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Suínos / Peixes Suinocultura

Estudo demonstra performance de leitões desmamados com uso de probiótico em dietas com ou sem antibióticos

Uso de probióticos poderia melhorar saúde e eficiência intestinal, permitindo que os leitões se beneficiassem durante o período de amamentação

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Arquivo/OP Rural

 Artigo escrito por Henrique Brand, gerente de Serviços Técnicos da Evonik

As mudanças sociais, ambientais e nutricionais relacionadas ao desmame são fatores que causam grande estresse e podem levar à manifestação de fatores que reduzem e paralisam as taxas de crescimento durante o período pós-desmame, principalmente devido à diarreia. Tudo isso pode ocasionar uma redução na secreção de enzimas, o que afeta a capacidade digestiva e absortiva dos nutrientes no intestino delgado, além de causar importantes mudanças em sua morfologia. O alimento mal digerido pode ser usado como substrato para o crescimento de microrganismos, causando diarreia pós-desmame. Devido a isso, os antibióticos têm sido amplamente utilizados na suinocultura como promotores de crescimento, a fim de minimizar a incidência de diarreia após o desmame. Considerando-se a severa restrição ou proibição total do uso de antibióticos e o uso limitado de óxido de zinco como promotores de crescimento na produção de suínos, diferentes tipos de probióticos têm sido sugeridos como uma alternativa para apoiar o crescimento e desempenho dos animais.

Os probióticos são considerados uma alternativa para reduzir a infecção por patógenos e melhorar a saúde animal, especialmente na época do desmame. No entanto, ainda há uma necessidade de esclarecer a eficácia dos probióticos em suínos e os mecanismos subjacentes. Ao avaliar a eficácia dos probióticos, deve-se considerar a linhagem específica de microrganismos que está sendo usada e o estágio de produção dos animais que estão sendo tratados. É mais provável que o uso de probióticos resulte em ganhos econômicos mensuráveis ​​em animais vivendo em condições abaixo do ideal, e não naqueles criados nas melhores condições ambientais e de bem-estar. O estabelecimento de uma população de bactérias benéficas no nascimento pode levar a animais mais saudáveis, também, pode ser suficiente fornecer uma microbiota de suporte e proteção durante a creche, pois é um momento de grande crise com instabilidade e perda de certas populações bacterianas. Nesse sentido, o uso de probióticos poderia melhorar a saúde e a eficiência intestinal, permitindo que os leitões se beneficiassem durante o período de amamentação, melhorando a vitalidade, as taxas de sobrevivência e o desempenho.

O presente estudo teve como objetivo avaliar o impacto da suplementação de probiótico (Bacillus amyloliquefaciens CECT 5940) em dietas com ou sem antibióticos pós-desmame, sobre o desempenho produtivo e a saúde intestinal dos leitões.

Materiais e Métodos

O estudo foi realizado na granja experimental de produção de suínos da Universidade Federal de Minas Gerais em Montes Claros, Minas Gerais. Foram utilizados 84 leitões (42 machos castrados e 42 fêmeas), divididos em delineamento experimental de blocos casualizados em arranjo fatorial 2×2 (+/- AGP (Tiamulina 80% 150 ppm) e / ou +/- Bacillus amyloliquefaciens CECT 5940 (1 kg por tonelada) com quatro tratamentos e sete repetições por tratamento com três suínos cada, utilizando o peso corporal inicial como principal covariável. Os tratamentos experimentais foram os seguintes:

  • T1: Controle (-Tiamulina) (- amyloliquefaciens CECT 5940)
  • T2: Controle (+Tiamulina) (- amyloliquefaciens CECT 5940)
  • T3: Controle (-Tiamulina) (+ amyloliquefaciens CECT 5940)
  • T4: Controle (+Tiamulina) (+ amyloliquefaciens CECT 5940)

O programa nutricional foi dividido em 4 fases (Fase 1: 28 a 35 dias; Fase 2: 36 a 43 dias; Fase 3: 44 a 57 dias; e Fase 4: 58 a 68 dias). As dietas foram isoenergéticas, isoproteicas, isoaminoacídicas e formuladas para atender às exigências desta categoria de animais.

Os leitões foram alojados em grupos de três animais em baias com acesso a ração e água ad libitum. Todas as manhãs foram recolhidas e pesadas as sobras de alimentos na bandeja e piso, e os cochos foram alimentados com ração nova uma vez por dia, entre as 06:30 e 07:30. O consumo de ração foi determinado como a diferença entre o fornecimento de ração e as sobras. Todos os dias, uma amostra de ração foi coletada para a análise do teor de matéria seca, e amostras sucessivas foram reunidas e armazenadas a 4°C para análises posteriores.

As amostras de rações foram analisadas quanto à presença de Bacillus amyloliquefaciens CECT 5940 e teor de matéria seca, energia, proteína bruta e aminoácidos. Os conteúdos de AA das rações foram analisados ​​usando cromatografia de troca iônica, com exceção do triptofano, que foi analisado por HPLC e detecção fluorimétrica. As variações na temperatura ambiente, UR e foto período seguiram de perto as condições externas. A temperatura ambiente e a UR foram registradas continuamente (1 medição a cada 5 minutos) nas salas, utilizando um datalogger conectado a uma sonda localizado a 1 m do piso.

Os leitões foram pesados ​​individualmente no início e final de cada fase do experimento. Para cada estágio de crescimento, foi calculado o ganho de peso diário de cada leitão, o consumo médio diário de ração e a conversão alimentar. O escore fecal de cada leitão foi avaliado diariamente. A incidência e a severidade de diarreia foram observadas por inspeção visual da consistência do material fecal em uma escala de 1 a 5: sendo que, 1 – sem diarreia, consistência dura e seca; 2- sem diarreia consistência mole e úmida considerada normal; 3 – sem diarreia, macia, consistência úmida e pastosa; 4 – diarreia pastosa; e 5 – diarreia líquida. Os escores fecais foram coletados de todas as repetições em cada grupo de tratamento, diariamente, no início da manhã (07h00m) e no período da tarde (16h00m). Amostras de fezes frescas foram coletadas para análises imediatas de presença e concentração de Escherichia coli em laboratório. A amostragem de fezes seguiu um protocolo padrão; 3 períodos por fase de todos os leitões na baia foram amostrados e reunidos e uma quantidade de 40 g de fezes frescas, do qual foi usada para análises de Escherichia coli e 100 g foram congelados por tratamento. Para a determinação de coliformes foi utilizada a técnica de tubos múltiplos, baseada no número mais provável (NMP/g).

Os efeitos das dietas, blocos e peso inicial foram testados de acordo com uma análise de variância de procedimento linear geral (procedimento GLM de R) e comparados usando os testes de Tukey, Shapiro-Wilk e Bartlett. O peso inicial dos leitões foi considerado como uma covariável no modelo. As diferenças foram consideradas significativas se P <0,05. Para os dados qualitativos, o escore de diarreia e contagem bacteriana nas fezes, teste de Friedman e teste de comparações múltiplas e teste de análise residual foram aplicados. As diferenças foram consideradas significativas se P <0,05.

Resultados

As temperaturas mínimas e máximas e umidade relativa medidas durante o período experimental foram de 24,4 e 30,7°C e 60 e 84%, respectivamente. Ao desmame, os leitões tinham em média 28 dias de idade. O peso dos leitões e das leitegadas no início não foram influenciados (P> 0,10) pelos tratamentos (7,87 kg em média). Durante a fase 1, os tratamentos influenciaram o consumo diário de ração (CDR) (P <0,043) e o peso final (P <0,025), enquanto que os leitões alimentados com o ATB (T2 e T4) apresentaram menor consumo voluntário de ração. Isto pode ser devido ao impacto negativo dos antibióticos na palatabilidade dos alimentos. Embora não tenha diferença significativa, os leitões alimentados com dietas contendo Bacillus amyloliquefaciens CECT 5940 apresentaram maior CDR, GPD e peso final quando comparados aos demais tratamentos. A conversão alimentar não foi influenciada

(P>0,10) pelos tratamentos. No entanto, os leitões alimentados com Bacillus amyloliquefaciens CECT 5940 apresentaram a menor CA quando comparados aos demais tratamentos (1,087 e 1,091 vs. 1,207 e 1,415; respectivamente para T3 e T4 e T1 e T2).

Fase 2

Durante a fase 2, os tratamentos não influenciaram nenhuma das características de desempenho (P> 0,10), exceto para CDR, que novamente foi menor para os leitões que receberam o ATB (P <0,022). Embora não tenha diferença significativa, os leitões alimentados com dietas contendo Bacillus amyloliquefaciens CECT 5940 apresentaram maior CDR, GPD e peso final quando comparados aos demais tratamentos. A conversão alimentar não foi influenciada (P> 0,10) pelos tratamentos. Quanto à fase 3, o peso final foi menor (P = 0,042) para T2 quando comparado aos demais tratamentos.

Os tratamentos também influenciaram as características de desempenho durante a fase 4. GPD e CA foram impactados negativamente pelo uso de ATB (dietas T2 e T4). Os leitões de T3 apresentaram um melhor consumo de ração quando comparados aos animais dos outros tratamentos (1000 vs. 962 g/d em média). Devido ao maior consumo de ração e às taxas de crescimento, os suínos alimentados com T3 também apresentaram um peso final mais alto quando comparados aos demais suínos (29,73 contra 29,54 kg, em média).

Analisando o desempenho geral, a utilização de ATB impactou negativamente no consumo de ração. O escore fecal também foi influenciado (P <0,001) pelos tratamentos (Tabela 7). Leitões que foram alimentados com Bacillus amyloliquefaciens CECT 5940 sem tiamulina (T3) apresentaram menor presença de diarreia pastosa quando comparados a outros tratamentos.

Conclusões

Os animais que receberam dietas com tiamulina apresentaram menor consumo de ração o que afetou o ganho de peso até a fase 3 do experimento. No período total não houve diferença nos resultados.

A melhora do escore de fezes no tratamento contendo apenas o Bacillus amyloliquefaciens CECT 5940 pressupõe a não influência sobre a flora microbiana dos animais, além do efeito positivo do probiótico.

A contagem de Escherichia coli nos tratamentos com o probiótico foi reduzida, principalmente nas duas primeiras fases, efeito que foi significativo por todo o período do experimento.

Outras notícias você encontra na edição de Suínos e Peixes de outubro/novembro de 2019 ou online.

Fonte: O Presente Rural

Suínos / Peixes

Brasil conquista dois novos mercados para pescados na Índia

Agronegócio brasileiro alcançou a 30ª abertura comercial internacional apenas neste ano. Nos últimos 16 meses, foram abertos 108 novos mercados em 50 países.

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Foto: Shutterstock

A missão do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, à Índia em novembro do ano passado segue gerando resultados positivos para o Brasil. Após encontros com Shri Parshottam Rupala, ministro da Pesca, Pecuária e Lácteos da Índia e Kamala V Rao, CEO da Autoridade de Segurança dos Alimentos da Índia, o Brasil obteve, na última sexta-feira (19), a confirmação da abertura de dois novos mercados: pescado de cultivo (aquacultura) e pescado de captura (pesca extrativa).

O anúncio se soma a expansões recentes da pauta agrícola do Brasil para o país asiático. Nos últimos 12 meses, o governo indiano autorizou a importação de açaí em pó e de suco de açaí brasileiros.

Em 2023, a Índia foi o 12º principal destino das exportações agrícolas brasileiras, com vendas de US$ 2,9 bilhões. Açúcar e óleo de soja estiveram entre os produtos mais comercializados.

Segundo o Agrostat (Estatísticas de Comércio Exterior do Agronegócio Brasileiro), nos três primeiros meses deste ano, o Brasil exportou mais de 12 mil toneladas de pescado para cerca de 90 países, gerando receitas de US$ 193 milhões. Esse valor mostra um aumento de mais de 160% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando as vendas foram de US$ 74 milhões.

“Seguimos comprometidos em ampliar a presença dos produtos agrícolas brasileiros nas prateleiras do mundo. Essa estratégia não apenas abre mais oportunidades internacionais para nossos produtos e demonstra a confiança no nosso sistema de controle sanitário, mas também fortalece a economia interna. Com as recentes aberturas comerciais estamos gerando mais empregos e elevando a renda dos produtores brasileiros”, ressaltou o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Roberto Perosa.

Com estes novos mercados, o agronegócio brasileiro alcançou a 30ª abertura comercial internacional apenas neste ano. Nos últimos 16 meses, foram abertos 108 novos mercados em 50 países.

Fonte: Assessoria Mapa
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Suínos / Peixes

Peste Suína Clássica no Piauí acende alerta

ACCS pede atenção máxima na segurança sanitária dentro e fora das granjas

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Presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi - Foto e texto: Assessoria

A situação da peste suína clássica (PSC) no Piauí é motivo de preocupação para a indústria de suinocultura. A Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) registrou focos da doença em uma criação de porcos no estado, e as investigações estão em andamento para identificar ligações epidemiológicas. O Piauí não faz parte da zona livre de PSC do Brasil, o que significa que há restrições de circulação de animais e produtos entre essa zona e a zona livre da doença.

Conforme informações preliminares, 60 animais foram considerados suscetíveis à doença, com 24 casos confirmados, 14 mortes e três suínos abatidos. É importante ressaltar que a região Sul do Brasil, onde está concentrada a produção comercial de suínos, é considerada livre da doença. Portanto, não há risco para o consumo e exportações da proteína suína, apesar da ocorrência no Piauí.

 

Posicionamento da ACCS

O presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi, expressou preocupação com a situação. Ele destacou que o Piauí já registrou vários casos de PSC, resultando no sacrifício de mais de 4.300 suínos. Com uma população de suínos próxima a dois milhões de cabeças e mais de 90 mil propriedades, a preocupação é compreensível.

Uma portaria de 2018 estabelece cuidados rigorosos para quem transporta suínos para fora do estado, incluindo a necessidade de comprovar a aptidão sanitária do caminhão e minimizar os riscos de contaminação.

Losivanio também ressaltou que a preocupação não se limita aos caminhões que transportam suínos diretamente. Muitos caminhões, especialmente os relacionados ao agronegócio, transportam produtos diversos e podem não seguir os mesmos protocolos de biossegurança. Portanto, é essencial que os produtores mantenham um controle rigoroso dentro de suas propriedades rurais para evitar problemas em Santa Catarina.

A suinocultura enfrentou três anos de crise na atividade, e preservar a condição sanitária é fundamental para o setor. “A Associação Catarinense de Criadores de Suínos pede que todos os produtores tomem as medidas necessárias para evitar a entrada de pessoas não autorizadas em suas propriedades e aquel a que forem fazer assistência em visitas técnicas, usem Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para minimizar os riscos de contaminação. Assim, a suinocultura poderá continuar prosperando no estado, com a esperança de uma situação mais favorável no futuro”, reitera Losivanio.

Fonte: ACCS
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Suínos / Peixes

Levantamento da Acsurs estima quantidade de matrizes suínas no Rio Grande do Sul 

Resultado indica um aumento de 5% em comparação com o ano de 2023.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Com o objetivo de mapear melhor a produção suinícola, a Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs) realizou novamente o levantamento da quantidade de matrizes suínas no estado gaúcho.

As informações de suinocultores independentes, suinocultores independentes com parceria agropecuária entre produtores, cooperativas e agroindústrias foram coletadas pela equipe da entidade, que neste ano aperfeiçoou a metodologia de pesquisa.

Através do levantamento, estima-se que no Rio Grande do Sul existam 388.923 matrizes suínas em todos os sistemas de produção. Em comparação com o ano de 2023, o rebanho teve um aumento de 5%.

O presidente da entidade, Valdecir Luis Folador, analisa cenário de forma positiva, mesmo com a instabilidade no mercado registrada ainda no ano passado. “Em 2023, tivemos suinocultores independentes e cooperativas que encerraram suas produções. Apesar disso, a produção foi absorvida por outros sistemas e ampliada em outras regiões produtoras, principalmente nos municípios de Seberi, Três Passos, Frederico Westphalen e Santa Rosa”, explica.

O levantamento, assim como outros dados do setor coletados pela entidade, está disponível aqui.

Fonte: Assessoria Acsurs
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