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Estratégias para reduzir nematóides e evitar prejuízos bilionários
Atualmente, um em cada quatro produtores utiliza bionematicidas, refletindo um crescimento de mais de 70% na adoção da biotecnologia no mercado nacional na última década
Sim, a sua lavoura está sendo atacada neste momento. Da cenoura à soja, nenhuma cultura está a salvo do chamado inimigo invisível: os nematoides. Esses pequenos vermes, invisíveis a olho nu, vivem no solo e nas raízes das plantas. Em quase todas as situações o produtor não consegue detectá-los de imediato, daí a expressão “praga invisível”. Em certos casos a planta nem sempre demonstra sintomas claros desses ataques, mas perde vigor e, consequentemente, capacidade produtiva.
De acordo com uma pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Nematologia, mais de 90% das amostras coletadas em áreas agrícolas no Brasil apresentaram infestações por nematoides. Ao todo, foram analisadas 21.661 amostras, das quais 20.440 estavam contaminadas por esses vermes microscópicos. O levantamento estima que, se nenhuma medida for tomada, os prejuízos podem ultrapassar os R$ 870 bilhões em dez anos. “Geralmente, quando o nematoide se manifesta na parte visível da planta, o ataque já está em um estágio muito avançado. Eles afetam diretamente o desenvolvimento das plantas, prejudicando a absorção de água e nutrientes, o que resulta em menor crescimento e produtividade, por afetarem o enchimento de grãos, por exemplo”, afirma Eduardo Ivan, gerente de Produtos Biológicos de uma empresa do setor.
A coleta de amostras de solo é o primeiro passo para identificar a presença de nematoides na lavoura. Amostras representativas da área cultivada são enviadas a laboratórios especializados, onde análises precisas revelam a espécie e a quantidade desses organismos. Essa informação é fundamental para o planejamento de estratégias de controle. “Sem isso, o produtor perde a chance de agir preventivamente”, explica Ivan, que ressalta que esse procedimento ainda é pouco realizado, mesmo em áreas tecnificadas.
Controle biológico como aliado
Após identificar a presença de nematoides, os produtores podem recorrer a diversas ferramentas de manejo, como o controle biológico, que tem ganhado destaque nos últimos anos. Dados do estudo FarmTrak, da Kynetec, mostram que os nematicidas biológicos são atualmente a principal escolha dos produtores brasileiros para o controle desses parasitas, representando 75% do mercado total, o que gerou investimento de R$ 1,2 bilhão na safra 2021/22. Já as soluções químicas movimentaram R$ 395 milhões no mesmo período.
Em 2015, os químicos dominavam com 94% de participação, enquanto os biológicos tinham apenas 6%. “O biológico é um organismo vivo que cresce junto com a planta. Ele protege as raízes e ainda oferece benefícios secundários, como a produção de substâncias que atuam como promotores de crescimento. O uso dessas soluções é benéfico, pois além disso, não apresentam toxicidade para o meio ambiente,” expõe.
Práticas culturais e manejo integrado
O manejo adequado também é uma ferramenta importante para combater os nematoides. Por exemplo, a rotação de culturas pode ajudar a diminuir a população de nematoides em determinadas áreas. “Se o produtor planta milho por muito tempo, vai aumentar a incidência de nematoides específicos dessa cultura. Ao rotacionar com outras culturas, como soja ou trigo, ele naturalmente diminui a presença dos parasitas, porque eles não conseguem se adaptar a todas as plantas”, pontua o especialista.
A aplicação de adubos verdes, como crotalária, também reduz as infestações. “A planta é incorporada ao solo entre as safras, e além de ter a capacidade de fixar nitrogênio e melhorar o teor de matéria orgânica, também reduz a capacidade de reprodução dos nematoides”, orienta.
Ivan comenta ainda que os resultados da pesquisa deixam claro que o manejo preventivo e o uso de tecnologias de controle são para evitar perdas. Na cultura da soja, por exemplo, uma safra perdida a cada dez representa prejuízos de R$ 27,7 bilhões. Outras colheitas, como café, cana-de-açúcar e milho, também sofrem graves consequências. As perdas estimadas para esses setores são de R$ 110,3 bilhões, R$ 143,8 bilhões e R$ 114 bilhões nos próximos dez anos. “A ocorrência de nematoides não vai acabar, mas precisamos ter a conscientização deste cenário e dos prejuízos que podem acarretar na produção e, diante disso, trabalhar com o manejo integrado para garantir a maior proteção possível da lavoura”, ressalta.
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Valor Bruto da Produção atingirá R$1,31 trilhão na safra 24/25
São abrangidos 19 relevantes produtos da pauta da agricultura e cinco das atividades de pecuária.
O Ministério da Agricultura e Pecuária divulgou a primeira estimativa do Valor Bruto da Produção para a safra 2024/2025. O valor atingirá R$1,31 trilhão, um aumento de 7,6%. Desse montante, R$ 874,80 bilhões correspondem às lavouras (67,7% do total) e R$ 435,05 bilhões à pecuária (32,6%).
Em relação à safra 2023/2024, as lavouras tiveram aumento de 6,7%, e a pecuária avançou 9,5%.
Para as culturas de laranja e café a evolução dos preços foram fatores mais relevantes nestes resultados e, para a soja e arroz foi o crescimento da produção a maior influência. Nos rebanhos pecuários foi a melhoria dos preços o mais significativo no resultado.
Considerando a participação relativas das principais culturas e rebanhos pecuários no resultado total (em R$ bilhão):
O Valor Bruto da Produção é uma publicação mensal do Ministério da Agricultura e Pecuária, com base nas informações de produção do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e nos preços coletados nas principais fontes oficiais.
No estudo, são abrangidos 19 relevantes produtos da pauta da agricultura e cinco das atividades de pecuária.
A publicação integral pode ser acessada clicando aqui.
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Com apoio do Estado, produtores discutem melhorias na qualidade do queijo artesanal
Evento em Itapejara d´Oeste reúne produtores de leite e queijo, com objetivo de colocar o leite paranaense e subprodutos da cadeia no mercado mundial.
A busca pela excelência de qualidade do queijo paranaense, desde a produção do leite até o consumidor final, foi discutida nesta quinta-feira (21) em Itapejara d’Oeste, no Sudoeste do Estado, durante o Inova Queijo. O evento reúne produtores e queijeiros da agricultura familiar da região Sudoeste e conta com apoio do Governo do Estado.
“Nossos queijos estão entre os melhores do Brasil e até do mundo, com premiações que enchem de alegria e orgulho todos nós que estamos nesta caminhada”, disse Leunira Viganó Tesser, chefe do Núcleo Regional da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento em Pato Branco.
“O Paraná é grande na produção de leite, abrigando em seu território a segunda maior bacia do País e caminhamos para ser também um dos principais produtores de queijo e derivados tanto em ambiente industrial quanto artesanal”, afirmou.
Segundo ela, o Estado tem contribuído com programas de apoio à produção leiteira e à transformação em agroindústrias, como o Banco do Agricultor Paranaense, com equalização integral de juros para financiamentos à agricultura familiar. E também ajuda na comercialização, com a regulamentação do programa Susaf, que possibilita ampliar o mercado estadual para agroindústrias familiares que demonstrarem excelência no cuidado higiênico-sanitário.
“Temos que ter em vista o mercado mundial. Ninguém vai dizer que isso é fácil. Mas todos vão concordar que é um caminho a traçar, de preferência olhando sempre em frente, que não tenha volta”, disse Leunira.
Segundo dados da Aprosud, o Sudoeste conta com 20 agroindústrias vinculadas à associação, que comercializam por mês mais de 17 toneladas do produto. Além disso, a notoriedade do Queijo Colonial do Sudoeste também está atrelada a existência de produtores em todos os 42 municípios da região.
A gerente-regional do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), Rosane Dal Piva Bragato, destacou que o setor não é apenas fonte de emprego e renda para a região Sudoeste. “É também um símbolo da nossa identidade e tradição”, afirmou. “O trabalho em parceria e a troca de conhecimentos são fundamentais para fortalecer o setor e para abrir novas oportunidades de mercado”.
Além da prefeitura de Itapejara d’Oeste, que sediou o evento deste ano, e dos órgãos estaduais, o Inova Queijo tem em 2024 o apoio da Associação de Produtores de Queijos Artesanais do Sudoeste (Aprosud), Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Sebrae/PR, Vinopar e Cresol.
Indicação geográfica
Em 2023, o queijo colonial do Sudoeste do Paraná teve pedido de reconhecimento para Indicação Geográfica (IG) protocolado no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Com tradição e notoriedade devido a produção do Queijo Colonial, a expectativa é que o Sudoeste do Paraná em breve obtenha o reconhecimento na forma de registro com Indicação de Procedência (IP)
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Topgen promove a segunda edição da Semana da Carne Suína no Paraná
Campanha simbolizou uma celebração de sabor, aprendizado e valorização local.
De 3 a 10 de novembro, os municípios de Arapoti e Jaguariaíva, no Paraná, se tornaram o centro das atenções para os amantes da carne suína. A Topgen, uma empresa de genética suína, com o apoio do Sicredi, promoveu a segunda edição da Semana da Carne Suína, uma campanha que celebrou a versatilidade e o sabor da proteína suína, mobilizando comércios locais e estimulando o consumo na região que é conhecida por sua forte suinocultura.
A programação contou com momentos inesquecíveis, como o workshop exclusivo com o Chef Daniel Furtado, realizado na Fazenda Araporanga, onde açougueiros e cozinheiros da região mergulharam nas técnicas e cortes especiais da carne suína, aprendendo a explorar sua versatilidade e criando inspirações para novos pratos. Outro destaque foi o concurso de melhor prato à base de carne suína, que movimentou 15 restaurantes locais. Os consumidores participaram ativamente, avaliando as delícias e votando no prato favorito. O grande vencedor foi a PJ Hamburgueria, com um sanduíche tão incrível que os clientes já pediram para incluí-lo no cardápio fixo!
A premiação incluiu uma cesta especial com embutidos artesanais do Sul do Brasil e a oportunidade de participar do curso com o Chef Daniel Furtado, além disso, todos participantes receberam um livro de receitas clássicas com carne suína editado pela Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), e impresso pela Topgen com o apoio do Sicredi e também um certificado de participação.
Segundo Beate Von Staa, diretora da Topgen, a inspiração para esta mobilização veio da campanha realizada pela empresa Mig-Plus em 2022, no início da crise da suinocultura. “Naquele ano, fizemos algo simples, mas desta vez conseguimos envolver toda a comunidade. Foi gratificante ver a mobilização e os comentários positivos da população”, destacou”, finalizou.
Além de valorizar a carne suína, a iniciativa buscou incentivar o consumo local de uma proteína saudável e saborosa, mostrando aos consumidores que ela vai muito além do trivial. Assista ao vídeo da campanha e descubra mais sobre essa experiência que uniu gastronomia, aprendizado e valorização da cultura local. A ABCS parabeniza a todos os participantes e ao público que tornou a segunda Semana da Carne Suína um sucesso absoluto!