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Suínos / Peixes

Estudos comprovam: quanto mais biosseguridade, menos antibióticos

Diversas legislações restringindo ou proibindo o uso de antibióticos como promotores de crescimento em animais saudáveis em vários países ao redor do mundo evidenciam que o consumo desordenado de medicamentos na produção animal pode causar o aumento da resistência antimicrobiana.

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Foto: Arquivo/OP Rural

Diversas legislações restringindo ou proibindo o uso de antibióticos como promotores de crescimento em animais saudáveis em vários países ao redor do mundo evidenciam que o consumo desordenado de medicamentos – especialmente aqueles de maior importância para o tratamento de doenças em humanos – na produção animal pode causar o aumento da resistência antimicrobiana. Diante da redução gradual na produção animal, passando a ser utilizado apenas para tratamento metafilático e profilático, tem despertado nos produtores e na agroindústria um olhar mais atento para dentro das granjas, em busca de melhorias nos processos produtivos.

Foto: Jaqueline Galvão/OP Rural

De acordo com o professor doutor em Epidemiologia da Faculdade de Medicina Veterinária de Ghent, na Bélgica, Jeroen Dewulf, o uso frequente e prolongado de antibióticos na produção animal é uma forma clara de mascarar a má gestão da saúde nas granjas. “Em sistemas de criação os padrões de gestão, manejo e biossegurança devem ser projetados de tal forma que a necessidade de antimicrobianos se torne excepcional”, afirmou Dewulf durante sua palestra sobre a “Redução do uso de antimicrobianos em suínos através da melhor biossegurança e manejo”, realizada no Congresso IPVS2022, no mês de junho, na cidade do Rio de Janeiro, RJ.

Segundo o especialista belga, há uma variedade de pesquisas que mostra diferentes usos de antibióticos ao longo do ciclo de produção, sendo a maior parte em leitões jovens. Além disso, Dewulf diz que se observou de maneira significativa o uso de agentes antimicrobianos associados entre as categorias de idade, indicando que as granjas com alto uso em leitões também utilizaram mais antimicrobianos no ciclo de terminação dos animais. Isso pode, entre outras coisas, ser explicado pelos hábitos e comportamento dos produtores. “Esses estudos também demonstraram diferenças grandes no uso de antibióticos entre países e rebanhos, os quais podem estar relacionados às diferenças na prevalência da doença, no nível de biossegurança ou podem refletir variações nas regras e regulamentações dos países, além de uma maior responsabilidade e uso racional de antimicrobianos por produtores e veterinários”, enfatizou o docente da Faculdade de Ghent.

 Melhor gestão sanitária e biossegurança

Em um estudo conduzido por Postma e demais pesquisadores, os veterinários que atuam no setor suinícola da Europa foram questionados sobre o que consideram ser as alternativas mais válidas para o uso de antimicrobianos na suinocultura, levando em consideração a eficácia esperada, a viabilidade e o retorno do investimento das medidas.

Os resultados indicaram que os profissionais acreditam que as alternativas mais promissoras são, em ordem de prioridade: biossegurança melhorada, vacinação aumentada e melhorada, uso de zinco (contra infecções por Escherichia coli em leitões desmamados), qualidade alimentar e diagnóstico melhorado. “Além do uso de zinco, que está proibido para uso medicinal na Europa desde o final de 2021, todas as alternativas descritas estão ao alcance de todos os produtores de suínos”, pontua Dewulf.

Enquanto isso, vários estudos descobriram que a biossegurança aprimorada pode resultar na diminuição de antimicrobianos, sem comprometer os resultados da produção. Em um experimento com rebanhos de suínos do parto à terminação na Bélgica, Dewulf destaca que planteis com pontuações de biossegurança interna mais altas tiveram incidências de tratamento antimicrobiano mais baixas, sugerindo que a biossegurança aprimorada pode ajudar a reduzir a quantidade de antimicrobianos utilizados.

Por sua vez, em uma pesquisa envolvendo quatro países europeus, foi demonstrado que uma idade de desmame superior a 24 dias, um sistema de gerenciamento de lotes de cinco semanas ou mais e o nível de biossegurança externa foram associados a uma menor incidência de tratamento antimicrobiano. “Esta descoberta foi confirmada em um estudo sobre as características dos principais suinocultores. Neste estudo, o nível de biossegurança interna foi associado de forma positiva a um melhor controle de doenças infecciosas e a uma menor necessidade de antimicrobianos”, expôs Dewulf.

Outro estudo concluiu que a melhoria da biossegurança, especialmente com a instalação de uma trava de higiene e o controle de pragas nas granjas, estavam relacionados a menores probabilidades de as granjas serem infectadas com Escherichia coli produtora de beta lactamase de espectro estendido.

O professor belga também citou uma pesquisa em que foram implementadas algumas intervenções de gestão e biossegurança nas propriedades, que incluíram mudança de hábitos e de rotinas no trabalho do produtor, entre elas troca de agulhas, higiene pessoal e das mãos, além de análise da qualidade da água. “As intervenções com custos mais elevados ou que exigem alterações mais acentuadas, como a introdução de uma nova fechadura de higiene para mudar de roupa, trocar de botas e lavar as mãos foram implementadas com menor frequência”, menciona Dewulf.

Por fim, o profissional ressalta que as principais recomendações das pesquisas são ter um registro bom e precoce de sinais de doença no rebanho, ação que permite ao produtor tomar medidas de controle adequadas e oportunas – como de biossegurança, vacinação e mudanças climáticas -, bem como conscientizar a cadeia produtiva sobre a importância do princípio de que é melhor prevenir do que remediar.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor suinícola e da piscicultura acesse gratuitamente a edição digital Suínos e Peixes.

Fonte: O Presente Rural

Suínos / Peixes

Embaixador da Coreia do Sul visita indústrias da C.Vale

Iniciativa pode resultar em novos negócios no segmento carnes da cooperativa

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Visitantes conheceram frigorífico de peixes - Fotos: Assessoria

A C.Vale recebeu, no dia 25 de abril, o embaixador da Coreia do Sul, Lim Ki-mo, e o especialista de negócios da embaixada sul-coreana, Rafael Eojin Kim. Eles conheceram os processos de industrialização de carne de frango, de peixes e da esmagadora de soja, além da disposição dos produtos nos pontos de venda do hipermercado da cooperativa, em Palotina.

O presidente da C.Vale, Alfredo Lang, recepcionou os visitantes e está confiante no incremento das vendas da cooperativa para a Coréia do Sul. “É muito importante receber uma visita dessa envergadura porque amplia os laços comerciais entre os dois países”, pontuou. Também participaram do encontro o CEO da cooperativa, Edio Schreiner, os gerentes Reni Girardi (Divisão Industrial), Fernando Aguiar (Departamento de Comercialização do Complexo Agroindustrial) e gerências de departamentos e indústrias.

O embaixador Lim Ki-Mo disse ter ficado admirado com o tamanho das plantas industriais e a tecnologia do processo de agroindustrialização da cooperativa. “Eu sabia que a C.Vale era grande, mas visitando pessoalmente fiquei impressionado. É incrível”, enfatizou o embaixador, que finalizou a visita cantando em forma de agradecimento pelo acolhimento da direção e funcionários da C.Vale.

 

Fonte: Assessoria CVale
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Suínos / Peixes

Doença do edema em suínos: uma análise detalhada

Diagnóstico da doença pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras enfermidades.

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Foto e texto: Assessoria

A doença do edema (DE) é um importante desafio sanitário em nível global na suinocultura. Com alta prevalência a patologia ocasiona perdas econômicas ao setor associadas, principalmente, com a morte súbita de leitões nas fases de creche e recria.

A doença foi descrita pela primeira vez na literatura por Shanks em 1938, na Irlanda do Norte, ao mesmo tempo que Hudson (1938) registrava sua ocorrência na Inglaterra.

Ao pensarmos no controle da enfermidade, a adoção de medidas de manejo adequadas desempenha um papel fundamental na prevenção da disseminação do Escherichia coli, o agente causador da DE.  Desta forma, é essencial reforçar práticas, como o respeito ao período de vazio sanitário durante a troca de lotes, a limpeza e desinfecção regular de todos os equipamentos e baias ocupadas com produtos adequados, e a garantia de que as baias estejam limpas e secas antes da introdução dos animais. Embora possam parecer simples, a aplicação rigorosa dessas ações é indispensável para o sucesso do manejo sanitário.

A toxinfecção característica pela DE é causada pela colonização do intestino delgado dos leitões por cepas da bactéria Escherichia coli produtoras da toxina Shiga2 (Vt2e) e que possuem habilidade de aderência às vilosidades intestinais, sendo uma das principais causas de morbidade e mortalidade em suínos, resultando em perdas econômicas significativas e impactos negativos na indústria suinícola.

Durante a multiplicação da bactéria (E.coli) no trato gastrointestinal dos suínos, a toxina Shiga 2 (Vt2e) é produzida e absorvida pela circulação sistêmica, onde induz a inativação da síntese proteica em células do endotélio vascular do intestino delgado, em tecidos subcutâneos e no encéfalo. A destruição das células endoteliais leva ao aparecimento do edema e de sinais neurotóxicos característicos da doença (HENTON; HUNTER, 1994).

Como resultado, ocorre extravasamento de fluido para os tecidos circundantes, resultando em edema, hemorragia e necrose, especialmente no intestino delgado. Além disso, a toxina pode desencadear uma resposta inflamatória sistêmica, exacerbando ainda mais os danos aos tecidos e órgãos afetados.

Os sinais clínicos da doença do edema em suínos variam em gravidade, mas frequentemente incluem, incoordenação motora com andar cambaleante que evolui para a paralisia de membros, edema de face, com inchaço bem característico das pálpebras, edema abdominal e subcutâneo, fezes sanguinolentas e dificuldade respiratória. O edema abdominal é uma característica marcante da doença, muitas vezes resultando em distensão abdominal pronunciada. Além disso, os suínos afetados podem apresentar sinais neurológicos, como tremores e convulsões, em casos graves.  Em toxinfecções de evolução mais aguda, os animais podem ir a óbito sem apresentar os sinais clínicos da doença, sendo considerado morte súbita.

O diagnóstico da doença do edema em suínos pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras doenças. No entanto, exames laboratoriais, como cultura bacteriana do conteúdo intestinal ou de swabs retais podem ajudar a identificar a presença. Quando há alto índices de mortalidade na propriedade, pode se recorrer a técnicas de necropsia, bem como a histopatologia das amostras de tecidos intestinais, sobretudo a identificação do gene da Vt2e via PCR, para o diagnóstico definitivo da doença

O tratamento geralmente envolve a administração de antibióticos, como penicilina ou ampicilina, para combater a infecção bacteriana, juntamente com terapias de suporte, como fluidoterapia e controle da dor.

Embora tenhamos métodos diagnósticos eficientes, o tratamento da doença do edema ainda é um desafio recorrente nas granjas. Sendo assim, prevenir a entrada da doença do edema no rebanho ainda é a melhor opção. Uma dieta rica em fibras, boas práticas de manejo sanitário, evitar situações de estresse logo após o desmame e a prática de vacinação são estratégias eficazes quando se diz respeito à prevenção (Rocha, 2016). Borowski et al. (2002) demonstraram, por exemplo, que duas doses de uma vacina composta por uma bactéria autógena contra E. coli, aplicadas em porcas e em leitões, foram suficientes para obter uma redução da sintomatologia e mortalidade dos animais acometidos.

A doença do edema em suínos representa um desafio significativo para a indústria suinícola, com sérias implicações econômicas e de bem-estar animal. Uma compreensão aprofundada dos mecanismos subjacentes à patogênese da doença, juntamente com a implementação de medidas preventivas e de controle eficazes, é essencial para minimizar sua incidência e impacto. Ao adotar uma abordagem integrada os produtores podem proteger a saúde e o bem-estar dos animais, ao mesmo tempo em que promovem a sustentabilidade e a rentabilidade da indústria suína.

Referências bibliográficas podem ser solicitadas pelo e-mail gisele@assiscomunicacoes.com.br.

Fonte: Por Pedro Filsner, médico-veterinário gerente nacional de Serviços Veterinários de Suínos da Ceva Saúde Animal.
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Suínos / Peixes

Brasil detém 32% do mercado global de cortes congelados de carne suína

Santa Catarina desponta como líder nas exportações de cortes cárneos congelados de suínos em 2023, com uma impressionante fatia de 56%. O Rio Grande do Sul e o Paraná seguem atrás, com 23% e 14% de participação, respectivamente.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O Departamento de Economia Rural (Deral) do Paraná divulgou, na quinta-feira (25), o Boletim de Conjuntura Agropecuária, trazendo um panorama abrangente dos setores agrícolas e pecuários referente à semana de 19 a 25 de abril. Entre os destaques, além de ampliar as informações sobre a safra de grãos, o documento traz dados sobre a produção mundial, nacional e estadual de tangerinas.

Segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), a produção global de tangerinas atingiu a marca de 44,2 milhões de toneladas em 2022, espalhadas por uma área de 3,3 milhões de hectares em 68 países. A China, indiscutivelmente, lidera nesse cenário, com uma contribuição de 61,5% para as colheitas mundiais e dominando 73,1% da área de cultivo da espécie. O Brasil, por sua vez, figura como o quinto maior produtor, com uma fatia de 2,5% das quantidades totais.

No contexto nacional, o Paraná se destaca, ocupando o quarto lugar no ranking de produção de tangerinas. Cerro Azul, situado no Vale do Ribeira, emerge como o principal centro produtor do país, respondendo por 9,2% da produção e 8,4% do Valor Bruto de Produção (VBP) nacional dessa fruta. Não é apenas Cerro Azul que se destaca, mas outros 1.357 municípios brasileiros também estão envolvidos na exploração desse cítrico.

Cortes congelados de carne suína

Além das tangerinas, o boletim também aborda a exportação de cortes congelados de carne suína, um mercado no qual o Brasil assume uma posição de liderança inegável. Detentor de cerca de 32% do mercado global desses produtos, o país exportou aproximadamente 1,08 bilhão de toneladas, gerando uma receita de US$ 2,6 bilhões. Os Estados Unidos aparecem em segundo lugar, com uma participação de 29%, seguidos pela União Europeia (23%) e pelo Canadá (15%).

No cenário interno, Santa Catarina desponta como líder nas exportações de cortes cárneos congelados de suínos em 2023, com uma impressionante fatia de 56%. O Rio Grande do Sul e o Paraná seguem atrás, com 23% e 14% de participação, respectivamente.

 

Fonte: Com informações da AEN-PR
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