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Evento inovador reúne líderes e pesquisadores para debater o futuro dos alimentos

A programação trouxe um panorama sobre a indústria de alimentos, bem como as tendências e perspectivas de futuro, tomando como base as projeções da FAO que estimam que a população mundial crescerá para 8,3 bilhões de habitantes em 2030.

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Foto: Bing

Reunir empresas, universidades, cooperativas e profissionais em prol de oportunidades para o desenvolvimento econômico e social foi o norte do 1º Encontro Alimentos do Futuro, promovido pelo Biopark Educação, juntamente com o Governo do Estado do Paraná, por meio da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti). A programação foi realizada em meados de maio, no Parque Científico e Tecnológico de Biociências (Biopark), em Toledo, PR.

Neste ano a Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, a Fundação Araucária e o Biopark firmaram um memorando de entendimento com o Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital) para desenvolver estudos relacionados à produção e ao consumo de alimentos saudáveis. Vinculado à Secretaria da Agricultura e Abastecimento de São Paulo, por meio da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), o Ital é uma referência em ciência aplicada na América Latina para a disseminação de conhecimento no setor.

Fundador do Biopark, Luiz Donaduzzi – Foto: Patrícia Schulz/OP Rural

A abertura oficial foi conduzida pelo fundador do Biopark, Luiz Donaduzzi, que enalteceu que o Biopark tem o objetivo de mudar a roupagem das universidades, fazendo com que os estudantes que integram esse ecossistema tenham uma formação mais engajada com as necessidades do mercado. “As projeções mostram que a população mundial deve aumentar consideravelmente, desta forma é muito oportuno discutir e buscar novas oportunidades para o desenvolvimento da produção de alimentos. O Biopark é parceiro da sociedade”, afirmou.

A programação trouxe um panorama sobre a indústria de alimentos, bem como as tendências e perspectivas de futuro, tomando como base as projeções da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) que estimam que a população mundial crescerá para 8,3 bilhões de habitantes em 2030, enaltecendo que alimentar este grande número de pessoas é um desafio que precisa ser superado pelos países produtores de alimentos.

Conforme o diretor do Biopark Educação, Paulo Roberto Cordeiro Rocha, o principal objetivo do evento foi ouvir as demandas do setor produtivo, alinhando com as instituições que atuam em pesquisas aplicadas visando a discussão e o entendimento das demandas, para que seja possível direcionar e potencializar esforços em pesquisas que resolvam as deficiências e demandas encontradas. “Esse encontro foi o primeiro passo para que tenhamos, de forma consolidada no Biopark, uma estrutura que consiga estar atenta e atualizada com aquilo que será demandado no futuro na temática de alimentos saudáveis”, ponderou.

Diretor do Biopark Educação, Paulo Roberto Cordeiro Rocha – Foto: Patrícia Schulz/OP Rural

Paulo Roberto enalteceu que o Biopark investe nesta temática, pois entende que esse é o maior desafio do mundo. “A alimentação é o maior desafio que precisa ser sempre superado e o Paraná, juntamente com o Biopark, querem se colocar na posição de protagonistas neste sentido. Esse encontro foi o start, nas próximas semanas temos uma agenda de reuniões nas quais vamos afinar os projetos que são de interesse coletivo e a partir daí finalizar um planejamento estratégico para então atuar na implantação de laboratórios e pesquisas, para que lá na frente tenhamos produtos que gerem valor à sociedade “, afirmou.

Arranjos de pesquisa

Idealizados pela Fundação Araucária, os Novos Arranjos de Pesquisa e Inovação (Napis) consistem em redes colaborativas voltadas para a ativação e consolidação de ecossistemas de ciência, tecnologia e inovação em todo o Paraná. Os Napis mobilizam, de forma integrada, as lideranças das cadeias produtivas locais e regionais, inclusive o terceiro setor, em áreas consideradas prioritárias para o desenvolvimento socioeconômico e sustentável do Paraná e do Brasil.

Proteínas de origem vegetal e novas alternativas proteicas dependem de regulamentação

André Dutra mediou a mesa redonda enaltecendo os trabalhos que estão sendo feitos, em prol da eficiência da produção de alimentos – Foto: Patrícia Schulz/OP Rural

Conforme dados divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a soja segue como o produto com maior volume colhido no país, com uma produção estimada em 153,6 milhões de toneladas, na safra 2022/2023. Os produtos proteicos de origem vegetal configuram como uma oportunidade para melhorar a produção de alimentos e agregar valor às matérias-primas produzidas em território nacional. Durante o 1º Encontro Alimentos do Futuro foi realizada uma mesa redonda, com a temática “proteínas de origem vegetal e animal”, na qual participaram: André Dutra, chefe adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Agroindústria de Alimentos, Lícia Lundstedt, chefe adjunta de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Pesca e Aquicultura, Vivian Feddern, pesquisadora da Embrapa Suínos e Aves, Hugo Caruso, diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), e Nélida Lucia del Mastro, consultora do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares/Comissão Nacional de Energia Nuclear (Ipen/Cnen).

Lícia Lundstedt, chefe adjunta de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Pesca e Aquicultura – Foto: Patrícia Schulz

André Dutra iniciou o debate ressaltando o potencial do Brasil na produção de alimentos, visto que atualmente o país é o maior produtor mundial de soja e por meio desta commodity, que é chamada de moeda verde, existe uma grande possibilidade de desenvolver concentrados proteicos, bem como novos produtos e inovações. “Nosso potencial é imenso quando pensamos na possibilidade de produzir os plant based (à base de plantas) e produtos de proteína animal. Para isso, é necessário desenvolver estratégias tecnológicas para utilizar proteínas vegetais na indústria de produtos cárneos”, indica.

Ele destacou também a necessidade de uma Política Nacional das Proteínas Alternativas e informou que a Embrapa está ajudando neste trabalho, junto ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), na construção desta importante política que visa regulamentar e promover o desenvolvimento e a disseminação de alternativas proteicas no país, adiantando que este documento deve ser lançado ainda neste ano. André finalizou a sua fala enaltecendo a importância de entender a real percepção do consumidor sobre as inovações, visando trabalhar estratégias assertivas de inovação. “A Embrapa tem dedicado esforços para compreender a percepção do consumidor, com projetos voltados para estudar esse aspecto, pois consideramos que entender as demandas de consumo é fundamental para trabalhar de forma eficiente e estratégica”, aponta.

Hugo Caruso, do Mapa, adiantou que a regulamentação do setor de produtos análogos aos animais é prioridade para a pasta – Foto: Patrícia Schulz

O responsável do Mapa pela pasta que está definindo os aspectos regulatórios dos produtos de plant based no Brasil, Hugo Caruso, disse que trabalhar no assunto de regulamentação sobre proteínas de origem vegetal é uma tarefa que está sendo bastante árdua. De acordo com ele, a pasta atua com missão de desenvolver o setor produtivo de alimentos, visando assegurar à população o acesso a alimentos de qualidade, com segurança e sustentabilidade. “Alguns defendiam a ideia de simplesmente proibir e frear a expansão deste mercado, porém nós acreditamos na importância destas inovações e reconhecemos que estes produtos podem ser uma grande inovação para atender as crescentes demandas de alimentos”, expõe.

Hugo reforçou que a regulamentação está prestes a sair do papel e que a população também será chamada para expor seus anseios, por intermédio de um consulta pública, para então definir quais serão as diretrizes a serem seguidas, como por exemplo quais serão as nomenclaturas permitidas. “É importante reforçar que esta regulamentação está sendo muito estudada, com pesquisas internas e externas sobre a percepção do público, bem como saber como está sendo a implantação em outros países, visando uma regulamentação coerente com as demandas do setor, contribuindo de forma eficiente para o desenvolvimento da cadeia produtiva e do consumo”, reforça.

Embutidos mais saudáveis e funcionais

Vivian Feddern, pesquisadora da Embrapa Suínos e Aves – Foto: Patrícia Schulz/OP Rural

O debate teve continuidade com a exposição da Pesquisadora da Embrapa Suínos e Aves, Vivian Feddern, que ressaltou as oportunidades e os desafios de melhorar os produtos de origem animal, como os embutidos, deixando os mesmos mais saudáveis e funcionais. “Nosso desafio é melhorar o valor nutricional dos produtos de origem animal, trabalhando em uma genética que beneficie a qualidade nutricional dos alimentos. A ciência está aí para nos ajudar neste importante tarefa”, defendeu.

Vivian também reforçou sobre a necessidade melhorar as exportações e vendas de produtos beneficiados e não in natura, segundo ela, do montante de proteína animal que o Brasil exporta apenas 2% são de alimentos processados e embutidos, o restante são cortes de carne e carcaças inteiras. Ela defendeu a possibilidade de melhorar esta exportação agregando mais valor às exportações, beneficiando os produtos cárneos. “O consumidor ainda tem a impressão de que os produtos embutidos são menos saudáveis, entretanto, nós temos tecnologia e precisamos beneficiar estas matérias-primas”, pontuou.

A chefe adjunta de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Pesca e Aquicultura, Lícia Lundstedt, também defendeu a importância de melhorar as tecnologias que são utilizadas para a produção de proteína animal, em especial da piscicultura, reforçando que este mercado cresce de forma exponencial e que as perspectivas mostram que o mercado do pescado tende a aumentar ano após ano, por conta dos benefícios nutricionais que esta proteína propicia, bem como o aumento do poder aquisitivo das pessoas. “Nós temos um grande desafio que é dobrar a produção de pescado para conseguir atender às demandas que são preconizadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) de consumo de peixe”, mencionou.

Fonte: O Presente Rural

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Feicorte: São Paulo impulsiona mudanças no manejo pecuário com opção de marcação sem fogo

Estado promove alternativa pioneira para o bem-estar animal e a sustentabilidade na pecuária. Assunto foi tema de painel durante a Feicorte 2024

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Fotos: Shutterstock

No painel “Uma nova marca do agro de São Paulo”, realizado na Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne – Feicorte, em Presidente Prudente (SP), que segue até o dia 23 de novembro, a especialista em bem-estar animal, Carmen Perez, ressaltou a importância de evitar a marcação a fogo em bovinos.

Segundo ela, a questão está diretamente ligada ao bem-estar animal, especialmente no que diz respeito ao local onde é realizada a marcação da brucelose, que ocorre na face do animal, uma região com maior concentração de terminações nervosas, um ponto mais sensível. Essa ação representa um grande desafio, pois, embora seja uma exigência legal nacional, os impactos para os animais precisam ser cuidadosamente avaliados.

“O estado de São Paulo tem se destacado de forma pioneira ao oferecer aos produtores rurais a opção de decidir se desejam ou não realizar a marcação a fogo. Isso é um grande avanço”, destacou Carmen. Ela também mencionou que os animais possuem uma excelente memória, lembrando-se tanto dos manejos bem executados quanto dos malfeitos, o que pode afetar sua condição e bem-estar a longo prazo.

Além disso, a imagem da pecuária é um ponto crucial, especialmente considerando o poder da comunicação atualmente. “Organizações de proteção animal frequentemente utilizam práticas como a marcação a fogo, castração sem anestesia e mochação para criticar a cadeia produtiva. Essas questões podem impactar negativamente a percepção do setor”, alertou. Para enfrentar esses desafios, Carmen enfatizou a importância de melhorar os manejos e de considerar os riscos de acidentes nas fazendas, que muitas vezes são subestimados quando as práticas de manejo não são adequadas.

“Nos próximos anos, imagino um setor mais consciente, em que as pessoas reconheçam que os animais são seres sencientes. As equipes serão cada vez mais participativas, e a capacitação constante será essencial”, afirmou. Ela finalizou dizendo que, para promover o bem-estar animal, é fundamental investir em treinamento contínuo das equipes. “Vejo a pecuária brasileira se tornando disruptiva, com o potencial de se tornar um modelo mundial de boas práticas”, concluiu.

Fica estabelecido o botton amarelo para a identificação dos animais vacinados com a vacina B19 e o botton azul passa a identificar as fêmeas vacinadas com a vacina RB 51. Anteriormente, a identificação era feita com marcação à fogo indicando o ano corrente ou a marca em “V”, a depender da vacina utilizada.

As medidas foram publicadas no Diário Oficial do Estado, por meio da Resolução SAA nº 78/24 e das Portarias 33/24 e 34/24.

Mudanças estabelecidas

Prazos

Agora, fica estabelecido que o calendário para a vacinação será dividido em dois períodos, sendo o primeiro do dia 1º de janeiro a 30 de junho do ano corrente, enquanto o segundo período tem início no dia 1º de julho e vai até o dia 31 de dezembro.

O produtor que não vacinar seu rebanho dentro do prazo estabelecido, terá a movimentação dos bovídeos da propriedade suspensa até que a regularização seja feita junto às unidades da Defesa Agropecuária.

Desburocratização da declaração

A declaração de vacinação pelo proprietário ou responsável pelos animais não é mais necessária. A partir de agora, o médico-veterinário responsável pela imunização, ao cadastrar o atestado de vacinação no sistema informatizado de gestão de defesa animal e vegetal (GEDAVE) em um prazo máximo de quatro dias a contar da data da vacinação e dentro do período correspondente à vacinação, validará a imunização dos animais.

A exceção acontecerá quando houver casos de divergências entre o número de animais vacinados e o saldo do rebanho declarado pelo produtor no sistema GEDAVE.

Fonte: Assessoria Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
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Treinamento em emergência sanitária busca proteger produção suína do estado

Ação preventiva do IMA acontecerá entre os dias 26 e 28 de novembro em Patos de Minas, um dos polos da suinocultura mineira.

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Com o objetivo de proteger a produção de suínos do estado contra possíveis ameaças sanitárias, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) realizará, de 26 a 28 deste mês, em Patos de Minas, o Treinamento em Atendimento a Suspeitas de Síndrome Hemorrágica em Suínos. A iniciativa capacitará mais de 50 médicos veterinários do serviço veterinário oficial para identificar e responder prontamente a casos de doenças como a Peste Suína Clássica (PSC) e a Peste Suína Africana (PSA). A disseminação global da PSA tem preocupado autoridades devido ao impacto devastador na produção e na economia, como evidenciado na China que teve início em 2018 e se estendeu até 2023, quando o país perdeu milhões de suínos para a doença. Em 2021, surtos recentes no Haiti e na República Dominicana aumentaram o alerta no continente americano.

A escolha de Patos de Minas como sede para o treinamento presencial reforça sua importância como polo suinícola em Minas Gerais, com cerca de 280 mil animais produzidos, equivalente a 16,3% do plantel estadual, segundo dados de 2023 da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). A Coordenadoria Regional do IMA, em Patos de Minas, que atende cerca de 17 municípios na região, tem mais de 650 propriedades cadastradas para a criação de suínos, cuja sanidade é essencial para evitar prejuízos econômicos que afetariam tanto o mercado interno quanto as exportações mineiras.

Para contemplar a complexidade do tema, o treinamento foi estruturado em dois módulos: remoto e presencial. Na fase on-line, realizada nos dias 11 e 18 de novembro, especialistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Universidade de Castilla-La Mancha, da Espanha e de empresas parceiras abordaram aspectos clínicos e epidemiológicos das doenças hemorrágicas em suínos. Já na fase presencial, em Patos de Minas, os participantes terão acesso a oficinas práticas de biossegurança, desinfecção, estudos de casos, discussões sobre cenários epidemiológicos, coleta de amostras e visitas a campo, além de simulações de ações de emergência sanitária, onde aplicarão o conhecimento adquirido.

A iniciativa do IMA conta com o apoio de cooperativas, empresas do setor suinícola, instituições de ensino, sindicato rural e a Prefeitura Municipal de Patos de Minas, além do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A defesa agropecuária em Minas Gerais depende de ações como essa, fundamentais para evitar a entrada de patógenos e manter a competitividade da produção local. Esse treinamento é parte das ações para manutenção do status de Minas Gerais como livre de febre aftosa sem vacinação.

Ameaças sanitárias e os impactos para a economia

No Brasil, a Peste Suína Clássica está sob controle nas zonas livres da doença. No entanto, nas áreas não reconhecidas como livres, a enfermidade ainda está presente, representando um risco significativo para a suinocultura brasileira. Esta enfermidade pode levar a alta mortalidade entre os animais, além de causar abortos em fêmeas gestantes. Por ser uma enfermidade sem tratamento, a prevenção constante e a vigilância da doença são fundamentais.

A situação é ainda mais crítica no caso da Peste Suína Africana, para a qual não há vacina eficiente e cuja propagação levaria a prejuízos imensos ao setor suinícola nacional, com risco de desabastecimento no mercado interno e aumento dos preços para o consumidor final. Os animais infectados apresentam sintomas como febre alta, perda de apetite, e manchas na pele.

Fonte: Assessoria Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais
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Faesp quer retratação do Carrefour sobre a decisão do grupo em não comprar carne de países do Mercosul

Uma das principais marcas de varejo, por meio do CEO do Carrefour França, anunciou que suspenderá vendas de carne do Mercosul: decisão gera críticas e debate sobre sustentabilidade.

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Foto: oliver de la haye

O Carrefour França anunciou que suspenderá a venda de carne proveniente de países do Mercosul, incluindo o Brasil, alegando preocupações com sustentabilidade, desmatamento e respeito aos padrões ambientais europeus. A afirmação é do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, nas redes sociais do empresário, mas destinada ao presidente do sindicato nacional dos agricultores franceses, Arnaud Rousseau.

A decisão gerou repercussão negativa no Brasil, especialmente no setor agropecuário, que considera a medida protecionista e prejudicial à imagem da carne brasileira, amplamente exportada e reconhecida pela qualidade.

Essa decisão reflete tensões maiores entre a União Europeia e o Mercosul, com debates sobre padrões de produção e sustentabilidade como pontos centrais. Para a Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), essa decisão é prejudicial ao comércio entre França e Brasil, com impactos negativos também aos consumidores do Carrefour.

Os argumentos da pauta ambiental alegada pelo Carrefour e pelos produtores de carne na França não se sustentam, uma vez que a produção da pecuária brasileira está entre as mais sustentáveis do planeta. Esta posição, vinda de uma importante marca de varejo, é um indício de que os investimentos do grupo Carrefour no Brasil devem ser vistos com ressalva, segundo o presidente da Faesp, Tirso Meirelles.

“A declaração do CEO do Carrefour França, Alexandre Bompard, demonstra não apenas uma atitude protecionista dos produtores franceses, mas um total desconhecimento da sustentabilidade do setor pecuário brasileiro. A Faesp se solidariza com os produtores e espera que esse fato isolado seja rechaçado e não influencie as exportações do país. Vale lembrar que a carne bovina é um dos principais itens de comercialização do Brasil”, disse Tirso Meirelles.

Foto: Shutterstock

O coordenador da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da Faesp, Cyro Ferreira Penna Junior, reforça esta tese. “A carne brasileira é a mais sustentável e competitiva do planeta, que atende aos padrões mais elevados de qualidade e exigências do consumidor final. Tais retaliações contra o nosso produto aparentam ser uma ação comercial orquestrada de produtores e empresas da União Europeia que não conseguem competir conosco no ‘fair play’”, diz Cyro.

Para o presidente da Faesp, cabe ao Carrefour reavaliar sua posição e, eventualmente, se retratar publicamente, uma vez que esta decisão, tomada unilateralmente e sem critérios técnicos, revela uma falta de compromisso do grupo com o Brasil, um importante mercado consumidor.

Várias outras instituições se posicionaram contra a decisão do Carrefour, e o Ministério da Agricultura (Mapa). “No que diz respeito ao Brasil, o rigoroso sistema de Defesa Agropecuária do Mapa garante ao país o posto de maior exportador de carne bovina e de aves do mundo”, diz o Mapa em comunicado. “Vale reiterar que o Brasil possui uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo e atua com transparência no setor […] O Mapa não aceitará tentativas vãs de manchar ou desmerecer a reconhecida qualidade e segurança dos produtos brasileiros e dos compromissos ambientais brasileiros”, continua a nota.

Veja aqui o vídeo do presidente.

Fonte: Assessoria Faesp
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