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Suínos / Peixes

Exigência de bem-estar animal está em todas as fases da suinocultura

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A suinocultura baseada no bem-estar animal supõe a adoção de critérios e práticas em todas as suas fases, desde o nascimento até o abate, e as exigências neste tema tendem a aumentar à medida em que a ciência aponta novos tópicos e a sociedade civil os adota como exigência.
A atividade suinícola brasileira experimentou uma melhora expressiva nas condições de criação dos animais nos últimos anos e, ainda mais, se consideradas as últimas duas ou três décadas.
“O bem-estar animal melhorou desde as instalações, equipamentos, mão de obra e nutrição até sanidade, transporte e abate. Esta evolução melhora a qualidade de vida dos animais e das pessoas”, introduz o pesquisador da Embrapa Suínos e Aves, Osmar Dalla Costa.
Há 30 anos, entre outros exemplos, as instalações costumavam ter pé direito baixo, que piorava a qualidade do ar e o estresse térmico dos suínos, e os trabalhadores faziam muita força para manejar os animais por utilizar técnicas e equipamentos ineficientes.
“A suinocultura vive, há anos, uma realidade cada vez mais tecnificada e temos muitos exemplos de unidades produtivas com pressão negativa, ambiente climatizado, escamoteador, ração automatizada e, muito importante, de conscientização crescente da mão de obra sobre o manejo apropriado”, acrescenta.
Além de beneficiar animais e os trabalhadores, a utilização de padrões mais exigentes de bem-estar animal coincide com ganhos de produtividade em boa parte dos casos. “Os produtores brasileiros estão muito à frente da legislação pois, quando percebem maior rentabilidade e melhores condições, adotam novos padrões por si sós antes de qualquer obrigatoriedade”, comenta.
A seguir, uma breve introdução sobre alguns dos principais tópicos de bem-estar em diferentes fases da suinocultura a partir da entrevista com o pesquisador da Embrapa e o mestrando em Zootecnica da Unesp, Filipe Antonio Dalla Costa:  
Matrizes
Tópico mais debatido atualmente, as baias de gestação coletiva são direcionadas para a fase das matrizes e seguem padrões validados pela comunidade científica internacional. Segundo o pesquisador da Embrapa, o modelo apresenta dois tipos principais: com alimentação automatizada e sem alimentação automatizada.
“Na linha de alojamento de matrizes, o sistema de baias coletivas veio para ficar. Mas é preciso planejamento e, por isso, recomendo suporte técnico e consultoria”, sugere Costa.
Creche
Os principais cuidados de bem-estar animal na fase de creche estão relacionados ao uso adequado do piso, ambiência térmica e, no futuro próximo, na relação de comedores por animal e densidade por metro quadrado.
"Estes tópicos são muito importantes para todo o desenvolvimento do animal pois, se um leitão menor precisar disputar espaço para se alimentar com outros mais pesados, a tendência é que se alimente mal e tenha o desenvolvimento prejudicado”, pondera.
Engorda
Na fase de engorda, os diferenciais para preservar o bem-estar dos animais são a qualificação da mão de obra, instalações adequadas como comedouro e espaço por animal, tecnologias de imunocastração, embarcadores apropriados e manejo.
“Mostramos para os funcionários que o jeito de tratar o animal pode facilitar o trabalho. Quando passamos este conteúdo, eles entendem que não é força e sim técnica”, relata.
Transporte
O transporte também é etapa importante das boas práticas e inclui desde o treinamento dos motoristas (leis de trânsito, direção defensiva, evitar freadas bruscas, velocidade e distância da plataforma) até o tipo e o piso das carrocerias. A Embrapa, inclusive, oferece treinamentos em todo o Brasil e até no exterior sobre o tema.
“A carroceria mais recomendada é aquela de plataforma móvel e hidráulica que reduz o ângulo de inclinação e facilita o acesso dos funcionários. Também é preferível o piso antiderrapante, o uso de divisórias e adequações para o inverno e o verão”, lembra.
Abate humanitário
O mestrando em zootecnia do Grupo de Estudo Ético da Unesp, Filipe Antonio Dalla Costa, explica que o abate humanitário envolve todas as fases desde o manejo pré-abate e visa evitar o sofrimento desnecessário.
“Um dos pontos críticos é a insensibilização, que tem dois sistemas aceitos: o americano, que usa gás e é pouco comum no Brasil, e insensibilização elétrica. Deste modo, o animal não sente nenhum tipo de dor quando vem a sangria. Isso tem efeito na dor e na qualidade de carne”, destaca.
O pesquisador da Unesp ressalta ainda que, além da qualidade da carne, o consumidor dificilmente aceitaria consumir produtos a partir de animais maltratados. “Se trata de uma questão moral. Os consumidores valorizam o alimento ético que adota o bem-estar animal como também o respeito ao meio ambiente e ao aspecto social”, finaliza.  

Fonte: ABCS

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Suínos / Peixes

Preços do suíno vivo encerram abril com movimentos distintos

Segundo pesquisadores deste Centro, em Minas Gerais, compradores estiveram mais ativos na aquisição de novos lotes de animais, levando suinocultores daquele estado a reajustarem positivamente os valores. Já em outras praças, as cotações seguiram em queda, pressionadas pela demanda enfraquecida.

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Foto: Ari Dias

Os preços do suíno vivo no mercado independente encerraram abril com movimentos distintos entre as regiões acompanhadas pelo Cepea.

Segundo pesquisadores deste Centro, em Minas Gerais, compradores estiveram mais ativos na aquisição de novos lotes de animais, levando suinocultores daquele estado a reajustarem positivamente os valores.

Já em outras praças, as cotações seguiram em queda, pressionadas pela demanda enfraquecida.

Para a carne, apesar da desvalorização das carcaças, agentes consultados pelo Cepea relataram melhora das vendas no final de abril.

Quanto às exportações, o volume de carne suína embarcado nos 20 primeiros dias úteis de abril já supera o escoado no mês anterior, interrompendo o movimento de queda observado desde fevereiro.

Segundo dados da Secex, são 86,8 mil toneladas do produto in natura enviadas ao exterior na parcial de abril, e, caso esse ritmo se mantenha, o total pode chegar a 95,4 mil toneladas, maior volume até então para este ano.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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Suínos / Peixes

Embaixador da Coreia do Sul visita indústrias da C.Vale

Iniciativa pode resultar em novos negócios no segmento carnes da cooperativa

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Visitantes conheceram frigorífico de peixes - Fotos: Assessoria

A C.Vale recebeu, no dia 25 de abril, o embaixador da Coreia do Sul, Lim Ki-mo, e o especialista de negócios da embaixada sul-coreana, Rafael Eojin Kim. Eles conheceram os processos de industrialização de carne de frango, de peixes e da esmagadora de soja, além da disposição dos produtos nos pontos de venda do hipermercado da cooperativa, em Palotina.

O presidente da C.Vale, Alfredo Lang, recepcionou os visitantes e está confiante no incremento das vendas da cooperativa para a Coréia do Sul. “É muito importante receber uma visita dessa envergadura porque amplia os laços comerciais entre os dois países”, pontuou. Também participaram do encontro o CEO da cooperativa, Edio Schreiner, os gerentes Reni Girardi (Divisão Industrial), Fernando Aguiar (Departamento de Comercialização do Complexo Agroindustrial) e gerências de departamentos e indústrias.

O embaixador Lim Ki-Mo disse ter ficado admirado com o tamanho das plantas industriais e a tecnologia do processo de agroindustrialização da cooperativa. “Eu sabia que a C.Vale era grande, mas visitando pessoalmente fiquei impressionado. É incrível”, enfatizou o embaixador, que finalizou a visita cantando em forma de agradecimento pelo acolhimento da direção e funcionários da C.Vale.

 

Fonte: Assessoria CVale
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Suínos / Peixes

Doença do edema em suínos: uma análise detalhada

Diagnóstico da doença pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras enfermidades.

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Foto e texto: Assessoria

A doença do edema (DE) é um importante desafio sanitário em nível global na suinocultura. Com alta prevalência a patologia ocasiona perdas econômicas ao setor associadas, principalmente, com a morte súbita de leitões nas fases de creche e recria.

A doença foi descrita pela primeira vez na literatura por Shanks em 1938, na Irlanda do Norte, ao mesmo tempo que Hudson (1938) registrava sua ocorrência na Inglaterra.

Ao pensarmos no controle da enfermidade, a adoção de medidas de manejo adequadas desempenha um papel fundamental na prevenção da disseminação do Escherichia coli, o agente causador da DE.  Desta forma, é essencial reforçar práticas, como o respeito ao período de vazio sanitário durante a troca de lotes, a limpeza e desinfecção regular de todos os equipamentos e baias ocupadas com produtos adequados, e a garantia de que as baias estejam limpas e secas antes da introdução dos animais. Embora possam parecer simples, a aplicação rigorosa dessas ações é indispensável para o sucesso do manejo sanitário.

A toxinfecção característica pela DE é causada pela colonização do intestino delgado dos leitões por cepas da bactéria Escherichia coli produtoras da toxina Shiga2 (Vt2e) e que possuem habilidade de aderência às vilosidades intestinais, sendo uma das principais causas de morbidade e mortalidade em suínos, resultando em perdas econômicas significativas e impactos negativos na indústria suinícola.

Durante a multiplicação da bactéria (E.coli) no trato gastrointestinal dos suínos, a toxina Shiga 2 (Vt2e) é produzida e absorvida pela circulação sistêmica, onde induz a inativação da síntese proteica em células do endotélio vascular do intestino delgado, em tecidos subcutâneos e no encéfalo. A destruição das células endoteliais leva ao aparecimento do edema e de sinais neurotóxicos característicos da doença (HENTON; HUNTER, 1994).

Como resultado, ocorre extravasamento de fluido para os tecidos circundantes, resultando em edema, hemorragia e necrose, especialmente no intestino delgado. Além disso, a toxina pode desencadear uma resposta inflamatória sistêmica, exacerbando ainda mais os danos aos tecidos e órgãos afetados.

Os sinais clínicos da doença do edema em suínos variam em gravidade, mas frequentemente incluem, incoordenação motora com andar cambaleante que evolui para a paralisia de membros, edema de face, com inchaço bem característico das pálpebras, edema abdominal e subcutâneo, fezes sanguinolentas e dificuldade respiratória. O edema abdominal é uma característica marcante da doença, muitas vezes resultando em distensão abdominal pronunciada. Além disso, os suínos afetados podem apresentar sinais neurológicos, como tremores e convulsões, em casos graves.  Em toxinfecções de evolução mais aguda, os animais podem ir a óbito sem apresentar os sinais clínicos da doença, sendo considerado morte súbita.

O diagnóstico da doença do edema em suínos pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras doenças. No entanto, exames laboratoriais, como cultura bacteriana do conteúdo intestinal ou de swabs retais podem ajudar a identificar a presença. Quando há alto índices de mortalidade na propriedade, pode se recorrer a técnicas de necropsia, bem como a histopatologia das amostras de tecidos intestinais, sobretudo a identificação do gene da Vt2e via PCR, para o diagnóstico definitivo da doença

O tratamento geralmente envolve a administração de antibióticos, como penicilina ou ampicilina, para combater a infecção bacteriana, juntamente com terapias de suporte, como fluidoterapia e controle da dor.

Embora tenhamos métodos diagnósticos eficientes, o tratamento da doença do edema ainda é um desafio recorrente nas granjas. Sendo assim, prevenir a entrada da doença do edema no rebanho ainda é a melhor opção. Uma dieta rica em fibras, boas práticas de manejo sanitário, evitar situações de estresse logo após o desmame e a prática de vacinação são estratégias eficazes quando se diz respeito à prevenção (Rocha, 2016). Borowski et al. (2002) demonstraram, por exemplo, que duas doses de uma vacina composta por uma bactéria autógena contra E. coli, aplicadas em porcas e em leitões, foram suficientes para obter uma redução da sintomatologia e mortalidade dos animais acometidos.

A doença do edema em suínos representa um desafio significativo para a indústria suinícola, com sérias implicações econômicas e de bem-estar animal. Uma compreensão aprofundada dos mecanismos subjacentes à patogênese da doença, juntamente com a implementação de medidas preventivas e de controle eficazes, é essencial para minimizar sua incidência e impacto. Ao adotar uma abordagem integrada os produtores podem proteger a saúde e o bem-estar dos animais, ao mesmo tempo em que promovem a sustentabilidade e a rentabilidade da indústria suína.

Referências bibliográficas podem ser solicitadas pelo e-mail gisele@assiscomunicacoes.com.br.

Fonte: Por Pedro Filsner, médico-veterinário gerente nacional de Serviços Veterinários de Suínos da Ceva Saúde Animal.
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