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Eventos internacionais preocupam setor produtivo por riscos sanitários

FAEP e outras entidades do setor preparam ofício à organização da AveSui, solicitando a transferência do local da feira e a adoção de medidas de biosseguridade

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A Federação de Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), Ministério de Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) e Associação Paranaense de Suínocultores (APS) irão encaminhar um ofício aos organizadores da Feira da Indústria Latino-Americana de Aves, Suínos, Peixes e Leite (AveSui), solicitando que o evento seja transferido para outra região. Além disso, o documento vai solicitar a adoção de mecanismos de biosseguridade que minimizem riscos sanitários e o aumento da fiscalização e do controle sanitário ao longo da feira. A decisão pelo documento ocorreu durante a reunião da Comissão Técnica de Suinocultura da FAEP, na última quinta-feira (05), na sede da entidade, em Curitiba.

A preocupação não se restringe à AveSui, mas a todas as feiras internacionais. Há o receio de exposição desnecessária do Estado, já que esses eventos contam com participação expressiva de participantes, insumos, animais e produtos advindos de países que enfrentam crises sanitárias, como a China. As entidades envolvidas na elaboração do ofício fazem questão de frisar que não se trata de proibir a realização de eventos, mas de se instituir protocolos que garantam a sanidade agropecuária do Estado.

“Há uma preocupação grande dos produtores com relação à realização de eventos internacionais, pelo risco, por exemplo, de Peste Suína Africana (PSA). Principalmente, porque vêm participantes e produtos de uma região que nos preocupa [China]. O Paraná não tem necessidade de correr riscos, de atrair problemas, que poderiam comprometer toda a atividade”, disse o presidente da Comissão Técnica de Suinocultura da FAEP, Reny Gerardi de Lima.

No caso específico da AveSui, que está programada para julho, em Medianeira, no Oeste do Paraná, as entidades vão solicitar a transferência do evento para outra região em que a suinocultura não tenha relevância, como Curitiba. Os representantes das instituições lembram que Medianeira se encontram no epicentro do principal polo de produção de suínos do Estado.

“A grande discussão não é cancelar o evento. Mas será que, neste momento, vale a pena trazer um evento internacional para uma região em que a cadeia de suínos é a mais significativa. Será que não podemos incentivar que esses eventos ocorram em regiões em que a cadeia produtiva não tenha tanta importância?”, questionou o gerente de saúde animal da Adapar, Rafael Gonçalves Dias.

“Num raio de dez quilômetros do local do evento [AveSui, em Medianeira], quantas propriedades dedicadas à suinocultura têm? Vejo com muitos bons olhos a transferência, porque Medianeira é o polo de suinocultura”, apontou o auditor fiscal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Abel Ricieri Guareschi Neto.

Além disso, há uma preocupação no que diz respeito à fiscalização em aeroportos internacionais e no posto de fronteira, em Foz do Iguaçu, portas de entrada dos estrangeiros no Brasil. Os representantes das entidades também enfatizaram cuidados que os próprios produtores devem adotar continuamente, para manter o Estado afastado de problemas sanitários.

“O produtor não deve abrir a porta de suas granjas a visitantes estrangeiros ou que tiveram em outros países. Tem que trabalhar por EPI [equipamentos de proteção individual] e seguir todos os protocolos. São procedimentos para serem internalizados. Os próprios organizadores dos eventos devem cuidar dessa prevenção e trabalhar com conscientização dos produtores”, disse Dias.

“Acho importante fixarmos mecanismos de educação sanitária, medidas de biosseguridade e fiscalização mais intensa no período da feira. Os organizadores poderiam se comprometer a adotar restrições, como quarentenas dos estrangeiros e dos insumos e uma higienização mais rígida do que for exposto. Além disso, fazer uma fiscalização intensa dos alimentos trazidos por estrangeiros aos estantes. Precisamos minimizar os riscos”, ressaltou Neto.

O Paraná está oficialmente reconhecido pelo Mapa como área livre da peste suína clássica (PSC). A medida, assinada pela ministra Tereza Cristina, no dia 6 de dezembro, durante Encontro Estadual de Cooperativistas, em Curitiba, desmembra o Estado de um grupo que era formado por 14 unidades federativas.

China

Mais de 7,8 milhões de suínos já foram abatidos em países asiático em razão de um surto de PSA. Um dos focos da epidemia é a China, que teve mais de um terço de seu rebanho dizimado. Como o vírus é muito resistente, os países produtores têm redobrado seus cuidados sanitários para manter a doença longe de seus rebanhos. Isso explica a precaução adotada pelas autoridades paranaenses.

“Não existe vacina. Por isso, a única forma de controle é a vigilância e os cuidados sanitários. O vírus pode chegar por meio de contêineres transportados em navios, por aviões e até pela roupa de uma pessoa que, por exemplo, foi à China e visitou uma granja contaminada. É preciso muito rigor nesses cuidados”, apontou a médica veterinária Nicolle Wilsek, técnica do Departamento Técnico (Detec) do Sistema FAEP/SENAR-PR.

Além da PSA, há preocupação também em relação à Peste Suína Clássica (PSC). No fim do ano passado, o Mapa reconheceu o Paraná como área livre da doença. Com isso, o Estado passou a figurar como um bloco isolado no país.

Fonte: Sistema FAEP

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Feicorte: São Paulo impulsiona mudanças no manejo pecuário com opção de marcação sem fogo

Estado promove alternativa pioneira para o bem-estar animal e a sustentabilidade na pecuária. Assunto foi tema de painel durante a Feicorte 2024

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Fotos: Shutterstock

No painel “Uma nova marca do agro de São Paulo”, realizado na Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne – Feicorte, em Presidente Prudente (SP), que segue até o dia 23 de novembro, a especialista em bem-estar animal, Carmen Perez, ressaltou a importância de evitar a marcação a fogo em bovinos.

Segundo ela, a questão está diretamente ligada ao bem-estar animal, especialmente no que diz respeito ao local onde é realizada a marcação da brucelose, que ocorre na face do animal, uma região com maior concentração de terminações nervosas, um ponto mais sensível. Essa ação representa um grande desafio, pois, embora seja uma exigência legal nacional, os impactos para os animais precisam ser cuidadosamente avaliados.

“O estado de São Paulo tem se destacado de forma pioneira ao oferecer aos produtores rurais a opção de decidir se desejam ou não realizar a marcação a fogo. Isso é um grande avanço”, destacou Carmen. Ela também mencionou que os animais possuem uma excelente memória, lembrando-se tanto dos manejos bem executados quanto dos malfeitos, o que pode afetar sua condição e bem-estar a longo prazo.

Além disso, a imagem da pecuária é um ponto crucial, especialmente considerando o poder da comunicação atualmente. “Organizações de proteção animal frequentemente utilizam práticas como a marcação a fogo, castração sem anestesia e mochação para criticar a cadeia produtiva. Essas questões podem impactar negativamente a percepção do setor”, alertou. Para enfrentar esses desafios, Carmen enfatizou a importância de melhorar os manejos e de considerar os riscos de acidentes nas fazendas, que muitas vezes são subestimados quando as práticas de manejo não são adequadas.

“Nos próximos anos, imagino um setor mais consciente, em que as pessoas reconheçam que os animais são seres sencientes. As equipes serão cada vez mais participativas, e a capacitação constante será essencial”, afirmou. Ela finalizou dizendo que, para promover o bem-estar animal, é fundamental investir em treinamento contínuo das equipes. “Vejo a pecuária brasileira se tornando disruptiva, com o potencial de se tornar um modelo mundial de boas práticas”, concluiu.

Fica estabelecido o botton amarelo para a identificação dos animais vacinados com a vacina B19 e o botton azul passa a identificar as fêmeas vacinadas com a vacina RB 51. Anteriormente, a identificação era feita com marcação à fogo indicando o ano corrente ou a marca em “V”, a depender da vacina utilizada.

As medidas foram publicadas no Diário Oficial do Estado, por meio da Resolução SAA nº 78/24 e das Portarias 33/24 e 34/24.

Mudanças estabelecidas

Prazos

Agora, fica estabelecido que o calendário para a vacinação será dividido em dois períodos, sendo o primeiro do dia 1º de janeiro a 30 de junho do ano corrente, enquanto o segundo período tem início no dia 1º de julho e vai até o dia 31 de dezembro.

O produtor que não vacinar seu rebanho dentro do prazo estabelecido, terá a movimentação dos bovídeos da propriedade suspensa até que a regularização seja feita junto às unidades da Defesa Agropecuária.

Desburocratização da declaração

A declaração de vacinação pelo proprietário ou responsável pelos animais não é mais necessária. A partir de agora, o médico-veterinário responsável pela imunização, ao cadastrar o atestado de vacinação no sistema informatizado de gestão de defesa animal e vegetal (GEDAVE) em um prazo máximo de quatro dias a contar da data da vacinação e dentro do período correspondente à vacinação, validará a imunização dos animais.

A exceção acontecerá quando houver casos de divergências entre o número de animais vacinados e o saldo do rebanho declarado pelo produtor no sistema GEDAVE.

Fonte: Assessoria Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
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Treinamento em emergência sanitária busca proteger produção suína do estado

Ação preventiva do IMA acontecerá entre os dias 26 e 28 de novembro em Patos de Minas, um dos polos da suinocultura mineira.

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Com o objetivo de proteger a produção de suínos do estado contra possíveis ameaças sanitárias, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) realizará, de 26 a 28 deste mês, em Patos de Minas, o Treinamento em Atendimento a Suspeitas de Síndrome Hemorrágica em Suínos. A iniciativa capacitará mais de 50 médicos veterinários do serviço veterinário oficial para identificar e responder prontamente a casos de doenças como a Peste Suína Clássica (PSC) e a Peste Suína Africana (PSA). A disseminação global da PSA tem preocupado autoridades devido ao impacto devastador na produção e na economia, como evidenciado na China que teve início em 2018 e se estendeu até 2023, quando o país perdeu milhões de suínos para a doença. Em 2021, surtos recentes no Haiti e na República Dominicana aumentaram o alerta no continente americano.

A escolha de Patos de Minas como sede para o treinamento presencial reforça sua importância como polo suinícola em Minas Gerais, com cerca de 280 mil animais produzidos, equivalente a 16,3% do plantel estadual, segundo dados de 2023 da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). A Coordenadoria Regional do IMA, em Patos de Minas, que atende cerca de 17 municípios na região, tem mais de 650 propriedades cadastradas para a criação de suínos, cuja sanidade é essencial para evitar prejuízos econômicos que afetariam tanto o mercado interno quanto as exportações mineiras.

Para contemplar a complexidade do tema, o treinamento foi estruturado em dois módulos: remoto e presencial. Na fase on-line, realizada nos dias 11 e 18 de novembro, especialistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Universidade de Castilla-La Mancha, da Espanha e de empresas parceiras abordaram aspectos clínicos e epidemiológicos das doenças hemorrágicas em suínos. Já na fase presencial, em Patos de Minas, os participantes terão acesso a oficinas práticas de biossegurança, desinfecção, estudos de casos, discussões sobre cenários epidemiológicos, coleta de amostras e visitas a campo, além de simulações de ações de emergência sanitária, onde aplicarão o conhecimento adquirido.

A iniciativa do IMA conta com o apoio de cooperativas, empresas do setor suinícola, instituições de ensino, sindicato rural e a Prefeitura Municipal de Patos de Minas, além do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A defesa agropecuária em Minas Gerais depende de ações como essa, fundamentais para evitar a entrada de patógenos e manter a competitividade da produção local. Esse treinamento é parte das ações para manutenção do status de Minas Gerais como livre de febre aftosa sem vacinação.

Ameaças sanitárias e os impactos para a economia

No Brasil, a Peste Suína Clássica está sob controle nas zonas livres da doença. No entanto, nas áreas não reconhecidas como livres, a enfermidade ainda está presente, representando um risco significativo para a suinocultura brasileira. Esta enfermidade pode levar a alta mortalidade entre os animais, além de causar abortos em fêmeas gestantes. Por ser uma enfermidade sem tratamento, a prevenção constante e a vigilância da doença são fundamentais.

A situação é ainda mais crítica no caso da Peste Suína Africana, para a qual não há vacina eficiente e cuja propagação levaria a prejuízos imensos ao setor suinícola nacional, com risco de desabastecimento no mercado interno e aumento dos preços para o consumidor final. Os animais infectados apresentam sintomas como febre alta, perda de apetite, e manchas na pele.

Fonte: Assessoria Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais
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Faesp quer retratação do Carrefour sobre a decisão do grupo em não comprar carne de países do Mercosul

Uma das principais marcas de varejo, por meio do CEO do Carrefour França, anunciou que suspenderá vendas de carne do Mercosul: decisão gera críticas e debate sobre sustentabilidade.

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Foto: oliver de la haye

O Carrefour França anunciou que suspenderá a venda de carne proveniente de países do Mercosul, incluindo o Brasil, alegando preocupações com sustentabilidade, desmatamento e respeito aos padrões ambientais europeus. A afirmação é do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, nas redes sociais do empresário, mas destinada ao presidente do sindicato nacional dos agricultores franceses, Arnaud Rousseau.

A decisão gerou repercussão negativa no Brasil, especialmente no setor agropecuário, que considera a medida protecionista e prejudicial à imagem da carne brasileira, amplamente exportada e reconhecida pela qualidade.

Essa decisão reflete tensões maiores entre a União Europeia e o Mercosul, com debates sobre padrões de produção e sustentabilidade como pontos centrais. Para a Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), essa decisão é prejudicial ao comércio entre França e Brasil, com impactos negativos também aos consumidores do Carrefour.

Os argumentos da pauta ambiental alegada pelo Carrefour e pelos produtores de carne na França não se sustentam, uma vez que a produção da pecuária brasileira está entre as mais sustentáveis do planeta. Esta posição, vinda de uma importante marca de varejo, é um indício de que os investimentos do grupo Carrefour no Brasil devem ser vistos com ressalva, segundo o presidente da Faesp, Tirso Meirelles.

“A declaração do CEO do Carrefour França, Alexandre Bompard, demonstra não apenas uma atitude protecionista dos produtores franceses, mas um total desconhecimento da sustentabilidade do setor pecuário brasileiro. A Faesp se solidariza com os produtores e espera que esse fato isolado seja rechaçado e não influencie as exportações do país. Vale lembrar que a carne bovina é um dos principais itens de comercialização do Brasil”, disse Tirso Meirelles.

Foto: Shutterstock

O coordenador da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da Faesp, Cyro Ferreira Penna Junior, reforça esta tese. “A carne brasileira é a mais sustentável e competitiva do planeta, que atende aos padrões mais elevados de qualidade e exigências do consumidor final. Tais retaliações contra o nosso produto aparentam ser uma ação comercial orquestrada de produtores e empresas da União Europeia que não conseguem competir conosco no ‘fair play’”, diz Cyro.

Para o presidente da Faesp, cabe ao Carrefour reavaliar sua posição e, eventualmente, se retratar publicamente, uma vez que esta decisão, tomada unilateralmente e sem critérios técnicos, revela uma falta de compromisso do grupo com o Brasil, um importante mercado consumidor.

Várias outras instituições se posicionaram contra a decisão do Carrefour, e o Ministério da Agricultura (Mapa). “No que diz respeito ao Brasil, o rigoroso sistema de Defesa Agropecuária do Mapa garante ao país o posto de maior exportador de carne bovina e de aves do mundo”, diz o Mapa em comunicado. “Vale reiterar que o Brasil possui uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo e atua com transparência no setor […] O Mapa não aceitará tentativas vãs de manchar ou desmerecer a reconhecida qualidade e segurança dos produtos brasileiros e dos compromissos ambientais brasileiros”, continua a nota.

Veja aqui o vídeo do presidente.

Fonte: Assessoria Faesp
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