hospedeiro ocorrerá a exposição às proteínas inseridas. Essas proteínas serão reconhecidas pelo sistema imune da ave, gerando proteção contra os antígenos de duas ou até mais doenças. Assim, a vacina recombinante é capaz de gerar imunidade e proteção multivalente.

Atualmente na avicultura, os dois vírus mais utilizados como vetor para as vacinas recombinantes comercialmente disponíveis são o Poxvírus (vírus da Bouba) e o herpesvírus de perus (HVT). Estes dois vírus foram selecionados para o desenvolvimento das vacinas vetorizadas, pois possuem genomas grandes e são estáveis fenotipicamente, o que permite a inserção de porções do material genético dos insertos, criando o produto recombinante. Um dos objetivos dessa tecnologia é que o “vírus” a ser inserido no vetor não fosse liberado para o ambiente externo, como acontece com as vacinas vivas convencionais, resultando portanto em uma vacina extremamente segura do ponto de vista de reversão de virulência sem ocorrência de transmissão lateral. Além disso, as vacinas recombinantes contam com a vantagem de não produzir as indesejáveis reações pós-vacinais características principalmente nas vacinas convencionais contra doenças respiratórias como a Doença de Newcastle e a Laringotraqueíte.

Outro benefício relevante da tecnologia das vacinas vetorizadas é que a administração pode ser convenientemente realizada por dose única no incubatório tanto por via subcutânea no pintinho de um dia como por via in ovo. Não existe interferência dos anticorpos maternais na replicação das glicoproteínas do vírus recombinante. Essa vantagem motivou a migração de várias vacinas convencionais que antes eram feitas a campo pelo método de aplicação massal com várias doses para o incubatório. O exemplo mais claro disso é a vacinação contra a doença de Gumboro, que na maioria dos produtores é eficazmente prevenida com uma única dose no incubatório utilizando vacinas vetorizadas ou de imunocomplexo.

Dessa forma, podemos dizer que a tecnologia das vacinas recombinantes produz um “casamento perfeito” com a vacinação in ovo, pois unimos a excelência no processo de administração da vacina realizada, com melhor controle do processo de vacinação, com um produto seguro e conveniente. Essas duas tecnologias empregadas juntas são sinérgicas e resultam em maior segurança do esquema imunoprofilático.

Eficiência

Já está demonstrado cientificamente a proteção com vacinas recombinantes para as seguintes enfermidades: doença de Marek, bouba aviária, doença de Gumboro, doença de Newcastle, Laringotraqueíte, Influenza Aviária e Mycoplasma gallissepticum. No entanto, existem pesquisas promissoras em desenvolvimento no sentido de produzir novas ferramentas, inclusive utilizando diferentes vetores, como por exemplo o adenovírus. É importante atentar de que cada produto recombinante tem características únicas. Essa singularidade decorre do fato de que existem diferenças na construção genética de cada produto.

Um passo fundamental no desenvolvimento de uma vacina recombinante altamente eficaz é a seleção de glicoproteínas com grande capacidade imunogênica a serem inseridas no vetor. Essas proteínas irão fazer parte da estrutura externa dos vírus vetorizados e elicitarão a resposta imune. Cada vírus aviário possui uma ou mais proteínas que participam de maneira decisiva na resposta imune. O principal antígeno imunogênico do vírus da Influenza Aviária é a hemaglutinina, do vírus de Newcastle são as hemaglutinina-neuroaminidade e a proteína de fusão, do vírus de Gumboro é a VP2, da Laringotraqueíte são as glicoproteínas g. Reconhece-se que a proteína de fusão é mais imunogênica para a doença de Newcastle do que a hemaglutinina-neuroaminidade, por exemplo. Portanto, cada produto terá sua característica própria e única dependendo da inserção do gene utilizado e da consequente expressão da proteína com potencial imunogênico.

Geração e duração da imunidade

Artigo escrito pelo médico-veterinário, doutor em Patologia Veterinária e gerente de Serviços Técnicos e Pesquisa Aplicada de Aves – Zoetis Brasil, Eduardo Muniz – Foto: Divulgação/Zoetis

Além disso, outra diferença importante em relação às vacinas vetorizadas está relacionada ao promotor utilizado. Para que aconteça a expressão do gene inserido, por exemplo a expressão da VP2 da Doença de Gumboro, é necessário também inserir o gene promotor no DNA do vetor. O promotor é o gene que irá recrutar um grupo de polimerases para a produção da proteína imunogênica. Cada produto utiliza promotores específicos, o que torna a característica da vacina única em relação a dois pontos fundamentais: geração de imunidade (onset of immutity) e duração da imunidade (duration of immunity).

Onset of immunity pode ser definido como a precocidade com que a proteção total é alcançada após a administração da vacina. Evidentemente enquanto mais rápida for a geração da proteção, menor será o risco de desenvolvimento da doença. Já o duration of immunity pode ser definido como o tempo de geração da proteção total após o onset of immunity. Enquanto maior for a duração da imunidade, mais efetiva será a vacina, especialmente em aves de vida longa, como poedeiras e reprodutoras. Um dos grandes desafios no desenvolvimento das vacinas vetorizadas é justamente antecipar o onset of immunity e retardar o duration of immunity.

Futuro

As vacinas vetorizadas têm sido uma ferramenta importante na avicultura para ajudar a prevenir doenças em aves. O futuro dessas vacinas na avicultura parece promissor, com avanços contínuos na tecnologia de vetores e na compreensão da imunologia avícola. Espera-se que as vacinas vetorizadas continuem sendo uma opção eficaz e segura para proteger as aves contra uma variedade cada vez maior de doenças. Novas pesquisas e desenvolvimentos provavelmente levarão a vacinas vetorizadas ainda mais eficazes e específicas no futuro.

As referências bibliográficas estão com o autor. Contato: gleidson.salles@zoetis.com.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor avícola acesse a versão digital de Avicultura de Corte e Postura clicando aqui. Boa leitura!

Fonte: Por Eduardo Muniz, médico-veterinário, doutor em Patologia Veterinária e gerente de Serviços Técnicos e Pesquisa Aplicada de Aves - Zoetis Brasil. 
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Avicultura

Gripe aviária: Finlândia será primeiro país a ofertar vacina em humano

País adquiriu 20 mil doses da vacina para imunizar 10 mil pessoas com duas doses cada. A segunda dose deve ser administrada três semanas após a primeira.

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Foto: Divulgação/Freepik

O Instituto Finlandês de Saúde e Bem-Estar informou que deve iniciar “o mais rápido possível” a vacinação, em humanos, contra a gripe aviária. O país será o primeiro no mundo a ofertar esse tipo de imunização.

Em nota, o país destacou ter adquirido 20 mil doses da vacina, montante suficiente para imunizar 10 mil pessoas com duas doses cada. A segunda dose deve ser administrada três semanas após a primeira.

A vacina será distribuída entre pessoas com mais de 18 anos e que, em razão do trabalho ou de outras circunstâncias, apresentam risco aumentado de contrair a doença. O governo finlandês estabeleceu como público-alvo:

– pessoas em contato com animais de fazendas voltadas para o processamento do couro;

– pessoas que trabalham com aves domesticadas, mantidas em criadouro;

– pessoas envolvidas no manuseio e no abate de aves e de outros animais doentes ou mortos, como funcionários de instalações de processamento de subprodutos animais;

– pessoas que trabalham com anilhagem de pássaros (marcação individual com um pequeno anel de metal na pata);

– pessoas que trabalham com aves selvagens;

– pessoas que trabalham em zoológicos e aviários;

– médicos veterinários;

– profissionais de laboratório que manuseiam o vírus da gripe aviária ou amostras que possam contê-lo;

– contatos próximos de um caso suspeito ou confirmado de gripe aviária.

O comunicado destaca que não há casos confirmados de gripe aviária em humanos na Finlândia e que a vacinação é preventiva.

O instituto reporta que, em 2023, o país registrou mortes em massa de aves selvagens causadas pela infecção por gripe aviária. “O vírus também se espalhou amplamente pelas fazendas de produção de peles, causando alta morbidade e mortalidade em animais.”

Fonte: Agência Brasil
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Avicultura Glicerídeos de ácido butírico

Os benefícios da tributirina e da monobutirina

O uso de fontes de ácido butírico como aditivo alimentar na produção de aves e suínos, e mais ainda, na forma dos glicerídeos tributirina e monobutirina, são estratégias inovadoras que contribuem na produção de animais saudáveis e sistemas de produção mais eficientes.

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Entre os aditivos utilizados na produção animal, a tecnologia do ácido butírico já é consenso entre os principais produtores de aves e suínos, visto as inúmeras vantagens que este promove sobre o desempenho dos animais, principalmente os relacionados à saúde intestinal.

O ácido butírico possui uma ação específica de estimular o crescimento e desenvolvimento das células epiteliais, responsáveis pela absorção dos nutrientes, pois é utilizada como fonte de energia rápida e prontamente disponível para os enterócitos, favorecendo sua multiplicação e/ou recuperação. Assim, disponibilizar quantidades maiores de ácido butírico a partir do intestino tem efeito direto sobre melhora na digestibilidade e aumento na absorção dos nutrientes, com reflexos positivos sobre o aumento no ganho de peso e melhora na conversão alimentar.

Entre as diferentes fontes de ácido butírico existentes no mercado, a tecnologia dos glicerídeos, como os mono, di e triglicerídeos de ácido butírico, se destacam pela eficiência, estabilidade e resultados que proporcionam na produção animal. Sendo estes ácidos ligados ao glicerol através de uma ligação covalente que não sofrem influência do pH, e portanto, não são solubilizadas no pH ácido estomacal, são liberadas somente a partir do intestino, de forma lenta e gradual, ao longo de todo o trato gastrointestinal.

Além disso, atributos como a ausência de odor característico do ácido butírico, e resistência as altas temperaturas, possibilitando o uso em rações peletizadas e extrusadas, reforçam as vantagens no uso desta tecnologia.

A tributirina, um triglicerídeo de com três moléculas de ácido butírico, ganha vantagem em comparação com produtos revestidos convencionais, pois permite que mais moléculas desse ácido sejam entregues diretamente no intestino delgado, já que a técnica de esterificação aumenta as concentrações deste ácido em até duas a três vezes. Esse ácido butírico auxilia na reparação das vilosidades intestinais, aumenta a integridade das membranas e inibe o crescimento de bactérias prejudiciais, promovendo a saúde intestinal dos animais.

Artigo escrito pelo zootecnista, doutor em Nutrição de Aves e Suínos e gerente técnico da Feedis, Silvano Bünzen – Foto: Divulgação/Feedis

Estudos

Vários autores têm apontado o efeito positivo da suplementação de tributirina sobre o desempenho e saúde intestinal em aves e suínos. A tributirina promove o aumento da taxa de sobrevivência e o ganho de peso diário, principalmente em animais jovens, por atuar diretamente sobre o crescimento das células intestinais, melhorando a digestibilidade e absorção de nutrientes.

Já os α-monoglicerídeos como a α-monobutirina tem sido considerada pela sua alta atividade antimicrobiana, principalmente sobre as bactérias gram-negativas, e por isso mesmo pode ser utilizada como uma estratégia importante para as fases de crescimento e final, fases estas com maior pressão sanitária e contaminação. Vários trabalhos descritos na literatura mostram efeito positivo da monobutirina sobre o desempenho e na recuperação de animais criados em condições com alto desafio para infecções intestinais.

O efeito promissor dos monoglicerídeos se destaca como estratégia de melhorar a saúde e a produtividade através da redução de patógenos em humanos e animais, buscando-se alternativas para redução no uso de antibióticos. Sua ação imonomuduladora e capacidade de modulação da microbiota tem sido relatada por diferentes pesquisadores.

Eficiência

Assim, o uso de fontes de ácido butírico como aditivo alimentar na produção de aves e suínos, e mais ainda, na forma dos glicerídeos tributirina e monobutirina, são estratégias inovadoras que contribuem na produção de animais saudáveis e sistemas de produção mais eficientes. Sua capacidade de fornecer ácido butírico diretamente ao intestino delgado faz dela uma escolha valiosa para produtores preocupados com a saúde e o crescimento de seus animais.

As referências bibliográficas estão com o autor. Contato: silvano.bunzen@feedis.com.br.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor avícola acesse a versão digital de Avicultura de Corte e Postura clicando aqui. Boa leitura

Fonte: Por Silvano Bünzen, zootecnista, doutor em Nutrição de Aves e Suínos e gerente técnico da Feedis
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