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Notícias 15º SBSS, em Chapecó (SC)

Estratégias de nutrição são cruciais para ganhar eficiência e reduzir custos

O médico veterinário Francisco Pereira trouxe orientações nutricionais e alguns caminhos para o uso de aditivos e de ferramentas para aumentar a eficiência dos suínos na terminação.

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Fotos: Divulgação

O desempenho do plantel de suínos passa por uma nutrição eficiente. Além dos impactos no desenvolvimento dos animais, a alimentação também compõe uma parcela relevante do custo de produção, por isso planejar dietas estratégicas é imprescindível. A nutrição nas fases de terminação e o uso de DDGS abriram os painéis desta quarta-feira (9), do 15º Simpósio Brasil Sul de Suinocultura (SBSS), promovido pelo Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas (Nucleovet).

Médico veterinário Francisco Pereira

O médico veterinário Francisco Pereira trouxe orientações nutricionais e alguns caminhos para o uso de aditivos e de ferramentas para aumentar a eficiência dos suínos na terminação. “Em torno de 70% a 75% do custo de produção nesta fase é relativo à nutrição. Então, ao tratar de estratégias nutricionais ou de manejo na terminação, temos que pensar no cenário de custos, porque é uma fase de alto impacto e se não formos muito precisos nas ferramentas, estaremos consumindo capital do produtor desnecessariamente”, afirmou o especialista.

Segundo Francisco, por estarmos num país tão diverso, especialmente em relação ao clima, em cada região os animais terão um impacto diferente em termos de conforto térmico. E, dependendo das condições térmicas, haverá mudanças no comportamento de consumo, portanto, os programas alimentares deverão ser adaptados para a realidade de cada criação. “Nós temos referências, por exemplo, de tabelas nutricionais, temos o NRC, que é uma ferramenta internacional de referência para a nutrição animal, mas precisamos adequar essa linguagem para cada fazenda, para cada sistema. O objetivo é interpretar o comportamento nutricional dos animais e extrair deles a melhor produtividade possível.”

Há ainda alguns elementos aditivos que são coadjuvantes na dieta dos suínos e podem ser usados no processo de melhoramento de desempenho desses animais, como a ractopamina. “Sem dúvida, é um aditivo estratégico e muito eficiente, porque reduz muito o gasto de ração, porque aumenta o peso do animal e, consequentemente, traz uma melhoria muito importante de conversão alimentar.”

Embora demonstre excelentes resultados, a ractopamina não é utilizada por alguns países importantes que são destinos de exportação da suinocultura brasileira. Nestes casos, há alternativas a este aditivo que podem ser usadas.

DDG E DDGS na dieta

Engenheiro agrônomo, Urbano Ruiz

Experiências com o uso de DDG e DDGS de milho na alimentação de suínos foi tema da palestra do engenheiro agrônomo Urbano Ruiz. Ele abordou a importância desses produtos para a suinocultura, como o DDG e o DDGS são obtidos, fez uma caracterização em termos de composição nutricional e mostrou resultados do uso desses ingredientes no campo.

Os DDG (dried distillers grains), que são os grãos secos de destilaria e os DDGS, que são os grãos solúveis, são coprodutos originados do milho processado para a produção do etanol do milho. Por serem fontes de nutrientes, têm sido cada vez mais usados na dieta animal.

“O álcool é fermentado, depois ele é destilado e se produz o etanol. Porém, todo o restante do grão, a fração proteica, lipídica, fibrosa, os minerais, não são fermentados e permanecem ali. De tal modo que se tem um produto em que as concentrações desses componentes, como fibra, proteína, lipídio, são aumentadas, gerando um potencial de uso grande na alimentação animal em geral, mas principalmente na de suínos”, explicou.

De acordo com Urbano, por possuir elevados teores de aminoácidos, em especial os aminoácidos com cadeia ramificada, os DDG/DDGS têm potencial de reduzir o consumo de ração e, ao mesmo tempo, trazer ganho de peso ao animal.

Mesmo que a cana de açúcar ainda seja, no Brasil, a principal matéria-prima para a produção do etanol, o milho tem sido cada vez mais utilizado. A estimativa é de que, por volta de 2030, 20% da produção de etanol brasileira venha do milho. Com a maior oferta no mercado, este produto deve ser mais procurado pelo produtor de suínos. O importante, segundo Urbano, é observar a forma correta de incluir os DDG/DDGS no plano nutricional dos animais, especialmente ter cuidado com os níveis máximos de inserção nas dietas, de acordo com a fase de vida dos suínos, composição destes aditivos e balanceamento adequado de aminoácidos.

“Para animais mais jovens, até 20% de inclusão não causa qualquer problema. Para animais em crescimento e terminação, pode-se chegar a 30%. Para fêmeas gestantes, até 40%, 50%. Para fêmeas lactantes, de 20 % a 30%. E ainda há uma série de pesquisas que estão sendo feitas, tentando justamente controlar problemas, de modo a se conseguir fazer uma maior inclusão desses produtos na dieta.”

Sobre o SBSA

O 15º Simpósio Brasil Sul de Suinocultura é promovido pelo Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas (Nucleovet) e segue até quinta-feira (10), no Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nes, em Chapecó (SC), no formato híbrido. Simultaneamente ocorrem a 14ª Brasil Sul Pig Fair e a Granja do Futuro, presencialmente. Durante o SBSS, 16 palestras contribuirão para atualizar os profissionais que atuam na cadeia suinícola. A programação é organizada em seis painéis que abordam o uso prudente de antimicrobianos e bem-estar animal; nutrição; pessoas; reprodução e manejo de leitões; mercado e governança social e ambiental; sanidade e biosseguridade.

Fonte: Assessoria

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Brasil e Reino Unido avançam em diálogo sobre agro de baixo carbono na COP30

Fávaro apresenta o Caminho Verde Brasil e discute novas parcerias para financiar recuperação ambiental e ampliar práticas sustentáveis no campo.

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Foto; Beatriz Batalha/Mapa

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, se reuniu nesta quarta-feira (19) com a ministra da Natureza do Reino Unido, Mary Creagh, durante a COP30, em Belém. O encontro teve como foco a apresentação das práticas sustentáveis adotadas pelo setor agropecuário brasileiro, reconhecidas internacionalmente por aliarem produtividade e conservação ambiental.

Fávaro destacou as iniciativas do Caminho Verde Brasil, programa que visa impulsionar a recuperação ambiental e o aumento da produtividade por meio da restauração de áreas degradadas e da promoção de tecnologias sustentáveis no campo.

Segundo o ministro, a estratégia tem ampliado a competitividade do agro brasileiro, com acesso a mercados mais exigentes, ao mesmo tempo em que contribui para metas climáticas.

A agenda também incluiu discussões sobre mecanismos de financiamento voltados a ampliar projetos de sustentabilidade no setor. As autoridades avaliaram oportunidades de cooperação entre Brasil e Reino Unido para apoiar ações de recuperação ambiental, inovação e produção de baixo carbono na agricultura.

Fonte: Assessoria Mapa
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Oferta robusta pressiona preços do trigo no mercado brasileiro

Levantamento do Cepea aponta desvalorização influenciada pela ampla oferta interna, expectativas de safra recorde no mundo e competitividade do produto importado.

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Foto: Jaelson Lucas

Levantamento do Cepea mostra que os preços do trigo seguem enfraquecidos. A pressão sobre os valores vem sobretudo da oferta nacional, mas também das boas expectativas quanto à produtividade desta temporada.

Além disso, pesquisadores do Cepea indicam que o dólar em desvalorização aumenta a competitividade do trigo importado, o que leva o comprador a tentar negociar o trigo nacional a valores ainda menores.

Foto: Shutterstock

Em termos globais, a produção mundial de trigo deve crescer 3,5% e atingir volume recorde de 828,89 milhões de toneladas na safra 2025/26, segundo apontam dados divulgados pelo USDA neste mês.

Na Argentina, a Bolsa de Cereales reajustou sua projeção de produção para 24 milhões de toneladas, também um recorde.

Pesquisadores do Cepea ressaltam que esse cenário evidencia a ampla oferta externa e a possibilidade de o Brasil importar maiores volumes da Argentina, fatores que devem pesar sobre os preços mundiais e, consequentemente, nacionais.

Fonte: Assessoria Cepea
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Instabilidade climática atrasa plantio da safra de verão 2025/26

Semeadura avança lentamente no Centro-Oeste e Sudeste devido à má distribuição das chuvas e períodos secos, segundo dados do Itaú BBA Agro.

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Foto: Sistema Faep

O avanço do plantio da safra de verão 2025/26 tem sido afetado por condições climáticas instáveis em diversas regiões do país. De acordo com dados do Itaú BBA Agro, os estados do Centro-Oeste e Sudeste registraram os maiores atrasos, reflexo da combinação entre pancadas de chuva isoladas, má distribuição das precipitações e períodos prolongados de estiagem. O cenário manteve os níveis de umidade do solo abaixo do ideal, dificultando o ritmo da semeadura até o início de novembro.

Enquanto isso, outras regiões apresentaram desempenho distinto. As chuvas mais intensas ficaram concentradas entre Norte e Sul do Brasil, com destaque para o centro-oeste do Paraná, oeste de Santa Catarina e norte do Rio Grande do Sul, onde os volumes superaram 150 mm somente em outubro. Nessas áreas, o armazenamento hídrico mais elevado favoreceu o avanço do plantio, embora episódios de granizo e temporais tenham provocado prejuízos em algumas lavouras. A colheita do trigo também sofreu atrasos e, em determinados pontos, perdas de qualidade.

Foto: José Fernando Ogura

No Centro-Oeste, a distribuição das chuvas variou significativamente ao longo de outubro. Regiões como o noroeste e o centro de Mato Grosso, além do sul de Mato Grosso do Sul, receberam volumes acima de 120 mm, enquanto outras áreas não ultrapassaram os 90 mm. Somente no início de novembro o padrão começou a mostrar maior regularidade.

No Sudeste, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo registraram precipitações que ajudaram a recompor a umidade do solo. Minas Gerais, por outro lado, enfrentou acumulados abaixo da média — especialmente no Cerrado Mineiro, onde outubro terminou com menos de 40 mm de chuva. Com a retomada das precipitações em novembro, ocorreu uma nova florada do café, embora os efeitos da estiagem prolongada continuem gerando preocupação entre produtores.

O comportamento irregular das chuvas segue como fator determinante para o ritmo da safra e mantém o setor em alerta para os próximos meses.

Fonte: O Presente Rural com informações Itaú BBA Agro
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