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Estratégia nutricional reduz custos da ração e mantém desempenho animal

Estudos com uso do ácido guanidinoacético (GAA) na formulação de dietas para aves demonstraram redução dos custos da ração, mantendo o desempenho dos animais no campo, melhoraram o rendimento de carcaça e reduziram a incidência de miopatias nos abatedouros.

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Fotos: Divulgação/Evonik

Artigo escrito Por Patricia Tomazini Medeiros, médica-veterinária e gerente de Serviço Técnico na Evonik.

A combinação de preços já elevados dos grãos com a expectativa de novas altas tem tirado o sono do avicultor e levado a busca por estratégias nutricionais para reduzir o impacto destes aumentos nos custos de produção. Para se ter uma ideia, a nutrição já atinge cerca de 80% dos custos do frango. Então, o desafio é fornecer uma dieta equilibrada, com o menor custo, produzindo ovos e carne que atendam aos requerimentos do consumidor moderno, maximizando o lucro e atendendo às exigências ambientais e de bem-estar animal, defende a médica veterinária e gerente de Serviço Técnico da Evonik, Patrícia Tomazini Medeiros.

Ela destaca que a energia é responsável por aproximadamente 50% do custo da ração, o que significa que corresponde a um terço de todo o custo da produção de aves. Estudos conduzidos pela companhia apostam em medidas para reduzir os custos relacionados à energia da dieta, sem prejudicar o desempenho das aves, e assim aumentar consideravelmente a receita dos produtores. “A energia já é o nutriente mais caro na formulação de dietas de aves e isso é improvável de mudar dada a forte concorrência por fontes de energia disponíveis para alimentação humana”. E, neste cenário, diante de tantas alternativas disponíveis no mercado, quais delas têm se mostrado mais eficientes?

Uma estratégia nutricional com uso de ácido guanidinoacético (GAA) na formulação mostrou benefícios não apenas no campo, como também no abatedouro. Esta dieta contribuiu com uma importante redução dos custos da ração, manteve o desempenho das aves no campo, melhorou o rendimento de carcaça e reduziu a incidência de miopatias no frigorífico, anunciou Tomazini. “O GAA será transformado em creatina no metabolismo celular e terá um papel fundamental no transporte e doação do fósforo para a ADP, transformando-a em ATP. O GAA é estratégico porque atua no metabolismo energético dentro da célula, diferente do que ocorre com outras tecnologias, como as enzimas, por exemplo, que precisam de substrato para agir”, afirma a especialista.

De acordo com este levantamento, a redução no custo da ração pode ser entre R$ 30 e R$ 35 por tonelada de ração. No abatedouro, essa estratégia foi importante também para reduzir os escores graves de miopatias peitorais, reduzindo assim as condenações de carcaças. “Isso dá milhões de economia no acumulado do ano”, ressalta Tomazini explicando que o GAA é uma suplementação de creatina que permite também um outro uso desta tecnologia. “O uso on top é indicado para melhorar o desempenho. Então, o produtor pode escolher qual estratégia adotar: redução do custo ou aumento de performance”.

 

Para melhorar performance, a especialista menciona estudos que mostram melhoria de até cinco pontos na conversão alimentar em uma combinação de nutrição, manejo e ambiência adequados. “A Creatina é uma molécula essencial para o metabolismo de energia celular dos animais. Se a suplementação de creatina for limitada, a utilização da energia também será limitada. Com isso, a incorporação de aminoácidos (AA) na proteína muscular (para crescimento) e a eficiência da utilização de AA e energia é reduzida. E, se isso pode ser corrigido, espera-se um aumento do crescimento (muscular), redução da conversão alimentar e redução do custo de ração”, afirma.

GAA: O precursor da creatina
A executiva explica que a creatina desempenha um papel fundamental no equilíbrio energético das células musculares. “Ela (a creatina) é sintetizada a partir do ácido guanidinoacético no fígado, que por sua vez é sintetizado a partir da arginina e da glicina no rim. Como a creatina não é estável nas condições atuais de fabricação de rações, foi desenvolvido o precursor da creatina, o ácido guanidinoacético”, pontuou Tomazini.

Segundo ela, animais de crescimento rápido não tem toda a sua exigência de creatina satisfeita pela síntese de novo. “Estima-se que cerca de dois terços da necessidade diária de creatina seja suprida pela síntese endógena, enquanto o restante deve ser fornecido através da alimentação. A suplementação de GAA na ração compensa de forma prática a lacuna na exigência de creatina”.

Na estratégia defendida, o ácido guanidinoacético é formado enzimaticamente a partir dos aminoácidos glicina e arginina no rim ou absorvido a partir do intestino. Aí, é transportado pela corrente sanguínea para o fígado, onde é transformado em creatina através de outra reação enzimática. “A creatina é então transportada pela corrente sanguínea para as células-alvo. A maior proporção (> 95 %) do pool de creatina (fosfocreatina/creatina) é encontrada no musculo esquelético e o restante no coração e no cérebro”, afirmou.

Além disso, ela menciona um estudo, de 2018, realizado na Universidade da Carolina do Norte (EUA), que demonstrou que aves alimentadas com GAA apresentaram, além de melhoria em rendimento de peito, menor incidência e gravidade de peito amadeirado. “Então, o GAA é um aditivo nutricional estratégico que proporciona excelente retorno sobre o investimento em função da energia e arginina da sua matriz nutricional, além dos benefícios obtidos no abatedouro”.

Frangos de corte e Matrizes Pesadas
Melhora de cerca de 2,22% na eclodibilidade e 1,35% na fertilidade das aves são alguns dos benefícios do GAA em dietas de matrizes, especialmente falando após às 40 semanas de idade do lote, quando ocorre uma queda natural destes indicadores. Neste caso, Patrícia menciona uma inclusão de um quilo por tonelada de ração para dietas de matrizes pesadas. Em ração de frangos de corte, a indicação é de 600 gramas por tonelada.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor avícola acesse gratuitamente a edição digital Avicultura – Corte & Postura.

Fonte: OP Rural com Evonik

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Em meio ao Siavs 2024, Facta promove simpósio sobre quadro atual e avanços científicos da Influenza aviária

Especialistas do Brasil e da Europa debatem migração, gestão de crise e experiências de quem já enfrentou o problema.

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Coordenador do simpósio e presidente da Facta, Ariel Mendes: "Como único país entre os grandes produtores a permanecer livre de registros no plantel comercial, o Brasil precisa avaliar constantemente seus erros e acertos para fortalecer ainda mais não apenas a sua biosseguridade, como também a sua agilidade em uma eventual reação" - Foto: Divulgação/Facta

A Fundação de Apoio às Ciências e Tecnologias Avícolas (Facta) promoverá um amplo debate sobre a conjuntura internacional e as pesquisas relativas à Influenza aviária, em simpósio que acontecerá durante o Salão Internacional de Proteína Animal (Siavs), programado entre os dias 06 e 08 de agosto, no Distrito Anhembi, em São Paulo (SP).

Evento tradicional da programação dos Siavs, o Simpósio Facta será dividido em dois blocos nesta edição. Na primeira etapa, abordará o papel das aves migratórias e mamíferos marinhos na ecopidemiologia da enfermidade, principais rotas na América do Sul, além das origens e contenções de casos na região. Especialistas como Jansen de Araújo, da Universidade de São Paulo, Priscilla Prudente do Amaral  da ICMBio e Mário Sérgio Assayag  da Aviagen participarão do painel, que será mediado pela auditora fiscal federal agropecuária, Taís Oltramari Barnasque.

Na segunda etapa, a chefe da Divisão de Gestão de Planos de Vigilância do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa/DF), Daniela de Queiroz Baptista, e o pesquisador Sjaak de Wit, da Universidade de Utrech da Holanda, vão apresentar experiências diferentes no enfrentamento da enfermidade, indo das lições aprendidas pelo Brasil sobre as ocorrências em aves silvestres e de fundo de quintal, chegando ao debate atual em torno do desenvolvimento de vacinas para a enfermidade. A jornalista Juliana Azevedo mediará o debate.

“Estamos em um contexto em que a Influenza aviária deixou de ser um tema estritamente de prevenção, e se tornou rotina na produção avícola global. Como único país entre os grandes produtores a permanecer livre de registros no plantel comercial, o Brasil precisa avaliar constantemente seus erros e acertos para fortalecer ainda mais não apenas a sua biosseguridade, como também a sua agilidade em uma eventual reação”, avalia o coordenador do simpósio e presidente da Facta, Ariel Mendes.

As inscrições para a programação de palestras do Siavs já estão abertas. Preços promocionais e mais informações podem ser encontradas clicando aqui.

Fonte: Assessoria Siavs
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Avicultura

Vendas externas de carne de frango voltam a crescer em março

No balanço do primeiro trimestre de 2024, as vendas externas totalizam 1,2 milhão de toneladas, 7,2% menos que no mesmo período do ano passado.

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As exportações brasileiras de carne de frango voltaram a crescer em março, depois de dois meses em queda.

Segundo dados da Secex analisados pelo Cepea, foram embarcadas 418,1 mil toneladas (entre produtos in natura e industrializados), volume 5,2% maior que o de fevereiro/24, mas 18,7% inferior ao de março/23.

No balanço do primeiro trimestre de 2024, as vendas externas totalizam 1,2 milhão de toneladas, 7,2% menos que no mesmo período do ano passado.

À China – ainda maior parceira comercial do Brasil –, os envios caíram 7,4% entre fevereiro e março, passando para 38 mil toneladas.

Apesar disso, pesquisadores do Cepea apontam que o setor avícola nacional está confiante, tendo em vista que oito novas plantas frigoríficas foram habilitadas para exportar à China.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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Avicultura Saúde intestinal e saúde óssea

Impacto sobre a rentabilidade e qualidade das carcaças de frangos de corte

Dentre as afecções que podem comprometer a saúde intestinal dos bezerros está a Colibacilose, que tem como agente etiológico a bactéria Escherichia coli.

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A saúde intestinal e a saúde óssea estão em conexão por mecanismos que envolvem, principalmente, a microbioma intestinal e a comunicação com as células ósseas. O equilíbrio e estabilidade da microbiota intestinal influencia diretamente a homeostase óssea. “Um dos mecanismos que vem sendo estudado é o papel da microbiota sobre a regulação da homeostase do sistema imune intestinal. Alterações na composição da microbiota intestinal podem ativar o sistema imunológico da mucosa, resultando em inflamação crônica e lesões na mucosa intestinal”, explica a doutora Jovanir Inês Müller Fernandes, durante a Conexão Novus, evento realizado em 07 de março, em Cascavel, no Paraná.

Conforme salienta a palestrante, a ativação do sistema imunológico pode levar a produção de citocinas pró-inflamatórias e alteração na população de células imunes que são importantes para manter a homeostase orgânica e controlar os processos inflamatórios decorrentes, mas simultaneamente pode reduzir os processos anabólicos como a formação óssea. “Isso porque os precursores osteoclásticos derivam da linhagem monócito/macrófago, células de origem imunitária” frisa.

Consequentemente, o sistema imunológico medeia efeitos poderosos na renovação óssea. “As células T ativadas e as células B secretam fatores pró-osteoclastogênicos, incluindo o ativador do receptor de fator nuclear kappa B (NF-kB), o ligante do receptor ativador do fator nuclear kappa B (RANKL), interleucina (IL) -17A e fator de necrose tumoral (TNF-α), promovendo perda óssea em estados inflamatórios”, detalha a professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Problemas

Além disso, doutora Jovanir também ressalta que o intenso crescimento em reduzido tempo das atuais linhagens de frangos de corte resulta em sobrecarga sobre um sistema ósseo em mineralização. Ela frisa ainda que o centro de gravidade dos frangos tem sido deslocado para frente, em comparação com seus ancestrais, o que afeta a maneira como o frango se locomove e resulta em pressão adicional em seus quadris e pernas, afetando principalmente três pontos de choque: a quarta vértebra toráxica e as epífises proximais da tíbia e do fêmur. “Nesses locais são produzidas lesões mecânicas e microfraturas, e tensões nas cartilagens imaturas, especialmente na parte proximal dos ossos. As lesões mecânicas danificam e rompem os vasos sanguíneos que chegam até a placa de crescimento e, como consequência, as bactérias que circulam no sangue conseguem chegar às microfaturas e colonizá-las, iniciando as inflamações sépticas”, relata.

O aumento do consumo de água e a produção de excretas que são depositadas na cama, associado a uma menor digestibilidade da dieta, segundo a médica veterinária, resultam em aumento da umidade e produção de amônia. “Camas úmidas aumentam a riqueza e diversidade da microbiota patogênica, que pode alterar o microbioma da ave e desencadear a disbiose intestinal, pode favorecer a translocação bacteriana pelas lesões de podermatite e afetar a mucosa respiratória pelo aumento da produção de amônia que, consequentemente, resulta em desafios à mucosa respiratória e aumento da sinalização imunológica por citocinas e moléculas inflamatórias” enfatiza a profissional.

lém desses fatores, doutora Jovanir explica que a identificação de cepas bacterianas e virais mais patogênicas e virulentas, que eram consideradas comensais, podem estar envolvidas na ocorrência e agravamento dos problemas locomotores e artrites, a exemplo dos isolamentos já feitos no Brasil de cepas patogênicas de Enterococcus faecalis. “O surgimento dessas cepas pode estar relacionado com a pressão de seleção de microrganismos resistentes pelo uso sem critérios de antibióticos terapêuticos e o manejo inadequado nos aviários”, elucida.

Segundo a médica-veterinária, devido a dor e a dificuldade locomotora, as aves passam a ficar mais tempo sentadas, o que compromete ainda mais a circulação sanguínea nas áreas de crescimento ósseo, contribuindo com a isquemia e necrose. “Isso também contribui para a ocorrência de pododermatite, dermatites e celulites. Importante ainda destacar que esses distúrbios podem resultar em alterações da angulação dos ossos longos e contribuir para o rompimento de ligamentos e tendões, bem como a ocorrência de artrites assépticas. Nesse sentido, é fundamental a manutenção de um microbioma ideal para modular o remodelamento ósseo das aves” adverte.

Importância do microbioma intestinal nos ossos

“Pesquisadores mostram que a comunicação entre microbioma e homeostase óssea garante a ação dos osteoblastos maior que a ação dos osteoclastos, com isso, garantindo boa remodelação óssea. Ou seja, forma mais osso sólido do que se rarefaz’, complementa Jovanir Fernandes.

Além disso, ela informa que a composição da microbiota do intestino impacta na absorção dos nutrientes, promovendo aumento de assimilação de cálcio, magnésio e fósforo – vitais na saúde óssea. “Durante o processo de fermentação, os micróbios intestinais produzem numerosos compostos bioativos, que são importantes para a saúde óssea, como vitaminas do complexo B e vitamina K. As bactérias intestinais produzem também ácidos graxos de cadeia curta (ácido butírico), importantes na regulação dos osteocitos e massa óssea”, ressalta.

Os estudos, de acordo com a palestrante, indicam que esses ácidos graxos inibem a reabsorção óssea através da regulação da diferenciação dos osteoclastos e estimulam a mineralização óssea. “Age também ativando células Treg (potencializadoras de células tronco nos ossos). Hormônios produzidos no intestino pela presença de bactérias boas desempenham um papel importante na homeostase e metabolismo ósseo”, aponta.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor avícola acesse a versão digital de Avicultura de Corte e Postura clicando aqui. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural
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SIAVS 2024 E

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