Conectado com
VOZ DO COOP

Notícias

Exportação cai, mas mercado doméstico se mantém estável

Apesar do recuo de 16,2% em outubro, no acumulado do ano o Brasil exportou quase 8% a mais do que no mesmo período do ano passado.

Publicado em

em

Foto: Rodrigo Félix Leal/SEIL

As exportações brasileiras de carne suína in natura experimentaram um recuo significativo em outubro (-16,2%), em relação a setembro (Tabela 1). Foi o segundo mês deste ano em que os volumes foram inferiores em relação ao mesmo mês do ano passado, e grande parte desta redução se deve a uma menor participação da China. Ainda assim, no acumulado de janeiro a outubro de 2023, com um total de 901,48 mil toneladas, o Brasil exportou quase 8% a mais do que no mesmo período do ano passado.

Tabela 1 – Volumes exportados totais e para a China de carne suína brasileira in natura de janeiro a outubro de 2021, 2022 e 2023 (em toneladas) e comparativo percentual de 2023 com o mesmo período do ano passado. Elaborado por Iuri P. Machado, com dados da Secex.

Além da redução do volume exportado, mais dois pontos relevantes se destacam nos embarques dos últimos meses: um deles é a redução do valor da tonelada exportada de carne in natura em dólar, que vem caindo desde maio/23, quando estava em US$ 2.587/tonelada e em outubro fechou em US$ 2.287/tonelada, uma redução de 11,6%. Outro ponto é a queda da participação da China. Ao se analisar os meses de agosto, setembro e outubro/23 é possível perceber uma forte redução absoluta e percentual do gigante asiático nas nossas vendas externas, bem como uma queda significativa no preço médio em dólar (Tabela 2). No comparativo entre os trimestres referidos dos dois anos é possível identificar um aumento significativo de embarques para Filipinas, que ultrapassou Hong Kong e assumiu o segundo lugar neste período. Por outro lado, o México que é um dos maiores importadores mundiais já aparece na sexta colocação, com mais de 15 mil toneladas nesses três meses (Tabela 2).

Tabela 2 – Ranking dos principais importadores da carne suína in natura brasileira nos meses de agosto, setembro e outubro de 2023 e 2022. Destaque (em amarelo) para a queda da participação da China e o aparecimento do México como destino relevante. Elaborado por Iuri P. Machado, com dados da Secex.

A China, que chegou a representar mais de 50% de nossas exportações, já vinha dando sinais de redução na participação percentual ao longo deste ano e já acumula três meses consecutivos abaixo de 30% (Tabela 3).

Tabela 3 – Percentual de participação da China nas exportações mensais brasileiras de carne suína in natura desde 2020. Elaborado por Iuri P. Machado, com dados da Secex.

O IBGE publicou os dados preliminares de abate do terceiro trimestre de 2023, confirmando o crescimento significativo do abate de bovinos e o baixo crescimento do abate de suínos (Tabela 4). No acumulado do ano (janeiro a setembro), comparando com o mesmo período do ano passado, o abate de suínos cresceu menos de 1% em cabeças e menos de 2% em toneladas de carcaças.

Tabela 4 – Dados de abate (em toneladas de carcaças e 1.000 cabeças) de bovinos, aves e suínos do terceiro trimestre, e acumulado de 2023, comparados com o mesmo período do ano passado e com o segundo trimestre deste ano. *Dados do terceiro trimestre/23 preliminares. Elaborado por Iuri P. Machado, com dados do IBGE.

O terceiro trimestre na maioria dos anos recentes é o período de maior volume de abate de suínos ao longo do ano, portanto, é normal mesmo quando o crescimento da produção desacelera (como é o caso de 2023), que o somatório dos suínos abatidos entre julho e setembro seja maior que os trimestres anteriores, e até mesmo o último trimestre do ano corrente. Porém, chama a atenção, conforme a tabela 5, que apresenta o abate no terceiro trimestre dos últimos 10 anos, que o crescimento observado no 3º trimestre de 2023 em relação ao mesmo período de 2022 foi o menor em cabeças, e o segundo menor em toneladas de carcaças no período avaliado.

Tabela 5 – Abate e suínos no Brasil no terceiro trimestre, de 2014 a 2023, em cabeças e toneladas de carcaças e crescimento/redução (%) em relação ao mesmo trimestre do ano anterior e ao segundo trimestre imediatamente anterior. Elaborado por Iuri P. Machado, com dados do IBGE.

Quando se avalia o balanço das carnes bovina, de frango e suína de janeiro a setembro de 2023, em comparação com o mesmo período do ano passado (Tabela 6), considerando a disponibilidade interna, percebe-se um aumento do consumo doméstico de carne bovina da ordem de quase 12%, do frango em pouco menos de 5% e da carne suína de somente 0,10%. Ao se extrapolar este incremento para o consumo per capita ano, com a mesma base populacional de 2022, tem-se um aumento do consumo total das 3 proteínas somadas em 6%, ou 5,5 kg por habitante/ano, onde a carne bovina representa mais de 3,5kg deste incremento.

Tabela 6 – Produção, exportação e disponibilidade interna de carne de frango, bovina e suína no primeiro semestre de 2022 e 2023 e a diferença em toneladas e percentual de um ano para o outro, com o equivalente em consumo per capita ano adicionado em 2023. *Considerada população de 203.062.512 de habitantes (dados do último censo do IBGE); dados de produção (abate) do terceiro trimestre de 2023 preliminares. Elaborado por Iuri P. Machado, com dados do IBGE e Secex.

Este crescimento da disponibilidade interna aproximou o preço da carne bovina para a carne suína em relação ao ano passado (Tabela 7), reduzindo a competitividade da suína e limitando altas no preço pago ao produtor. Depois do spread entre o valor do quilograma da carcaça bovina em relação a suína atingir o menor percentual do ano no mês de setembro/23, em outubro e novembro (parcial) voltou a subir (Tabela 7).

Tabela 7 – Spread da carcaça suína especial (SP) em relação a carcaça bovina (Cepea/B3) e a carcaça do frango resfriado, nos primeiros dez meses de 2023 e média do ano de 2022. Em destaque (amarelo) as médias de 2022 e os valores mais baixos de 2023. * Dados de novembro/23 até dia 13/11 **Quanto mais alta a relação percentual boi-suíno e quanto mais baixa a relação suíno-frango, mais competitiva é a carne suína em relação às duas outras. Elaborado por Iuri P. Machado, com dados do Cepea.

Já entramos em meados de novembro e a tão esperada alta das cotações do suíno vivo ainda não se concretizou, embora o mercado demonstre um aquecimento da demanda para atender o consumo de final de ano.

É possível predizer a variação dos preços analisando anos anteriores? Talvez sim, pelo menos em parte, visto que cada ano apresenta dinâmicas diferentes e existem inúmeros outros fatores além da simples oferta e procura pela carne suína, que influenciam as cotações. Para tentar encontrar alguma lógica histórica no comportamento dos preços, a tabela 8 mostra como se comportaram as cotações da carcaça suína em São Paulo ao longo dos últimos 10 anos, entre os meses de outubro e janeiro.

Tabela 8 – Variação do preço da carcaça especial suína em São Paulo (SP), entre outubro e janeiro, nos últimos dez anos (de 2013 a 2023). Legenda colorida indica os destaques no período analisado. Não foi feita correção inflacionária das cotações. Elaborado por Iuri P. Machado sobre dados do Cepea.

Considerando que em dezembro a demanda por carne suína é a maior do ano e que é preciso fazer estoque antes para atender esta demanda, independente da situação de mercado, a tendência quando não há uma grande alta do preço em novembro e dezembro é que em janeiro o preço de mantenha estável.

Insumos em elevação, mas sem movimento especulativo aparente

A Conab divulgou dia em 09 de novembro o segundo levantamento da safra 2023/24 que traz em relação ao levantamento anterior uma redução da expectativa de safra de milho, com previsão de um total de 119 milhões de toneladas a serem colhidas (Tabela 9).

Tabela 9 – Balanço de oferta e demanda de MILHO no Brasil (em mil toneladas). Dados da safra 2022/23 atualizados em 09/11/23, sendo estoque final estimado para 31/01. Destaques (em amarelo) para as exportações da safra 2022/23 (52 milhões de toneladas), no período compreendido entre 01/02/23 e 31/01/2024, a se confirmar, e para a produção total de milho da safra 2023/24 (119,06 milhões de toneladas) Fonte: Conab

Segundo a consultoria MBagro, pelo cenário atual há potencial de alta de preços de milho ao longo da próxima temporada. Temos queda de área tanto na primeira como na segunda safra e perspectivas de produtividades menores por conta do clima. O total de milho produtivo no Brasil em 2024 não se repete esse ano, e o impacto será sentido no preço interno e na exportação, que não deve repetir o comportamento de 2023. Há um importante potencial de alta de preços a frente.

Enquanto a CONAB projeta encerrar este ciclo de exportações de milho em 52 milhões de toneladas (tabela 9), os números acumulados do ano e o volume diário embarcado em novembro/23 indicam que este número poderá ser ultrapassado, chegando a 55 milhões de toneladas e reduzindo consideravelmente o estoque de passagem. Mesmo com esta expectativa de redução de safra em relação ao ano anterior e maior exportação, a pressão sobre o preço do milho aliviou nos últimos dias, conforme mostra o gráfico 1.

Gráfico 1 – Preço do milho (R$/SC 60kg) em CAMPINAS-SP, nos últimos 60 dias, até dia 13/11/23. Observa-se certa estabilidade nos últimos 20 dias úteis, depois de algumas semanas de alta contínua. Fonte: Cepea

O farelo de soja, que durante muitos meses ficou estável, terminou outubro e entrou em novembro/23 com as cotações em movimento de alta, ultrapassando o valor de R$ 2.500,00 por tonelada em algumas praças.

Considerações finais

Apesar de disponibilidade interna similar à do ano passado, a estabilidade de preços pagos ao produtor observada no mês de outubro e metade do mês de novembro/23 chama a atenção, pois quase sempre nesta época há uma escalada na procura e, consequentemente no preço, pelo fato das indústrias, atacado e varejo formarem estoques para os festejos de fim de ano que se concentram em dezembro.

Segundo o Presidente da ABCS, Marcelo Lopes, “Esta estabilidade indica uma cautela nos elos finais da cadeia que não estariam ‘arriscando’ adquirir mais do que o que efetivamente será vendido. Também é um indicativo de que os estoques de fim de ano devem ser menores do que em anos anteriores, determinando que o preço se mantenha em patamar um pouco mais elevado ao longo de todo mês de dezembro e talvez sem recuo significativo em janeiro/24. Além disso, há uma pressão sobre os custos de produção em função das expectativas de safra e alta exportação de milho, mas ao contrário de outros anos, o mercado não está especulativo e a curva de ascensão do preço do milho tem sido mais suave que no passado”, conclui.

Fonte: Assessoria ABCS

Notícias

Sindiavipar critica decisão do STF sobre desoneração da folha de pagamento

Sindicato faz um apelo aos membros do Congresso para que intervenham e revertam essa decisão, visando preservar as condições já estabelecidas para os setores empresariais afetados.

Publicado em

em

Foto: Jonas Oliveira

O Sindicato das Indústrias Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) manifestou, nesta sexta-feira (26), sua preocupação diante da decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin, de suspender a desoneração de impostos da folha de pagamentos dos setores empresariais que mais empregam no país.

Anteriormente, esta medida havia sido aprovada pelo Congresso Nacional com ampla maioria de votos.

De acordo com o Sindiavipar, a decisão do STF responde a um pedido do governo federal e pode impactar negativamente o emprego, elevar os custos de produção, agravar a inflação e acentuar a insegurança jurídica no país.

Diante disso, o sindicato faz um apelo aos membros do Congresso para que intervenham e revertam essa decisão, visando preservar as condições já estabelecidas para os setores empresariais afetados.

Confira a nota na íntegra: 

É com extrema preocupação e profunda decepção que o Sindicato das Indústrias Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) recebe a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Cristiano Zanin, de suspender a desoneração de impostos da folha de pagamentos dos setores empresariais que mais empregam no país, que havia sido duplamente referendada pelo Congresso Nacional por esmagadora maioria de votos dentro do mais transparente processo democrático.

Além de ferir o princípio constitucional da equidade dos três poderes, a lamentável medida, que atende inoportuno pedido do governo federal, expõe mais uma intromissão indevida do STF em atribuições que são exclusivas do legislativo, com potencial para levar à demissão milhões de trabalhadores, restringir novas contratações, elevar os custos de produção com forte impacto inflacionário e aumentar a insegurança jurídica do Brasil, fator que já vem desestimulando novos investimentos na economia e travando o crescimento nacional.

O Sindiavipar espera que os senadores e deputados federais, representantes legítimos dos interesses e das aspirações da população brasileira, tomem as necessárias e urgentes providências para derrubar o ato infeliz do ministro do STF e restaurar a vontade soberana do Parlamento, evitando um grave retrocesso que trará desastrosos prejuízos econômicos e sociais para o país.

Sindiavipar

Curitiba, 26 de abril de 2024

Fonte: O Presente Rural
Continue Lendo

Notícias

Com presença de autoridades, 89ª ExpoZebu será aberta oficialmente neste sábado

Expectativa é que 400 mil pessoas passem pela maior feira da pecuária zebuína do mundo até o dia 6 de maio, 35 comitivas internacionais com 700 estrangeiros.

Publicado em

em

Foto: Divulgação/ABCZ

Será aberta oficialmente neste sábado (27), a 89ª ExpoZebu – Genética Além das Fronteiras. O presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), Gabriel Garcia Cid, fará a abertura da solenidade às 10 horas no Parque Fernando Costa, em Uberaba (MG).

Confirmaram presença no evento o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, o governador do Ceará, Elmano de Freitas, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Carlos Fávaro, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, o secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Carlos Goulart.

A expectativa é que 400 mil pessoas passem pela maior feira da pecuária zebuína do mundo até o dia 6 de maio, 35 comitivas internacionais com 700 estrangeiros.

A ExpoZebu deste ano ressalta a força da cadeia produtiva da carne e do leite destacando avanços da genética zebuína, a relevância dos subprodutos da pecuária, trazendo ampla gama de produtos e serviços especializados.

Além disso, evidencia para criadores, investidores, profissionais do setor, estudantes e toda a comunidade as mais recentes técnicas de produção, manejo de rebanhos, nutrição animal, inovação tecnológica e oportunidades de negócios, apresentando muito mais do que uma exposição de gado.

Esta edição conta com 2.520 animais que participarão dos julgamentos entre os dias 28 e abril a 4 de maio. A programação também inclui o 2º Congresso Mundial de Criadores de Zebu (Comcebu), o 44º Torneio Leiteiro, 38 leilões, 8 shoppings de animais, palestras educativas, workshops práticos, demonstrações ao vivo voltadas ao impulsionamento da eficiência e produtividade porteira adentro.

Além disso, atrações para todos os públicos como a tradicional Feira de Gastronomia e Alimentos de Minas, a 39º Mostra do Museu do Zebu e shows, o que contribui para a movimentação da economia com geração de 4.200 empregos diretos e indiretos.

O Parque Fernando Costa estará aberto para visitação durante os dias de feira das 7h30 às 22h. Especialmente neste sábado, os visitantes poderão degustar pipoca e algodão doce gratuitamente no período da manhã.

A ‘89ª ExpoZebu – Genética Além das fronteiras’ é uma realização da ABCZ, com patrocínio de Cervejaria Petrópolis – Itaipava, Neogen, Banco do Brasil, Cachaça 51: uma boa ideia, Sistema CNA/Senar, Programa leilões, Chevrolet, SETPAR empreendimentos e Caixa – Governo Federal e apoio de Geneal, Sicoob Credileite, Prefeitura de Uberaba – Geoparque, Sindicato Rural de Uberaba e Fazu.

Fonte: Assessoria ABCZ
Continue Lendo

Notícias

ABCZ lança campanha para valorização do produtor rural e da produção de carne e leite

Vídeos educativos serão exibidos em painéis no Parque Fernando Costa, durante a 89ª ExpoZebu.

Publicado em

em

A Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) inicia a 89ª ExpoZebu, maior feira de pecuária zebuína do mundo, uma campanha de valorização do produtor rural e da produção de carne e leite. Trata-se de vídeos educativos com informações importantes sobre o setor.

‘Conhecer para Admirar’ é uma série de 3 episódios com histórias de personagens que tiveram as vidas transformadas pelo agronegócio. A ABCZ também divulgará dois vídeos educativos evidenciando os benefícios da carne e do leite.  “Nós precisamos ampliar o diálogo com a população para combater informações equivocadas sobre a pecuária e agronegócio. Por isso, na campanha, mostraremos exemplo de trabalho e superação na produção rural, além dos benefícios da carne e do leite: empregos gerados, produtos e subprodutos, e principalmente as qualidades nutricionais indispensáveis para a nossa saúde. Tudo isso é fruto do melhoramento genético”, destaca o presidente da ABCZ, Gabriel Garcia Cid.

O trabalho desenvolvido pela ABCZ contribuiu para o desenvolvimento da genética no país. Entidade ligada ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), a ABCZ é responsável pelos registros de animais zebuínos no Brasil. Ao longo de seus 105 anos, a associação já registrou cerca de 23 milhões de animais. E esse progresso genético levou o Brasil ao topo do ranking de exportadores de carne bovina.

Os vídeos serão lançados nesta sexta-feira (26), durante reunião da Frente das Associações de Bovinos do Brasil (FABB). Em seguida, serão publicados nas redes sociais da ABCZ e serão divulgados nos telões do Parque Fernando Costa, durante a 89ª ExpoZebu, por onde passam cerca de 400 mil pessoas.

Fonte: Assessoria ABCZ
Continue Lendo
SIAVS 2024 E

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.