Conectado com
VOZ DO COOP

Suínos / Peixes Saúde Animal

Evolução do rotavírus é problema sério na suinocultura

Professor doutor Amauri Alfieri comenta que doença não pode ser esquecida e que merece total atenção, especialmente devido a sua variabilidade

Publicado em

em

Arquivo/OP Rural

Mesmo sendo bastante conhecido de produtores e médicos veterinários, o rotavírus é ainda algo que causa bastante dor de cabeça nas propriedades. Devido a diversos motivos, este é um vírus de difícil combate e que merece total atenção da cadeia produtiva. O professor da Universidade Estadual de Londrina (UEL), no Paraná, doutor Amauri Alfieri, fez uma breve explicação e atualização sobre o vírus e seus impactos na suinocultura.

“Eu sinceramente posso falar que não estou atualizado sobre o rotavírus, porque a evolução dele é tão grande que teríamos que trabalhar somente com ele e não fazer mais nada para que pudéssemos acompanhar as novas informações que são geradas no dia a dia”, inicia. Ele afirma que é sempre importante dar uma relembrada neste vírus, isso porque, muitas vezes, no campo os profissionais estão tão preocupados com outras enfermidades que “estão mais na moda” que esquece dos outros que são mais tradicionais. “A gente esquece, mas eles não nos esquecem. Eles evoluem”, diz.

Este vírus, segundo o professor, é extremamente complexo. “E isso é um problema grave, porque ele consegue fazer muitas recombinações”, explica. De acordo com ele, outro fator que torna o combate a este vírus mais difícil é ainda o fato de ele contar com três camadas concêntricas de proteínas que envolvem o genoma viral. “Isso faz com que ele se torne um vírus extremamente difícil de eliminar, especialmente com medidas de limpeza comuns. Ele é muito mais complicado do que outros vírus convencionais, que contam com somente uma camada concêntrica de proteína”, conta.

Outro fator que torna o rotavírus difícil de trabalhar é o fato dele ser classificado em diferentes grupos de espécies, indo do A até o J. “Ou seja, temos uma diversidade enorme, porque estes rotavírus não são todos iguais”, esclarece. Alfieri explica que isto faz com que a vacina não seja eficiente em determinados casos. “Porque a vacina que temos no mercado é somente para o rotavírus do grupo A, não é do B, nem do C ou ainda para o grupo H, que são outros três grupos mais frequentes nos rebanhos suínos”, afirma.

Rotavírus A

Para esclarecer um pouco sobre cada um dos quatro principais rotavírus encontrados na suinocultura, Alfieri explicou separadamente cada um deles. No primeiro, o rotavírus A, o professor mostrou que são 36 VP7 diferentes. “Ou seja, são 36 genótipos G e 51 genótipos P distintos”, conta. Ele ainda comenta que devido a esta variedade, muitas vezes pode acontecer diferentes combinações no vírus, e com isso pode acontecer a falha vacinal no campo. “Porque a vacina não tem a menor condição de conter tudo isso. O que quero dizer é que se achamos a influenza complexa, o rotavírus é, com certeza, muito mais”, comenta.

O professor conta que ele, junto com um grupo de alunos, realizou um trabalho em um período de 10 anos (de 2003 a 2014), onde eles pegaram de um banco de 11 amostras provenientes de três regiões demográficas: sul, sudeste e centro oeste. “Para bovinos, neste período, tivemos 85 cepas P5 e P11 foram 34 cepas. Se você se perguntar sobre rotavirose bovina em relação a suína, ele é muito mais simples de ser trabalhada no dia a dia no campo, porque foram 10 anos de estudo e a diversidade de cepas foi pequena”, informa.

Neste mesmo período, Alfeiri conta que foi feito um mesmo trabalho, mas desta vez com amostras suínas. Foram pegas 204 cepas de um banco de amostras de três regiões e feitas comparações ao longo dos mesmos 10 anos. “Aqui pudemos ver que a complexidade na suinocultura é maior, porque do P tivemos P3, P7, P23 e um P que não conseguimos identificar. E a quantidade de G nos suínos também foi alta, tivemos G1, G3, G4, G5 e G11. Ou seja, a variabilidade de cepas nos suínos é muito maior que em bovinos”, afirma. O grande problema disso, para o professor, é que não é possível colocar todas estas cepas em uma única vacina. “Resumos: a classificação de risco é extremamente complicada. Por isso temos que nos atualizar sobre rotavirose sempre, porque ela não é fácil”, diz.

Rotavírus B

Segundo Alfieri, infelizmente a espécie animal que mais possui variabilidade de rotavirus é o suíno. “O rotavirus B e C eu nunca vi em bovinos. Agora, em suínos, está aumentando cada vez mais, principalmente o B”, conta. “E isso é complicado porque conforme você controla uma coisa, acaba descontrolando outra”, afirma. Um problema como este foi visto em rebanhos de Goiás, de acordo com o professor. “No final de 2018 e início de 2019 tivemos cinco surtos de rotavirus B em animais regularmente vacinados para rotavirus tipo A. O que está acontecendo? É que temos uma boa imunidade para o tipo A, e por isso começa a aparecer os tipos B e C. Damos a oportunidade para o surgimento desses outros vírus”, conta.

Rotavírus C

O professor comenta que o rotavirus tipo C ele acreditava que fosse algo mais estável. “Pegamos 11 cepas de rotavirus C em diferentes pontos do país e fizemos a amplificação do gene e depois o sequenciamento. Vimos que as cepas estão distribuídas em ramos completamente distintos. O que vimos é que temos cepas brasileiras de rotavirus C são I6, I5 e I1, ou seja, completamente distinto”, informa.

Rotavírus H

De acordo com Alfieri, o rotavírus H está surgindo agora. “Houve um caso no Mato Grosso do Sul que recebemos. Até então, eu nunca tinha ouvido falar desse vírus”, comenta. Uma curiosidade que o professor contou é que este tipo de vírus só havia sido descrito no mundo que havia acometido humanos e suínos no Japão. “Quando detectamos aqui foi a primeira vez que o vírus foi visto fora da Ásia”, diz.

Porém, segundo o professor, quem procura, acha. “Depois que publicamos que foi encontrado aqui, ele também foi identificado na África do Sul e Vietnã. Além disso, um trabalho, com banco de amostras feito nos EUA identificou o rotavírus H em diversos Estados”, conta.

Mix de vírus

Um fato curioso, segundo Alfieri, é que o que profissionais têm visto hoje no campo é um “mix” de todos os vírus. “O que temos achado mais hoje no campo são alguns surtos de diarreia em leitões lactentes devido ao rotavírus C, mas que também havia A e B. Então, algumas amostras nós identificamos com os três vírus. Ou seja, infecções mistas têm prevalecido com bastante frequência”, informa.

Rotavirose suína

O professor explica que a taxa de evolução do rotavírus é alta, além do vírus ter mutações e fazer recombinações. “Além disso, ainda temos adultos que são portadores. Muitas vezes, as fezes de matrizes em momento de parto têm rotavírus. Então, a primeira porta de contaminação dos leitões, muitas vezes, é a própria mãe”, conta.

Algumas medidas de controle do vírus sugeridas por Alfieri são a limpeza e desinfecção rigorosas, vazio sanitário da maternidade, manejo de colostro, ordem de manejo na maternidade e vacinação de matrizes. Ele ainda destaca a necessidade de atenção na qualidade da água ofertada nas granjas. “É algo que temos que trabalhar rotineiramente”, afirma. O professor ainda reitera a necessidade e importância da vacinação contra o vírus. “A vacina elimina? Com certeza não. Mas ela controla a rotavírose e reduz a frequência e intensidade das diarreias, além de diminuir as taxas de morbidade e mortalidade na granja”, explica.

O professor ainda alerta aos médicos veterinários sobre a importância das amostragens que são enviadas para laboratórios para análise. “O mínimo que precisamos é de 5 a 7 amostras para ver o que está circulando no rebanho”, diz. Outra atitude fundamental, de acordo com ele, é o período de colheita das amostras. “Isso deve ser feito no início do sinal clínico. O pico do vírus é nas primeiras quatro horas. Se colher depois disso, pode acontecer até de dar um falso negativo no laboratório”, informa.

Para Alfieri, a perspectiva para o futuro de combate ao vírus é o desenvolvimento de vacinas com múltiplos genótipos ou que permitam explorar a imunidade cruzada com mais eficiência. Além, é claro, de desenvolver vacinas que combatam os rotavírus B e C.

Outras notícias você encontra na edição de Suínos e Peixes de fevereiro/março de 2020 ou online.

Fonte: O Presente Rural

Suínos / Peixes

Minas Gerais celebra Dia da Carne de Porco em 30 de abril

Na mesma data é comemorado o aniversário da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg), que neste ano comemora 52 anos de atividade. 

Publicado em

em

Você sabia que no dia 30 de abril é celebrado o Dia da Carne Suína Mineira? A data foi instituída pela Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais (ALMG) através da LEI 21125, de 03/01/2014, com o objetivo de valorizar a cadeia produtiva da carne suína e sua representatividade econômica, social e cultural no Estado. Na mesma data é comemorado o aniversário da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg), que neste ano comemora 52 anos de atividade.

Em Minas, esta é uma proteína que está presente no dia a dia e nos momentos de confraternização, ela faz parte da vida e da cultura alimentar local, não por acaso, estrelam entre os nossos pratos tradicionais e mundialmente reconhecidos: torresmo, leitão à pururuca, costelinha com canjiquinha, lombo com tutu, barriga à pururuca entre tantos outros mais e todo este cenário nos leva ao primeiro lugar no ranking de consumo da carne suína no Brasil. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2023, a estimativa é que cada mineiro consuma 27,1 kg per capita.

Minas Gerais não é referência apenas no consumo, mas também na produção da carne de porco. Segundo o IBGE somos o quarto maior produtor de suínos do Brasil, com destaque para as regiões do Triângulo Mineiro, Vale do Piranga, Centro-Oeste Mineiro e Sul de Minas.

Em 2023 passado, foram comercializadas 5,3 milhões de toneladas de carne. Para o presidente da associação, João Carlos Bretas Leite, Minas é um caso à parte em consumo e qualidade da produção e somos mundialmente conhecidos por estes feitos. É muito gratificante garantir proteína saudável, a preço justo e sabor inigualável na mesa dos mineiros e saber que ela faz parte do dia a dia e da história desse povo”, disse.

Fonte: Divulgação/HB Audiovisual

Além de garantir carne de saudável e saborosa aos consumidores mineiros, a Associação que representa estes produtores pretende dar dicas das melhores e mais saborosas formas de preparo da proteína, por isso há alguns anos criou o projeto Cozinhando com a Asemg, conheça o projeto:

Cozinhando com Asemg: com porco é melhor

A Asemg lançou neste mês de abril a quarta edição do projeto “Cozinhando com a Asemg”, que traz o tema: “Com Porco é melhor”. Serão apresentadas uma série de receitas, tradicionais na cozinha do brasileiro, mas com substituições que trazem muito mais sabor aos pratos. Nelas conterão a carne de porco no lugar de outras proteínas já conhecidas tradicionalmente.  Receitas como strogonoff de carne de porco, salpicão de carne de porco e muito mais.

O presidente da Asemg João Carlos Bretas Leite conta que: “Estamos na quarta edição do projeto, que vem a cada ano trazendo novidades e surpreendendo a todos mostrando o quanto a nossa proteína é versátil. As receitas são disponibilizadas no Instagram @asemg_mg, receitas fáceis e muito saborosas.’’ comenta o presidente.

Conheça a Asemg

A Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais foi criada em 30 de abril de 1972 com o objetivo de representar a classe suinícola no estado mineiro e vem cumprindo este papel desde então.

Hoje a entidade tem como missão construir e fortalecer relacionamentos estratégicos, prover informações assertivas e fomentar soluções para a competitividade e o desenvolvimento sustentável da suinocultura, agregando valor para os associados, filiadas regionais, parceiros e comunidades.

A Asemg atua diretamente em áreas como: sanidade, bem-estar animal, política, conhecimento, marketing, meio ambiente, inovação e mercado de compra e venda de suínos.

Fonte: Assessoria Asemg
Continue Lendo

Suínos / Peixes

Preços do suíno vivo e da carne recuam; poder de compra cai frente ao farelo

Esse cenário força frigoríficos paulistas a reajustarem negativamente o preço negociado, em busca de maior liquidez e de evitar o aumento dos estoques.

Publicado em

em

Foto: Ari Dias

Os preços do suíno vivo e da carne caíram nos últimos dias, conforme apontam levantamentos do Cepea.

Para o animal, pesquisadores deste Centro explicam que a pressão vem da demanda interna enfraquecida e da oferta elevada.

No atacado, o movimento de baixa foi observado para a maioria dos produtos acompanhados pelo Cepea e decorre da oferta oriunda da região Sul do Brasil (maior polo produtor) a valores competitivos.

Esse cenário, segundo pesquisadores do Cepea, força frigoríficos paulistas a reajustarem negativamente o preço negociado, em busca de maior liquidez e de evitar o aumento dos estoques.

Diante da retração dos valores pagos pelo vivo no mercado independente em abril, o poder de compra do suinocultor paulista caiu frente ao farelo de soja; já em relação ao milho, cresceu, uma vez que o cereal registra desvalorização mais intensa que a verificada para o animal.

Fonte: Assessoria Cepea
Continue Lendo

Suínos / Peixes

Brasil conquista dois novos mercados para pescados na Índia

Agronegócio brasileiro alcançou a 30ª abertura comercial internacional apenas neste ano. Nos últimos 16 meses, foram abertos 108 novos mercados em 50 países.

Publicado em

em

Foto: Shutterstock

A missão do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, à Índia em novembro do ano passado segue gerando resultados positivos para o Brasil. Após encontros com Shri Parshottam Rupala, ministro da Pesca, Pecuária e Lácteos da Índia e Kamala V Rao, CEO da Autoridade de Segurança dos Alimentos da Índia, o Brasil obteve, na última sexta-feira (19), a confirmação da abertura de dois novos mercados: pescado de cultivo (aquacultura) e pescado de captura (pesca extrativa).

O anúncio se soma a expansões recentes da pauta agrícola do Brasil para o país asiático. Nos últimos 12 meses, o governo indiano autorizou a importação de açaí em pó e de suco de açaí brasileiros.

Em 2023, a Índia foi o 12º principal destino das exportações agrícolas brasileiras, com vendas de US$ 2,9 bilhões. Açúcar e óleo de soja estiveram entre os produtos mais comercializados.

Segundo o Agrostat (Estatísticas de Comércio Exterior do Agronegócio Brasileiro), nos três primeiros meses deste ano, o Brasil exportou mais de 12 mil toneladas de pescado para cerca de 90 países, gerando receitas de US$ 193 milhões. Esse valor mostra um aumento de mais de 160% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando as vendas foram de US$ 74 milhões.

“Seguimos comprometidos em ampliar a presença dos produtos agrícolas brasileiros nas prateleiras do mundo. Essa estratégia não apenas abre mais oportunidades internacionais para nossos produtos e demonstra a confiança no nosso sistema de controle sanitário, mas também fortalece a economia interna. Com as recentes aberturas comerciais estamos gerando mais empregos e elevando a renda dos produtores brasileiros”, ressaltou o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Roberto Perosa.

Com estes novos mercados, o agronegócio brasileiro alcançou a 30ª abertura comercial internacional apenas neste ano. Nos últimos 16 meses, foram abertos 108 novos mercados em 50 países.

Fonte: Assessoria Mapa
Continue Lendo
SIAVS 2024 E

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.