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Especialistas sugerem revisão das práticas da indústria avícola contra salmonelose e colibacilose

O médico-veterinário Jorge Augusto do Amaral Werlich destacou que a Salmonella é uma bactéria conhecida por ser uma das principais causas de doenças transmitidas por alimentos em humanos e fez uma pergunta bastante pertinente.

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Desde 2004, o Brasil ocupa o 1º lugar no ranking de maior exportador de carne de frango mundial. De acordo com os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no ano de 2022 foram abatidas 2,04 bilhões de cabeças de frango. Essa grande produção mostra a eficiência do País em controlar as enfermidades avícolas, bem como vencer os desafios e medidas de controle, para assegurar que a produção brasileira continue atuando de forma bastante eficiente e pujante. Durante a 40ª edição da Conferência Facta WPSA-Brasil 2023, promovida de forma online, em meados de maio, a temática de enfermidades reemergentes foi explanada pelos profissionais Nelva Grando, Jorge Werlich, Terezinha Knöbl e Daniela Baptista, que discorreram sobre os assuntos de biosseguridade, Salmonella, E. coli patogênica para aves (Apec) e sobre o Plano Nacional de Sanidade Avícola e chamaram a atenção sobre a necessidade de controlar efetivamente as doenças bacterianas salmonellose e colibacilose, que podem ser responsáveis por grandes prejuízos financeiros na produção avícola.

O médico-veterinário Jorge Augusto do Amaral Werlich destacou que a Salmonella é uma bactéria conhecida por ser uma das principais causas de doenças transmitidas por alimentos em humanos e fez uma pergunta bastante pertinente. Qual a base de informações para a tomada de decisões sobre o assunto salmonela? O profissional afirmou que o controle desta doença não tem atingido os resultados desejados.

“Muitos perguntam se a salmonella é um tema emergente, reemergente ou constante. A minha resposta é simples, é um tema constante que há muito tempo vem sendo trabalhado nas empresas, mas que em muitos casos, os resultados estão ficando aquém do desejado. Desta forma, o objetivo da minha fala é trazer pontos de atenção sobre o que fazer e o que nos embasa para a tomada de decisão a campo. Tem empresas que possuem pessoas específicas que estudam e buscam medidas constantes para acabar com este problema”, pontua.

O profissional explicou que a temática da Salmonella precisa ser entendida por meio dos fatores que são condicionantes e determinantes para causar a doença. De acordo com ele, em muitas empresas quando é falado neste assunto as pessoas tratam o mesmo como se fosse um grande monstro. “Isso não ajuda. Na verdade, atrapalha. A salmonella é uma bactéria que está presente em muitas etapas do processo avícola, sendo que é muito importante ter o conhecimento da prevalência dela para que ações e medidas sejam tomadas e que efetivamente tragam um efeito positivo ao plantel”, observa.

Para que a detecção seja eficiente, o médico-veterinário enalteceu a necessidade de um estudo epidemiológico amplo e que permita que a empresa identifique os sorovares de maior prevalência, para descobrir de onde ele veio e para onde foi. “Verificamos que existe a necessidade de aprofundar o estudo dos sorovares para permitir a melhor tomada de decisões, para obter o efetivo retorno das medidas adotadas de solução dos problemas”, orienta.

Jorge chamou a atenção à importância da formação técnica das equipes que trabalham para resolver este problema. “As pessoas que trabalham come esta problemática precisam estar capacitadas, necessitam conhecer os diferentes métodos de diagnósticos e buscar qual é o mais eficiente para a empresa. Não basta basear-se apenas nos dados de controle oficiais ou programas de autocontrole, é necessário tipificar as salmonellas encontradas na empresa, identificando as características delas”, adverte.

Não é custo, é investimento

Médico-veterinário Jorge Augusto do Amaral Werlich – Fotos: Divulgação/Facta

O médico-veterinário também enalteceu que o controle e erradicação da salmonella precisa ser encarado não como uma grande despesa, mas como um investimento financeiro, que vai possibilitar alcançar os resultados desejados. “As equipes precisam estar alinhadas com o mesmo objetivo. Se tudo não for feito com excelência e com conhecimento não chegaremos ao resultado desejado, que é a redução da incidência de salmonella”, observa.

O profissional também chamou a atenção para a importância de estudos mais aprofundados para entender esta problemática e conseguir encontrar ações que sejam efetivas. Ele apresentou a tese que o incremento de métodos analíticos no processo de controle da salmonela tem demonstrado uma maior preocupação por alguns aspectos, tais como: a prevalência de sorovares altamente resistentes, a presença de genes de resistência contra classes de desinfetantes (inclusive formol), bem como a capacidade de resistência no ambiente (formação de biofilme, atividade de água).

“Isso acende um alerta muito grande para que tipo de análise eu estou fazendo e que tipo de ação eu tenho tomado. A multirresistência aos antimicrobianos está muito consolidada. Um estudo de 2014 apresentou 51% de cepas resistentes a mais de um ATB. Um estudo bastante similar, realizado em 2022 apresentou 97% de cepas resistentes a mais de um ATB. Isso nos traz uma grande preocupação, cabe às agroindústrias, aos produtores de proteína de frango aprofundar mais a análise”, enaltece.

Jorge apontou para a necessidade de estudos mais aprofundados para que se chegue ao melhor nível de compreensão da problemática e a consequente solução eficaz para este problema, que traz prejuízos significativos aos planteis. “O aprofundamento dos estudos nos possibilita reconhecer o sorovar mais prevalente, saber se há ocorrência deste sorovar nos diferentes pontos da cadeia ou se a repetição num mesmo local é oriunda de um ou diferentes clones, além de estabelecer um escaneamento completo deste sorovar, a fim de ajustar as ações, conforme seu perfil de resistência. Ou seja, nosso desafio é saber se estamos mesmo investigando a fundo o assunto salmonella ou se estamos criando longos, trabalhosos e frustrantes planos de ação”, recomenda.

Apec

Médica-veterinária, Terezinha Knöbl

A médica-veterinária, Terezinha Knöbl, foi a responsável por trazer novas informações sobre a E. coli patogênica para aves (Apec). Essa enfermidade pode resultar em sérios problemas de saúde e perdas econômicas na indústria avícola. Durante o painel, a especialista apresentou as características da Apec, seus fatores de virulência e as estratégias de controle para prevenir a disseminação da bactéria.

Terezinha foi bastante didática e precisa ao afirmar que a avicultura sempre precisou lidar com duas grandes doenças do ponto de vista bacteriano: salmonellose e colibacilose. “Essas doenças são muito impactantes do ponto de vista financeiro porque elas induzem a um grande aumento de condenação de carcaças nos abatedouros e elas acometem todo o segmento avícola. Começando com as matrizes que podem ter problemas respiratórios, essas bactérias são transmitidas via vertical e acabam impactando também no incubatório, com a mortalidade de pintinhos”, revela.

Mais especificamente sobre a Apec, a médica-veterinária afirmou que o problema sempre existiu, mas que na década de 1990 houve um grande esforço da indústria para conseguir reduzir os prejuízos decorrentes desta infecção. De acordo com ela, isso envolveu a adoção de uma série de estratégias que resultaram num bom desempenho. “Passamos cerca de 30 anos em que a doença ocorreu em níveis endêmicos, mas, a partir de 2020 estamos tendo um aumento das reclamações a campo, principalmente nos estados mais produtivos, porque eles verificaram níveis de condenação bastante abruptos em razão desta enfermidade”, expõe.

A profissional ressaltou três pontos de destaque para serem observados sobre a temática. O primeiro ponto é a necessidade de diferenciar uma Apec de uma Afec. “A diferença fundamental entre elas está na capacidade patogênica das cepas de E. coli. Enquanto Apec causa doenças graves nas aves, Afec refere-se às cepas comensais encontradas nas fezes de aves saudáveis. É importante realizar análises laboratoriais adequadas para identificar e distinguir entre essas duas categorias de E. coli, a fim de implementar medidas de controle apropriadas e garantir a saúde das aves”, recomenda.

O segundo ponto destacado por ela está na relação entre virulência com patogenicidade. “É importante que a gente tenha consciência de que não é toda amostra virulenta que vai se tornar em algo patogênico. Isso é um erro muito consolidado no campo, mas que precisa ser melhor explorado. É muito oportuno destacar que a doença não está relacionada apenas com o agente, e sim, com uma somatória de fatores, que chamamos de tríade epidemiológicas, ou seja, as características do parasita, a condição do hospedeiro e os fatores ambientais. Estes três fatores é que estabelecem a patogenicidade ou não”, declara.

O terceiro e último ponto, de acordo com a palestrante, é o mais atual e diz respeito ao reconhecimento e controle das linhagens de alto risco. “Existem várias ferramentas que auxiliam na verificação de como está a microbiota dos animais. Para entender o surto eu preciso combinar várias ferramentas. Isso é muito importante e pode auxiliar muito na tomada de decisões. Quando eu conheço a fundo os problemas eu consigo selecionar as melhores estratégias de controle”, reforça.

Terezinha informou que atualmente existem muitos grupos de trabalho, espalhados pelo mundo, que pesquisam a doença. De acordo com ela, esses estudiosos estão verificando que a ferramenta mais moderna para análise é o sequenciamento do DNA. “Esses estudos nos mostram que existem linhagens de alto risco cujas características apontam para surtos de distribuição global, ou seja, essas bactérias causam problemas de saúde em várias partes do mundo. Elas são virulentas e patogênicas, possuem resistência antimicrobiana, persistência e uma capacidade de ser transmitida para outros hospedeiros”, informa.

Normas para o controle da Salmonella

Médica-veterinária do Ministério da Agricultura e da Pecuária (Mapa), Daniela Baptista

A médica-veterinária do Ministério da Agricultura e da Pecuária (Mapa), Daniela Baptista, discorreu sobre o Programa Nacional de Sanidade Avícola que tem o objetivo de trazer normas que sejam capazes de aferir o controle da salmonela, o que é uma condicionante para que o Brasil continue com a manutenção dos mercados externos, que primam pela segurança e confiabilidade da carne brasileira.

A profissional destacou que as orientações brasileiras são baseadas nos códigos feitos pela Organização Mundial da Saúde Animal (OMSA) e que visam garantir a produção de carne de aves com qualidade, bem como assegurar os mercados externos para o país. “O Brasil possui certificados veterinários internacionais que garantem a procedência e qualidade dos materiais genéticos avícola que são exportados para os mais diversos países. É importante destacar que as bases para a efetividade deste programa estão na vigilância e na biosseguridade”, afirma.

Ela afirmou que as instruções normativas têm o objetivo de não deixar entrar animais doentes no país, bem como auxiliam no controle e erradicação de salmonellas nos planteis brasileiros. “É importante ressaltar que os testes positivos para a doença exigem algumas ações sanitárias bastante drásticas, como a perda da certificação livre, o sacrifício das aves, destruição de ovos, o que acarreta em prejuízos bem expressivos. Isso porque uma doença positiva impacta na exportação dos nossos produtos, o que traz um grande impacto na indústria”, afirma.

Daniela pontuou que os problemas com a salmonella são de responsabilidade das empresas e dos médicos-veterinários. “Diferente das doenças emergenciais, a salmonella é responsabilidade da empresa e do seu médico-veterinário, o Mapa tem a função de ser um apoio e oferecer as diretrizes para que o Brasil continue a ser um grande exportador”, declara.

A profissional finalizou a fala dela destacando a importância de seguir os protocolos e padrões que são estabelecidos pelo órgãos competentes. “Quando tratamos de alimentos, é muito importante que todos os envolvidos tenham ciência da necessidade e da eficácia de seguir os protocolos e padrões que são estabelecidos, pois os mesmos são diretrizes que visam a eficiência e a segurança da nossa produção. A responsabilidade de continuar com os mercados abertos deve ser compartilhada por todas as empresas e o Mapa está para ajudar, mas casa empresa deve fazer a sua parte”, adverte.

Biosseguridade: a chave para o sucesso

Médica-Veterinária da Vitalis Saúde Integrada, Nelva Grando

A médica-Veterinária da Vitalis Saúde Integrada, Nelva Grando, expôs que a biosseguridade deve ser entendida como a grande aliada para o controle e erradicação das doenças, porque ela preocupa-se com blindar as instalações avícolas, bem como as indústrias, para que as mesmas possuam medidas adequadas de biosseguridade que evitem a entrada de patógenos, como a Salmonella e a Apec, nas instalações avícolas. “Isso envolve a implementação de práticas de higiene, controle de acesso, monitoramento de visitantes e animais, além do treinamento adequado dos funcionários”, observa.

A palestrante também trouxe uma indagação aos participantes. Ela questionou se os planos de biosseguridade estão preparados para os novos desafios que estão surgindo. “Minha indicação é para que cada granja ou indústria faça um plano de biosseguridade específico que atenda as especificidades da sua região. Os planos de biosseguridade precisam ser pensados para cada empresa, pois cada lugar possui agentes diferenciados e que precisam ser descobertos, para que as ações de biosseguridade possam ser implantadas de forma eficaz”, mencionou.

Nelva disse que a produção avícola evolui muitos nos últimos anos, em vários aspectos. “Um exemplo clássico é que partimos de aviários com tela muito simples e hoje temos aviários com telas bastante modernas e que impedem a entrada de aves silvestres no seu interior. Isso é uma evolução dentro da biosseguridade. A blindagem do ciclo da água, bem como o isolamento das propriedades também são fatores extremamente importantes e que agregaram na melhoria nas condições sanitárias. Por outro lado, estes avanços precisam continuar”, afirma.

Grande concentração de aves

A palestrante expôs ainda que a avicultura da atualidade é marcada pela grande concentração de aves em algumas regiões. Segundo ela, as mais altas concentrações avícolas estão no Brasil, Estados Unidos, China e México. “Essa grande concentração possibilita uma maior proliferação de doenças. Quanto mais eu concentro aves em uma determinada região, um maior número de animais dentro de um galpão, potencialmente a gente aumenta o risco de termos problemas sanitários”, argumenta.

Por conta destas diferenças e técnicas de manejo, a profissional enaltece a importância de reformular as práticas avícolas lançadas em 2005. “O grande questionamento que eu trago é que todos pensemos sobre a importância de atualizar as práticas avícolas que estão difundidas desde 2005 e pensar se elas não precisam ser aprimoradas, para serem mais condizentes com a nossa realidade. É preciso pensar sobre isso”, afirma.

Pontos de partida

Nelva chamou a atenção para os critérios que são utilizados para a entrada no aviário, a questão de botas plásticas, roupas descartáveis, etc. “Meu questionamento é para que todos pensem sobre os protocolos que estão sendo utilizados. Será que é prudente pensarmos em novas medidas de mitigação dos riscos? Eu creio que já tivemos muitos avanços nos últimos 20 anos, mas acredito que vivemos um momento em que é preciso reavaliar as condições e verificar se estamos preparados para os novos problemas que estão surgindo ou se precisamos ainda implantar novas práticas”, sugere.

A profissional citou o exemplo norte americano que diz que as granjas que estão com um melhor controle com relação às doenças são aquelas que tem um isolamento completo entre os aviários. “Verificamos que as melhores granjas têm uma opção de entrada de pessoas, a saída do exaustor está no lado contrário. Os silos estão na parte frontal e bem seguros, essas granjas contam com um local onde as pessoas trocam de roupa para adentrar às instalações. Esses são exemplos de novos procedimentos que também podem ser adotados aqui no Brasil”, opina.

Ações conjuntas

A médica-veterinária finalizou a sua fala enaltecendo que a biosseguridade pode trazer a blindagem dos planteis e que ela precisa ser pensada de forma conjunta, enaltecendo que a biosseguridade precisa fazer parte de todos os processos, podendo ser pensada para acabar com as causas dos problemas e não apenas para a resolução do problema final. “Um exemplo bem simples para entender isso é a relação do controle de pragas com iscas e inseticidas. Isso está errado, pois este problema pode ser resolvido muito antes, quando nos preocupamos com os quatro as: acesso, água, alimentos e abrigo”, reflete.

Desta forma, a palestrante evidencia que o plano de biosseguridade precisa ser construído de forma bem alinhada e com todas as informações que são pertinentes para a produção. “O ponto-chave para a construção de um bom plano de biosseguridade está na correta análise de riscos e assim, não apenas descrever os protocolos, mas sim, buscar alternativas de mitigação e que realmente vão controlar e reduzir os riscos que o plantel pode vir a ser exposto. Desta forma, falar em biosseguridade é pensar que ela é uma das responsáveis para dar sustentabilidade a longo prazo, pois ela contribui para que o plantel tenha animais mais saudáveis e mais eficientes, com menor mortalidade e, consequentemente, maior retorno e menor investimento”.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor avícola acesse acesse gratuitamente a edição digital Avicultura Corte e Postura. Boa leitura!

Fonte: O Presente R ural

Avicultura

Com 33 anos de atuação, Sindiavipar reforça protagonismo do Paraná na produção de frango

Trabalho conjunto com setor produtivo e instituições públicas sustenta avanços em biosseguridade, rastreabilidade e competitividade.

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O Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) celebra, nesta quarta-feira (19), 33 anos de atuação em defesa da avicultura paranaense. Desde sua fundação, em 1992, a entidade reúne e representa as principais indústrias do setor com objetivo de articular políticas, promover o desenvolvimento sustentável e fortalecer uma cadeia produtiva que alimenta milhões de pessoas dentro e fora do Brasil.

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Ao longo dessas mais de três décadas, o Sindiavipar consolidou seu papel como uma das entidades mais relevantes do país quando o assunto é sanidade avícola, biosseguridade e competitividade internacional. Com atuação estratégica junto ao poder público, entidades setoriais, instituições de pesquisa e organismos internacionais, o Sindiavipar contribui para que o Paraná seja reconhecido pela excelência na produção de carne de frango de qualidade, de maneira sustentável, com rastreabilidade, bem-estar-animal e rigor sanitário.

O Estado é referência para que as exportações brasileiras se destaquem no mercado global, e garantir abastecimento seguro a diversos mercados e desta forma contribui significativamente na segurança alimentar global. Esse desempenho se sustenta pelo excelente trabalho que as indústrias avícolas do estado executam quer seja através investimentos constantes ou com ações contínuas de prevenção, fiscalização, capacitação técnica e por uma avicultura integrada, inovadora, tecnológica, eficiente e moderna.

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Nos últimos anos, o Sindiavipar ampliou sua agenda estratégica para temas como inovação, sustentabilidade, educação sanitária e diálogo com a sociedade. A realização do Alimenta 2025, congresso multiproteína que reuniu autoridades, especialistas e os principais players da cadeia de proteína animal, reforçou a importância do debate sobre biosseguridade, bem-estar-animal, tecnologias, sustentabilidade, competitividade e mercados globais, posicionando o Paraná no centro das discussões sobre o futuro da produção de alimentos no país.

Os 33 anos do Sindiavipar representam a trajetória de um setor que cresceu com responsabilidade, pautado pela confiança e pelo compromisso de entregar alimentos de qualidade. Uma história construída pela união entre empresas, colaboradores, produtores, lideranças e parceiros que acreditam no potencial da avicultura paranaense.

O Sindiavipar segue atuando para garantir um setor forte, inovador e preparado para os desafios de um mundo que exige segurança, eficiência e sustentabilidade na produção de alimentos.

Fonte: Assessoria Sindiavipar
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Avicultura

União Europeia reabre pre-listing e libera avanço das exportações de aves e ovos do Brasil

Com o restabelecimento do sistema de habilitação por indicação, frigoríficos que atenderem às exigências sanitárias poderão exportar de forma mais ágil, retomando um mercado fechado desde 2018.

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A União Europeia confirmou ao governo brasileiro, por meio de carta oficial, o retorno do sistema de habilitação por indicação da autoridade sanitária nacional, o chamado pre-listing, para estabelecimentos exportadores de carne de aves e ovos do Brasil. “Uma grande notícia é a retomada do pré-listing para a União Europeia. Esse mercado espetacular, remunerador para o frango e para os ovos brasileiros estava fechado desde 2018. Portanto, sete anos com o Brasil fora”, destacou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

Foto: Freepik

Com a decisão, os estabelecimentos que atenderem aos requisitos sanitários exigidos pela União Europeia poderão ser indicados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e, uma vez comunicados ao bloco europeu, ficam aptos a exportar. No modelo de pre-listing, o Mapa atesta e encaminha a lista de plantas que cumprem as normas da UE, sem necessidade de avaliação caso a caso pelas autoridades europeias, o que torna o processo de habilitação mais ágil e previsível. “Trabalhamos três anos na reabertura e, finalmente, oficialmente, o mercado está reaberto. Todas as agroindústrias brasileiras que produzem ovos e frangos e que cumprirem os pré-requisitos sanitários podem vender para a Comunidade Europeia”, completou.

A confirmação oficial do mecanismo é resultado de uma agenda de trabalho contínua com a Comissão Europeia ao longo do ano. Em 2 de outubro, missão do Mapa a Bruxelas, liderada pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luís Rua, levou à União Europeia um conjunto de pedidos prioritários, entre eles o restabelecimento do pre-listing para proteína animal, o avanço nas tratativas para o retorno dos pescados e o reconhecimento da regionalização de enfermidades.

Na sequência, em 23 de outubro, reunião de alto nível em São Paulo entre o secretário Luís Rua e o comissário europeu para Agricultura, Christophe Hansen, consolidou entendimentos na pauta sanitária bilateral e registrou o retorno do sistema de pre-listing para estabelecimentos brasileiros habilitados a exportar carne de aves, o que agora se concretiza com o recebimento da carta oficial e permite o início dos procedimentos de habilitação por parte do Mapa. O encontro também encaminhou o avanço para pre-listing para ovos e o agendamento da auditoria europeia do sistema de pescados.

Foto: Ari Dias

Na ocasião, as partes acordaram ainda a retomada de um mecanismo permanente de alto nível para tratar de temas sanitários e regulatórios, com nova reunião prevista para o primeiro trimestre de 2026. O objetivo é assegurar previsibilidade, transparência e continuidade ao diálogo, reduzindo entraves técnicos e favorecendo o fluxo de comércio de produtos agropecuários entre o Brasil e a União Europeia.

Com o pre-listing restabelecido para carne de aves e ovos, o Brasil reforça o papel de seus serviços oficiais de inspeção como referência na garantia da segurança dos alimentos e no atendimento às exigências do mercado europeu, ao mesmo tempo em que avança em uma agenda de facilitação de comércio baseada em critérios técnicos e cooperação regulatória.

Fonte: Assessoria Mapa
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Avicultura

Exportações gaúchas de aves avançam e reforçam confiança do mercado global

Desempenho positivo em outubro, expansão da receita e sinais de estabilidade sanitária fortalecem o posicionamento do estado no mercado externo.

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O setor agroindustrial avícola do Rio Grande do Sul mantém um ritmo consistente de recuperação nas exportações de carne de frango, tanto processada quanto in natura. Em outubro, o estado registrou alta de 8,8% no volume embarcado em relação ao mesmo mês do ano passado. Foram 60,9 mil toneladas exportadas, um acréscimo de 4,9 mil toneladas frente às 56 mil toneladas enviadas em outubro de 2023.

A receita também avançou: o mês fechou com US$ 108,9 milhões, crescimento de 5% na comparação anual.

No acumulado de janeiro a outubro, entretanto, o desempenho ainda reflete os impactos do início do ano. Os volumes totais apresentam retração de 1%, enquanto a receita caiu 1,8% frente ao mesmo período de 2024, conforme quadro abaixo:

O rápido retorno das exportações de carne de aves do Rio Grande do Sul para mercados relevantes, confirma que, tanto o estado quanto o restante do país permanecem livres das doenças que geram restrições internacionais.

Inclusive, o reconhecimento por parte da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e muitos outros mercados demonstram a importância do reconhecimento da avicultura do Rio Grande do Sul por parte da China, ainda pendente. “Estamos avançando de forma consistente e, em breve, estaremos plenamente aptos a retomar nossas exportações na totalidade de mercados. Nossas indústrias, altamente capacitadas e equipadas, estão preparadas para atender às demandas de todos os mercados, considerando suas especificidades quanto a volumes e tipos de produtos avícolas”, afirmou José Eduardo dos Santos, Presidente Executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul (Asgav/Sipargs).

Indústria e produção de ovos

O setor da indústria e produção de ovos ainda registra recuo nos volumes exportados de -5,9% nos dez meses de 2025 em relação ao mesmo período de 2024, ou seja, -317 toneladas. Porém, na receita acumulada o crescimento foi de 39,2%, atingindo um total de US$ 19 milhões de dólares de janeiro a outubro deste ano.

A receita aumentou 49,5% em outubro comparada a outubro de 2024, atingindo neste mês a cifra de US$ 2.9 milhões de dólares de faturamento. “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”, pontua Santos.

Exportações brasileiras

As exportações brasileiras de carne de frango registraram em outubro o segundo melhor resultado mensal da história do setor, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Ao todo, foram exportadas 501,3 mil toneladas de carne no mês, saldo que superou em 8,2% o volume embarcado no mesmo período do ano passado, com 463,5 mil toneladas.

Presidente Eeecutivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos: “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”

Com isso, as exportações de carne de frango no ano (volume acumulado entre janeiro e outubro) chegaram a 4,378 milhões de toneladas, saldo apenas 0,1% menor em relação ao total registrado no mesmo período do ano passado, com 4,380 milhões de toneladas.

A receita das exportações de outubro chegaram a US$ 865,4 milhões, volume 4,3% menor em relação ao décimo mês de 2024, com US$ 904,4 milhões. No ano (janeiro a outubro), o total chega a US$ 8,031 bilhões, resultado 1,8% menor em relação ao ano anterior, com US$ 8,177 bilhões.

Já as exportações brasileiras de ovos (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 2.366 toneladas em outubro, informa a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O número supera em 13,6% o total exportado no mesmo período do ano passado, com 2.083 toneladas.

Em receita, houve incremento de 43,4%, com US$ 6,051 milhões em outubro deste ano, contra US$ 4,219 milhões no mesmo período do ano passado. No ano, a alta acumulada chega a 151,2%, com 36.745 toneladas entre janeiro e outubro deste ano contra 14.626 toneladas no mesmo período do ano passado. Em receita, houve incremento de 180,2%, com US$ 86,883 milhões nos dez primeiros meses deste ano, contra US$ 31,012 milhões no mesmo período do ano passado.

Fonte: Assessoria ABPA
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