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Estresse e qualidade da carne na produção de suínos: como isso funciona?

Para entender o impacto do estresse no pH, é preciso fazer uma distinção entre estresse de curta duração e estresse prolongado.

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Foto: Shutterstock

A qualidade da carne depende de vários critérios, mas um fator importante subestimado é o estresse sofrido pelos animais durante a vida. O principal indicador para determinar a qualidade da carne suína é o pH. De fato, essa medida define a qualidade e o prazo de validade da carne, que são informações essenciais para o processamento. O pH também está fortemente correlacionado com outros parâmetros tecnológicos, como cor ou retenção de água da carne, mas também com critérios organolépticos, como maciez, suculência ou sabor.

Duas categorias de carnes devem ser evitadas devido à sua baixa qualidade:

• As carnes com pH ≤ 5,6 são chamadas de carnes PSE (do inglês pale, soft, exudative): pálidas, flácidas e exsudativas. Muito ácidas e claras, elas têm baixa capacidade de retenção de água. Elas são rejeitadas para processamento em presunto.

• As carnes com pH muito mais alto, pH > 5,8, são chamadas de DFD (do inglês dark, firm, dry): escuras, duras e secas. Estas carnes têm um prazo de validade curto.

Portanto, os abatedouros e fabricantes de alimentos preferem carnes com pH entre 5,6 e 5,8, o que garante uma boa predisposição para uma carne de boa qualidade.

O estresse e suas consequências sobre a qualidade da carne suína

Para entender o impacto do estresse no pH, é preciso fazer uma distinção entre estresse de curta duração e estresse prolongado. O estresse de curta duração refere-se a eventos estressantes que ocorrem antes da sangria. Quando o animal percebe o estresse, o corpo entra em estado de alerta. É necessária uma rápida mobilização de energia para garantir a resposta natural ao estresse: lutar ou fugir. O consumo de glicogênio como fonte de energia produzirá uma quantidade significativa de ácido lático. Se a sangria ocorrer logo após o estresse, o ácido lático não será eliminado, resultando em uma carne com pH baixo, a chamada carne PSE.

Os suínos também podem ser expostos a estresse prolongado, como a longa duração do transporte, brigas entre grupos no abatedouro e longos períodos de espera nas baias. Como os suínos chegam em jejum ao abatedouro, o estresse prolongado esgotará seus estoques de glicogênio. O processo de acidificação post-mortem será, portanto, ineficiente, e a carne permanecerá com um pH alto, resultando em carne DFD.

Quais são as soluções para garantir a boa qualidade da carne?

Você deve ter percebido que para garantir uma carne com o pH ideal, o nível de glicogênio muscular deve estar alto o suficiente na sangria e o estresse deve ser contido em um nível mínimo antes e durante o abate. Na etapa do abatedouro, é essencial gerenciar a duração do transporte, o tempo de espera ao ar livre e as condições de espera (como acesso à água ou densidade animal, por exemplo). Também podem ser tomadas medidas preventivas na granja (densidade animal, acesso ao caminhão, manejo tranquilo). Uma boa relação homem-animal também facilitará o manejo no abatedouro.

Aurélie Auvray – Foto: Divulgação/Phodé

De modo geral, todos esses elementos são bem conhecidos e controlados. Mas permanece uma variável que não controlamos: o próprio animal. Na verdade, o estresse é uma resposta individual que depende de um fator principal: a capacidade do animal de lidar com esse estresse. Esse parâmetro pode ser gerenciado por uma abordagem inovadora: reforçar a resiliência do animal a nível cerebral! Existem produtos que reforçam a capacidade de adaptação dos animais aos fatores de estresse e melhora a qualidade da carne (chagando a -61% de carne PSE) e reduz a mortalidade tardia (chegando a -1,6 ponto).

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor suinícola acesse gratuitamente a edição digital de Suínos. Boa leitura!

 

Fonte: Por Aurélie Auvray, gerente de Mercado de Suínos da Phodé

Suínos

Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

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Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
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Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças

Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

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Foto: Shutterstock

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.

Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.

No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.

Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.

Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.

Fonte: Assessoria Cepea
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Produção de suínos avança e exportações seguem perto de recorde

Mercado interno reage bem ao aumento da oferta, enquanto embarques permanecem em níveis históricos e sustentam margens da suinocultura.

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Foto: Jonathan Campos

A produção de suínos mantém trajetória de crescimento, impulsionada por abates maiores, carcaças mais pesadas e margens favoráveis, de acordo com dados do Itaú BBA Agro. Embora o volume disponibilizado ao mercado interno esteja maior, a demanda doméstica tem respondido positivamente, garantindo firmeza nos preços mesmo diante da ampliação da oferta.

Em outubro, o preço do suíno vivo registrou leve retração, com queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Apesar disso, o spread da suinocultura sofreu apenas uma redução marginal e segue em patamar sólido.

Foto: Shutterstock

Dados do IBGE apontam que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores. Com carcaças mais pesadas neste ano, a produção de carne suína avançou ainda mais, chegando a 8,1%, reflexo direto das boas margens, favorecidas por custos de produção controlados.

Do lado da demanda, o mercado externo tem sido um importante aliado na absorção do aumento da oferta. Em outubro, as exportações somaram 125,7 mil toneladas in natura, o segundo maior volume da história, atrás apenas do mês anterior, e 8% acima de outubro de 2024. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o crescimento chega a 13,5%.

O preço médio em dólares recuou 1,2%, mas o impacto sobre o spread de exportação foi mínimo. O indicador segue próximo de 43%, acima da média histórica de dez anos (40%), impulsionado pela desvalorização cambial, que atenuou a queda em reais.

Mesmo com as exportações caminhando para superar o recorde histórico de 2024, a oferta interna de carne suína está maior em 2025 em função do aumento da produção. Ainda assim, o mercado doméstico tem absorvido bem esse volume adicional, mantendo os preços firmes e reforçando o bom momento do setor.

Fonte: O Presente Rural com informações Itaú BBA Agro
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