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Avicultura Mercado

Expansão silenciosa da avicultura

Com frigoríficos distribuídos em vários municípios do Oeste do Paraná, produtores têm opções diferenciadas para ingressar na atividade

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Arquivo/OP Rural

Atividade considerada de bom desempenho e uma alternativa de renda a eventuais quebras nas safras de grãos, milho ou soja, nas quais os agricultores dependem do fator tempo para obter resultado satisfatório, a avicultura tem atraído cada vez mais adeptos nos municípios da microrregião de Marechal Cândido Rondon, Oeste do Paraná.

Há frigoríficos de abate de frangos instalados em Marechal Rondon, Palotina, Toledo, entre outras cidades, com atividades coordenadas por empresas privadas ou cooperativas. No caso da Copagril, que em abril deste ano completou 15 anos de operação da Unidade Industrial de Aves (UIA), a planta instalada no município rondonense abate atualmente de 170 mil a 180 mil aves ao dia, contudo o plano é aumentar significativamente estes números.

Dados da cooperativa de abril apontam 208 integrados na atividade com 360 aviários em diversos municípios.

Também há produtores que fornecem aves a outras cooperativas, como C.Vale, de Palotina, Lar, com sede em Medianeira, e Copacol, sediada em Cafelândia, bem como para a empresa BRF (antiga Sadia), em Toledo.

Assim como muitos associados a estas cooperativas estão entrando na avicultura, outros investem na construção de novos aviários, ou seja, buscam aumentar o trabalho e, com isso, ampliar a produção. Isso tudo leva a uma expansão silenciosa da avicultura na região Oeste do Paraná.

Prestes a “inaugurar”

 Morador de Marechal Rondon, o engenheiro agrônomo Cristiano Buss formou parceria com seu pai, Márcio, diretor-secretário da Copagril, e nos últimos meses tem “respirado” avicultura.

Márcio possui propriedade na Linha São Marcos, interior de Mercedes, na qual trabalha desde 2005 com avicultura de corte. Lá, possui dois galpões com capacidade de alojamento de 27 mil aves cada um, além de outros três que abrigam 22,5 mil aves cada.

Com a parceria de ambos surgiu um novo núcleo no lado de cima da propriedade, com quatro aviários medindo 150×16 metros, onde cada um poderá alojar 35 mil aves. A produtividade no núcleo superior, de pai e filho, é de 270 mil aves por ciclo. Já no núcleo debaixo, exclusivo de Márcio, a estimativa é de 130 mil aves por ciclo.

Ao O Presente, Cristiano destaca que o primeiro lote de aves deve ser alojado nos quatro novos aviários na sexta-feira (31). “A média é de 45 dias de alojamento das aves entre recebimento e entrega para o abate, somando uma faixa de seis lotes ao ano. Os dois núcleos devem totalizar 1,5 milhão de aves ao ano, mas o de baixo é exclusivo do pai. Nos quatro aviários de cima, onde trabalhamos juntos, devem ser fornecidas em torno de 840 mil aves por ano”, expõe.

Eficiência

Segundo ele, a construção dos novos aviários foi possível ao acessar o plano agrícola do governo via instituição de crédito. “Temos equipamentos de última geração, o que existe de melhor no Brasil. Pensamos em ter muita qualidade em termos de fitossanidade, tanto que tem barreira fitossanitária bastante eficiente para evitarmos a entrada de algum patógeno”, salienta.

O agrônomo e avicultor comenta que o objetivo é empregar mais tecnologia e mão de obra mais qualificada, uma vez que o manejo correto é fundamental para uma conversão eficiente, resultando em frangos com média de três quilos rumo ao abate. “A Copagril hoje tem resultado bastante eficiente e remunera melhor o produtor, com média de R$ 1,20 por ave, descontando ração e insumos, que são por conta da cooperativa. Outros investimentos cabem ao avicultor, que desconta desse valor”, pontua.

Com números empolgantes, pai e filho pretendem expandir a atividade futuramente. “Nossa intenção é expandir daqui algum tempo. Temos terraplanagem praticamente pronta, mas não há prazo definido porque precisamos dar início ao trabalho nos novos aviários”, menciona.

Cristiano avalia que a avicultura é interessante aos produtores rurais. “Sabemos de muita liberação para construir aviários na região. Um dos fatores que influenciam é que o frango você produz o ano todo, então é uma segurança. Já na agricultura, que é uma atividade a céu aberto, você não tem controle sobre umidade e temperatura”, pontua.

Postura

O empresário rondonense César Rieger também considera a atividade interessante. Ele trabalha com avicultura de postura junto com o pai, Arnildo, em uma propriedade no interior do município de Pato Bragado.

Segundo Rieger, seu pai atua com avicultura de corte há cerca de 35 anos e anos atrás parou com a suinocultura e transformou os galpões em aviários.

O rondonense conta que a família – ele, seus pais e seus irmãos – possuem propriedades em três linhas bragadenses, tanto com avicultura de corte quanto postura. Um novo projeto, voltado à avicultura de corte, vem sendo realizado na Linha Itapiranga. Já os dois empreendimentos em atuação – corte e postura – estão instalados nas linhas XV de Novembro e São Francisco.

Rieger diz que há dez anos seu pai decidiu ingressar na parte de postura, com a produção de ovos férteis. Uma granja com três aviários para corte foi transformada em granja de postura, tendo somado outros três aviários mais tarde.

“Após oito anos com a BRF na área de postura, no ano de 2019 o pai e eu ampliamos a granja e entramos na Lar. O plantel hoje é de 65 mil aves na granja de postura, de onde são retirados em média 55 mil ovos ao dia que são levados ao incubatório em Santa Helena ou Itaipulândia. Fazemos a parte de processos, os barracões e colaboradores são despesas nossas. A integradora traz as galinhas e os suprimentos, como ração e medicamentos, mas a estrutura e a parte operacional são nossas. O trabalho na granja de postura é mais detalhado, exige muita qualidade e eficiência, pois o ovo é algo sensível. Temos cerca de 20 funcionários, ou seja, um custo operacional alto”, ressalta.

De acordo com o rondonense, a postura é o início da cadeia da avicultura. “Se não trabalharmos bem na produção de ovos, algo manual e delicado, lá na parte final a ave não produz o resultado esperado na conversão alimentar e em carne”, observaressalta.

O empresário e produtor comenta existir porcentagem que a cooperativa paga ao integrado sobre a produção total, retira custos e repassa margem sobre isso.

Ampliação

Conforme ele, a Lar quer expandir a produtividade na região, o que vai exigir mais integrados, aumento no número de aviários para abrigar um plantel significativo para atender a demanda.

“Na transição da BRF para a cooperativa Lar nós vimos um novo horizonte, estamos contentes, tanto que ano passado surgiu um projeto de uma nova granja de postura. Serão seis aviários com 60 x 14 metros e 65 mil aves no total, dessa vez com toda família. As obras estão na fase de terraplanagem. É interessante e rentável”, destaca César.

Fonte: O Presente Rural

Avicultura Sanidade Avícola em Foco

Seminário Técnico sobre frango de corte reúne especialistas em Itapetininga

Evento ocorre em 15 de outubro e vai abordar prevenção e controle de doenças respiratórias em frangos de corte.

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A Associação Paulista de Avicultura (APA) e a Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA) se unem, no dia 15 de outubro, para realizar o Seminário Técnico: Frango de Corte, um evento voltado para profissionais do setor avícola. O encontro será realizado no Anfiteatro da Prefeitura de Itapetininga, cidade de São Paulo e terá como foco principal a capacitação técnica e a orientação sobre a criação de frangos de corte.

Durante o seminário, o destaque será para as Síndromes Respiratórias Neurológicas (SRNs), abordando medidas de prevenção, controle de doenças e a relevância da biosseguridade para a sustentabilidade da produção avícola. As palestras contarão com renomados especialistas da área, como o doutor Paulo Martins, da BioCamp, Paulo Blandino, médico-veterinário e gerente do Programa Estadual de Sanidade Avícola da Defesa Agropecuária, a doutora Ana Caselle, da San Vet, e a doutora Tabatha Lacerda, representante da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

Com o objetivo de aprimorar as práticas de biosseguridade e elevar a qualidade da produção avícola, o seminário é uma oportunidade única para os participantes se atualizarem sobre os desafios e avanços do setor. As inscrições podem ser feitas gratuitamente neste link.

Essa parceria entre a APA e a CDA reforça o compromisso com o fortalecimento da sanidade avícola em São Paulo, contribuindo para uma produção mais segura e eficiente, alinhada às exigências do mercado global.

Fonte: Assessoria APA
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Avicultura

Custos baixos seguem favorecendo setor avícola

Avicultura segue em uma perspectiva positiva, com custos de ração controlados e demanda interna e externa favoráveis, apesar das restrições da China.

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A perspectiva segue favorável para a avicultura, com os custos de ração sob controle e as demandas interna e externa favoráveis. No mercado interno, a maior procura advém dos preparativos para o final do ano e no front externo, com o setor compensando em outros destinos as restrições da China, que poderão ser retiradas.

Embora a própria conjuntura do setor de carne de frango tenha limitado uma reação mais significativa do preço no mercado interno, isto é, produção relativamente acelerada combinada com restrições de exportação, há também o “peso” da conjuntura do setor de bovinos, com os preços baixos do dianteiro, tornando a opção bovina competitiva. Todavia, a reação dos cortes bovinos ocorrendo mais claramente a partir de setembro, e com tendência de seguir em se recuperando, é positiva para a avicultura.

 

Preços do dianteiro bovino x frango. Fonte: Cepea

Na primeira previsão para 2025, o adido do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) na China estimou que a produção e o consumo chinês devem crescer 2% e 0,9%, respectivamente, no próximo ano, dado este aumento da produção doméstica, refletindo as boas margens, alívio na disponibilidade de material genético suportando o aumento de produção e restrições sobre fornecedores externos.

Já as importações estão previstas com queda de 33% (450 para 300 mil t), ou seja, continuando o que já se observa neste ano, que é o país asiático menos presente nas importações. Apesar desta perspectiva, o cenário é positivo para as exportações brasileira aos Emirados Árabes, Japão, Arábia Saudita entre outros.

Com as exportações um pouco menores neste ano (-2% até agosto), ainda que sobre uma base de comparação elevada – recorde histórico de 2023 – a possível sustentação dos preços nos próximos meses dependerá diretamente da velocidade de produção, que não dá sinais de contração. Assim, caso o ritmo das exportações siga abaixo do ano passado, seria ideal o setor dosar um pouco os alojamentos.

Spread das exportações de carne de frango. Fonte: Secex, Embrapa, Itaú BBA

Fonte: Consultoria Agro do Itaú BBA
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Avicultura

Apesar das menores exportações de carne de frango, spreads fortaleceram

Os custos da avicultura apresentaram leve queda em agosto, ao passo que os preços da ave viva evoluíram 4,3%, aliviando o spread da atividade, após dois meses no campo negativo.

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Os embargos decorrentes do caso de Newcastle no Rio Grande do Sul (RS) prejudicaram a quantidade exportada em agosto, porém houve melhora dos preços de embarque, assim como no mercado doméstico, ao mesmo tempo em que os custos aliviaram um pouco, fortalecendo os spreads.

Os custos da avicultura apresentaram leve queda (-0,8%) em agosto, ao passo que os preços da ave viva evoluíram 4,3%, aliviando o spread da atividade, após dois meses no campo negativo. Já na parcial de setembro (1ª quinzena) os preços tanto do milho quanto do farelo de soja voltaram a subir, alinhando os custos aos preços (R$ 4,63/kg vivo).

Custos, preços e spreadda avicultura (PR e RS) – Fonte: Embrapa, Deral, Estimativas Itaú BBA
*valores no mercado spot

Já no atacado, no estado de São Paulo (SP), o frango inteiro congelado registrou altas em agosto e na parcial de setembro, mas, embora positivas, foram ganhos modestos, aumento de 2,7% em agosto frente a julho e 1% em relação a setembro quando comparado com agosto.

Nas exportações, os envios de carne in natura em agosto foram mais fracos (356,4 mil toneladas), 18% menores sobre julho e 13% abaixo de agosto de 2023, decorrente dos embargos ocorridos após o caso de Newcastle no Rio Grande do Sul, ainda que a situação tenha aliviado, mas não esteja totalmente normalizada. Os embarques para a China, por exemplo, caíram de 61 mil t em jullho deste  ano para 16 mil toneladas em agosto.

Apesar dos menores volumes, o preço médio da carne embarcada subiu 9,6% ante o mês anterior, uma variação expressiva e que favoreceu bastante o spread da exportação, sendo o melhor desde maio de 2019. A alta forte decorreu do aumento dos envios a países de maior valor agregado, caso do Japão.

Embora defasados para justificar os movimentos de preços recentes, os dados de abates do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostraram que o ritmo de produção de carne de frango acelerou no 2T 24 frente ao trimestre anterior, saindo de uma queda de 2,5%no 1T24 para crescimento de 2,1% no 2T 24, com os abates, inclusive, batendo novo recorde histórico.

Preços do frango inteiro congelado no estado de SP – Fonte: Cepea

Fonte: Consultoria Agro do Itaú BBA
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IFC

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