Conectado com

Avicultura Produção Animal

Estresse oxidativo em Poedeiras e Reprodutores

Para fazer frente a produção contínua de radicais livres durante os processos metabólicos o organismo lança mão de antioxidantes

Publicado em

em

Arquivo/OP Rural

Artigo escrito por William Dick, médico veterinário e coordenador técnico comercial avicultura da CCPA Brasil

Diante de um cenário cada vez mais desafiador de produção, precisamos produzir cada vez mais e melhor. Dentre todos os desafios enfrentados na cadeia produtiva relatos recentes apontam que o estresse oxidativo está entre os fatores que podem levar a queda de desempenho em reprodutoras.

Os radicais livres são subprodutos da respiração celular, cerca de 1 a 4% do oxigênio aspirado chega à forma de superóxido, peróxido de hidrogênio e hidroxila (radicais livres), devido a isso são gerados de maneira continua pelos organismos. Estes elementos atuam como mediadores para transferência de elétrons em diversas reações bioquímicas. Em níveis adequados possibilitam a geração de energia, ativação de genes, ação na fertilização de óvulos, etc. Mas quando a produção de radicais livres é muito grande eles podem produzir danos as células. Dentre os radicais livres o com maior capacidade de causar danos está o radical Hidroxila (HO∙), pois ele possui uma meia-vida curta que torna mais difícil a ação dos mecanismos de defesa do organismo.

Os radicais livres causam danos ao DNA, RNA, às proteínas, lipídios e membranas celulares do núcleo e mitocondrial. Em proteínas e aminoácidos ele pode reagir com a cadeia lateral, apresenta uma predileção para atacar a cisteína, histidina, triptofano, metionina e fenilalanina, gerando danos com consequente perda de atividade enzimática, dificuldades no transporte ativo através das membranas celulares, citólise e morte celular. O resultado prático deste ataque é a queda nos índices zootécnicos (devido ao desvio de nutrientes para corrigir os danos) e a redução da imunidade das aves.

São diversos os fatores que podem levar a um aumento na taxa de respiração celular e consequentemente o aumento na produção de radicais livres. Os fatores podem estar ligados a ambiência, nutrição, manejos, patógenos e a fases críticas do metabolismo.

Quando nos referimos a ambiência o aumento na produção de raciais livres pode ser proveniente das agressões que o trato respiratório das aves sofre devido a situações que apresentem  grande quantidade de partículas de poeira em suspensão no ar ou a concentração elevada de gases indesejáveis (amônia…) dentro das instalações, estes fatores podem causar irritação no trato respiratório, em decorrência disto teremos uma aumento no metabolismo local e consequentemente um aumento na produção de radicais livres. Outro fator ambiental que pode elevar os níveis plasmáticos de radicais livres é a temperatura, quando as aves são submetidas a temperaturas abaixo do ideal o metabolismo inicia o processo de termogênese que pode ser dependente ou independente de tremor, em ambos os casos observamos um aumento na metabolização de oxigênio acarretando uma elevação nos níveis de radicais livres. Em altas temperaturas, na tentativa de manter a homeostasia as aves aceleram a sua frequência respiratória, aumentando a taxa de respiração celular e consequentemente gerando mais radicais livres.

Algumas matérias primas se tornaram praticamente indispensáveis na formulação de ração para todas as categorias de aves, um dos exemplos é o farelo de soja, porém o farelo de soja contém fatores antinutricionais que podem causar inflamação intestinal acarretando um aumento nos níveis de radicais livres, dentre esses fatores, destacam-se inibidores de proteases, lecitinas, ácido fítico, saponinas.

Outro fator que pode levar a um aumento nos níveis de radicais livres é a inflamação, que pode ser causada por alguns manejos (debicagem, vacinações…) e por patógenos (fungos, parasitas, vírus, bactérias e micotoxinas). O processo inflamatório provoca um aumento na atividade celular, aumentando os níveis de radicais livres circulantes, que por sua vez, quando em desbalanço, provocam estresse oxidativo lesando os tecidos, esta lesão provoca inflamação retroalimentando o processo.

Durante o crescimento da galinha ela passa por diversas transformações, a fase de maturação do aparelho reprodutivo é uma fase de um aumento significativo nos níveis de radicais livres, pois nesta fase é uma intensa atividade celular neste aparelho, outro fator é o auto grau de exigência de metabolização hepática, pois a quantidade de gordura metabolizada para a formação do ovo e a metabolização de hormônios sexuais é extremamente alta, o impacto destes níveis está diretamente ligado a produção de ovos (persistência de pico de produção e longevidade de produção) bem como a qualidade da progênie (há uma correlação entre níveis de radicais livres na progênie (provenientes da matriz) e mortalidade na primeira semana de via dos pintainhos. Os níveis circulante de radicais livres na matriz tendem a cair após o pico de produção, pois o metabolismo da ave entra em equilíbrio. No macho por sua vez a situação é diferente, temos uma grande atividade celular nos testículos devido a este quadro o organismo lança mão de diversos antioxidantes no local, porém com o avanço da idade dos galos os níveis destes antioxidantes tendem a reduzir e a produção de radicais livres é incrementada, o que acarreta a redução na qualidade espermática e consequente da fertilidade.

Para fazer frente a produção contínua de radicais livres durante os processos metabólicos o organismo lança mão de antioxidantes.  Estes antioxidantes tem por objetivo estabilizar as moléculas de radicais livres e controlar os danos provocados por estes compostos rentes. Podemos dividir os antioxidantes em duas classes: endógenos (Enzimas, hormônios sexuas, bilirrubina, ácido úrico) e exógenos (Vitaminas (A, C, E), minerais (Se, Mn) e flavonoides (Cúrcuma longa e Scutelaria Baicalenses) que também estimulam a ação de proteínas detoxificantes intracelulares.

Outras notícias você encontra na edição de Aves de julho/agosto de 2021 ou online.

Fonte: O Presente Rural

Avicultura

União Europeia reabre pre-listing e libera avanço das exportações de aves e ovos do Brasil

Com o restabelecimento do sistema de habilitação por indicação, frigoríficos que atenderem às exigências sanitárias poderão exportar de forma mais ágil, retomando um mercado fechado desde 2018.

Publicado em

em

A União Europeia confirmou ao governo brasileiro, por meio de carta oficial, o retorno do sistema de habilitação por indicação da autoridade sanitária nacional, o chamado pre-listing, para estabelecimentos exportadores de carne de aves e ovos do Brasil. “Uma grande notícia é a retomada do pré-listing para a União Europeia. Esse mercado espetacular, remunerador para o frango e para os ovos brasileiros estava fechado desde 2018. Portanto, sete anos com o Brasil fora”, destacou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

Foto: Freepik

Com a decisão, os estabelecimentos que atenderem aos requisitos sanitários exigidos pela União Europeia poderão ser indicados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e, uma vez comunicados ao bloco europeu, ficam aptos a exportar. No modelo de pre-listing, o Mapa atesta e encaminha a lista de plantas que cumprem as normas da UE, sem necessidade de avaliação caso a caso pelas autoridades europeias, o que torna o processo de habilitação mais ágil e previsível. “Trabalhamos três anos na reabertura e, finalmente, oficialmente, o mercado está reaberto. Todas as agroindústrias brasileiras que produzem ovos e frangos e que cumprirem os pré-requisitos sanitários podem vender para a Comunidade Europeia”, completou.

A confirmação oficial do mecanismo é resultado de uma agenda de trabalho contínua com a Comissão Europeia ao longo do ano. Em 2 de outubro, missão do Mapa a Bruxelas, liderada pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luís Rua, levou à União Europeia um conjunto de pedidos prioritários, entre eles o restabelecimento do pre-listing para proteína animal, o avanço nas tratativas para o retorno dos pescados e o reconhecimento da regionalização de enfermidades.

Na sequência, em 23 de outubro, reunião de alto nível em São Paulo entre o secretário Luís Rua e o comissário europeu para Agricultura, Christophe Hansen, consolidou entendimentos na pauta sanitária bilateral e registrou o retorno do sistema de pre-listing para estabelecimentos brasileiros habilitados a exportar carne de aves, o que agora se concretiza com o recebimento da carta oficial e permite o início dos procedimentos de habilitação por parte do Mapa. O encontro também encaminhou o avanço para pre-listing para ovos e o agendamento da auditoria europeia do sistema de pescados.

Foto: Ari Dias

Na ocasião, as partes acordaram ainda a retomada de um mecanismo permanente de alto nível para tratar de temas sanitários e regulatórios, com nova reunião prevista para o primeiro trimestre de 2026. O objetivo é assegurar previsibilidade, transparência e continuidade ao diálogo, reduzindo entraves técnicos e favorecendo o fluxo de comércio de produtos agropecuários entre o Brasil e a União Europeia.

Com o pre-listing restabelecido para carne de aves e ovos, o Brasil reforça o papel de seus serviços oficiais de inspeção como referência na garantia da segurança dos alimentos e no atendimento às exigências do mercado europeu, ao mesmo tempo em que avança em uma agenda de facilitação de comércio baseada em critérios técnicos e cooperação regulatória.

Fonte: Assessoria Mapa
Continue Lendo

Avicultura

Exportações gaúchas de aves avançam e reforçam confiança do mercado global

Desempenho positivo em outubro, expansão da receita e sinais de estabilidade sanitária fortalecem o posicionamento do estado no mercado externo.

Publicado em

em

Foto: Shutterstock

O setor agroindustrial avícola do Rio Grande do Sul mantém um ritmo consistente de recuperação nas exportações de carne de frango, tanto processada quanto in natura. Em outubro, o estado registrou alta de 8,8% no volume embarcado em relação ao mesmo mês do ano passado. Foram 60,9 mil toneladas exportadas, um acréscimo de 4,9 mil toneladas frente às 56 mil toneladas enviadas em outubro de 2023.

A receita também avançou: o mês fechou com US$ 108,9 milhões, crescimento de 5% na comparação anual.

No acumulado de janeiro a outubro, entretanto, o desempenho ainda reflete os impactos do início do ano. Os volumes totais apresentam retração de 1%, enquanto a receita caiu 1,8% frente ao mesmo período de 2024, conforme quadro abaixo:

O rápido retorno das exportações de carne de aves do Rio Grande do Sul para mercados relevantes, confirma que, tanto o estado quanto o restante do país permanecem livres das doenças que geram restrições internacionais.

Inclusive, o reconhecimento por parte da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e muitos outros mercados demonstram a importância do reconhecimento da avicultura do Rio Grande do Sul por parte da China, ainda pendente. “Estamos avançando de forma consistente e, em breve, estaremos plenamente aptos a retomar nossas exportações na totalidade de mercados. Nossas indústrias, altamente capacitadas e equipadas, estão preparadas para atender às demandas de todos os mercados, considerando suas especificidades quanto a volumes e tipos de produtos avícolas”, afirmou José Eduardo dos Santos, Presidente Executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul (Asgav/Sipargs).

Indústria e produção de ovos

O setor da indústria e produção de ovos ainda registra recuo nos volumes exportados de -5,9% nos dez meses de 2025 em relação ao mesmo período de 2024, ou seja, -317 toneladas. Porém, na receita acumulada o crescimento foi de 39,2%, atingindo um total de US$ 19 milhões de dólares de janeiro a outubro deste ano.

A receita aumentou 49,5% em outubro comparada a outubro de 2024, atingindo neste mês a cifra de US$ 2.9 milhões de dólares de faturamento. “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”, pontua Santos.

Exportações brasileiras

As exportações brasileiras de carne de frango registraram em outubro o segundo melhor resultado mensal da história do setor, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Ao todo, foram exportadas 501,3 mil toneladas de carne no mês, saldo que superou em 8,2% o volume embarcado no mesmo período do ano passado, com 463,5 mil toneladas.

Presidente Eeecutivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos: “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”

Com isso, as exportações de carne de frango no ano (volume acumulado entre janeiro e outubro) chegaram a 4,378 milhões de toneladas, saldo apenas 0,1% menor em relação ao total registrado no mesmo período do ano passado, com 4,380 milhões de toneladas.

A receita das exportações de outubro chegaram a US$ 865,4 milhões, volume 4,3% menor em relação ao décimo mês de 2024, com US$ 904,4 milhões. No ano (janeiro a outubro), o total chega a US$ 8,031 bilhões, resultado 1,8% menor em relação ao ano anterior, com US$ 8,177 bilhões.

Já as exportações brasileiras de ovos (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 2.366 toneladas em outubro, informa a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O número supera em 13,6% o total exportado no mesmo período do ano passado, com 2.083 toneladas.

Em receita, houve incremento de 43,4%, com US$ 6,051 milhões em outubro deste ano, contra US$ 4,219 milhões no mesmo período do ano passado. No ano, a alta acumulada chega a 151,2%, com 36.745 toneladas entre janeiro e outubro deste ano contra 14.626 toneladas no mesmo período do ano passado. Em receita, houve incremento de 180,2%, com US$ 86,883 milhões nos dez primeiros meses deste ano, contra US$ 31,012 milhões no mesmo período do ano passado.

Fonte: Assessoria ABPA
Continue Lendo

Avicultura

MBRF avança na sustentabilidade com transição global para ovos cage-free

Empresa anunciou a conclusão da mudança para ovos livres de gaiolas em todas as suas operações internacionais, um marco que reforça o compromisso com o bem-estar animal e a ética produtiva.

Publicado em

em

Foto: Freepik

A MBRF, uma das maiores companhias de alimentos do mundo, anuncia a conclusão da transição para o uso exclusivo de ovos cage-free em seus processos industriais globais. O compromisso, já cumprido no Brasil desde 2020, agora se estende às operações internacionais, consolidando um importante avanço em sustentabilidade e bem-estar animal e antecipando a meta global prevista para dezembro de 2025.

A implementação do uso de ovos cage-free nas operações internacionais envolveu uma construção conjunta com fornecedores locais, especialmente em mercados como Turquia e Emirados Árabes Unidos, onde a produção de ovos livres de gaiolas ainda representa um desafio. A companhia trabalhou em parceria com os produtores para viabilizar investimentos, incorporar novas práticas e assegurar a oferta de insumos alinhados aos mais altos padrões de bem-estar animal. Além disso, implementou protocolos voltados à rastreabilidade e à conformidade com referências internacionais, mantendo acompanhamento contínuo para garantir a sustentabilidade da meta alcançada.

A adoção global do sistema cage-free reflete o compromisso da MBRF com práticas produtivas mais éticas e sustentáveis. “O modelo elimina o confinamento das aves em gaiolas, permitindo que expressem comportamentos naturais e movimentem-se livremente. Alinhada aos princípios de Saúde Única na produção de alimentos, essa prática contribui de forma significativa para o bem-estar animal e atende às expectativas de clientes e consumidores cada vez mais atentos à origem e à responsabilidade das empresas,” explica Josiane Busatta, consultora de bem-estar animal da MBRF.

A conclusão da transição para o sistema cage-free é apenas uma entre as diversas metas de bem-estar animal estabelecidas pela MBRF. A companhia já atingiu outros compromissos relevantes, como garantir que 100% das aves do sistema de integração sejam criadas livres de gaiolas. Além disso, concluiu a certificação de 100% das unidades de abate em bem-estar animal globalmente e a eliminação da castração cirúrgicas na cadeia de suinocultura. Como resultado desses e outros avanços, a companhia se mantém entre as mais bem posicionadas do setor em importantes rankings e índices internacionais, como o BBFAW (Business Benchmark on Farm Animal Welfare), o mais importante índice global de gestão do bem-estar dos animais de fazenda.

Sustentabilidade na MBRF

O bem-estar animal é um dos seis pilares que sustentam a Plataforma de Sustentabilidade da MBRF, que busca conciliar produtividade com a preservação dos recursos naturais e da biodiversidade. A companhia adota práticas que protegem biomas, promovem o bem-estar animal e respeitam os direitos humanos. As iniciativas incluem o uso eficiente de água e energia, o melhor aproveitamento dos alimentos, a redução das emissões de gases de efeito estufa e a gestão responsável da cadeia de fornecimento — com foco no controle de origem, no combate ao desmatamento e na promoção da inclusão social.

A MBRF adota altos padrões de bem-estar animal em toda a cadeia produtiva, com compromissos voltados à criação de aves, suínos e bovinos, guiados por diretrizes nacionais e internacionais que asseguram cuidados adequados e abate humanitário, tanto nas operações próprias quanto junto aos fornecedores.

Durante o manejo do gado, das aves e dos suínos — desde a propriedade rural até as unidades de produção —, a companhia garante o respeito aos Cinco Domínios dos animais: nutrição adequada, boa saúde, ambiente confortável, comportamento natural e estado mental. Esses princípios surgiram como uma expansão das Cinco Liberdades dos Animais, oferecendo uma abordagem mais abrangente e holística para avaliar o bem-estar animal que foram estabelecidos pelo Farm Animal Welfare Council, conselho britânico independente que é referência global na definição de parâmetros de bem-estar animal.

Fonte: Assessoria MBRF
Continue Lendo

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.