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Estiagem já provoca quebras de 15 a 25% nas lavouras do Paraná

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O ciclo que tinha tudo para ser uma supersafra no Paraná já apresenta quebras de15% a até 25%. Que o diga o agricultor André Grander, de Linha Dona Oliva, em Santa Helena Velha – Santa Helena. Ele plantou uma área de 9,1 alqueires a partir do dia 07 de outubro, usando variedade precoce. A colheita foi em meados de janeiro, por volta do dia 15. Ele conta que registrou áreas de apenas 42 sacas por alqueire, chegando no máximo a 58 sacas por alqueire. “Foi desastroso”, lamenta ele, que não tem seguro agrícola. Em uma outra área, em Esquina Céu Azul, também em Santa Helena, Grander chegou a colher 95 sacas por alqueire, resultado que, segundo ele, cobre os custos de produção. E para piorar, o produtor santa-helenense está de cabeça quente, pelo sol que insiste em não dar lugar às chuvas, prejudicando o desenvolvimento do milho safrinha que plantou. “Agricultura é assim, ficamos à mercê do tempo”, resigna-se o produtor.
Conforme o engenheiro agrônomo da Cooperativa Agroindustrial Lar, Neri Anacleto Noro, muitos agricultores da região tiveram perdas consideráveis como a de André Grander. Segundo ele, teve mais perdas principalmente quem plantou mais cedo, em final de setembro e nos primeiros dias de outubro. O agrônomo explica que as lavouras implantadas nesse período enfrentaram estiagem em dezembro, no período de enchimento de grãos. “Os grãos ficaram menores e, assim, com menor peso. Também houve queda de vagem”, expõe.
Também não escapou da estiagem quem plantou mais tarde, principalmente depois de 15 de outubro, que por sua vez enfrentou a seca de janeiro e início de fevereiro, prejudicando a fase final de enchimento de grãos. Por outro lado, relata Noro, se saiu melhor o agricultor que plantou entre esses dois períodos, no início de outubro e colheu logo no final de janeiro e começo de fevereiro. “Mas muito agricultor acabou perdendo muito por diferença de poucos dias para o plantio”, lamenta ele.
Lamentação
O lamento do agrônomo de Santa Helena está em todo o Paraná. Segundo levantamento apresentado ontem (25) pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do estado (Seab), através do Departamento de Estatística Rural (Deral), as perdas nas lavouras de soja, milho e feijão do Paraná ultrapassam R$ 2,2 bilhões. O déficit é de cerca de 2 milhões de toneladas só na cultura da soja, enquanto o milho apresenta prejuízo de em torno de 100 mil toneladas. Conforme o secretário da pasta, Norberto Ortigara, numa estimativa conservadora, a quebra no Paraná é atualmente de 12%, mas deve chegar a 15%, refletindo em menos 2,5 milhões de toneladas de grãos (soja e milho) para este ciclo.
Ortigara mencionou que a estiagem e o calor é o principal fator de perda, quadro que não foi alterado nem mesmo com as chuvas das últimas semanas.  Ele mencionou quem em algumas lavouras as temperaturas chegaram a 70º C. A região Norte é uma das mais afetadas pela seca, sendo que em alguns municípios, o prejuízo chega a ser de 50% da produtividade. 
Pedidos
Em tom de lamentação, o Deral apresentou o balanço ao mesmo tempo que entidades paranaenses se reuniram com o secretário nacional de Política Agrícola, Neri Ghellere, para apresentação de propostas do Estado para o Plano Safra 2014/2015. Segundo maior produtor nacional de grãos, o Paraná pretendia colher 16,48 milhões de toneladas de soja e 5,6 milhões de toneladas de milho neste ciclo. Resultados já comprometidos.
Entre os pedidos do Paraná para o Plano Safra estavam mudanças no seguro para os agricultores, redução de juros para financiamento, aperfeiçoamento nas operações de crédito. Segundo Ghellere, a situação do Paraná preocupa o governo federal, por se tratar de um dos maiores produtores do país. “O Paraná colher menos significa que vai faltar grãos internamente. Além disso, também está prevista quebra no Mato Grosso, que é o maior produtor nacional (de grãos”, expõe.
Contraste
Na região da Cocamar, que se estende por dezenas de municípios do noroeste e norte do Paraná, a perda, no geral, passou de 25%, segundo o departamento técnico da cooperativa. Em alguns lugares, a situação foi bem mais grave. Em alguns municípios, como Bela Vista do Paraíso, Alvorada do Sul e Primeiro de Maio, no norte do Estado, a quebra de produtividade deve ultrapassar 50%, como resultado de 40 dias sem chuvas.
No entanto, a Cocamar tinha, até a semana passada, projeções mais otimistas de produtividade. De acordo com o coordenador técnico de culturas anuais da cooperativa, agrônomo Emerson Nunes, a média de produtividade, calculada em 110 sacas por alqueire no início do ciclo, já caiu para 88 sacas. Mesmo assim, bem maior do que em alguns pontos da região Oeste, como é o caso da propriedade do santa-helenense André Grander.

Fonte: O Presente Rural

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Novo ciclo do projeto Mais Leite Saudável busca impulsionar produção de leite no Noroeste de Minas Gerais

Assistência técnica, pesquisa aplicada e melhorias genéticas a 150 propriedades familiares, com foco em produtividade, sustentabilidade e fortalecimento da cadeia leiteira no Noroeste mineiro até 2028.

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Foto: Carlos Eduardo Santos

O fortalecimento e a ampliação da produção de leite de produtores de Paracatu (MG), de forma sustentável, eficiente e de qualidade, ganharam impulso com o início do novo ciclo do projeto Mais Leite Saudável, desenvolvido em parceria entre a Embrapa Cerrados e a Cooperativa Agropecuária do Vale do Paracatu (Coopervap).

O projeto é desenvolvido no âmbito do Programa Mais Leite Saudável (PMLS) do MAPA desde 2020. O Programa Mais Leite Saudável é um incentivo fiscal que permite a laticínios e cooperativas obter até 50% de desconto (crédito presumido) no valor de PIS/Pasep e COFINS relativo à comercialização do leite cru utilizado como insumo, desde que desenvolvam projetos que fortaleçam e qualifiquem a cadeia produtiva por meio de ações diretas junto aos produtores.

O treinamento dos técnicos recém-selecionados foi realizado no fim de outubro, e as primeiras visitas às propriedades ocorreram no início de novembro. Essa é a terceira fase do projeto, que conta com o acompanhamento do pesquisador José Humberto Xavier e do analista de Transferência de Tecnologia da Embrapa Cerrados, Carlos Eduardo Santos.

O projeto articula as dimensões de assistência técnica e pesquisa e atuará nessa etapa com uma rede de 150 propriedades rurais familiares, que receberão acompanhamento de três veterinários e dois agrônomos, seguindo o modelo implantado em 2020. A equipe da Embrapa atua na capacitação técnica e metodológica dos técnicos e na condução de testes de validação participativa de tecnologias promissoras junto aos agricultores da rede.

A nova etapa, prevista para ser concluída em 2028, busca desenvolver alternativas para novos sistemas de cultivo com foco na agricultura de conservação, oferecer apoio técnico ao melhoramento genético dos animais de reposição com o uso de inseminação artificial e ampliar o alcance dos resultados já obtidos, beneficiando mais agricultores familiares e contribuindo para o desenvolvimento regional.

Segundo o pesquisador da Embrapa Cerrados, José Humberto Xavier, os sistemas de cultivo desenvolvidos até agora melhoraram o desempenho das lavouras destinadas à alimentação do rebanho, mas ainda são necessários ajustes para reduzir a perda de qualidade do solo causada pelo preparo convencional e pela elevada extração de nutrientes advinda da colheita da silagem, além de evitar problemas de compactação quando o solo está úmido. Ele destaca também os desafios de aumentar a produtividade e reduzir a penosidade do trabalho com mecanização adequada.

O analista Carlos Eduardo Santos ressaltou a importância de melhorar o padrão genético do rebanho. “A reposição das matrizes é, tradicionalmente, feita pela compra de animais de outros rebanhos. Isso gera riscos produtivos e sanitários, além de custos elevados. Por isso, a Coopervap pretende implementar um programa próprio de reposição, formulado com base nas experiências dos técnicos e produtores ao longo da parceria”, afirmou.

Fonte: Assessoria Embrapa Cerrados
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Curso gratuito da Embrapa ensina manejo correto de resíduos na pecuária leiteira

Capacitação on-line orienta produtores a adequar propriedades à legislação ambiental e transformar dejetos em insumo seguro e sustentável.

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Foto: Julio Palhares

Como fazer corretamente o manejo dos dejetos da propriedade leiteira e adequá-la à legislação e à segurança dos humanos, animais e meio ambiente? Agora, técnicos e produtores têm à disposição um curso on-line, disponível pela plataforma de capacitações a distância da Embrapa, o E-Campo, para aprender como realizar essa gestão. A capacitação “Manejo de resíduos na propriedade leiteira” é gratuita e deve ocupar uma carga horária de aproximadamente 24 horas do participante.

O treinamento fecha o ciclo de uma série de outros cursos relacionados ao manejo ambiental da atividade leiteira: conceitos básicos em manejo ambiental da propriedade leiteira e manejo hídrico da propriedade leiteira, também disponíveis na plataforma E-Campo.

De acordo com o pesquisador responsável, Julio Palhares, identificou-se uma carência de conhecimento sobre como manejar os resíduos da atividade leiteira para adequar a propriedade frente às determinações das agências ambientais. “O correto manejo é importante para dar qualidade de vida aos que vivem na propriedade e no seu entorno, bem como para garantir a qualidade ambiental da atividade e o uso dos resíduos como fertilizante”, explica Palhares.

A promoção do curso ainda contribui para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU), como as metas 2 e 12. A 2 refere-se à promoção da agricultura sustentável de produção de alimentos e prevê práticas agropecuárias resilientes, manutenção dos ecossistemas, fortalecimento da capacidade de adaptação às mudanças climáticas, etc. O ODS 12 diz respeito ao consumo e produção responsáveis, principalmente no que diz respeito à gestão sustentável.

O treinamento tem oferta contínua, ou seja, o inscrito terá acesso por tempo indeterminado.

Fonte: Assessoria Embrapa Pecuária Sudeste
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Produção de leite no Brasil se mantém estável e polos regionais se destacam

Produção nacional alcançou 35,74 bilhões de litros em 2024, com liderança do Sudeste, crescimento expressivo do Nordeste e destaque do Oeste Catarinense e municípios do Paraná entre os maiores produtores.

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Foto: Divulgação/Arquivo OP Rural

A produção de leite no Brasil manteve estabilidade em 2024 e evidenciou a força regional da atividade, conforme dados atualizados do IBGE. O levantamento mostra que o país produziu 35,74 bilhões de litros no ano passado, ligeiro avanço frente aos 35,25 bilhões registrados em 2023.

O destaque ficou com a Região Sudeste, que liderou a oferta nacional com 12,03 bilhões de litros, o equivalente a 34% de toda a produção do país. Em seguida aparecem as Regiões Sul, com 11,95 bilhões de litros (33%), e Nordeste, responsável por 6,43 bilhões (18%). O desempenho nordestino chamou atenção: a região registrou o maior crescimento entre as cinco grandes regiões, com alta de 5% na comparação anual. O Sudeste cresceu 3% e o Sul, 1%.

Na direção oposta, Centro-Oeste e Norte tiveram retrações de 3% e 5%, respectivamente, somando 3,66 bilhões e 1,67 bilhão de litros em 2024.

Oeste Catarinense segue entre os maiores polos leiteiros do país

Foto: Arnaldo Alves/AEN

A análise por mesorregiões reforça a importância do Sul na atividade. O Oeste Catarinense ocupou a segunda posição entre as dez maiores regiões produtoras, com 2,54 bilhões de litros. O volume fica atrás apenas do Noroeste Rio-Grandense, no Rio Grande do Sul, que liderou com 2,73 bilhões de litros.

Juntas, as duas mesorregiões responderam por 15% de toda a produção nacional. Outras regiões de destaque foram o Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba (2,41 bilhões) e o Sul/Sudoeste de Minas (1,67 bilhão).

Municípios do Paraná e de Minas Gerais dominam o ranking nacional

Entre os dez maiores municípios produtores do Brasil, aparecem cidades dos estados do Paraná, Minas Gerais, Pernambuco, Goiás e Sergipe. Essas localidades somaram 1,94 bilhão de litros em 2024, representando 5% da produção nacional.

Castro (PR) manteve a liderança com 480 milhões de litros, seguido de Carambeí (PR), que produziu 290 milhões. Minas Gerais também marcou forte presença no ranking, com Patos de Minas (230 milhões), Patrocínio (160 milhões), Coromandel (140 milhões) e Lagoa Formosa (140 milhões).

A lista inclui ainda Itaíba (PE), Arapoti (PR), Orizona (GO) e Poço Redondo (SE), todos com produção entre 120 e 130 milhões de litros.

Os números reforçam a pulverização da atividade leiteira no país e a importância de polos regionais consolidados, que seguem impulsionando a produção mesmo em um cenário de crescimento moderado.

Fonte: O Presente Rural com informações Epagri/Cepa
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