Conectado com

Bovinos / Grãos / Máquinas

Excesso de chuvas causa apreensão no meio rural

Publicado em

em

Foram menos de duas semanas, mas o suficiente para bater a média histórica de chuvas para o mês de julho em muitos municípios da região. Este é o caso de Marechal Cândido Rondon, onde já choveu mais de 300 milímetros do dia 1º até o último sábado (11), conforme informações da Copagril, sendo que a média para o mês é de aproximadamente 100 mm, segundo o Simepar. E não deve parar por aí, tendo em vista que institutos de meteorologia preveem em torno de 140 milímetros (mm) para esta semana. A partir de sábado (18), as precipitações tendem a dar um tempo. No entanto, aí vem o frio. 

E esse excesso de chuva já causa grande preocupação em um setor que depende exclusivamente do clima: a agricultura. “Estamos bastante apreensivos, pois há mais previsão de chuvas, e chuvas intensas”, comenta o técnico do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab) de Toledo, João Luis Raimundo Nogueira. “Só estamos com 42% da 2ª safra de milho colhida até agora. Portanto, a maioria do milho está para colher. E dessa maioria uma grande parte, praticamente 70% pelo menos, está na fase final de frutificação e início de maturação. É uma fase bem crítica”, alerta, frisando: “Estamos apreensivos com o excesso de umidade no milho”, salienta.

Apesar da situação delicada, o técnico não fala em perdas na agricultura. “No momento não dá para fazer previsão de nada, pois tem que passar este período de chuva para aí, sim, ser feita uma avaliação. Porém, a situação é preocupante sim, pois é muita umidade em um período em que a planta está se encaminhando para maturação e colheita”, declara. 

De acordo com João Luis, o Deral de Toledo ainda possui uma estimativa de produção de 2,332 milhões toneladas de milho, distribuída em uma área de 409,7 mil hectares. “Essa safra prevista era recorde e estávamos trabalhando com uma expectativa de produtividade elevada, pois o clima foi muito bom até agora. Por isso que existe uma apreensão muito grande, tendo em vista que havia uma perspectiva de produção muito boa e ela se confirmou nos 42% de área que foram colhidas, mas agora não sabemos o resultado do restante em função dessa umidade, se afetará ou não o grão. O que estamos vivendo é uma incógnita”, declara. “É uma pena que isso ocorra agora”, complementa o técnico, segundo o qual, não é normal neste período uma quantidade tão intensa de chuvas. “Mas infelizmente acontece”, conclui.

 
Cautela

O engenheiro agrônomo Edimar Oswald, da Copagril, também é cauteloso e não fala em perdas no campo, embora igualmente admita que existe a apreensão em decorrência de tanta chuva neste mês de julho e em um período em que o milho já estava na fase de colheita. “Há de fato uma preocupação com essa grande quantidade de chuvas em um curto período, até porque em junho já houve um índice relativamente alto de precipitações”, destaca. 

Se de um lado há fatores negativos, de outro Oswald enaltece que ao menos as precipitações não vieram acompanhadas de ventos fortes e nem granizo. “O que ocasionou maiores perdas no campo foram exatamente os ventos fortes, que no mês de abril e maio acamaram algumas lavouras. Nestas áreas em que a espiga foi ao chão já há danos, inclusive com grãos avariados, brotados e ardidos”, expõe.

Por outro lado, o rondonense diz que o intenso período de chuva pode tornar a planta mais frágil, facilitando o acamamento se houver registro de ventos. “Isso dificulta a colheita e faz com que a espiga que está no chão comece a brotar mais facilmente”, avalia. 

 
Qualidade

Conforme o agrônomo, ainda há uma área com 55% a 60% da safra que falta ser colhida na região de abrangência da Copagril. Questionado se a umidade pode causar prejuízos na qualidade do milho que ainda está na espiga, Oswald é enfático: “Não tivemos nenhuma colheita após a chuva para poder afirmar algo mais concreto. Precisamos fazer as primeiras colheitas para avaliar. É possível, sim, que haja uma perda na qualidade e no peso, pois, à medida que chove muito, o grão fica exposto à umidade e perde peso. Isso quer dizer que diminui um pouco a produtividade. Contudo, fazendo uma avaliação neste momento acredito que não é muito significativo. Devemos aguardar alguns dias”, analisa. 

Até então, a safra vinha se encaminhando para ser uma das melhores dos últimos anos, comenta o profissional da Copagril. “Realmente tinha tudo para ser a melhor safrinha de todos os tempos, pois, na maioria dos casos, a produtividade estava excelente, com algumas lavouras apresentando números semelhantes à safra de verão. Mas com a ocorrência destas chuvas, não sabemos se podemos afirmar que isso vai se concretizar. Precisamos aguardar”, cita.

 

Fonte: O Presente Rural

Continue Lendo

Bovinos / Grãos / Máquinas

Boi gordo enfrenta semanas de instabilidade e pressão nas cotações

Recuo de até R$ 13/@ reflete um mercado mais sensível antes do período de maior consumo.

Publicado em

em

Foto: Ana Maio

A possibilidade de novas medidas protecionistas da China voltou a gerar incerteza no mercado pecuário brasileiro. O país asiático, principal destino da carne bovina do Brasil, estaria avaliando restringir a entrada do produto, mas não há qualquer confirmação oficial até o momento. Mesmo assim, os rumores foram suficientes para pressionar os contratos futuros do boi nas últimas semanas.

As especulações ganharam força no início de novembro, indicando que Pequim poderia retomar o movimento iniciado em 2024, quando alegou excesso de oferta interna para reduzir as importações. A decisão, que inicialmente seria tomada em agosto de 2025, foi adiada para novembro, ampliando a cautela dos agentes e intensificando a queda na curva futura: em duas semanas, os contratos recuaram entre R$ 10 e R$ 13 por arroba.

Foto: Gisele Rosso

Com a China respondendo por cerca de 50% das exportações brasileiras de carne bovina, qualquer redução nos embarques tende a impactar diretamente os preços do boi gordo, especialmente em um momento de forte ritmo de produção.

Apesar da tensão, o cenário de curto prazo permanece positivo. A demanda doméstica, reforçada pela sazonalidade do fim de ano, e o recente alívio nas barreiras impostas pelos Estados Unidos ajudam a sustentar as cotações. Caso os abates não avancem mais de 10% em novembro e dezembro, a disponibilidade interna deve ficar abaixo da registrada em outubro, movimento que favorece a recuperação dos preços da carne nos próximos 30 dias.

Para 2026, as projeções seguem otimistas para a pecuária brasileira. A expectativa é de menor oferta de animais terminados, custos de produção mais competitivos e demanda externa firme, em um contexto de queda da produção e das exportações de concorrentes, especialmente dos Estados Unidos. A principal atenção fica por conta do preço da reposição, que subiu de forma expressiva e exige valores mais ajustados na venda do boi gordo para assegurar a rentabilidade na terminação.

Fonte: O Presente Rural com informações Consultoria Agro Itaú BBA Agro
Continue Lendo

Bovinos / Grãos / Máquinas

Novo ciclo do projeto Mais Leite Saudável busca impulsionar produção de leite no Noroeste de Minas Gerais

Assistência técnica, pesquisa aplicada e melhorias genéticas a 150 propriedades familiares, com foco em produtividade, sustentabilidade e fortalecimento da cadeia leiteira no Noroeste mineiro até 2028.

Publicado em

em

Foto: Carlos Eduardo Santos

O fortalecimento e a ampliação da produção de leite de produtores de Paracatu (MG), de forma sustentável, eficiente e de qualidade, ganharam impulso com o início do novo ciclo do projeto Mais Leite Saudável, desenvolvido em parceria entre a Embrapa Cerrados e a Cooperativa Agropecuária do Vale do Paracatu (Coopervap).

O projeto é desenvolvido no âmbito do Programa Mais Leite Saudável (PMLS) do MAPA desde 2020. O Programa Mais Leite Saudável é um incentivo fiscal que permite a laticínios e cooperativas obter até 50% de desconto (crédito presumido) no valor de PIS/Pasep e COFINS relativo à comercialização do leite cru utilizado como insumo, desde que desenvolvam projetos que fortaleçam e qualifiquem a cadeia produtiva por meio de ações diretas junto aos produtores.

O treinamento dos técnicos recém-selecionados foi realizado no fim de outubro, e as primeiras visitas às propriedades ocorreram no início de novembro. Essa é a terceira fase do projeto, que conta com o acompanhamento do pesquisador José Humberto Xavier e do analista de Transferência de Tecnologia da Embrapa Cerrados, Carlos Eduardo Santos.

O projeto articula as dimensões de assistência técnica e pesquisa e atuará nessa etapa com uma rede de 150 propriedades rurais familiares, que receberão acompanhamento de três veterinários e dois agrônomos, seguindo o modelo implantado em 2020. A equipe da Embrapa atua na capacitação técnica e metodológica dos técnicos e na condução de testes de validação participativa de tecnologias promissoras junto aos agricultores da rede.

A nova etapa, prevista para ser concluída em 2028, busca desenvolver alternativas para novos sistemas de cultivo com foco na agricultura de conservação, oferecer apoio técnico ao melhoramento genético dos animais de reposição com o uso de inseminação artificial e ampliar o alcance dos resultados já obtidos, beneficiando mais agricultores familiares e contribuindo para o desenvolvimento regional.

Segundo o pesquisador da Embrapa Cerrados, José Humberto Xavier, os sistemas de cultivo desenvolvidos até agora melhoraram o desempenho das lavouras destinadas à alimentação do rebanho, mas ainda são necessários ajustes para reduzir a perda de qualidade do solo causada pelo preparo convencional e pela elevada extração de nutrientes advinda da colheita da silagem, além de evitar problemas de compactação quando o solo está úmido. Ele destaca também os desafios de aumentar a produtividade e reduzir a penosidade do trabalho com mecanização adequada.

O analista Carlos Eduardo Santos ressaltou a importância de melhorar o padrão genético do rebanho. “A reposição das matrizes é, tradicionalmente, feita pela compra de animais de outros rebanhos. Isso gera riscos produtivos e sanitários, além de custos elevados. Por isso, a Coopervap pretende implementar um programa próprio de reposição, formulado com base nas experiências dos técnicos e produtores ao longo da parceria”, afirmou.

Fonte: Assessoria Embrapa Cerrados
Continue Lendo

Bovinos / Grãos / Máquinas

Curso gratuito da Embrapa ensina manejo correto de resíduos na pecuária leiteira

Capacitação on-line orienta produtores a adequar propriedades à legislação ambiental e transformar dejetos em insumo seguro e sustentável.

Publicado em

em

Foto: Julio Palhares

Como fazer corretamente o manejo dos dejetos da propriedade leiteira e adequá-la à legislação e à segurança dos humanos, animais e meio ambiente? Agora, técnicos e produtores têm à disposição um curso on-line, disponível pela plataforma de capacitações a distância da Embrapa, o E-Campo, para aprender como realizar essa gestão. A capacitação “Manejo de resíduos na propriedade leiteira” é gratuita e deve ocupar uma carga horária de aproximadamente 24 horas do participante.

O treinamento fecha o ciclo de uma série de outros cursos relacionados ao manejo ambiental da atividade leiteira: conceitos básicos em manejo ambiental da propriedade leiteira e manejo hídrico da propriedade leiteira, também disponíveis na plataforma E-Campo.

De acordo com o pesquisador responsável, Julio Palhares, identificou-se uma carência de conhecimento sobre como manejar os resíduos da atividade leiteira para adequar a propriedade frente às determinações das agências ambientais. “O correto manejo é importante para dar qualidade de vida aos que vivem na propriedade e no seu entorno, bem como para garantir a qualidade ambiental da atividade e o uso dos resíduos como fertilizante”, explica Palhares.

A promoção do curso ainda contribui para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU), como as metas 2 e 12. A 2 refere-se à promoção da agricultura sustentável de produção de alimentos e prevê práticas agropecuárias resilientes, manutenção dos ecossistemas, fortalecimento da capacidade de adaptação às mudanças climáticas, etc. O ODS 12 diz respeito ao consumo e produção responsáveis, principalmente no que diz respeito à gestão sustentável.

O treinamento tem oferta contínua, ou seja, o inscrito terá acesso por tempo indeterminado.

Fonte: Assessoria Embrapa Pecuária Sudeste
Continue Lendo

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.