Bovinos / Grãos / Máquinas
Expectativa de retorno do confinamento em 2024 frente ao cenário de custos
Aumento da oferta de animais, de modo geral, incluindo o crescimento no confinamento, tem sido um dos principais drivers no mercado pecuário, tendo em vista que vem resultando em pressão sobre os preços pagos pelo boi gordo

Apesar do ainda vasto volume de animais terminados a pasto no Brasil, a engorda de bovinos em sistemas confinados vem ganhando espaço nos últimos anos. Algumas vantagens, como melhor acabamento de carcaça e até mesmo o benefício estratégico para a oferta de animais prontos para o abate no segundo semestre do ano, chamam a atenção de pecuaristas para este sistema de produção.
Dessa forma, a engorda em confinamento tem assumido cada vez mais papel de protagonismo na pecuária brasileira. Contudo, este aumento no número de animais terminados em confinamento, bem como a sua importância na dinâmica de abate do País, exige que agentes do setor trabalhem a gestão de preços e de comercialização, dado o maior risco que este sistema de produção possui, quando comparado a pastagem.
Dados do Censo DSM- Firmenich mostram que o volume de animais confinados teve grande importância na dinâmica de abates de bovinos no Brasil entre 2018 e 2023, com o volume de animais terminados em confinamento oscilando ao longo dos anos, em função das flutuações de preços, como do milho e do boi magro.
O aumento do rebanho (planejado) nos confinamentos de 2021 para 2022 foi de 3,7%. De 2022 para 2023, por sua vez, o crescimento foi praticamente o mesmo, de 3,5%, sendo estimado em cerca de 7,2 milhões de cabeças.
A participação de bovinos confinados no abate nacional atingiu a representatividade máxima de 24,4% em 2021, caindo para 23,9% em 2022 e se limitando a 21,3% no ano passado (Gráfico 1).

Vale ressaltar que a quantidade de animais confinados aumentou significativamente de 2018 para 2019, com crescimento de 55,3% no período, movimento associado à intensificação da demanda da China. De 2019 para 2020, o avanço foi de 6,8% e, a partir daí, seguiu de forma menos intensa.
O aumento da oferta de animais, de modo geral, incluindo o crescimento no confinamento, tem sido um dos principais drivers no mercado pecuário, tendo em vista que vem resultando em pressão sobre os preços pagos pelo boi gordo. Com a arroba em desvalorização e sem sinalização de recuperação consistente no mercado futuro, confinadores tendem a repetir o comportamento de cautela também em 2024.
Buscando a análise dos potenciais resultados obtidos nos próximos meses pelos confinamentos nacionais, foram analisados dados obtidos pelo Projeto Campo Futuro, iniciativa do sistema CNA/Senar, em parceria com o Cepea, da Esalq/USP. Cálculos realizados com base nas cotações futuras (B3) mostram rentabilidade média negativa, de -6,34%, para um confinamento de 90 dias com o abate dos animais em junho, considerando-se a média Brasil.
O movimento de queda na rentabilidade permaneceu por quatro meses consecutivos. Porém, tendo como base os patamares atuais do boi magro e do milho e a venda do animal terminado em outubro (contrato BGIV23, com fechamento para o dia 15 de julho de 2024 na B3), a rentabilidade no período chega, na média, a 9,07% (Gráfico 2). A projeção esboça um cenário mais otimista para o segundo semestre de 2024.

Um dos fatores para a maior expectativa de rentabilidade do confinamento é o recuo no preço de compra do boi magro. Com uma maior oferta de carne na ponta final e os esforços do setor em controlar a oferta de bois em ponto de abate, a demanda pelos animais antes da engorda limitou as negociações e, consequentemente, os preços.
Na média Brasil, a arroba do boi magro chegou a R$ 235,03 na parcial de julho até o dia 18/07, quedas de 1,7% frente a junho e de 7,9% em comparação a julho/23, em termos nominais. A intensidade desse recuo nos últimos meses ocorreu de forma parcial nas praças acompanhadas, levando a comportamentos distintos a depender do estado avaliado (Tabela 1).

Com o objetivo de realizar o cálculo de rentabilidade de maneira regionalizada, foram considerados os parâmetros para desempenho individual dos animais de acordo com a média Brasil dos sistemas de confinamento amostrados pelo Projeto Campo Futuro, cruzando-se então os valores do preço de reposição estadual e os valores de arroba corrigidos com base no diferencial de base entre as cotações do Indicador do Boi Gordo Cepea/B3 e a dos estados avaliados. A partir disso, foi possível identificar os estados em que a atividade teve maior tendência a apresentar margem bruta superior, baseando-se no custo diário por cabeça e preço de venda dos animais (Gráfico 3).

Em todos os estados acompanhados, a tendência é de aumento da margem bruta para outubro frente ao observado em junho de 2024, reforçando a sinalização de que o cenário tende a melhorar no segundo semestre do ano. Para o abate de animais em outubro, os estados que se destacam são Rio Grande do Sul, Minas Gerais e São Paulo, com expectativas de margem bruta média equivalentes a 18,2%, 14,2% e 12,8% da receita bruta, respectivamente.
Por outro lado, os estados Paraná, Pará e Mato Grosso do Sul apresentaram as menores expectativas de margem do estudo, sendo respectivamente equivalentes a 1,5%, 2,7% e 2,9%, da receita bruta. Nestes estados, ao mesmo tempo em que se observou uma elevação nos preços de reposição em relação ao observado para o abate de animais em junho – ou manutenção, no caso do Mato Grosso do Sul –, também foram detectados aumentos expressivos nos custos médios de diária de confinamento, atingindo até 10,36% para o Mato Grosso do Sul, contra 3,2% e 6,0% para Paraná e Pará.
É importante destacar que a análise proposta compara apenas os resultados de confinamentos onde a compra, terminação e venda dos animais ocorram dentro de um mesmo estado, o que pode por sua vez impactar os resultados obtidos em regiões como o Paraná, que possui alto volume de animais adquiridos em estados vizinhos haja vista o alto custo para a compra de animais de reposição.
Dessa forma, fica evidente a importância de realizar um planejamento estratégico, que contemple desde a adoção de pacotes tecnológicos viáveis para cada propriedade, até estratégias de compra de insumos, uma vez que sistemas intensivos apresentam um risco inerente à flutuação de preços de mercado, que impactam significativamente as margens da atividade.

Bovinos / Grãos / Máquinas
Brasil avança em norma que libera exportação de subprodutos de bovinos e bubalinos
Proposta moderniza regras sanitárias e permite que empresas do Sisbi-Poa destinem materiais sem demanda interna a plantas com inspeção federal para exportação.

O Brasil deu um passo importante para ampliar o aproveitamento de subprodutos de bovinos e bubalinos destinados ao mercado internacional. O Projeto de Lei 4314/2016, de autoria do ex-deputado Jerônimo Goergen (RS), moderniza regras sanitárias e autoriza que empresas integrantes do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-Poa) destinem ao exterior materiais que não têm demanda alimentar no mercado interno, desde que o envio seja feito por estabelecimentos com fiscalização federal.
A proposta, aprovada na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara, na terça-feira (18), recebeu ajustes de redação e correções técnicas apresentadas pelo relator, deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB).
Ele destacou que versões anteriores do texto acumulavam vícios materiais e erros de referência à Lei 1.283/1950, que regula a inspeção industrial e sanitária de produtos de origem animal no país, o que comprometia a clareza normativa e poderia gerar insegurança jurídica.
Adequação técnica e segurança jurídica

Deputado Cabo Gilberto Silva: “A remissão incorreta não decorre da vontade do legislador, mas de um erro material, passível de correção. Preservar a referência ao artigo 12 garante coerência e evita contradições interpretativas” – Foto: Divulgação/FPA
Cabo Gilberto apontou que substitutivos anteriores citavam equivocadamente o artigo 11 da Lei 1.283/1950, quando a referência correta deveria ser o artigo 12, que trata diretamente das condições de inspeção sanitária. Para o relator, manter o erro poderia abrir brechas interpretativas. “A remissão incorreta não decorre da vontade do legislador, mas de um erro material, passível de correção. Preservar a referência ao artigo 12 garante coerência e evita contradições interpretativas”, afirmou.
Ele também corrigiu dispositivos que, segundo sua avaliação, extrapolavam a competência do Parlamento ao abordarem temas típicos de regulamentação pelo Poder Executivo. “Alguns trechos invadiam competências próprias do Poder Executivo. Ajustamos essas inconsistências para preservar a constitucionalidade e a técnica legislativa”, explicou.
Exportação via estabelecimentos com inspeção federal
Com essas correções, o texto final deixa claro que estabelecimentos estaduais ou municipais integrados ao Sisbi-Poa poderão destinar subprodutos sem demanda local a plantas industriais com inspeção federal, habilitadas pelo Ministério da Agricultura para exportação.
A medida atende mercados externos que utilizam esses materiais em diversas aplicações industriais e contribui para ampliar o aproveitamento de resíduos do abate, fortalecer a cadeia produtiva e garantir conformidade sanitária nas operações internacionais.
Avanço regulatório
Para o deputado Cabo Gilberto, a atualização moderniza a legislação e posiciona o Brasil para aproveitar melhor oportunidades no comércio global. “A atualização aperfeiçoa a legislação, reforça o papel do Sisbi-Poa e contribui para que o país aproveite oportunidades no mercado internacional sem comprometer a fiscalização sanitária”, destacou o relator.
Bovinos / Grãos / Máquinas
Aliança Láctea debate crise do leite e traça estratégias para fortalecer o setor no Sul e Sudeste
Encontro em Florianópolis reuniu lideranças de vários estados para discutir competitividade, exportações, antidumping e ações conjuntas para reverter a crise da cadeia produtiva.

Os desafios do atual cenário da cadeia produtiva do leite e as estratégias para fortalecer o setor foram destaques na reunião da Aliança Láctea Sul Brasileira (ALSB), realizada na terça-feira (18), na sede do Sistema Faesc/Senar, em Florianópolis. O evento, realizado de forma híbrida, reuniu lideranças das federações de agricultura, representantes da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, bem como de governos estaduais e entidades dos três Estados do Sul, do Centro Oeste e de São Paulo, para discutir temas estratégicos para o futuro da cadeia produtiva do leite.
A abertura do evento reforçou a importância da atuação conjunta para a construção de políticas públicas que assegurem competitividade, sustentabilidade e crescimento para o segmento. Durante sua explanação, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de SC (Faesc), José Zeferino Pedrozo, expressou a satisfação em sediar o encontro e expôs a preocupação com essa grave crise que afeta diretamente a economia rural e a sobrevivência de mais de milhares de famílias produtoras.

Registro das lideranças que participaram da reunião de forma presencial – Foto: Enzo Santiago
O dirigente lembrou da audiência pública, recém-realizada pela Alesc, para discutir a atual situação da cadeia produtiva. “A Assembleia Legislativa, por iniciativa do deputado estadual Altair Silva, promoveu essa audiência pública que oportunizou discussões relevantes sobre o tema. Representamos a Federação da Agricultura do nosso estado e, para nossa surpresa, a mobilização foi tão significativa que contou com mais de 700 pessoas. O evento resultou na criação de uma comissão que trabalhará estrategicamente junto ao governo federal e ao governo catarinense nas sugestões indicadas”.
Pedrozo também ressaltou que em janeiro deste ano levou à CNA, a preocupação com a queda constante no preço pago aos produtores. “A CNA imediatamente solicitou a aplicação de um antidumping provisório, pedindo a verificação dos preços do leite em pó importado da Argentina e do Uruguai”, afirmou.
As atividades seguiram com explanação do presidente da ALSB, Rodrigo Ramos Rizzo, que destacou a importância estratégica da reunião e mediou os debates. Entre os destaques da programação esteve a apresentação do Modelo de Negócios para exportação de lácteos, que focou nas oportunidades para ampliar a presença brasileira no mercado internacional e tornar a cadeia mais competitiva. A explanação foi conduzida pelo consultor Airton Spies e o objetivo é entregar a proposta ao CODESUL e ao BRDE.
“O documento foi elaborado pelo Grupo de Trabalho da Aliança está finalizado. Agora, estamos formatando para entregar de uma maneira formal ao CODESUL no mês de dezembro, com as adequações que cada uma das entidades julgar necessário”, afirmou Rodrigo Rizzo.
Outro item da pauta foi a apresentação do “Termo de Prorrogação” da ALSB, conduzida por Orlando Pessuti, representando o CODESUL. A Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo, representada por José Carlos de Faria Cardoso Junior, ampliou o diálogo da ALSB com outros Estados interessados em participar e fortalecer a Aliança Láctea Sul Brasileira.
Também ganhou ênfase a apresentação do presidente da Cooperativa Central Gaúcha (CCGL), Caio Viana, e sua equipe que relataram o case sobre o status sanitário do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose Animal (PNCEBT) da cooperativa. O encontro abordou, ainda, a definição da direção da ALSB para o período 2026–2027, que ficará sob responsabilidade da Faep, e abriu espaço para contribuições gerais dos participantes, que ampliaram o diálogo para fortalecer a cadeia produtiva.
Encontro produtivo para o futuro do setor
Rodrigo Rizzo fez uma avaliação positiva da reunião, destacando que foi produtiva ao trazer diversos itens de pauta que refletem o cenário atual do setor. Segundo ele, um dos temas de impacto foi a questão da brucelose e da tuberculose, apontada como uma melhoria ainda necessária para aprimorar todo o processo e fortalecer o acesso ao mercado internacional.
Na visão de Rizzo, a união das entidades tem sido fundamental, especialmente para enfrentar a ação antidumping movida pela CNA, relacionada ao leite em pó importado, principalmente do Uruguai e da Argentina, que tem prejudicado o setor. “Esse produto tem entrado no país e afetado tanto as indústrias, que perdem competitividade, quanto os produtores, que enfrentam a queda nos preços”, destacou.

Reunião discutiu os desafios do atual cenário da cadeia produtiva do leite e as estratégias para fortalecer o setor – Foto: Silvania Cuochinski/MB Comunicação
O presidente da Aliança Láctea frisou, ainda, que é importante seguir atento ao monitoramento que que vem sendo realizado em relação à ação antidumping movido pela CNA. “Também discutimos sobre as exportações e competitividade. Somos competitivos em praticamente todos os aspectos. Temos alta qualidade e excelência na produção do nosso leite. O único ponto que ainda precisamos melhorar é o preço. O Brasil ainda não é competitivo nesse quesito. Isso depende de tempo e de um trabalho interno que precisa ser realizado.”, ressaltou.
O presidente Pedrozo também avaliou positivamente o encontro. Em sua mensagem final, reforçou o papel da Aliança Láctea Sul-Brasileira como um fórum essencial para a articulação institucional, debate técnico e construção de estratégias conjuntas capazes de contribuir para a superação da crise enfrentada pelo setor e para impulsionar o desenvolvimento da cadeia láctea. “Agradeço a participação de todos e espero que esse encontro represente mais um passo para a busca por soluções que fortaleçam o setor, promovendo o crescimento não apenas nos Estados envolvidos, mas em todo o Brasil. “
Representação
Também participaram e contribuíram com suas que contribuíram com análises e encaminhamentos essenciais para o fortalecimento da cadeia láctea, as seguintes autoridades e representantes de entidades: o presidente do Sindileite/SC e Conseleite/SC, Selvino Giesel; o secretário adjunto da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina, Admir Edi Dalla Cort; o assessor técnico da CNA, Guilherme Dias; o presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA, Ronei Volpi; o presidente do Sindileite/PR, Elias José Zydek; o presidente do Sindilat/RS, Guilherme Portela; o presidente da Famasul, Marcelo Bertoni; representantes da Farsul e da Faep; o secretário da Agricultura e Abastecimento do Paraná, Marcio Fernando Nunes; o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação de Mato Grosso do Sul, Jaime Elias Verruck; o presidente do SILEMS, Abraão Giuseppe Beluzi; representantes da secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Rio Grande do Sul, da Secretaria de Articulação Nacional, representantes do Sindilat, do Sebrae/RS; Conseleite/RS; do Codesul/PR, da Epagri, da Cidasc; entre outros.
Bovinos / Grãos / Máquinas Pecuária no Pampa
Produtores da Campanha conhecem tecnologias para bovinos e gestão do clima
Tarde de Campo em Hulha Negra apresentou ferramentas de rastreabilidade, controle de pragas, nutrição animal e agrometeorologia aplicada ao campo.

Produtores da região da Campanha gaúcha tiveram a oportunidade de conhecer, na terça-feira (18), tecnologias aplicadas à pecuária de corte durante a Tarde de Campo organizada pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), por meio do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA). O evento ocorreu no Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa em Sistemas Integrados e Meteorologia Aplicada (Cesimet).
O foco da atividade foram pesquisas e ferramentas práticas para manejo de bovinos, nutrição, controle de carrapatos, identificação biométrica e agrometeorologia, voltadas especialmente para produtores da região.
Segundo Gabriel Fiori, médico-veterinário do Cesimet e coordenador do evento, o objetivo é integrar pesquisa aplicada e necessidade do produtor. “Estamos apresentando uma seleção de experimentos e resultados-chave desenvolvidos pela Secretaria, após um longo período de interrupção desse tipo de atividade. Este momento simboliza a revitalização do Centro. As tecnologias e ferramentas demonstradas são direcionadas especialmente aos produtores da Campanha”, afirmou.

Fiori reforçou o papel estratégico do Cesimet para a região. “A força da pesquisa aplicada e da inovação está no coração do Pampa. Mais do que um centro de pesquisa, somos um espaço que integra produtores e poder público. Não é apenas um evento técnico, mas um ambiente de troca e construção de conhecimento conectado às tendências atuais”, completou.
Márcio Amaral, diretor-geral da Seapi, destacou a importância de conciliar produtividade e sustentabilidade. “O desafio é trabalhar em uma atividade que precisa aumentar a produtividade sem descuidar da questão ambiental. A pecuária está retomando força na região, e integrar lavoura e pecuária é o caminho ideal”, disse.
Agrometeorologia e planejamento do produtor
Flávio Varone, coordenador do Sistema de Monitoramento e Alertas Agroclimáticos (Simagro-RS), apresentou dados em tempo real de 102 estações meteorológicas no Estado. O sistema permite ao produtor acessar informações sobre irrigação, umidade do solo e temperatura, tanto pelo site quanto pelo aplicativo gratuito. “Hoje contamos com previsão do tempo e dados agroclimáticos integrados. O produtor gaúcho tem, na tela do celular, informações essenciais para planejar suas atividades”, explicou Varone.
Geovanna Klassen Gielow, estudante de Agronomia da Urcamp, avaliou o aprendizado. “A palestra sobre clima agrometeorológico foi essencial para ver na prática a aplicação do que aprendemos na sala de aula”, comentou.
Rastreabilidade e sanidade animal
O controle de carrapatos foi apresentado pelo pesquisador José Reck Junior, do IPVDF/Seapi. O Rio Grande do Sul mantém testes gratuitos há 40 anos para avaliar a eficácia de carrapaticidas, um diferencial do Estado. “As condições climáticas da região favorecem a proliferação do carrapato durante grande parte do ano, e a resistência aos produtos usados no campo é um desafio constante”, disse.
A identificação biométrica de bovinos foi demonstrada pelo CEO da QR Cattle, Flávio Mallmann. A tecnologia permite rastrear cada animal, registrar sua localização georreferenciada e o tempo de permanência em cada propriedade. “Quando o animal se desloca, o sistema registra automaticamente essa mudança. A plataforma deve estar disponível ao público a partir de janeiro de 2026”, afirmou.
Além disso, o evento abordou nutrição e reprodução de bovinos, reforçando a integração entre pesquisa aplicada e necessidade produtiva da região.



