Notícias Redução do impacto ambiental
Evento sobre pecuária e mudanças climáticas reúne pesquisadores da Embrapa
No Seminário Sustentabilidade da Pecuária de Corte em Sistemas de Baixo Carbono foram apresentados resultados de pesquisa voltados para a promoção de uma pecuária com reduzido impacto ambiental e capaz de contribuir para a mitigação dos gases de efeito estufa (GEE).
Em uma ação conjunta entre as cinco unidades da Embrapa, dos Estados de Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul, e com o apoio da diretoria executiva da empresa, realizou-se de forma virtual o Seminário Sustentabilidade da Pecuária de Corte em Sistemas de Baixo Carbono, quando foram apresentados resultados de pesquisa voltados para a promoção de uma pecuária com reduzido impacto ambiental e capaz de contribuir para a mitigação dos gases de efeito estufa (GEE).
Durante todo o dia, pesquisadores de diferentes unidades da Embrapa do país relataram os trabalhos e pesquisas que vêm sendo realizadas há alguns anos e que visam à adoção de práticas e manejos que buscam uma menor emissão e maior mitigação de GEE pela atividade e uma maior sustentabilidade na produção de carne no país.
Tendo sido o primeiro encontro científico, após o encerramento da COP26, a tratar de soluções para o cumprimento do Acordo internacional para redução das emissões de metano, o evento foi aberto por Guy de Capdeville, diretor-executivo de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, que está interinamente respondendo pela presidência da empresa, que destacou a atuação inovadora e o trabalho em rede da instituição para a realização de pesquisas para esse importante tema. “É preciso entender a lógica da sustentabilidade como o caminho para a agropecuária dos próximos 30 anos”.
O deputado federal Christino Áureo (PP-RJ), que possibilitou a realização do seminário e também de novas pesquisas sobre o tema por meio de uma emenda parlamentar, ressaltou o senso de oportunidade da Embrapa ao promover esse debate justamente após os compromissos assumidos pelo Brasil na COP26 para a redução das emissões de metano.
Para o diretor-executivo de Gestão Institucional, Tiago Toledo Ferreira, a discussão sobre a sustentabilidade na agropecuária é um caminho sem volta, salientando que o país já vem trabalhando no tema há alguns anos e que os resultados já podem ser vistos. “A sustentabilidade deixa de ser um conceito emergente para se constituir em condicionante para a participação nos mercados”, afirmou o diretor.
O primeiro painel do seminário, mediado por Marcos Borba, chefe de pesquisa e desenvolvimento da Embrapa Pecuária Sul, reuniu os chefes das unidades organizadoras do evento – Antônio Rosa (Embrapa Gado de Corte), Cristhiane Amâncio (Embrapa Agrobiologia), Fernando Cardoso (Embrapa Pecuária Sul), Karina Olbrich dos Santos (Embrapa Agroindústria de Alimentos) e Maria de Lourdes Mendonça Santos Brefin (Embrapa Solos) -, que relataram sobre as iniciativas que cada unidade vem desenvolvendo relacionadas à pecuária e às mudanças climáticas. Nas apresentações também foi ressaltada a importância do trabalho realizado em rede, em diferentes regiões do país, que contribuem para a compreensão da pecuária do Brasil como um todo além das questões locais.
Emissões e serviços ambientais na pecuária foi o tema do segundo painel, que teve a mediação de Rodrigo da Costa Gomes, pesquisador da Embrapa Gado de Corte. A pesquisadora Cristina Genro, da Embrapa Pecuária Sul, abordou os resultados da medição da emissão de metano entérico pela pecuária no bioma Pampa, que é feita há mais de 10 anos.
Segundo ela, a avaliação do processo em diferentes sistemas de produção mostrou que é possível reduzir a emissão em mais de 30% (limite do Acordo firmado na COP26) desse gás apenas com o correto manejo da pastagem. Já o pesquisador da Embrapa Agrobiologia Bruno Rodrigues Alves falou sobre a emissão de óxido nitroso pela pecuária. De acordo com Alves, esse gás, formado pela ação de microrganismos do solo a partir do nitrogênio, presentes especialmente na urina, mas também nas fezes dos bovinos, permanece por mais tempo na atmosfera, por isso a necessidade de diferentes ações para reduzir as emissões nos sistemas de produção.
Para finalizar o painel, a pesquisadora Rachel Bardy Prado, da Embrapa Solos, apresentou como a abordagem dos Serviços Ecossistêmicos pode trazer oportunidades ao setor pecuário, como o acesso aos mercados verdes, pagamentos por serviços ambientais e certificações. Para ela, o setor também deve assumir cada vez mais compromissos que se relacionam à adoção do manejo adequado das pastagens e dos sistemas integrados de produção, bem como a manutenção do componente arbóreo na paisagem e o manejo correto da água.
O terceiro painel, mediado por Renato Rodrigues, pesquisador da Embrapa Solos, teve como tema a remoção de gases da atmosfera. A primeira apresentação foi do pesquisador Manuel Motta Macedo, da Embrapa Gado de Corte, que abordou o estoque de carbono no solo. Macedo apresentou como se dá a dinâmica entre a emissão e o sequestro de carbono pela atividade pecuária. Segundo ele, o manejo e práticas conservacionistas contribuem de forma significativa para que o balanço de carbono seja mais positivo na pecuária. Já o pesquisador Robert Bodey, da Embrapa Agrobiologia, falou sobre a pegada de carbono da carne em sistemas de Integração Lavoura-Pecuária.
O quarto e último painel, mediado por Elen Nalério, pesquisadora da Embrapa Pecuária Sul, foi sobre produtos gerados pela pecuária de baixo carbono. A principal abordagem nesse momento foram as iniciativas da Embrapa para a criação de marcas-conceito e dos protocolos para a Carne Baixo Carbono (CBC), iniciativa que deverá estar disponível no mercado consumidor no próximo ano.
O coordenador desse programa, o pesquisador Roberto Giolo, da Embrapa Gado de Corte, relatou sobre os protocolos definidos para a CBC, tanto para produtores como para frigoríficos, para a certificação desse produto que, segundo ele, irá valorizar não só o produto carne como toda a cadeia produtiva envolvida.
A pesquisadora Márcia Silveira, da Embrapa Pecuária Sul, apresentou os primeiros resultados do acompanhamento de uma Unidade Demonstrativa no Sul da Bahia que está adotando esses protocolos, salientando os ganhos ambientais e também produtivos com a iniciativa. Já o pesquisador Gelson Feijó, da Embrapa Gado de Corte, abordou esse tipo de produção do ponto de vista do consumidor, ressaltando que a certificação ou selo pode trazer ganhos tanto para o produtor quanto para o consumidor final.
Quem quiser ver o seminário na íntegra é só acessar o canal da Embrapa no youtube, ou pelo link https://www.youtube.com/watch?v=OtjGVgu0yas
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IPPA registra alta de 5,5% em outubro de 2024, porém acumula queda de 2,5% no ano
Entre os grupos de alimentos, houve retrações no IPPA-Grãos (-8,3%) e no IPPA-Pecuária (-2,7%).
O Índice de Preços ao Produtor de Grupos de Produtos Agropecuários (IPPA/CEPEA) subiu 5,5% em outubro, influenciado pelos avanços em todos os grupos de produtos: de 1,9% para o IPPA-Grãos; de fortes 10,7% para o IPPA-Pecuária; de expressivos 10,4% para o IPPA-Hortifrutícolas; e de 0,5% para o IPPA-Cana-Café.
No mesmo período, o IPA-OG-DI Produtos Industriais apresentou alta de 1,5%, demonstrando que, de setembro para outubro, os preços agropecuários mantiveram-se em elevação frente aos industriais da economia brasileira.
No cenário internacional, o índice de preços calculado pelo FMI subiu 1,4% quando convertido para Reais, acompanhando a valorização da taxa de câmbio oficial divulgada pelo Bacen. Isso indica um comportamento relativamente estável dos preços internacionais dos alimentos.
No acumulado de 2024, o IPPA/CEPEA registra queda de 2,5%. Entre os grupos de alimentos, houve retrações no IPPA-Grãos (-8,3%) e no IPPA-Pecuária (-2,7%), enquanto o IPPA-Hortifrutícolas avançou 34,6% e o IPPA-Cana-Café cresceu 7%.
Em comparação, o IPA-OG-DI Produtos Industriais apresenta estabilidade no ano, enquanto os preços internacionais dos alimentos, convertidos para Reais, acumulam alta de 6,1%.
A despeito desses movimentos divergentes com relação ao IPPA/CEPEA, ressalta-se que, sob uma perspectiva de longo prazo, o que se observa é a convergência ao mesmo nível, após elevação acelerada dos preços domésticos nos últimos anos.
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ABCZ participa da TecnoAgro e destaca sustentabilidade no agro
Tem como objetivo impulsionar o desenvolvimento do agronegócio e explorar o potencial econômico das cidades da região.
Nesta semana, a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) marca presença na TecnoAgro 2024, evento realizado no Parque Fernando Costa, em Uberaba (MG). Com o tema “Agro Inteligente”, a iniciativa promovida pelo Grupo Integração e tem como objetivo impulsionar o desenvolvimento do agronegócio e explorar o potencial econômico das cidades da região.
A abertura do evento aconteceu na manhã da última quinta-feira (21), reunindo autoridades e representantes dos setores ligados ao agro. A ABCZ esteve em destaque logo após a solenidade, quando o Superintendente Técnico, Luiz Antonio Josahkian, participou do painel “O Futuro da Pecuária”. O debate, mediado pela jornalista Adriana Sales, também contou com a presença da Prefeita de Uberaba, Elisa Araújo, e do Professor da ESALQ/USP, Sérgio de Zen.
A discussão abordou a responsabilidade do Brasil diante da crescente demanda global por proteína. “Temos o potencial para liderar o aumento da demanda por proteína animal. Contamos com terras disponíveis, mão de obra qualificada e políticas públicas que fortalecem continuamente o setor. O Brasil se destaca como um dos poucos países que ainda investe em qualificação profissional através de políticas públicas, com o apoio de órgãos como as Secretarias de Estado, o Senar e as extensões rurais Além disso, temos uma vocação natural para a produção de alimentos, com recursos essenciais, como a água, que é um insumo cada vez mais valorizado e disputado globalmente”, destacou Josahkian.
Complementando o debate, Sérgio de Zen enfatizou a necessidade de modelos produtivos mais sustentáveis. “É perfeitamente possível aumentar a demanda na redistribuição de renda e atender ao crescimento populacional sem recorrer ao desmatamento. Isso pode ser alcançado por meio do uso mais eficiente das tecnologias e dos sistemas de produção já disponíveis”, afirmou.
O evento, que segue até amanhã (22), reúne mais de 50 palestras voltadas para a sustentabilidade no agronegócio. Entre os destaques da programação técnica desta sexta-feira, o Zootecnista e Gerente do Departamento Internacional da ABCZ, Juan Lebron, participará da palestra “Recuperação de Pastagem, Genética, Nutrição e Saúde: Pilares da Sustentabilidade na Pecuária”, ao lado de especialistas como Guilherme Ferraudo e Thiago Parente.
Além das contribuições técnicas, a ABCZ participa com um estande apresentando produtos e serviços da maior entidade de pecuária zebuína do mundo.
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Altas no preço do boi seguem firmes, com escalas ainda menores que em outubro
Frigoríficos renovam o fôlego para conceder novos reajustes positivos aos animais para abate e o mesmo acontece entre os pecuaristas nas negociações de reposição.
O movimento de alta nos preços da pecuária segue intenso. Segundo pesquisadores do Cepea, semana após semana, frigoríficos renovam o fôlego para conceder novos reajustes positivos aos animais para abate e o mesmo acontece entre os pecuaristas nas negociações de reposição.
No final da cadeia produtiva, o consumidor também se mostra resiliente diante dos valores da carne nos maiores patamares dos últimos 3,5 anos.
No mesmo sentido, a demanda de importadores mundo afora tem se mantido firme.
Pesquisadores do Cepea observam ainda que as escalas de abate dos principais estados produtores, em novembro, estão ainda menores que em outubro.
No mercado financeiro (B3), também cresceu forte a liquidez dos contratos de boi para liquidação neste ano, pelo Indicador do boi elaborado pelo Cepea, o CEPEA/B3.