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Suínos

Excesso de nutrição prejudica matriz e leitegada

Diferente do que se pensava, aumento na quantidade de ração para a matriz suína no terço final da gestação tem mínima influência sobre o peso dos leitões ao nascimento

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Ter uma boa nutrição durante todo o processo de criação de suínos não é nenhuma novidade ao suinocultor, mas cada fase merece uma atenção especial do produtor que quer ter bons resultados finais sem desperdícios. No período de reprodução, especialmente as matrizes, recebem uma atenção diferenciada, principalmente em relação à condição dela. Mas, de acordo com o médico veterinário doutor Márcio Gonçalves, o produtor precisa prestar atenção em diversos outros aspectos em relação as matrizes se não deseja ter surpresas desagradáveis. Para explicar um pouco melhor esta situação, o doutor falou sobre o que é importante em relação à nutrição de matrizes gestantes e quais aspectos que interferem na longevidade e efeito futuro da matriz durante o Simpósio Brasil Sul de Suinocultura, que aconteceu de 1º a 03 de agosto, em Chapecó, SC.

De acordo com Gonçalves, em relação à fêmea de reposição, alguns pontos importantes que o suinocultor deve se atentar são: não cobrir no primeiro estro e cobrir a fêmea com pelo menos 135 quilos de peso corporal e com uma taxa de crescimento entre 610 e 770 gramas por dia. Já em relação a fêmea gestante, ele informa que frequentemente é verificado um excesso de uso de ração na gestação. “Isso aumenta o custo de produção, a taxa de natimortalidade, a deposição de gordura no complexo mamário, diminui o consumo de lactação e, por consequência, diminui a produção de leite e aumenta a perda de peso da fêmea na lactação, o que pode diminuir a longevidade da matriz”, conta.

O pesquisador comenta que uma multinacional publicou, em 2017, uma atualização das recomendações nutricionais para todas as fases de produção para acompanhar o melhoramento genético. “Como 50% do material genético do suíno terminado é proveniente da matriz, as matrizes são selecionadas para ter melhor eficiência e ganho de peso magro”, afirma. Ele acrescenta que as atualizações nutricionais das fêmeas gestantes foram feitas para ajustar para o aumento de eficiência e ganho de peso magro das matrizes.

Gonçalves ainda alerta que desde que as recomendações nutricionais recomendadas para a fêmea gestante sejam seguidas, o principal aspecto em que o suinocultor deve se atentar é na condição corporal da matriz. “Fêmeas gordas tem uma diminuição na produtividade, consumo de ração na lactação, produção de leite, peso dos leitões ao desmame, natimortalidade, mortalidade na maternidade, maior custo de mantença, maior intervalo desmame-estro, e menor número de nascidos totais no próximo ciclo”, informa. Ele acrescenta que até o dia 30 de gestação, o alvo é ter 90% das fêmeas na condição corporal ideal, com não mais que 5% de fêmeas magras e não mais que 5% de fêmeas gordas no plantel.

Ele ainda diz que o peso ao nascimento dos leitões ao longo da última década diminuiu com o aumento do número de nascidos totais. “Acredito que muitas granjas ao longo dos anos começaram a fornecer cada vez mais ração para as fêmeas no terço final para tentar aumentar o peso ao nascimento dos leitões”, diz. Porém, Gonçalves afirma que, infelizmente, o efeito deste aumento de ração sobre o peso ao nascimento é mínimo – desde que a quantidade de nutrientes preconizada pelo manual de nutrição esteja sendo seguida. “A boa notícia é que (a empresa) já começou a selecionar para peso dos leitões ao nascimento e se espera que nos próximos anos os produtores possam usufruir destes benefícios”, afirma.

Para ele, do ponto de vista nutricional, baseado nos últimos três anos de pesquisas de grande escala a nível comercial, acredita-se que há evidências suficientes hoje para dizer que o terço final não é tão importante quanto se pensava antigamente. “Isso é uma quebra de paradigma. O que os estudos têm mostrado é que, considerando uma dieta de milho e farelo de soja, aumentando a ração acima de 1,8 quilo por dia no terço final para matrizes multíparas irá aumentar o ganho de peso da fêmea sem influenciar a leitegada e com todos os aspectos negativos citados anteriormente. No entanto, o aumento moderado de ração no terço final para leitoas parece ter benefícios”, sugere.

Mais informações você encontra na edição de Suínos e Peixes de Julho/agosto de 2017 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Suínos

Poder de compra do suinocultor cai e relação de troca com farelo atinge pior nível do semestre

Após pico histórico em setembro, alta nos preços do farelo de soja reduz competitividade e encarece a alimentação dos plantéis em novembro.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A relação de troca de suíno vivo por farelo de soja atingiu em setembro o momento mais favorável ao suinocultor paulista em 20 anos.

No entanto, desde outubro, o derivado de soja passou a registrar pequenos aumentos nos preços, contexto que tem desfavorecido o poder de compra do suinocultor.

Assim, neste mês de novembro, a relação de troca de animal vivo por farelo já é a pior deste segundo semestre.

Cálculos do Cepea mostram que, com a venda de um quilo de suíno vivo na região de Campinas, o produtor pode adquirir, nesta parcial de novembro (até o dia 18), R$ 5,13 quilos de farelo, contra R$ 5,37 quilos em outubro e R$ 5,57 quilos em setembro.

Trata-se do menor poder de compra desde junho deste ano, quando era possível adquirir R$ 5,02 quilos.

Fonte: Assessoria Cepea
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Suínos

Aurora Coop lança primeiro Relatório de Sustentabilidade e consolida compromisso com o futuro

Documento reúne práticas ambientais, sociais e de governança, reforçando o compromisso da Aurora Coop com transparência, inovação e desenvolvimento sustentável.

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Fotos: Aurora Coop

A Aurora Coop acaba de publicar o seu primeiro Relatório de Sustentabilidade, referente ao exercício de 2024, documento que inaugura uma nova etapa na trajetória da cooperativa. O lançamento reafirma o compromisso da instituição em integrar a sustentabilidade à estratégia corporativa e aos processos de gestão de um dos maiores conglomerados agroindustriais do país.

Segundo o presidente Neivor Canton, o relatório é fruto de um trabalho que alia governança, responsabilidade social e visão de futuro. “A sustentabilidade, para nós, não é apenas um conceito, mas uma prática incorporada em todas as nossas cadeias produtivas. Este relatório demonstra a maturidade da Aurora Coop e nossa disposição em ampliar a transparência com a sociedade”, destacou.

Em 2024, a Aurora Coop registrou receita operacional bruta de R$ 24,9 bilhões, crescimento de 14,2% em relação ao ano anterior. Presente em mais de 80 países distribuídos em 13 regiões comerciais, incluindo África, América do Norte, Ásia e Europa, a cooperativa consolidou a posição de destaque internacional ao responder por 21,6% das exportações brasileiras de carne suína e 8,4% das exportações de carne de frango.

Vice-presidente da Aurora Coop Marcos Antonio Zordan e o presidente Neivor Canton

De acordo com o vice-presidente de agronegócios, Marcos Antonio Zordan, os números atestam a força do cooperativismo e a capacidade de geração de riqueza regional. “O modelo cooperativista mostra sua eficiência ao unir produção, competitividade e compromisso social. Esses resultados são compartilhados entre os cooperados e as comunidades, e reforçam a relevância do setor no desenvolvimento do país”, afirmou.

A jornada de sustentabilidade da Aurora Coop foi desenhada em consonância com padrões internacionais e com base na escuta ativa dos públicos estratégicos. Entre os temas prioritários figuram: uso racional da água, gestão de efluentes, transição energética, práticas empregatícias, saúde e bem-estar animal, segurança do consumidor e desenvolvimento local. “O documento reflete uma organização que reconhece a responsabilidade de atuar em cadeias longas e complexas, como a avicultura, a suinocultura e a produção de lácteos”, sublinha Canton.

Impacto social e ambiental

Em 2024, a cooperativa gerou 2.510 novos empregos, alcançando o marco de 46,8 mil colaboradores, dos quais 31% em cargos de liderança são ocupados por mulheres. Foram distribuídos R$ 3,3 bilhões em salários e benefícios, além de R$ 580 milhões em investimentos sociais e de infraestrutura, com destaque para a ampliação de unidades industriais e melhorias estruturais que fortaleceram as economias locais.

A Fundação Aury Luiz Bodanese (FALB), braço social da Aurora Coop, realizou mais de 930 ações em oito estados, beneficiando diretamente mais de 54 mil pessoas. Em resposta à emergência climática no Rio Grande do Sul, a instituição doou 100 toneladas de alimentos, antecipou o 13º salário dos colaboradores da região, disponibilizou logística para doações, distribuiu EPIs a voluntários e destinou recursos à aquisição de medicamentos.

O relatório evidencia práticas voltadas ao uso eficiente de recursos naturais e à gestão de resíduos com foco na circularidade. Em 2024, a cooperativa intensificou a autogeração de energia a partir de fontes renováveis e devolveu ao meio ambiente mais de 90% da água utilizada, devidamente tratada.

Outras iniciativas incluem reflorestamento próprio, rotas logísticas otimizadas e embalagens sustentáveis: 79% dos materiais vieram de fontes renováveis, 60% do papelão utilizado eram reciclados e 86% dos resíduos foram reaproveitados, especialmente por meio de compostagem, biodigestão e reciclagem. Em parceria com o Instituto Recicleiros, a Aurora Coop atuou na Logística Reversa de Embalagens em nível nacional. “O cuidado ambiental é parte de nossa responsabilidade como produtores de alimentos e como cidadãos cooperativistas”, enfatiza Zordan.

O bem-estar animal e a segurança do consumidor estão no cerne da atuação da cooperativa. Práticas rigorosas asseguram o respeito aos animais e a inocuidade dos alimentos, garantindo a confiança dos mercados internos e externos.

Futuro sustentável

Para Neivor Canton, a publicação do primeiro relatório é um marco institucional que projeta a Aurora Coop para novos patamares de governança. “Este documento não é um ponto de chegada, mas de partida. Ao comunicar com transparência nossas ações e resultados, reforçamos nossa identidade cooperativista e reiteramos o compromisso de gerar prosperidade compartilhada e preservar os recursos para as futuras gerações.”

Já Marcos Antonio Zordan ressalta que a iniciativa insere a Aurora Coop no rol das empresas globais que aliam competitividade e responsabilidade. “A sustentabilidade é o caminho para garantir longevidade empresarial, fortalecer o vínculo com a sociedade e assegurar alimentos produzidos de forma ética e responsável.”

O Relatório de Sustentabilidade 2024 da Aurora Coop confirma o papel de liderança da cooperativa como referência nacional e internacional na integração entre desempenho econômico, responsabilidade social e cuidado ambiental. Trata-se de uma publicação que fortalece a identidade cooperativista e projeta a instituição como protagonista na construção de um futuro sustentável.

Com distribuição nacional nas principais regiões produtoras do agro brasileiro, O Presente Rural – Suinocultura também está disponível em formato digital. O conteúdo completo pode ser acessado gratuitamente em PDF, na aba Edições Impressas do site.

Fonte: O Presente Rural
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Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

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Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
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