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Expedição revela as principais oportunidades e gargalos da cria bovina no Brasil

Circuito Cria visitou 43 fazendas em seis estados, mapeou gargalos, identificou oportunidades técnicas e destacou o papel da genética Angus e Ultrablack na eficiência da produção.

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Foram visitadas propriedades em Minas Gerais, Goiás, Tocantins, Pará, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul - Foto: Delcides Filho

Foram 15 mil quilômetros rodados em menos de dois meses, cruzando seis estados e diferentes realidades da pecuária brasileira. Assim começou o Circuito Cria, uma expedição que visitou 43 propriedades entre 29 de setembro e 21 de novembro para revelar, in loco, os principais gargalos e oportunidades da cria bovina em áreas como genética, nutrição, manejo, reprodução e sanidade.

A viagem técnica foi realizada em um período considerado decisivo para a pecuária brasileira. Depois de um ciclo marcado pelo aumento do abate de fêmeas, o mercado inicia uma etapa de retenção de vacas de cria e de maior valorização dos bezerros, movimento que tende a se firmar nos próximos anos.

No caso específico da raça Angus, o volume de animais disponíveis é menor e deve seguir reduzido até 2026, com projeção de recuperação somente a partir de 2027. “A expedição cumpriu o objetivo de tirar a fase de cria da invisibilidade e de mapear, in loco, a realidade, os desafios e o potencial desse primeiro elo da cadeia. Foi uma oportunidade ímpar de estar ao lado do produtor de base, levar conhecimento técnico e, ao mesmo tempo, coletar dados primários de alta fidelidade”, afirma a coordenadora geral do Programa Carne Angus Certificada, Lídia Leal.

“O Circuito Cria foi fundamental para estreitar a relação com o pecuarista de base. Sempre estivemos muito próximos das etapas de recria e engorda, mas a cria é que realmente define o caminho da genética. O marmoreio e a qualidade começam ali, na escolha do sêmen e na condução das matrizes. Estar ao lado desse produtor, orientando e incentivando o uso de genética Angus e Ultrablack, é garantir que teremos bezerros com o potencial necessário para entregar o padrão esperado”, destaca a coordenadora regional do programa, Mariana Borges.

Oportunidades no horizonte

Com o fim da expedição, diversas oportunidades já podem ser mapeadas. O aumento da eficiência reprodutiva é uma delas. Segundo Lídia, a expansão do uso de tecnologias, como a Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) e a seleção de genética superior (Angus/Ultrablack) são possibilidades que, comprovadamente, elevam a taxa de prenhez e desmame, além de padronizarem o rebanho. Isso tudo se reflete em ganhos para o produtor. “O mercado está cada vez mais disposto a remunerar melhor o bezerro fruto de manejo e genética diferenciada, permitindo que o criador de alta performance capture maior valor na desmama”, explica, complementando que a integração de dados é também uma oportunidade de levar ferramentas de gestão simples e eficazes para o campo, transformando dados brutos em informação acionável.

O Circuito também permitiu a identificação de alguns gargalos relevantes. De acordo com a coordenadora do programa, a falta de profissionalização e de gestão de dados em muitas fazendas de cria ainda dificulta a tomada de decisão baseada em indicadores econômicos e técnicos, como o custo de produção por bezerro. “Outros pontos são a degradação de pastagens e o manejo nutricional inadequado, especialmente no período da seca, comprometendo o desempenho reprodutivo e a condição corporal das matrizes”, afirma.

Fonte: Assessoria Associação Brasileira de Angus e Ultrablack

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Programa Fazenda Nota 10 impulsiona bem-estar animal e moderniza a pecuária brasileira

Iniciativa da Friboi e do Inttegra amplia educação, tecnologia e boas práticas, alcançando mais de mil fazendas e elevando a eficiência, a qualidade das carcaças e a sustentabilidade do setor.

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Fazenda Olhos D’Água em Aquidauana-MS, participante do projeto F10 - Foto: Divulgação/JBS

Melhorar a gestão e a produtividade de fazendas de gado de corte é sempre um desafio para o produtor, que busca, cada vez mais, investir em bem-estar animal (BEA). Essa agenda tem impacto direto na saúde no rebanho, na rentabilidade da fazenda e na sustentabilidade da pecuária. Unindo esses objetivos, a Friboi e o Inttegra criaram o Programa Fazenda Nota 10 (FN10), que oferece aos pecuaristas participantes referências produtivas e financeiras essenciais para aprimorar a administração de suas propriedades.

Lançada em abril de 2020 no formato digital, a iniciativa fornece educação, tecnologia e orientação especializada. Desde então, o programa direciona os participantes para os fatores que realmente influenciam seus resultados e os apoia na construção de uma pecuária mais moderna e eficiente.

Com a evolução do programa, foi implementado um novo módulo focado no tema de bem-estar animal promovendo conhecimento, avaliações e disseminando boas práticas no manejo, conforto e saúde dos animais. Com as novas práticas, o programa contribui com a educação continuada junto aos produtores, agregação de valor à cadeia de fornecimento da Friboi, além de impactar a qualidade dos produtos.

Estas ações estão alinhadas aos princípios da Colaboração Brasileira de Bem-Estar Animal (COBEA), da qual a JBS Brasil é membro desde a sua fundação, em junho de 2024. “Bem-estar animal está entre as prioridades da agenda global da JBS, e a parceria com a COBEA é muito relevante para este propósito. Temos alcançado maior interação entre as partes interessadas, de maneira a acelerar o avanço científico, tecnológico e normativo”, destaca da diretora de Sustentabilidade da JBS, Liège Correia e Silva.

A partir do estudo de protocolos de clientes e certificações, somado à experiência prática da empresa e à inspiração no conceito dos cinco domínios do bem-estar animal (nutrição, ambiente, saúde, comportamento e estados mentais), foi criado um módulo dentro do programa Fazenda Nota 10 sobre o tema na linguagem do produtor, estruturado nas seções Aspectos gerais, Nutrição, Ambiente, Saúde e Manejo. O questionário do módulo foi inserido a partir da safra 2020/2021 para ser preenchido pelos pecuaristas com diferentes realidades, no início e no final de cada safra, em uma plataforma online. Após concluir o preenchimento, cada fazenda recebe um relatório de diagnóstico detalhado com seu status por seção.

Para estimular o engajamento, a cada safra são realizadas promovidas aulas específicas (masterclass); minicursos (jornada do conhecimento); suporte técnico e visitas presenciais que permitem vivenciar a realidade das fazendas, orientar melhorias e fortalecer o relacionamento com o pecuarista.

Para participar do Fazendo Nota 10 o pecuarista precisa ser cadastrado na Friboi, ter balança na fazenda e ter um colaborador dedicado para lançar dados na plataforma mensalmente. Cada ciclo do Programa tem duração de 12 meses, mas a fazenda pode optar por continuar participando dos ciclos seguintes. Ao longo das quatro primeiras safras, concluídas na edição 24/25, o FN10 contabilizou os resultados da implantação do módulo de saúde e bem-estar animal em mais de 1.000 fazendas.

Os resultados alcançados não apenas promovem saúde e bem-estar animal, como também contribuem para carcaças de melhor qualidade, com redução de abscessos, contusões, desvios de pH e menor stress no pré-abate.

“Por meio do Fazenda Nota 10 e a parceria com a COBEA, reforçamos nossa visão de que uma pecuária mais eficiente é parte da solução dos desafios climáticos e da insegurança alimentar. Quando geramos conhecimento que possibilitam um produtor evoluir com a sua produção, toda a cadeia evolui junto, e isso se reflete em benefícios concretos para os animais, para a cadeia produtiva e para o setor como um todo”, completa Liège.

Fonte: Assessoria JBS
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Pecuária sustentável ganha reforço com novo curso virtual da Embrapa

Com carga horária estimada em 16 horas, o treinamento é gratuito e coordenado pela pesquisadora Sandra Aparecida Santos.

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Foto: Gisele Rosso

A sustentabilidade dos sistemas pecuários é essencial para uma produção animal responsável e em equilíbrio com o meio ambiente. Para ajudar produtores e técnicos a desenvolverem modelos agropecuários com foco em princípios de agroecologia, agricultura sustentável, orgânica e regenerativa, a Embrapa Pecuária Sudeste lançou o curso virtual “Produção animal em pastagens e sustentabilidade”.

A capacitação está disponível pela plataforma da Embrapa, o E-Campo, acesse clicando aqui.

Com carga horária estimada em 16 horas, o treinamento é gratuito e coordenado pela pesquisadora Sandra Aparecida Santos.

No total, são dois módulos compostos por várias aulas. No primeiro, intitulado “Conceitos e princípios de sustentabilidade aplicados em sistemas de produção animal em pastagens”, o participante terá acesso aos conceitos e princípios de agroecologia, agricultura sustentável, orgânica e regenerativa e suas aplicações em modelos de produção animal em pastagens e a importância dos bovinos no sistema. O segundo módulo “Sistemas de produção e práticas sustentáveis e regenerativas na pecuária a pasto”, os alunos vão conhecer as principais etapas do planejamento de sistemas de produção animal em pastagem, alguns modelos e práticas de manejo da pecuária que proporcionem eficiência produtiva e incremento dos serviços ambientais.

No curso, serão tratados assuntos como, por exemplo, práticas ESG na atividade pecuária;  Serviços ecossistêmicos e ambientais,  tecnologias de precisão para manejo das pastagens, manejo e conservação do solo, alguns modelos de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), uso racional da água, práticas de mitigação da emissão de gases de efeito estufa, protocolos de baixo carbono.

Segundo a pesquisadora Sandra Santos, o curso visa capacitar profissionais e demais interessados nos conceitos e práticas de manejo sustentável de animais no  pasto. O foco é apresentar diferentes formas de uso da terra que promovem eficiência produtiva e incrementem os serviços ambientais. Serão abordadas diversas práticas de manejo de pastagens, com destaque para sistemas integrados, ministradas por pesquisadores da Embrapa.

A capacitação contribui ainda para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 2, 12 e 13, promovendo uma pecuária mais eficiente, responsável e em harmonia com o meio ambiente.

Fonte: Assessoria Embrapa Pecuária Sudeste
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Pecuária de corte caminha para recorde em 2025 e virada no mercado em 2026

Tecnologia, confinamento e demanda externa sustentam abates e exportações enquanto a próxima safra deve ter menor oferta e preços mais firmes.

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Fotos: Shutterstock

A pecuária de corte deve fechar 2025 com novos recordes de abates e exportações, segundo análise da Consultoria Agro Itaú BBA. O resultado vem mesmo após a virada nos preços do bezerro, que apertou a margem da cria desde o ano passado. Para 2026, a expectativa é de um cenário um pouco diferente: menos fêmeas indo para o abate e um volume ligeiramente menor de animais terminados em comparação a 2025.

De acordo com a Consultoria Agro Itaú BBA , a evolução tecnológica da pecuária tem prolongado a fase de maior oferta de fêmeas no mercado, movimento que antes se acreditava que perderia força ainda em 2025. O custo da ração mais baixo em relação ao boi gordo e a boa rentabilidade dos confinamentos também estimularam muitos produtores a engordar as fêmeas, e não segurá-las no rebanho, aproveitando a janela favorável. Do outro lado, as exportações seguiram firmes e absorveram essa oferta maior, colaborando para manter os preços equilibrados.

Mesmo assim, ao longo de 2025, a relação de troca continuou desfavorável para quem termina o boi. O preço do boi gordo ficou para trás em relação ao bezerro, pressionando a margem desse elo da cadeia. Caso as previsões se confirmem e a oferta de gado realmente comece a cair em 2026, a menor disponibilidade de animais deve puxar os preços do boi gordo para cima.

Do lado da cria, a tendência é de valorização contínua. Após anos de descarte elevado de fêmeas, a taxa de nascimentos caiu, e a oferta mais curta tende a sustentar preços mais altos. Já o boi gordo dependerá não apenas de uma queda real nos abates, mas também da manutenção do apetite internacional pela carne brasileira.

E esse fator externo deve seguir favorável. Os principais concorrentes do Brasil, como Estados Unidos, Austrália e Argentina, vivem um momento de menor oferta de gado para abate, abrindo espaço para o produto brasileiro. Com menos carne disponível no mercado global, os preços internacionais tendem a continuar em trajetória de alta, reforçando o bom momento das exportações.

Fonte: O Presente Rural com informações Consultoria Agro Itaú BBA
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