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Especialistas recomendam conservação para evitar crises hídricas

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A disseminação de práticas de conservação do solo e da água é a forma mais inteligente de solucionar definitivamente problemas que causaram a atual crise hídrica e de se precaver de futuras crises. Essas são conclusões de especialistas sobre a crise da água que assola o País e que foram reunidas no hotsite Água na Agricultura, lançado no dia 11 de fevereiro pela ministra da Agricultura, Kátia Abreu. Os dados e recomendações são fruto de um trabalho de técnicos da Embrapa, da Agência Nacional de Águas (ANA), da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) reunidos pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa).

O site Água na Agricultura traz uma ampla abordagem da questão da água com soluções tecnológicas para a escassez no campo, documentos técnicos atuais produzidos por pesquisadores da área, informações sobre o Programa Produtor de Água, notícias que a Embrapa publica a respeito do tema e o Observatório da safra 2014/2015 pelo qual o cidadão pode acompanhar informações atualizadas como mapas de precipitação do Inmet e análises de safra realizadas pela Conab.

Especialistas das quatro instituições analisaram os efeitos da crise na produção nacional de alimentos e apresentaram medidas para solucionar o problema. Ações como o plantio direto, uso de sistemas integrados de produção, terraceamento e construção de barragens promovem a intensificação da penetração da água da chuva no solo, de acordo com o estudo. Como consequência, elevariam os níveis de aquíferos e lençóis freáticos permitindo a regularização dos fluxos de água o ano todo. Outro efeito benéfico seria a redução do chamado fluxo instantâneo, o grande volume d’água recebido em curto espaço de tempo nos meses de chuvas intensas, o que reduziria as enchentes.

Os profissionais ainda recomendam a aplicação do novo Código Florestal o que resultaria na recuperação das Áreas de Proteção Permanentes (APPs), como as matas ciliares. Essa vegetação evitaria assoreamento dos corpos d’água, preservando os cursos e mantendo os fluxos das bacias hidrográficas.

Órgãos e empresas estaduais de saneamento e governos dos estados mais afetados pela crise são instados pelos especialistas a adotar o Programa Produtor de Água da ANA o qual estimula práticas promotoras de geração de água no meio rural ao remunerar produtores por serviços ambientais. O Programa é recomendado especialmente para as regiões de bacias hidrográficas que estão com sua capacidade comprometida.

A força das barraginhas

Os especialistas citam o sucesso da implantação das barraginhas no País, uma tecnologia desenvolvida pela Embrapa e que tem trazido benefícios ambientais, sociais e econômicos para as populações locais. O esforço da Empresa promoveu a construção de 150 mil barraginhas por meio da capacitação de mais de 600 técnicos de extensão rural ao longo de 12 anos. Somadas às estruturas construídas pela iniciativa privada, estima-se que o Brasil já se beneficia de cerca de 500 mil barraginhas nos dias de hoje.

Assim como os lagos de múltiplo uso, essas construções simples são meios eficazes de captação da água da chuva, infiltração de água no solo e a consequente recarga dos lençóis freáticos. O documento também cita a importância das barragens subterrâneas, do reuso da água na agricultura e no aprimoramento dos sistemas de irrigação para aumento de sua eficiência.

"Técnicas mais novas e boas práticas, como a regulagem de equipamentos de irrigação, permitem que o produtor aplique a água de maneira mais correta, com uso mais eficiente e deixando mais água nos rios", explica o pesquisador da Embrapa Lineu Neiva Rodrigues que participou do trabalho encomendado pelo Mapa.

A eficiência no uso da água será cada vez mais preponderante na agricultura, pois os dados mostram que o Brasil ainda irriga pouco. Atualmente apenas seis milhões de hectares do País são irrigados e há potencial para alcançar 30 milhões de hectares. O aumento da produção de alimentos exigirá a expansão da irrigação, por isso a importância da eficiência no uso da água no campo.

Outras tecnologias preconizadas pela Embrapa ganharam mais destaque com o debate sobre a escassez de água. É o caso da construção de terraços nas lavouras. Além de evitar desperdício de insumos que seriam carreados pela chuva, os terraços funcionam como barreira para o fluxo direto da enxurrada que acaba carreando terra, fertilizantes e químicos para os corpos d’água. Ao parar a água, os terraços promovem sua infiltração no solo.

Além dos terraços, diversas técnicas de conservação do solo promovem também a chamada produção de água nas propriedades rurais. Entre elas estão o plantio direto, rotação de culturas sistemas de integração que consistem na produção integrada de diferentes culturas e criações como lavoura, silvicultura e pecuária. Essas práticas preservam o solo, melhoram sua qualidade e a disponibilidade de água nele presente.

SOMABRASIL

Parte do diagnóstico da crise hídrica na agricultura brasileira foi realizada com ferramentas desenvolvidas pela Embrapa, com destaque para o Sistema de Observação e Monitoramento da Agricultura no Brasil (SOMABRASIL). Disponível na internet, a ferramenta reúne informações produzidas por diferentes fontes em um único ambiente de interface amigável e interativa.

Podem ser acessados, por exemplo, mapas sobre a disponibilidade hídrica, produzidos com informaçõs do Inmet, e a distribuição espacial dos pivôs centrais de irrigação levantada pela ANA e Embrapa Milho e Sorgo a partir de imagens do satélite LandSat de 2013.

Fonte: Embrapa

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Boi gordo enfrenta semanas de instabilidade e pressão nas cotações

Recuo de até R$ 13/@ reflete um mercado mais sensível antes do período de maior consumo.

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Foto: Ana Maio

A possibilidade de novas medidas protecionistas da China voltou a gerar incerteza no mercado pecuário brasileiro. O país asiático, principal destino da carne bovina do Brasil, estaria avaliando restringir a entrada do produto, mas não há qualquer confirmação oficial até o momento. Mesmo assim, os rumores foram suficientes para pressionar os contratos futuros do boi nas últimas semanas.

As especulações ganharam força no início de novembro, indicando que Pequim poderia retomar o movimento iniciado em 2024, quando alegou excesso de oferta interna para reduzir as importações. A decisão, que inicialmente seria tomada em agosto de 2025, foi adiada para novembro, ampliando a cautela dos agentes e intensificando a queda na curva futura: em duas semanas, os contratos recuaram entre R$ 10 e R$ 13 por arroba.

Foto: Gisele Rosso

Com a China respondendo por cerca de 50% das exportações brasileiras de carne bovina, qualquer redução nos embarques tende a impactar diretamente os preços do boi gordo, especialmente em um momento de forte ritmo de produção.

Apesar da tensão, o cenário de curto prazo permanece positivo. A demanda doméstica, reforçada pela sazonalidade do fim de ano, e o recente alívio nas barreiras impostas pelos Estados Unidos ajudam a sustentar as cotações. Caso os abates não avancem mais de 10% em novembro e dezembro, a disponibilidade interna deve ficar abaixo da registrada em outubro, movimento que favorece a recuperação dos preços da carne nos próximos 30 dias.

Para 2026, as projeções seguem otimistas para a pecuária brasileira. A expectativa é de menor oferta de animais terminados, custos de produção mais competitivos e demanda externa firme, em um contexto de queda da produção e das exportações de concorrentes, especialmente dos Estados Unidos. A principal atenção fica por conta do preço da reposição, que subiu de forma expressiva e exige valores mais ajustados na venda do boi gordo para assegurar a rentabilidade na terminação.

Fonte: O Presente Rural com informações Consultoria Agro Itaú BBA Agro
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Novo ciclo do projeto Mais Leite Saudável busca impulsionar produção de leite no Noroeste de Minas Gerais

Assistência técnica, pesquisa aplicada e melhorias genéticas a 150 propriedades familiares, com foco em produtividade, sustentabilidade e fortalecimento da cadeia leiteira no Noroeste mineiro até 2028.

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Foto: Carlos Eduardo Santos

O fortalecimento e a ampliação da produção de leite de produtores de Paracatu (MG), de forma sustentável, eficiente e de qualidade, ganharam impulso com o início do novo ciclo do projeto Mais Leite Saudável, desenvolvido em parceria entre a Embrapa Cerrados e a Cooperativa Agropecuária do Vale do Paracatu (Coopervap).

O projeto é desenvolvido no âmbito do Programa Mais Leite Saudável (PMLS) do MAPA desde 2020. O Programa Mais Leite Saudável é um incentivo fiscal que permite a laticínios e cooperativas obter até 50% de desconto (crédito presumido) no valor de PIS/Pasep e COFINS relativo à comercialização do leite cru utilizado como insumo, desde que desenvolvam projetos que fortaleçam e qualifiquem a cadeia produtiva por meio de ações diretas junto aos produtores.

O treinamento dos técnicos recém-selecionados foi realizado no fim de outubro, e as primeiras visitas às propriedades ocorreram no início de novembro. Essa é a terceira fase do projeto, que conta com o acompanhamento do pesquisador José Humberto Xavier e do analista de Transferência de Tecnologia da Embrapa Cerrados, Carlos Eduardo Santos.

O projeto articula as dimensões de assistência técnica e pesquisa e atuará nessa etapa com uma rede de 150 propriedades rurais familiares, que receberão acompanhamento de três veterinários e dois agrônomos, seguindo o modelo implantado em 2020. A equipe da Embrapa atua na capacitação técnica e metodológica dos técnicos e na condução de testes de validação participativa de tecnologias promissoras junto aos agricultores da rede.

A nova etapa, prevista para ser concluída em 2028, busca desenvolver alternativas para novos sistemas de cultivo com foco na agricultura de conservação, oferecer apoio técnico ao melhoramento genético dos animais de reposição com o uso de inseminação artificial e ampliar o alcance dos resultados já obtidos, beneficiando mais agricultores familiares e contribuindo para o desenvolvimento regional.

Segundo o pesquisador da Embrapa Cerrados, José Humberto Xavier, os sistemas de cultivo desenvolvidos até agora melhoraram o desempenho das lavouras destinadas à alimentação do rebanho, mas ainda são necessários ajustes para reduzir a perda de qualidade do solo causada pelo preparo convencional e pela elevada extração de nutrientes advinda da colheita da silagem, além de evitar problemas de compactação quando o solo está úmido. Ele destaca também os desafios de aumentar a produtividade e reduzir a penosidade do trabalho com mecanização adequada.

O analista Carlos Eduardo Santos ressaltou a importância de melhorar o padrão genético do rebanho. “A reposição das matrizes é, tradicionalmente, feita pela compra de animais de outros rebanhos. Isso gera riscos produtivos e sanitários, além de custos elevados. Por isso, a Coopervap pretende implementar um programa próprio de reposição, formulado com base nas experiências dos técnicos e produtores ao longo da parceria”, afirmou.

Fonte: Assessoria Embrapa Cerrados
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Curso gratuito da Embrapa ensina manejo correto de resíduos na pecuária leiteira

Capacitação on-line orienta produtores a adequar propriedades à legislação ambiental e transformar dejetos em insumo seguro e sustentável.

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Foto: Julio Palhares

Como fazer corretamente o manejo dos dejetos da propriedade leiteira e adequá-la à legislação e à segurança dos humanos, animais e meio ambiente? Agora, técnicos e produtores têm à disposição um curso on-line, disponível pela plataforma de capacitações a distância da Embrapa, o E-Campo, para aprender como realizar essa gestão. A capacitação “Manejo de resíduos na propriedade leiteira” é gratuita e deve ocupar uma carga horária de aproximadamente 24 horas do participante.

O treinamento fecha o ciclo de uma série de outros cursos relacionados ao manejo ambiental da atividade leiteira: conceitos básicos em manejo ambiental da propriedade leiteira e manejo hídrico da propriedade leiteira, também disponíveis na plataforma E-Campo.

De acordo com o pesquisador responsável, Julio Palhares, identificou-se uma carência de conhecimento sobre como manejar os resíduos da atividade leiteira para adequar a propriedade frente às determinações das agências ambientais. “O correto manejo é importante para dar qualidade de vida aos que vivem na propriedade e no seu entorno, bem como para garantir a qualidade ambiental da atividade e o uso dos resíduos como fertilizante”, explica Palhares.

A promoção do curso ainda contribui para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU), como as metas 2 e 12. A 2 refere-se à promoção da agricultura sustentável de produção de alimentos e prevê práticas agropecuárias resilientes, manutenção dos ecossistemas, fortalecimento da capacidade de adaptação às mudanças climáticas, etc. O ODS 12 diz respeito ao consumo e produção responsáveis, principalmente no que diz respeito à gestão sustentável.

O treinamento tem oferta contínua, ou seja, o inscrito terá acesso por tempo indeterminado.

Fonte: Assessoria Embrapa Pecuária Sudeste
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