Empresas
Estudo científico demonstra o efeito positivo do tanino hidrolisável no desempenho de frango de corte
Primeiro lugar na categoria “Produção”, no Prêmio Lamas, a pesquisa foi desenvolvida por meio de uma parceria entre a empresa Salus Group e a Universidade Federal do Paraná (UFPR)

A evolução do processo produtivo na cadeia avícola, cada vez mais atenta às questões de bem-estar animal e à utilização de produtos alternativos aos antibióticos melhoradores de desempenho, foi analisada por meio do estudo científico “Efeito do tanino hidrolisável sobre o desempenho de frangos de corte”, vencedor da categoria “Produção”, no Prêmio José Maria Lamas da Silva, e que foi apresentado durante a Conferência FACTA WPSA-Brasil 2023.
Nutricionista de Aves no Salus Group e uma das autoras do estudo, Eveline Berwanger enfatiza que além dos desafios com enfermidades como infecções bacterianas (Salmonelose e Clostridiose), infecção parasitária (coccidiose) e problemas de bem-estar animal, a indústria avícola tem aumentando as restrições ao uso de alguns melhoradores de desempenho, produtos que podem resultar na diminuição da eficiência da produção de aves, aumentando as chances de infecções bacterianas e parasitárias e contribuindo para reduções na taxa de crescimento desse animais.
Com o cenário ligado ao estresse oxidativo, aumento nas emissões de nitrogênio e gases do efeito estufa, que podem causar prejuízos para o produtor e ao ambiente, ela considera que o lançamento de produtos alternativos a esses antimicrobianos promotores de crescimento, como os taninos hidrolisáveis, é essencial para manter a produtividade da cadeia avícola.
“Atualmente, os taninos são estudados como potenciais alternativas ao uso de antimicrobianos promotores de crescimento. Alguns trabalhos demostram sua ação antimicrobiana, efeitos antioxidantes, ação anti-inflamatória e de promotor da saúde intestinal. No entanto, a dosagem deve ser muito bem definida, uma vez que altas doses de tanino podem ter efeitos antinutricionais quando fornecidas as aves. Além disso, os aditivos devem ser testados em condições de desafio de campo, a fim de expressar o seu potencial de uso pela indústria”, relata a pesquisadora.
Eveline explica que a pesquisa foi desenvolvida por meio de uma parceria entre a empresa Salus Group, da companhia francesa Mixscience, e a Universidade Federal do Paraná (UFPR), com liderança da professora Jovanir Inês Muller.
“O experimento foi delineado apresentando quatro tratamentos com 10 repetições de 43 aves cada. Um tratamento controle negativo, sem a adição de melhorador de desempenho; um procedimento de controle positivo, com a inclusão de virginiamicina; um processo com a inclusão de 0,5 kg/t de ração do aditivo composto por tanino hidrolisável de castanheira portuguesa, contendo 55% de polifenóis; e outro tratamento com a inclusão de 1 kg/t de ração do aditivo contendo o tanino hidrolisável”, comenta a nutricionista de Aves.
Além desses tratamentos, para testar o efeito do tanino hidrolisável em uma situação de desafio de campo, as aves alojadas foram inoculadas aos 7 e 8 dias de idade com 10 vezes a dose acima da recomendada da vacina de coccidiose, e posteriormente, aos 11 e 12 dias de idade foram inoculadas com uma cepa patogênica de Clostridium perfringens (108 UFC/ave/dia). Em todos o período experimental, as aves consumiram uma dieta isenta de aditivo anticoccidiano.
“A partir dos resultados verificamos o efeito positivo do tanino hidrolisável nestas condições de desafio, melhorando o ganho de peso e conversão alimentar das aves. Além disso, essa é mais uma prova do que está atualmente na literatura sobre a taninos hidrolisáveis de castanheira como uma alternativa potencial aos antibióticos. Identificar uma alternativa aos antimicrobianos melhoradores de desempenho ou uma solução que auxilie no controle de coccidiose será crucial, no futuro, para acompanhar o aumento da demanda por produtos avícolas seguros”, frisa Eveline.
Sequência da pesquisa
Destacando que o tanino hidrolisável pode atingir algumas vias metabólicas e imunológicas, a pesquisadora acredita que as próximas publicações sobre o assunto podem propor um maior entendimento sobre a atuação do composto em tais vias, permitindo a compreensão do seu modo de ação.
“O uso do tanino hidrolisável também pode ser estendido a outras espécies, com efeitos benéficos. Estamos realizando novos estudos, agora em poedeiras comerciais, com foco na produtividade e saúde digestiva, e em bovinos de corte, com foco na redução de liberação de metano no ambiente. O objetivo principal é o desenvolvimento de produtos que auxiliem nas questões que envolvem a sustentabilidade e na busca por soluções para os problemas da saúde digestiva, que possibilitem o menor uso de antibióticos na produção animal”, conclui Eveline.

Empresas Ameaça silenciosa
Como a Doença de Gumboro Afeta a Sanidade, Performance e Rentabilidade das Aves
Altamente contagiosa, a enfermidade viral desafia o sistema imunológico das aves e pode gerar prejuízos expressivos à avicultura industrial

A avicultura industrial brasileira, reconhecida mundialmente por sua eficiência produtiva, enfrenta desafios cada vez mais complexos no manejo sanitário dos plantéis. Entre esses desafios, a Doença de Gumboro, também chamada de Doença Infecciosa da Bursa (DIB) é altamente contagiosa. A enfermidade viral acomete principalmente aves jovens entre 3 e 10 semanas de idade, comprometendo o sistema imunológico e impactando diretamente o desempenho zootécnico das granjas.
A doença é causada por um vírus do gênero Avibirnavirus, notável por sua resistência ambiental — capaz de permanecer ativo por longos períodos mesmo após procedimentos de limpeza e desinfecção. Ao atingir a bolsa de Fabricius, órgão essencial à formação das células de defesa das aves, o vírus provoca imunossupressão severa, tornando os animais mais vulneráveis a outras infecções e interferindo na eficácia de vacinas de rotina.
Além do impacto financeiro direto, os efeitos produtivos da doença são amplos e muitas vezes silenciosos na forma subclínica. Em um cenário de alta densidade de alojamento, o controle da imunossupressão é um fator decisivo para sustentar a competitividade da produção de frangos no país.
“A Doença de Gumboro é uma ameaça muitas vezes silenciosa, mas de alto impacto econômico. Mesmo infecções subclínicas, podem reduzir o ganho de peso, comprometer a conversão alimentar e afetar a qualidade dos ovos. O monitoramento eficaz é o primeiro passo para conter o avanço da enfermidade e proteger o potencial produtivo das granjas”, destaca Eduardo Muniz, Gerente Técnico de Aves da Zoetis Brasil.
Na prática, o produtor pode perceber a presença da doença por sinais clínicos como depressão, diarreia aquosa, desidratação e penas arrepiadas. Contudo, é a observação de indícios produtivos como a queda na taxa de ganho de peso diário ou a redução na qualidade dos ovos que costuma revelar a circulação do vírus em sua forma subclínica. Em lotes de alto desempenho, qualquer variação nesses parâmetros representa perda direta de margem e eficiência.
“Em granjas industriais, onde milhares de aves convivem em densidades elevadas, a probabilidade de disseminação viral é alta. O controle eficaz depende de um conjunto de medidas: vigilância sanitária constante, diagnóstico laboratorial preciso e imunização bem planejada. Mais do que uma rotina de biosseguridade, trata-se de uma estratégia de rentabilidade”, reforça Muniz.
A prevenção da Doença de Gumboro deve ser encarada como um investimento zootécnico estratégico. Além da escolha de vacinas adequadas à realidade imunológica dos lotes, é essencial realizar o acompanhamento técnico dos resultados, observando tanto o desempenho produtivo quanto a resposta imunológica. O uso de vacinas como a Poulvac® Procerta® HVT-IBD vacina de vírus vivo congelado contra as doenças de Marek e Gumboro, torna-se uma ferramenta fundamental dentro de estratégias preventivas consistentes e de longo prazo. A vacinação pode ser feita via subcutânea, ou in ovo em ovos embrionados de galinha saudáveis com 18 a 19 dias de idade.
Para a Zoetis, líder mundial em saúde animal, o enfrentamento da Doença de Gumboro faz parte do ciclo contínuo de cuidado. A empresa reafirma que, em um cenário global cada vez mais desafiador, sanidade é sinônimo de desempenho, e o cuidado com a imunidade é o alicerce da produção avícola moderna.
Empresas
Boehringer Ingelheim anuncia Patricia Aristimunha como nova gerente sênior de marketing de Aves e Suínos
A executiva assume a posição anteriormente ocupada por Filipe Fernando, que ascendeu ao cargo de Head de Grandes Animais da empresa

A Boehringer Ingelheim, multinacional farmacêutica referência na produção de medicamentos para humanos e animais, anuncia a chegada de Patricia Aristimunha como nova gerente sênior de marketing da unidade de negócios de Aves e Suínos, assumindo o cargo anteriormente ocupado por Filipe Fernando, novo diretor de Grandes Animais da companhia.
A gerente é graduada em Medicina Veterinária pela Universidade Federal de Santa Maria, onde também concluiu o mestrado. Além disso, possui doutorado em Zootecnia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e um MBA em Gestão Estratégica e Econômica de Negócios pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). No âmbito profissional, Patricia conta com mais de 18 anos de experiência em empresas nas áreas de saúde, produção e nutrição animal, com forte atuação em marketing estratégico.
“Estou muito contente e animada em iniciar esse novo capítulo profissional em uma empresa líder e referência global na área da saúde, como a Boehringer Ingelheim. Com minha sólida experiência técnica e prática no segmento de avicultura e suinocultura, estou ansiosa para colaborar com a equipe e contribuir ativamente para os resultados e inovações da empresa”, afirma Patricia Aristimunha.
A chegada da executiva, que ingressou no cargo na primeira semana de novembro, reforça o compromisso da Boehringer Ingelheim em fortalecer sua liderança e inovação no mercado de saúde animal, especialmente nos setores de aves e suínos. Com sua vasta experiência no segmento, a empresa espera que Patrícia impulsione ainda mais as estratégias de marketing da companhia, contribuindo significativamente para o sucesso contínuo de seus clientes e parceiros no agronegócio.
Empresas
Ventilação eficiente é chave na preparação do agro para a chegada do calor
Manutenção preventiva dos motores ajuda a reduzir perdas e preservar o bem-estar animal

Com a chegada da primavera e a aproximação do verão, as altas temperaturas passam a impactar diretamente a produção animal no Brasil. O calor excessivo é um dos principais fatores de estresse térmico, comprometendo o desempenho dos animais, reduzindo a produtividade e elevando riscos sanitários e econômicos para os produtores.
Segundo Drauzio Menezes, diretor da Hercules Energia em Movimento, a manutenção preventiva dos motores é fundamental nesse período. “A confiabilidade dos motores determina o bom funcionamento dos sistemas de ventilação, que são essenciais para manter as granjas em condições adequadas”, afirma.
Manutenção e ventilação: aliados da produtividade
A ventilação é um dos recursos mais eficazes para preservar o bem-estar dos animais durante os meses mais quentes. Para que os equipamentos cumpram sua função com eficiência, é essencial que os motores estejam revisados e em pleno funcionamento. Entre as ações mais importantes estão a manutenção dos motores, isolamento térmico das estruturas, controle da umidade e fornecimento constante de água fresca, além de ajustes na densidade de lotação em períodos de calor extremo. “Esses sistemas precisam operar com segurança e sem falhas para garantir conforto térmico, reduzir o estresse dos animais e evitar perdas na produção”, reforça Menezes.
Segundo ele, a Hercules Energia em Movimento oferece soluções adequadas para esse tipo de demanda, com motores monofásicos, trifásicos e customizados, todos com alta eficiência energética, conformidade com as normas NEMA e IEC, e aprovação do Inmetro. Os equipamentos são projetados para atender ambientes de produção animal, que exigem desempenho constante mesmo em condições severas.
Alta nas temperaturas exige preparação antecipada
De acordo com previsões do INMET e da Climatempo, a primavera e o verão de 2025/2026 devem registrar temperaturas acima da média histórica em várias regiões do país, com destaque para o Centro-Oeste, Sudeste e partes do Sul. A previsão também aponta para chuvas mal distribuídas e períodos prolongados de tempo seco, elevando o risco de ondas de calor e agravando os desafios para a criação de aves.
Esse cenário reforça a necessidade de antecipar cuidados com a climatização das áreas de produção animal. “Ambientes bem ventilados ajudam a mitigar os efeitos do calor excessivo, preservando o desempenho zootécnico das aves e garantindo a continuidade da produção com segurança”, conclui Menezes.

