Bovinos / Grãos / Máquinas
Expansão de boas práticas pode incrementar pecuária de corte no Brasil
Adesão ao Programa BPA permanece gratuita e voluntária e os produtores podem participar com três níveis de engajamento.
Eficiência, sustentabilidade e competitividade formam o tripé do Programa de Boas Práticas Agropecuárias (BPA) – bovinos de corte, que com mais de 20 anos de existência, passou por profunda transformação. O novo Programa BPA busca agora uma abordagem integrada, envolvendo técnicos, pesquisadores e produtores rurais, para saltar das 200 propriedades, atualmente credenciadas para mil, nos próximos três anos.
Coordenadora do Programa BPA, a pesquisadora Mariana Pereira, da Embrapa (Campo Grande-MS), explica que a mudança começa por incluir os bubalinos de corte no Manual de BPA, já que antes era restrito à bovinos. O tema da função social do imóvel incorporou os quesitos de legislações trabalhistas e ambiental, que antes apareciam dispersos em outros itens no Manual.
Com isso, abriram-se espaços dentro das áreas de gestão ambiental e de pessoas para quesitos que, de fato, são gerenciáveis, que exigem a tomada de decisão, como por exemplo, separação e destinação correta de resíduos sólidos, e bonificação por desempenho. Outro destaque é a possibilidade de inserir indicadores técnicos e econômicos para compor uma análise de benchmarking, que é uma importante ferramenta de gestão de resultados.
“O mundo está mudando, o mercado está mais competitivo e a responsabilidade socioambiental das empresas, inclusive no meio rural, está sendo cada vez mais cobrada pela sociedade. As mudanças no Programa BPA vêm para mantê-lo atual e relevante neste novo contexto”, afirma Mariana Pereira.
Como participar – técnico e consultor
A adesão ao Programa BPA permanece gratuita e voluntária e os produtores podem participar com três níveis de engajamento. No primeiro, o material disponibilizado pela Embrapa no site do BPA serve como guia de implantação na propriedade, sem vínculo formal com o Programa. Já no segundo, apesar de a implantação ser independente, a verificação de conformidade e emissão de atestado de adequação se dá por técnico credenciado BPA. Por fim, no nível três, há acompanhamento técnico desde a verificação inicial até a implantação total.
A decisão final é dos produtores, conforme seus objetivos, disponibilidade de recursos e tempo desejado para a conclusão do processo. Pereira ressalta que o “BPA é um instrumento gerencial que organiza pessoas, processos e recursos de forma eficiente, reduzindo perdas, desperdícios e multas, com consequente impacto positivo nas margens da pecuária. A adoção do BPA em fazendas brasileiras pode contribuir para a produção sustentável de carne, melhorando a imagem desta importante cadeia produtiva”.
O profissional com formação em qualquer área de Ciências Agrárias pode participar, a partir de uma capacitação e credenciamento no BPA e implantação em pelo menos uma propriedade rural, efetivando assim o seu credenciamento. Para isso, deve ficar atento ao site do Programa, ali estará o cronograma de cursos. Há também a opção de ingressar por meio de empresas que venham a ser parceiras e patrocinadoras do Programa BPA.
Pelo Brasil
A adoção de boas práticas agropecuárias por parte do produtor é fundamental. Não apenas como vitrine da adequação social e ambiental da propriedade e de sua conformidade com a legislação, mas como ferramenta para organização do empreendimento rural, tornando-o mais rentável e competitivo. É nesse contexto que se insere o BPA, implantado em 2008 no Rio Grande do Sul, em um projeto-piloto com a Associação dos Produtores dos Campos de Cima da Serra (Aproccima).
Com o apontamento dos itens que constam no checklist do BPA, o produtor consegue visualizar quais são os pontos críticos da propriedade pecuária, seja na área social, ambiental ou no sistema produtivo como um todo. Conforme Álvaro Fonseca Neto, analista da Embrapa Pecuária Sul (Bagé-RS), as novidades que estão sendo implantadas o torna ainda mais preciso e eficiente na identificação destes pontos, possibilitando uma visão ampla e analítica do estabelecimento rural.
“Essa nova versão do BPA traz ferramentas relacionadas aos indicadores de desempenho, tanto técnico como econômico. É uma forma prática para o produtor saber em que status está sua propriedade em relação à produtividade e eficiência dos recursos utilizados. Assim, o sistema produtivo pode ser impactado positivamente em função da diminuição de perdas e desperdícios, redução dos custos de produção e melhor planejamento das atividades ao longo do ano, o que potencializa não apenas a gestão como a lucratividade do negócio”, destaca Neto.
Segundo o analista, um dos grandes problemas dentro do sistema pecuário de produção é o adequado manejo alimentar e nutricional do rebanho. A nova versão do BPA traz mais detalhadamente, dentro dos diversos biomas do Brasil, quais as características e referenciais de uma pastagem bem manejada, o que traz impactos diretos à produtividade, eficiência e sustentabilidade do sistema de produção.
Para ele, “o correto manejo da pastagem traz não apenas lucros diretos devido à maior produtividade por hectare, como também apresenta impactos ambientais positivos, seja pela cobertura dos solos como também pela retenção de carbono no solo. Ou seja, a partir da melhoria dos índices produtivos, é possível tornar a atividade mais sustentável, produzindo mais alimentos na mesma unidade de área”.
Atualmente, o BPA no Rio Grande do Sul é operado a partir de parceria com o Senar-RS (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), que utiliza o BPA como base para realização de capacitações e treinamentos que abordam não apenas os itens que compõem o checklist do programa, mas também as melhores estratégias e tecnologias disponíveis para adequação da propriedade.
O produtor rural Carlos Santos Silveira de Ávila, de Pedras Altas, participou do BPA e afirma que o programa foi fundamental para garantir melhor eficiência na organização e gestão da propriedade. “Nossa propriedade participou e sem sombra de dúvidas nos ajudou bastante. Nós aplicamos os ensinamentos, seguimos o roteiro que é estabelecido e com isso conseguimos melhorar bastante, principalmente em relação à gestão da propriedade. Ao mesmo tempo em que conseguimos visualizar a propriedade de forma ampla, também conseguimos perceber cada detalhe que precisa ser melhorado”, disse.
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Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre
OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.
Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre
A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.
Derivados registram pequenas valorizações em outubro
Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).
Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta
Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.
Custos com nutrição animal sobem em outubro
O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.
Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico
O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito
CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.
A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .
Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:
O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.
O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.
Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.
A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.
Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.
O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.
Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.
A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.
Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.
Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.
Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat
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Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo
Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.
Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.
As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.
“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.
“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.
O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.
Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.
“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.
A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.
Concursos estaduais
Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.
O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran