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Estresse calórico impacta na produtividade, na saúde das vacas e até na sua prole

Diversos estudos mostram que qualquer estresse térmico durante o final da gestação é prejudicial à produtividade futura. Além de influenciar profundamente a vaca, tem implicações negativas significativas para o desenvolvimento do feto, tanto no início da vida quanto na maturidade.

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Arquivo/OP Rural

Estudos que examinaram o impacto do estresse calórico e do resfriamento sobre vários aspectos da produtividade e da saúde no período seco de vacas leiteiras foram tema de palestra do doutor, professor do departamento de Zootecnia (Animal Science) na Universidade da Flórida, Geoffrey Dahl, durante o 10º Simpósio Brasil Sul de Bovinocultura de Leite (SBSBL).

Geoffrey Dahl falou da importância do resfriamento no período seco das vacas leiteiras. – Foto: Divulgação/Nucleovet

De acordo com o professor, os impactos do estresse por calor nas vacas leiteiras se tornam uma ameaça maior à saúde e à produtividade. Ele frisou que, historicamente, a redução do estresse por calor tem se concentrado na vaca em lactação. “Nesse período, o estresse calórico reduz a produção de leite, altera a composição, diminui a ingestão de matéria seca e afeta negativamente a saúde e a reprodução. A redução do calor envolve o resfriamento ativo das vacas, geralmente por meio da aplicação de água por meio de aspersão e movimento de ar usando ventiladores para secar a pele e remover o calor à medida que a água evapora. Um foco na parte produtiva do rebanho é lógico, mas há evidências crescentes de que ignorar o estresse térmico da vaca seca levará a resultados negativos na produtividade, na saúde e até mesmo na prole dessas vacas”, alertou.

Estresse térmico

As vacas secas sob estresse térmico consomem menos ração do que companheiras resfriadas e parem de três a cinco dias antes. O crescimento glandular mamário é menor em vacas secas sob estresse térmico e, no final da gestação, o calor também altera o estado imunológico das vacas, tanto diretamente no período seco quanto indiretamente durante a próxima lactação. “Esses resultados indicam um efeito depressivo direto sobre o estado imunológico. Após o parto, apesar de serem resfriadas ativamente, as vacas que sofreram estresse térmico quando secas apresentam menor imunidade, ou seja, o estado imunológico é melhorado com o resfriamento do período de seca”, expôs Dahl, ao acrescentar que o impacto na produtividade leiteira é de quatro a cinco litros a menos de leite por dia.

O especialista relatou, ainda, que diversos estudos mostram que qualquer estresse térmico durante o final da gestação é prejudicial à produtividade futura. Além de influenciar profundamente a vaca, tem implicações negativas significativas para o desenvolvimento do feto, tanto no início da vida quanto na maturidade. “Os bezerros nascidos de vacas com estresse térmico nascem com pesos menores, são desmamados com pesos menores e têm uma transferência passiva mais pobre do colostro do que aqueles nascidos de mães resfriadas”.

As pesquisas mostram, ainda, que os bezerros de mães sob estresse térmico produzem menos leite em sua primeira lactação e essa produtividade reduzida se estende também à segunda e terceira lactação. “Os bezerros nascidos de mães sob estresse térmico têm sobrevivência reduzida quando comparados aos bezerros de mães resfriadas; bezerros resfriados ficam no rebanho por 350 dias a mais em comparação aos bezerros sob estresse térmico. E os bezerros sob estresse térmico passam o pior desempenho para seus filhos”, relatou Dahl.

Pesquisas

Um estudo feito em um grande laticínio comercial na Flórida comparou os registros de vacas que ficavam secas no verão com aquelas secas nos meses de inverno. De acordo com Dahl, as que ficavam secas no verão tinham maior incidência de mastite, retenção de placenta e doenças respiratórias e produziam menos leite do que suas companheiras de rebanho secas no inverno. “As vacas secas no verão também demoravam cinco dias a mais para emprenhar do que as vacas secas no inverno”.

Dahl concluiu enfatizando que as pesquisas apoiam fortemente a ideia de que vacas secas requerem resfriamento durante todo o período seco, a fim de maximizar o desempenho e a saúde na próxima lactação. “Estimamos que a falta de resfriamento de vacas secas custa à indústria de laticínios dos Estados Unidos aproximadamente US$ 800 milhões por ano, quando apenas os efeitos nas vacas são considerados. Um estudo mais recente incluiu os efeitos do estresse térmico no útero na perda de bezerros e na redução da sobrevivência, o que aumenta as perdas estimadas para mais de US$ 1 bilhão anualmente. Portanto, os efeitos do estresse térmico no final da gestação precisam ser considerados e gerenciados para melhorar a saúde e o desempenho da vaca e do bezerro, que também devem proporcionar uma melhora significativa na situação financeira da propriedade”, defendeu.

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Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre

OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.

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Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre

A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.

Derivados registram pequenas valorizações em outubro

Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).

Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta

Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.

Custos com nutrição animal sobem em outubro

O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.

Fonte: Assessoria Cepea
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Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito

CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.

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Foto e texto: O Presente Rural

A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .

Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.

O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.

Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.

A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.

Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.

O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.

Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.

A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.

Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.

Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.

Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat

Fonte: O Presente Rural com informações de assessoria
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Bovinos / Grãos / Máquinas

Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo

Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.

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Foto: Biopark

Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.

Foto: Gilson Abreu

As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.

“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.

“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.

O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.

Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.

“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.

Foto: Divulfgação/Arquivo OPR

A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.

Concursos estaduais

Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.

O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran

Fonte: AEN-PR
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