Peixes
Especialistas do Brasil e da Alemanha debatem RAS no IFC Brasil
Debate sobre a produção aquícola em Sistemas de Recirculação de Água será um dos destaques do evento na próxima semana em Foz do Iguaçu (PR).
O 1° Workshop Internacional sobre Sistema de Recirculação de Água (RAS, da sigla em inglês) será uma das novidades do 6° International Fish Congress & Fish Expo Brasil (IFC Brasil), que será realizado na próxima semana, de 24 a 26 de setembro, em Foz do Iguaçu, no Paraná. A novidade é uma iniciativa do próprio IFC em parceria com e BluEcoNet, a Unioeste e com o Ministério Federal da Educação e Pesquisa da Alemanha.
O objetivo é debater os conceitos de RAS e sua aplicabilidade na aquicultura, especialmente devido à escassez hídrica e a necessidade atual de produção de juvenis em sistemas intensivos, destacou o presidente do evento, Altemir Gregolin. “Neste workshop reunimos especialistas e produtores alemães e uma série de iniciativas do Brasil. Vamos debater os avanços, desafios e as tecnologias atualmente adotadas na produção de peixes em sistema de recirculação e reuso da água. É um sistema de produção intensiva e altamente sustentável e uma das grandes tendências a nível mundial”, pontuou o especialista.
A CEO do IFC Brasil 2024, Eliana Panty, salienta o foco no desenvolvimento da produção eficiente de peixes e frutos do mar em sistemas fechados. “Vamos ter especialistas do Brasil e da Alemanha para apresentar um panorama da pesquisa atual disponível em RAS em andamento na Alemanha e como o RAS pode ser aplicado à produção de peixes do ponto de vista comercial”, disse.
O 1° Workshop Internacional sobre Sistema de Recirculação de Água (RAS) ser;a realizado na quinta-feira, dia 26 de setembro, das 8h às 12h30. A comissão organizadora do workshop inclui uma equipe diversa do Brasil e da Alemanha, como o Coordenador da BluEco Net Alfred Wegener Institute e membro do Helmholtz Centre for Polar and Marine Research (AWI), na Alemanha, Fábio Pereira; os professores da Unioeste, Aldi Feiden e Altevir Signor; o presidente do IFC Brasil e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Altemir Gregolin e a CEO do IFC Brasil, Eliana Panty.
Programação
A secretaria do 1° Workshop Internacional sobre RAS, do IFC Brasil, será aberta às 08 horas do dia 26 de setembro para inscrições e boas-vindas aos participantes. A abertura inicia às 08h30 com apresentação dos organizadores.
A partir das 08h45, a Sessão Cultivo em RAS na Alemanha, debate o Cultivo intensivo de Penaeus vannamei em RAS, com o diretor de Produção da empresa alemã Aquapurna, Germán Beutin. Em seguida, o especialista em aquicultura com ênfase em sistemas de recirculação (RAS) e consultor sênior para clientes no setor de aquicultura (RAS) e tratamento de água industrial da empresa alemã Sander, Jaime Orellana, apresenta o Tratamento de água em RAS: Skimmer de proteína e ozônio como ferramentas valiosas para a produção de água limpa e o gerenciamento do sistema”.
Na sequencia, o biólogo alemão e chefe de P&D na Aquapurna GmbH, Marcus Thon, apresenta “Aquapurna: Cultivo de camarões de alta tecnologia como modelo de negócios”. O cientista e coordenador de projetos no Grupo de Pesquisa em Aquicultura da AWI, Mirko Boegner, debate a Viabilidade do cultivo da garoupa gigante em recirculação na Europa. Este painel será moderado pelo professor da Unioeste, Altevir Signor.
A sessão Produção intensiva de juvenis de tilápias no Brasil tem apresentações do especialista da Starker Fish Maikon Hilgert, o representante da 3daqua Marco Tulio Diniz Peixoto, do especialista da Alpha Fish, Guilherme Antonio Ribeiro Viesba, do pesquisador da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Júlio Hermann Leonhardt, do representante da Itaipu Binacional, Celso Carlos Buglione Neto e do especialista da Altamar, Marcelo Shei. Este painel terá a moderação do professor da Unioeste, Aldi Feiden.
Inscrições
O 1° Workshop Internacional sobre RAS terá entrada gratuita para os congressistas do IFC Brasil 2024, que encerra o último período de inscrições com desconto nesta sexta-feira (20).
Até esta data, os interessados podem inscrever-se no site do evento pelo valor R$ 550 para profissionais e R$ 300 para estudantes.
De sábado (21) até o dia 26, os valores sobem para R$ 650 para profissionais e R$ 350 para estudantes.
Outras informações sobre o IFC Brasil podem ser obtidas através do e-mail marketing@ifcbrasil.com.br.
Peixes
Efeitos de ácidos orgânicos e fitobióticos como promotores da saúde e do desempenho em tilápias
Mesmo animais aparentemente saudáveis podem disseminar doenças entre os tanques, retardando o crescimento e elevando os custos de produção.
Patógenos infecciosos, como bactérias, vírus, parasitas e fungos, representam uma séria ameaça à produção de aquicultura em nível global. Esses patógenos podem se manifestar tanto de forma assintomática quanto sintomática, resultando em redução do desempenho de crescimento e infecções graves. Mesmo animais aparentemente saudáveis podem disseminar doenças entre os tanques, retardando o crescimento e elevando os custos de produção. Embora frequentemente sejam pouco visíveis, esses patógenos têm o potencial de causar surtos significativos, especialmente quando vários fatores contribuintes estão presentes.
Os fatores climáticos desempenham um papel crucial na piscicultura, que é realizada predominantemente em ambientes abertos, como tanques escavados ou redes. Variações climáticas, como temperaturas extremas, mudanças abruptas e variações na quantidade de chuvas, criam condições estressantes para os peixes. Essas condições podem comprometer o desempenho dos animais, tornando-os mais vulneráveis ao estresse e a doenças.
Além dos fatores ambientais, é importante considerar as enfermidades emergentes, como ISKNV e Lactococcus, bem como a resistência antimicrobiana e a adaptação dos patógenos às diversas regiões, sistemas de produção e tamanhos dos animais. Para atender à crescente demanda por alimentos funcionais na piscicultura, as rações evoluíram para oferecer não apenas suporte ao crescimento e à conversão alimentar, mas também benefícios adicionais como saúde, bem-estar e resistência a doenças. Isso representa um excelente custo-benefício, especialmente diante do aumento significativo das perdas por mortalidade.
Nesse contexto, aditivos alimentares funcionais, como ácidos orgânicos e fitobióticos, têm atraído crescente interesse devido às suas propriedades que promovem a saúde. Esses compostos são eficazes no controle da carga de patógenos, na redução da gravidade das doenças, na modulação da microbiota intestinal e da resposta imunológica. Como resultado, promovem melhores taxas de sobrevivência, crescimento e conversão alimentar. Assim, os aditivos que promovem a saúde contribuem de forma significativa para a lucratividade e rentabilidade dos produtores.
Combinações
Existem diversos ácidos orgânicos disponíveis no mercado, mas apenas combinações adequadas para animais aquáticos garantem um efeito inibitório eficaz sobre os patógenos. Esses ácidos alteram a estrutura e a função das membranas celulares bacterianas, dificultando a colonização de patógenos no trato digestivo dos peixes. Além disso, são altamente energéticos e facilmente absorvidos, contribuindo para a geração de energia em múltiplas vias metabólicas, incluindo a produção de ATP e promovendo o desenvolvimento das vilosidades intestinais. Também estimulam a secreção de ácido gástrico e enzimas digestivas, melhorando a digestão de proteínas e a absorção de minerais.
Por outro lado, aditivos à base de fitobióticos, além de seu amplo espectro antimicrobiano, incluem extratos específicos com a capacidade de interromper o sistema de comunicação bacteriana conhecido como quorum sensing. Esses extratos têm um efeito depressivo nas vias de sinalização que determinam a densidade bacteriana e a produção de toxinas. Ademais, reforçam mecanismos antioxidantes e anti-inflamatórios, promovendo um microbioma intestinal mais equilibrado. Isso é evidenciado pela redução de bactérias prejudiciais e pelo aumento de espécies benéficas, como Cetobacterium e Bacillus spp. Um microbioma equilibrado é crucial para aumentar a resistência a doenças.
A suplementação de ácidos orgânicos e fitobióticos em rações para peixes tem demonstrado não apenas melhorar a taxa de sobrevivência, mas também otimizar o crescimento e a eficiência alimentar, através da melhoria da digestibilidade dos nutrientes.
Promovendo a saúde e o desempenho da tilápia
Um experimento a campo com tilápia foi realizado com o objetivo de avaliar o desempenho zootécnico com adoção de programa de saúde composto por ácidos orgânicos e fitobióticos. O estudo avaliou uma ração controle e uma ração aditivo, suplementada com 0,5% de ácido orgânico e 0,2% de fitobiótico.
As tilápias foram estocadas em tanques de terra com área de 1.000 m2 e utilizado 2 tanques para cada tratamento, com aproximadamente 60.000 alevinos estocados em cada tanque. O peso médio inicial dos peixes foi de 4,7g e o período de recria durou ao redor de 40 dias.
Figura 01. Suplementação com Ácido Orgânico (0,5%) e Fitobiótico (0,2%), na recria de tilápia em tanque escavado, durante período de inverno, avaliando o Peso Médio Final (A) Taxa de Conversão Alimentar (B) e Sobrevivência (C).
O programa de ácido orgânico e fitobiótico utilizado, foi recomendado devido ao alto desafio para época do ano e tamanho dos animais. A ração com aditivo melhorou significativamente os índices zootécnicos, evidenciado por um aumento do peso médio de 16%, diminuição de 19% na conversão alimentar e aumento de 27% na sobrevivência, quando comparada a ração controle. Para este experimento a campo, o retorno sobre o investimento (ROI) indicou que para cada dólar investido no uso dos aditivos, houve um retorno de 14 dólares.
O uso de ferramentas estratégicas para prevenção e controle de enfermidades, como os aditivos funcionais, ainda é visto apenas como aumento do custo da ração e não como investimento ou prevenção. Entender a realidade e os desafios encontrados em cada fazenda e definir estratégias que possam contribuir para minimizar o impacto das enfermidades na produção são essenciais para garantir um bom resultado nos programas preventivos adotados.
Conclusão
Aditivos à base de ácidos orgânicos e fitobióticos são amplamente utilizados em rações para peixes e camarões como uma estratégia eficaz para prevenir infecções bacterianas e melhorar o crescimento, a sobrevivência e a conversão alimentar. Estudos mostram que animais suplementados com esses aditivos apresentam taxas superiores de sobrevivência e crescimento, além de um retorno sobre investimento positivo, mesmo em ambientes de produção com desafios mínimos. Isso ocorre devido ao controle mais eficaz dos patógenos subclínicos e à otimização da utilização dos recursos energéticos, o que promove um crescimento mais robusto e saudável.
As referências bibliográficas estão com o autor. Contato: mariana.correa@adisseo.com.
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Peixes
Nova edição de Aquicultura ressalta necessidade de aprimoramento das vacinas diante dos desafios na tilapicultura
Publicação também aborda o crescimento da piscicultura no Rio Iguaçu, os avanços da automação no setor e a contribuição do IFC Brasil para o mercado de pescado.
A nova edição de Aquicultura, já disponível em versão digital, foca nas crescentes demandas por aprimoramento de vacinas na tilapicultura. A intensificação da produção tem causado o surgimento de novas doenças, em média a cada dois ou três anos, e a indústria junto aos produtores buscam na imunização a solução para mitigar esses riscos e garantir uma alta produtividade. A atualização constante das vacinas é fundamental para evitar prejuízos e manter a competitividade do setor.
Entre os principais desafios abordados está o iridovírus, uma ameaça crescente para a piscicultura. Nesta edição, exploramos as formas de proteção para os tanques e as medidas preventivas que os piscicultores podem adotar para controlar a disseminação do vírus.
Além disso, a publicação traz uma série de reportagens especiais sobre Streptococcus agalactiae, uma bactéria que tem colocado a produção de tilápias no Brasil à prova, exigindo estratégias mais eficazes de controle. Também destacamos o crescimento da piscicultura ao longo do Rio Iguaçu, que vem atraindo novos entusiastas, além de um olhar para o futuro da aquicultura com a automação, um avanço que promete transformar o setor. Também trazemos uma reportagem especial sobre o IFC Brasil e sua contribuição para os avanços do setor de pescado no país.
Há ainda artigos técnicos escritos por profissionais de renome do setor falando sobre manejo, inovação, produtos, bem-estar e as novas tecnologias existentes no mercado. A publicação conta ainda com matérias que trazem novidades das principais e mais importantes empresas do agronegócio nacional e internacional.
O acesso é gratuito e a edição Aquicultura pode ser lida na íntegra on-line clicando aqui. Tenha uma boa leitura!
Peixes Cerimônia Kaitai
Corte de atum celebra abertura do IFC Brasil 2024
Maior evento da cadeia de pescado reúne lideranças do setor de 24 a 26 de setembro, em Foz do Iguaçu, no Paraná.
O ritual do corte de atum, inspirado na cerimônia tradicional japonesa Kaitai, marca a abertura oficial do 6º International Fish Congress & Fish Expo Brasil, na noite de terça-feira (24). O evento reúne todos os elos da cadeia de pescados do país, de 24 a 26 de setembro, em Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná.
Viabilizada em parceria com o Sebrae RN, a experiência imersiva será comandada pelo especialista em qualidade de pescado e umas das maiores referências no Brasil, César Calzavara, acompanhado de sushimans, que farão todos os cortes de maneira detalhada e ritualística, respeitando a matéria-prima. Calzavara é médico veterinário, consultor do Sebrae e classificador de atuns com quase 20 anos de experiência e mais de meio milhão de peixes avaliados individualmente.
O atum que será apresentado foi pescado por barco brasileiro em águas internacionais, a mais de mil quilômetros da costa, pelas embarcações da frota atuneira da indústria Produmar, do Rio Grande do Norte.
O público presente no IFC Brasil 2024 poderá acompanhar de perto a apresentação técnica do peixe e os cortes especiais feitos pelos sushimans, além de degustar a iguaria fresca no final. Esta é a segunda edição da cerimônia nos eventos do IFC Brasil – a 1ª vez foi um sucesso de público, com o corte de um atum Mebachi Maguro, também conhecido como Big Eye ou Bati, de mais de 100 kg, na abertura da Expomar 2024, no mês de julho, em Itajaí (SC). “A organização do evento visa conectar a cadeia produtiva de ponta a ponta- do pescador/produtor ao consumidor final – e estimular o aumento do consumo das proteínas provenientes da água. Por isso, a cerimônia do corte de atum passou a ser uma das experiências imersivas do IFC Brasil”, pontua a CEO do IFC Brasil, Eliana Panty.
A ação promete ser repetida no IFC Amazônia, que acontece de 12 a 14 de novembro, em Belém/PA.
Pesca sustentável
O Sebrae RN tem atuação fundamental na cadeia produtiva da pesca de atum, trabalhando diretamente com pescadores e armadores de pesca do Rio Grande do Norte. “O atum é um peixe extremamente importante para pesca comercial mundial, com uma variedade de consumo, desde enlatados ao valorizado mercado de sushis. É nesse mercado que o Rio Grande do Norte se destaca como um dos principais exportadores de atuns do Brasil, com o Sebrae dando assistência para que essa pesca seja cada vez mais eficiente e sustentável”, pontua analista técnico do Sebrae RN e gestor de projetos de aquicultura, Marcelo Medeiros.
O Sebrae RN promove a importância da pesca sustentável, que se baseia em três pilares essenciais: o econômico, o social e o ambiental, assegurando viabilidade econômica a longo prazo, beneficiando a comunidade local e respeitando o meio ambiente. Essa abordagem garante que um peixe de melhor qualidade seja mais rentável e gere impactos positivos para toda a cadeia produtiva, desde o pescador até o consumidor final.
Conhecimento e negócios
O 6º International Fish Congress & Fish Expo Brasil reúne sete eventos simultâneos: Congresso Internacional de Aquicultura com mais de 40 conferencistas vindos de 18 países, Feira de Tecnologias e Negócios com mais de 150 expositores, 2ª edição do Aquacultura 4.0, promovida pela Embrapa Pesca e Aquicultura e Embrapa Digital, 2ª Rodada Internacional de Negócios, em parceria com a Apex Brasil e a Abipesca, apresentação de trabalhos científicos, organizada pela Unioeste e Unila, 3ª edição de Mulheres da Aquicultura e o Workshop sobre Sistema de Recirculação de Água (RAS), organizado em parceria com a empresa BluEco Net, a Unioeste e com o Ministério Federal da Educação e Pesquisa da Alemanha.
Patrocínios e Apoios
O IFC Brasil é correalizado pela Fundep (Fundação de Apoio ao Ensino, Extensão, Pesquisa e Pós-graduação), Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná), UFPR (Universidade Federal do Paraná) e a sua Fundação, a Funpar.
Patrocinam o IFC Brasil: CNPQ (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), Itaipu Binacional, Caixa Econômica Federal, MPA (Ministério da Pesca e Aquicultura), Governo Federal, Sistema CFMV/CRMV`s, Sanepar, Copel Energia, Governo do Paraná, BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul) e Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).
Apoiam o IFC Brasil a APEX Brasil, ABIPESCA (Associação Brasileira das Indústrias de Pescados), PEIXE BR (Associação Brasileira da Piscicultura) e Unila (Universidade Federal da Integração).