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Estudantes paranaenses retornam dos EUA após intercâmbio agrícola em Iowa
Grupo de 50 alunos de escolas técnicas volta ao Paraná após quase seis meses de imersão em inglês, aulas práticas e vivência em um dos principais polos do agronegócio mundial pelo programa Ganhando o Mundo Agrícola.

Na tarde desta terça-feira (23), 50 estudantes de escolas técnicas agrícolas do Paraná chegam ao Aeroporto Internacional Afonso Pena depois de quase seis meses em um intercâmbio nos Estados Unidos. Na bagagem, trazem o inglês na ponta da língua, o aprendizado de aulas e visitas técnicas e a vivência em um dos principais polos do agronegócio mundial, o estado de Iowa. A experiência em solo americano é parte do Ganhando o Mundo Agrícola, programa de intercâmbio do Governo Estadual que une um semestre letivo no exterior com qualificação profissional voltada ao setor agropecuário.
O estado do Iowa é reconhecido como o maior produtor de milho dos Estados Unidos e berço de empresas do setor agropecuário. Nas aulas, todas as atividades são desenvolvidas em inglês, o que amplia o contato dos alunos com o idioma e com metodologias de ensino diferentes das aplicadas no Brasil.
De acordo com o coordenador do programa, Marlon de Campos Mateus, a proposta pedagógica foi estruturada especialmente para os estudantes paranaenses. “Os 50 estudantes estão vivenciando uma experiência única, com um programa de high school pensado exclusivamente para eles, com ênfase no agronegócio, empreendedorismo, matemática e inglês. O modelo está aprovado e mais 50 alunos embarcam na segunda semana de janeiro para viverem juntos essa mesma experiência acadêmica, cultural e linguística.”
Além das aulas regulares, os jovens participam de workshops e visitas a fazendas, indústrias e empresas do setor. Durante o período de intercâmbio, todos ficaram hospedados no campus da University of Northern Iowa, na cidade de Cedar Falls, com uma estrutura que garantiu suporte acadêmico e segurança.
Aprendizados amplia horizonte
Entre os estudantes do intercâmbio está Ana Júlia Nunes Woruby, de 16 anos, natural de Prudentópolis e aluna do curso técnico em Florestas no Centro Estadual Florestal de Educação Profissional Presidente Costa e Silva, em Irati. No segundo ano do ensino médio, ela destaca o contato permanente com o idioma como o maior aprendizado da experiência nos Estados Unidos. “Acho que essa experiência vai contribuir tanto para minha carreira profissional quanto para minha vida pessoal, porque aqui a gente vive uma realidade totalmente diferente com o idioma”, afirma.
Ana Júlia também se surpreendeu com a organização das atividades extracurriculares. “Uma coisa que eu também achei muito legal é que os alunos têm clubes de estudo e atividades extracurriculares, então não precisam ficar presos às mesmas matérias de sempre.” Segundo ela, apesar de a carga horária ser menor, as aulas são exigentes e os professores conseguem dar atenção mais próxima aos alunos.
Já Vinicius Stukowski Camargo, de 17 anos, aluno do curso técnico em Agropecuária no Centro Estadual de Educação Profissional Agrícola de São Mateus do Sul, vivenciou mudanças intensas, incluindo os extremos do clima em Iowa. No Brasil, ele passa a semana na escola e retorna aos finais de semana para a propriedade da família, na zona rural de São João do Triunfo. No Iowa, a distância do lar foi ainda maior, mas compensada pelo aprendizado.
Ele destaca o rigor acadêmico e o avanço tecnológico como pontos marcantes da experiência. “As aulas me ajudam bastante a aprimorar meu vocabulário, a aprender mesmo a língua”, relata. Vinicius afirma que pretende aplicar os conhecimentos adquiridos tanto na carreira profissional quanto na pequena propriedade da família. “Aqui a tecnologia é muito avançada, diferente do que vejo no Brasil. Isso vai me ajudar bastante, estou sempre curioso, perguntando, porque quero aprender e colocar essa experiência em prática”, diz.
Sobre o Programa
Criado em 2022, o Ganhando o Mundo é o maior programa de intercâmbio estudantil voltado à rede pública da América do Sul e integra as políticas educacionais do Governo do Paraná. A iniciativa permite que estudantes de 15 a 18 anos da rede estadual realizem um semestre letivo em países de língua inglesa, com todas as despesas custeadas pela Secretaria de Estado da Educação (Seed-PR).
A edição de 2026 será a maior desde o lançamento do programa. Ao todo, dois mil alunos participarão do intercâmbio, com destinos como Canadá, Irlanda, Nova Zelândia, Reino Unido e Austrália. Com esse número, o Ganhando o Mundo alcançará 4.540 estudantes beneficiados, com investimento superior a R$ 500 milhões.
O pacote inclui alimentação, hospedagem, transporte, emissão de vistos e passaportes, passagens, exames médicos, vacinas, seguro-viagem, matrícula e mensalidades escolares, além de material didático, uniforme e documentação. Durante o intercâmbio, os alunos recebem auxílio mensal de R$ 800. Após o retorno, seguem acompanhados para desenvolver projetos interdisciplinares em suas escolas, ampliando o alcance da experiência para toda a comunidade escolar.

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Chuvas melhoram condições das lavouras e impulsionam a primeira safra no país
Boletim da Conab aponta que as precipitações da primeira quinzena de dezembro elevaram a umidade do solo e favoreceram o desenvolvimento dos cultivos, mantendo o bom andamento da colheita de inverno.

Nos quinze primeiros dias de dezembro, os volumes de chuvas observados na maior parte do país contribuíram para a elevação dos níveis de água no solo e para o desenvolvimento dos cultivos de primeira safra, sem prejudicar a finalização da colheita dos cultivos de inverno. A análise está no Boletim de Monitoramento Agrícola (BMA), divulgado nesta semana pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Ainda de acordo com o documento, os dados espectrais mostram que, em geral, as lavouras estão se desenvolvendo sob boas condições na maioria das regiões.
No Centro-Oeste, principal região produtora de grãos do país, os maiores volumes de precipitações ocorreram no Nordeste de Mato Grosso e no Norte de Goiás. As chuvas registradas foram mais regulares e favoreceram o incremento da umidade do solo. Panorama semelhante foi verificado na região Sudeste.

Foto: Divulgação
No Sul do país, as precipitações ocorreram com distribuição irregular e os maiores volumes foram registrados no Norte e Oeste do Paraná. No Rio Grande do Sul, os primeiros cinco dias de dezembro registraram chuvas em baixos volumes, que favoreceram a finalização da colheita dos cultivos de inverno. Entretanto, nos outros períodos analisados, principalmente de 6 a 10 deste mês, os acumulados de chuva auxiliaram na recuperação da umidade do solo, promovendo condições mais favoráveis à semeadura e ao desenvolvimento das lavouras. Em relação aos estados do Paraná e de Santa Catarina, as condições climáticas na primeira quinzena do mês foram, no geral, favoráveis para o desenvolvimento das lavouras.
Na região Norte, os volumes de chuva registrados no Tocantins e em parte do sul e noroeste do Pará, foram favoráveis à semeadura e ao desenvolvimento dos cultivos de primeira safra. No entanto, houve restrição em parte das lavouras devido à irregularidade das chuvas e às altas temperaturas no nordeste paraense. Já no Nordeste brasileiro, os volumes acumulados na maior parte da região do Matopiba (que abrange áreas do Maranhão, Sudoeste do Piauí, Oeste da Bahia e Tocantins) favoreceram a semeadura e o desenvolvimento dos cultivos de primeira safra, mas foram insuficientes para parte das lavouras do leste, centro e oeste do Maranhão.
O Boletim completo com informações sobre o clima e seus impactos na safra está disponível no Portal da Conab.
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MBRF capta R$ 2,375 bilhões em maior operação financeira já realizada pelo grupo
Emissão teve procura acima do esperado, permitiu reduzir os juros da dívida e ampliar os prazos de pagamento, fortalecendo a estrutura financeira da companhia no longo prazo.

A MBRF, companhia resultante da fusão entre BRF e Marfrig, anunciou a conclusão de sua 8ª emissão de debêntures, no valor total de R$ 2,375 bilhões, a maior já realizada pelo grupo. A operação foi estruturada na BRF por meio de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), em quatro séries, com vencimentos que variam de 2030 a 2055, reforçando a estratégia financeira da companhia e o alongamento do perfil de seu endividamento.
O volume base da oferta era de R$ 1,9 bilhão, mas, diante da forte demanda dos investidores, que alcançou aproximadamente R$ 2,9 bilhões — o equivalente a 1,52 vez o volume inicialmente ofertado —, a MBRF exerceu um lote adicional de R$ 475 milhões, correspondente a 25% do volume base, totalizando os R$ 2,375 bilhões captados.
A elevada demanda também permitiu à companhia reduzir as taxas de todas as quatro séries emitidas, com uma compressão média de 0,22 ponto percentual ao ano, o que representa uma economia estimada de cerca de R$ 5 milhões em despesas financeiras por ano. Considerando uma base comparável, o custo final da operação ficou em CDI + 0,25% ao ano, o menor custo já alcançado pelo Grupo em uma emissão no mercado de capitais local.
A emissão inclui ainda uma série com prazo de 30 anos, o mais longo já emitido pela companhia no mercado doméstico, contribuindo para um prazo médio superior a 10 anos para a operação como um todo.
Segundo Jose Ignacio Scoseria, diretor vice-presidente de Finanças, Relações com Investidores, Gestão e Tecnologia da MBRF, essa operação está alinhada à estratégia financeira da MBRF. “O alongamento relevante dos vencimentos contribui para o fortalecimento da estrutura de capital da companhia e amplia nossa flexibilidade financeira para a execução do plano de negócios no longo prazo.”, explica.
A transação integra o plano contínuo da MBRF de alongamento do perfil de endividamento, com foco na otimização da relação entre prazo e custo de seus instrumentos de dívida, reforçando a disciplina financeira e a criação de valor sustentável no longo prazo.
Colunistas
Eleições de 2026 exigem atenção especial ao papel do Legislativo
Em um cenário de incertezas e transformações sociais, o texto destaca a importância das eleições proporcionais e da escolha de parlamentares preparados para representar a sociedade, fiscalizar o Executivo e impulsionar mudanças estruturais no país.

A sociedade em geral e o sistema cooperativista em particular devem prestar atenção às eleições de 2026. Embora a imprensa e os cidadãos, por motivos óbvios, visualizam prioritariamente as eleições majoritárias – presidente, governador e senador – as eleições proporcionais são essenciais. A missão de exercer a representação popular nas Casas Legislativas é particularmente importante para a vida democrática brasileira e de Santa Catarina.
Ainda vivemos uma era de incertezas, com problemas crônicos de um país em crescimento com fortes contrastes regionais, lutando para reduzir desigualdades, criar uma infraestrutura de crescimento econômico de Norte a Sul e de Leste a Oeste, assistir aos fragilizados, amparar a velhice e pavimentar um futuro para as gerações que estão chegando.
Somos ora protagonistas, ora coadjuvantes de um cenário globalizado, onde as decisões, os fluxos e os influxos de qualquer parte do planeta impactam de imediato nossa realidade interna, fazendo com que decisões tomadas em Tóquio ou Washington afetem diretamente empresários, produtores ou consumidores do Brasil.
Essa realidade que nos envolve inexoravelmente e a cada dia com maior celeridade emoldura com tons de dramaticidade o papel do administrador público e do legislador. Todas as demandas sociais decorrentes do pulsar desse processo globalizante deságuam nas barras do Poder Público, exigindo ações e reações ágeis e acertadas. Não há mais espaço para titubeios.
O parlamentar, na esfera federal ou estadual, deve fazer a leitura permanente dos processos sociais em curso para que a ação parlamentar seja a grande impulsionadora das mudanças e transformações reclamadas pela sociedade. Análise da história recente da República revela que a sociedade brasileira vem reconhecendo gradativa importância e indisfarçável essencialidade ao legislador.
Ali, onde todas as ebulições e toda a efervescência desse nervoso século explodem, envoltas pelas cores do pluralismo político-partidário, é crucial defender os superiores interesses de nossa gente, fiscalizando o Poder Executivo, propondo leis, projetos e programas fulcrados em intervenções sociais capazes de levar um pouco de justiça e apoio a segmentos da multifacetada sociedade brasileira.
Diligente e aplicado, o parlamentar deve tentar compreender toda a complexidade do nosso mundo por meio da sincera disposição para o diálogo, para o estudo e para a pesquisa. Por isso, é recomendável humildade para buscar, ouvir e aceitar – sempre que a prudência indicar – uma compreensão mais profunda que permita refocalizar uma visão sobre a sociedade. Por isso, é preciso não se deixar fascinar demasiadamente por gráficos, por relatos burocratizantes, por informações pasteurizadas. É recomendável deixar os gabinetes para uma convivência irmanal com as comunidades que representa para nunca perder a sensibilidade para interpretação dos eventos sociais que eclodem cotidianamente.
A reforma do Estado para pô-lo totalmente a serviço do cidadão ainda exige muito esforço legislativo. Daí a necessidade de elegermos mandatários e parlamentares estaduais e federais que cumpram com coragem e abnegação o sagrado dever que a sociedade delegou para construir um Estado democrático de direito, fundado na cidadania, na dignidade da pessoa humana, nos valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e no pluralismo político.



