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Estudo revela ocorrência de cepas APEC em TGI de aves em sistemas comerciais de produção de frangos de corte

Os níveis de E. coli e APEC encontrados em matrizes pesadas e em frangos de corte foram elevados em todas as idades e regiões avaliadas.

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A colibacilose aviária é uma infecção sistêmica causada por Escherichia coli de grande importância para a indústria avícola comercial devido à perda de rendimento. A Escherichia coli Patogênica Aviária (APEC) compreende um subconjunto específico, porém diversificado, de E. coli patogênica que causa doenças extraintestinais em aves.

Estudos encontraram cepas clínicas de APEC no trato gastrointestinal (TGI) de aves, sugerindo que o TGI atua como um reservatório para E. coli patogênica. À medida que o uso de antibióticos é cada vez mais reduzido, meios alternativos são necessários para lidar efetivamente com a APEC.

No presente estudo, dados de 136 matrizes pesadas e 570 frangos de corte provenientes de 17 mapeamentos em quatro regiões do Brasil foram analisados para determinar a ocorrência de cepas de APEC e a prevalência de genes de virulência em sistemas comerciais de produção de frangos de corte.

Objetivo

Investigar a ocorrência de cepas APEC em TGI de aves em sistemas comerciais de produção de frangos de corte para identificar a gravidade dos desafios.

Metodologia

  • Um total de 136 TGI de matrizes pesadas e 570 de frangos de corte provenientes de 17 mapeamentos foram analisados.
  • Os TGI de frangos de corte, representativos de uma determinada empresa ou região, foram coletados no local e enviados aos laboratórios em um prazo de 24 horas.
  • A contagem dos níveis de E. coli foi realizada em placas.
  • Isolados de E. coli foram submetidos ao PCR multiplex para determinar a patogenicidade de cada isolado através da identificação dos genes hlyF, iss, ompT, iroN e iutA.

Resultados 

Matrizes pesadas: os mapeamentos indicam níveis altos de APEC em matrizes pesadas no Brasil sendo que a maior parte (62%) das cepas isoladas apresentavam mais de 2 genes de virulência.

Figura 1 – Dados médios dos mapping das matrizes pesadas no Brasil. A) Contagem média de E. coli. B) Média de genes de virulência encontrados nas cepas de E. coli isoladas.

Quando os valores médios são segregados por idade de coleta, são observados maiores níveis de APEC em aves mais velhas.

Figura 2 – Contagem média de E. coli por idade das matrizes pesadas.

A região brasileira que apresentou maiores níveis de APEC em matrizes pesadas foi a região sul seguida da região Sudoeste e Nordeste.

Figura 3 – Contagem média de E. coli das matrizes pesadas por região geográfica.

Do ponto de vista de virulências as cepas do nordeste foram as mais patogênicas, das quais 70% apresentavam mais de 2 genes de virulência.

Figura 4 – Média de genes de virulência encontrados nas cepas de E. coli isoladas das matrizes pesadas por região geográfica.

Frangos de corte: os mapeamentos indicam níveis altíssimos de APEC em frangos de corte no Brasil sendo que 42% das cepas isoladas apresentavam mais de 2 genes de virulência.

Figura 5 – Dados médios dos mapping de frangos de corte no Brasil. A) Contagem média de E. coli. B) Média de genes de virulência encontrados nas cepas de E. coli isoladas.

Os dados por idade mostram que aves mais novas apresentam níveis altíssimos de APEC (mesmo aves de 1 dia). Depois da primeira semana as contagens diminuem e ficam flutuando sem um padrão bem definido até o abate.

Figura 6 – Contagem média de E. coli por idade dos frangos de corte.

Todas as regiões avaliadas apresentaram níveis altíssimos de APEC. Os frangos de corte da região sul e centro-oeste do Brasil apresentam níveis idênticos de E. coli, na sequência, vem o nordeste seguida da região Sudeste.

Figura 7 – Contagem média de E. coli dos frangos de corte por região geográfica.

Do ponto de vista de virulência a região Nordeste apresenta a maior frequência de E. coli patogênica (81%). As regiões Sudeste e Centro-Oeste apresentam perfis similares. A região Sul foi a que apresentou maiores níveis de E. coli altamente virulentas (4-5 genes).

Figura 8 – Média de genes de virulência encontrados nas cepas de E. coli isoladas dos frangos de corte por região geográfica, independentemente da idade.

Conclusões
Os níveis de E. coli e APEC encontrados em matrizes pesadas e em frangos de corte foram elevados em todas as idades e regiões avaliadas.

Matrizes pesadas apresentam maior prevalência de cepas patogênicas do que frangos de corte (62% vs 42%).

A prevalência de cepas patogênicas foi maior na região nordeste principalmente em frangos de corte.

As referências bibliográficas estão com o autor.

Confira mais informações na edição 2022 de Nutrição e Saúde Animal clicando aqui. Boa leitura!

Fonte: Por equipe técnica da Elanco Saúde Animal

Avicultura

Indústria avícola amplia presença na diretoria da Associação Brasileira de Reciclagem

Nova composição da ABRA reforça a integração entre cadeias produtivas e destaca o papel estratégico da reciclagem animal na sustentabilidade do agronegócio brasileiro.

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A Associação Brasileira de Reciclagem (ABRA) definiu, na última sexta-feira (12), a nova composição de seu Conselho Diretivo e Fiscal, com mandato até 2028. A assembleia geral marcou a renovação parcial da liderança da entidade e sinalizou uma maior aproximação entre a indústria de reciclagem animal e setores estratégicos do agronegócio, como a avicultura.

Entre os nomes eleitos para as vice-presidências está Hugo Bongiorno, cuja chegada à diretoria amplia a participação do segmento avícola nas decisões da associação. O movimento ocorre em um momento em que a reciclagem animal ganha relevância dentro das discussões sobre economia circular, destinação adequada de subprodutos e redução de impactos ambientais ao longo das cadeias produtivas.

Dados do Anuário da ABRA de 2024 mostram a dimensão econômica do setor. O Brasil ocupa atualmente a terceira posição entre os maiores exportadores mundiais de gorduras de animais terrestres e a quarta colocação no ranking de exportações de farinhas de origem animal. Os números reforçam a importância da atividade não apenas do ponto de vista ambiental, mas também como geradora de valor, renda e divisas para o país.

A presença de representantes de diferentes cadeias produtivas na diretoria da entidade reflete a complexidade do setor e a necessidade de articulação entre indústrias de proteína animal, recicladores e órgãos reguladores. “Como único representante da avicultura brasileira e paranaense na diretoria, a proposta é levar para a ABRA a força do nosso setor. Por isso, fico feliz por contribuir para este trabalho”, afirmou Bongiorno, que atua como diretor da Unifrango e da Avenorte Guibon Foods.

A nova gestão será liderada por Pedro Daniel Bittar, reconduzido à presidência da ABRA. Também integram o Conselho Diretivo os vice-presidentes José Carlos Silva de Carvalho Júnior, Dimas Ribeiro Martins Júnior, Murilo Santana, Fabio Garcia Spironelli e Hugo Bongiorno. Já o Conselho Fiscal será composto por Rodrigo Hermes de Araújo, Wagner Fernandes Coura e Alisson Barros Navarro, com Vicenzo Fuga, Rodrigo Francisco e Roger Matias Pires como suplentes.

Com a nova configuração, a ABRA busca fortalecer o diálogo institucional, aprimorar práticas de reciclagem animal e ampliar a contribuição do setor para uma agropecuária mais eficiente e ambientalmente responsável.

Fonte: O Presente Rural com Unifrango
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Avicultura supera ano crítico e pode entrar em 2026 com bases sólidas para crescer

Após enfrentar pressões sanitárias, custos elevados e restrições comerciais em 2025, o setor mostra resiliência, retoma exportações e reforça a confiança do mercado global.

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O ano de 2025 entra para a história recente da avicultura brasileira como um dos anos mais desafiadores. O setor enfrentou pressão sanitária global, instabilidade geopolítica, custos de produção elevados e restrições comerciais temporárias em mercados-chave. Mesmo assim, a cadeia mostrou capacidade de adaptação, coordenação institucional e resiliência produtiva.

A ação conjunta do Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e de entidades estaduais foi decisiva para conter danos e recuperar a confiança externa. Missões técnicas, diplomacia sanitária ativa e transparência nos controles sustentaram a reabertura gradual de importantes destinos ao longo do segundo semestre, reposicionando o Brasil como fornecedor confiável de proteína animal.

Os sinais de retomada já aparecem nos números do comércio exterior. Dados preliminares indicam que as exportações de carne de frango em dezembro devem superar 500 mil toneladas, o que levará o acumulado do ano a mais de 5 milhões de toneladas. Esse avanço ocorre em paralelo a uma gestão mais cautelosa da oferta: o alojamento de 559 milhões de pintos em novembro ficou abaixo das projeções iniciais, próximas de 600 milhões. O ajuste ajudou a equilibrar oferta e demanda e a dar previsibilidade ao mercado.

Para 2026, o cenário é positivo. A agenda econômica global tende a impulsionar o consumo de proteínas, com a retomada de mercados emergentes e regiões em recuperação. Nesse contexto, o Brasil – e, em especial, o Paraná, líder nacional – está bem-posicionado para atender ao mercado interno e aos principais compradores internacionais.

Investimentos contínuos para promover o bem-estar animal, biosseguridade e sustentabilidade reforçam essa perspectiva. A modernização de sistemas produtivos, o fortalecimento de protocolos sanitários e a adoção de práticas alinhadas às exigências ESG elevam o padrão da produção e ampliam a competitividade. Mais do que reagir, a avicultura brasileira se prepara para liderar, oferecendo proteína de alta qualidade, segura e produzida de forma responsável.

Depois de um ano de provas e aprendizados, o setor está ainda mais robusto e inicia 2026 com fundamentos sólidos, confiança renovada e expectativa de crescimento sustentável, reafirmando seu papel estratégico na segurança alimentar global.

Fonte: Assessoria Sindiavipar
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Avicultura encerra 2025 em alta e mantém perspectiva positiva para 2026

Setor avança com produção e consumo em crescimento, margens favoráveis e preços firmes para proteínas, apesar da atenção voltada aos custos da ração e à segunda safra de milho.

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O setor avícola deve encerrar 2025 com desempenho positivo, sustentado pelo aumento da produção, pelo avanço do consumo interno e pela manutenção de margens favoráveis, mesmo diante de alguns desafios ao longo do ano. A avaliação é de que os resultados permanecem sólidos, apesar de pressões pontuais nos custos e de um ambiente externo mais cauteloso.

Para 2026, a perspectiva segue otimista. A expectativa é de continuidade da expansão do setor, apoiada em um cenário de preços firmes para as proteínas. Um dos principais pontos de atenção, no entanto, está relacionado à segunda safra de milho, cuja incerteza pode pressionar os custos de ração. Ainda assim, a existência de estoques adequados no curto prazo e a possibilidade de uma boa safra reforçam a visão positiva para o próximo ano.

No fechamento de 2025, o aumento da produção, aliado ao fato de que as exportações não devem avançar de forma significativa, tende a direcionar maior volume ao mercado interno. Esse movimento ocorre em um contexto marcado pelos impactos da gripe aviária ao longo do ano e por um desempenho mais fraco das exportações em novembro. Com isso, a projeção é de expansão consistente do consumo aparente.

Para os próximos meses, mesmo com a alta nos preços dos insumos para ração, especialmente do milho, o cenário para o cereal em 2026 é considerado favorável. A avaliação se baseia na disponibilidade atual de estoques e na expectativa de uma nova safra robusta, que continuará sendo acompanhada de perto pelo setor.

Nesse ambiente, a tendência é de que as margens da avicultura se mantenham em patamares positivos, dando suporte ao crescimento da produção e à retomada gradual das exportações no próximo ano.

Já em relação à formação de preços da carne de frango em 2026 e nos anos seguintes, o cenário da pecuária de corte deve atuar como fator de sustentação. A menor disponibilidade de gado e os preços mais firmes da carne bovina tendem a favorecer a proteína avícola. No curto prazo, porém, o setor deve considerar os efeitos da sazonalidade, com maior oferta de fêmeas e melhor disponibilidade de gado a pasto, o que pode influenciar o comportamento dos preços.

Fonte: O Presente Rural com Consultoria Agro Itaú BBA
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