Conectado com

Notícias

Especialistas destacam papel do biogás diante dos desafios climáticos

Primeiro painel do 7º Fórum Sul Brasileiro Biogás e Biometano debateu os impactos das mudanças climáticas, como as enchentes no Rio Grande do Sul, e o papel estratégico do biogás para adaptação, resposta e transformação de sistemas rurais e urbanos.

Publicado em

em

Foto: César Silvestro

O primeiro painel do 7º Fórum Sul Brasileiro Biogás e Biometano, realizado neste ano em Bento Gonçalves (RS), abordou o tema “Biogás e Resiliência Climática”. No encontro, ocorrido na última terça-feira (08), os participantes relembraram, entre outros aspectos, os impactos das enchentes ocorridas no Rio Grande do Sul em 2024 e a sua relação com o meio ambiente e com o setor. Ao todo, o fórum conta com 10 painéis com palestrantes e/ou debatedores, além de apresentação de cases de empresas do setor.

A moderadora do primeiro painel do evento foi a coordenadora do 7º Fórum, pesquisadora Suelen Paesi, da Universidade de Caxias do Sul (UCS), e o painelista, Alessandro Sanches, diretor-executivo do Instituto 17 (i17). O encontro teve ainda os debatedores Bruno Brasil, diretor do Departamento de Produção Sustentável e Irrigação do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA); Roseane Santos, CEO da RS Consultoria; e Marjorie Kauffmann, secretária do Meio Ambiente e Infraestrutura do Rio Grande do Sul (SEMA/RS).

Resiliência climática e o papel estratégico do biogás

Em sua apresentação, Sanches lembrou que o mundo sempre passou por eventos climáticos adversos, mas que atualmente a frequência tem sido maior. “O que acontecia a cada 100 anos, hoje acontece a cada dez, cinco anos. E isso é assustador”, reforçou. Nesse cenário, cada vez mais, o conceito de resiliência climática precisa ser aplicado. “O brasileiro sempre foi resiliente, mas resiliência climática é antecipar os riscos e impactos das mudanças climáticas; absorver os choques e as perturbações causadas por esses eventos; adaptar-se de forma a manter suas funções essenciais; e transformar-se, quando necessário, para garantir um desenvolvimento sustentável a longo prazo”, resumiu.

Sanches também explicou o papel estratégico do biogás em diferentes aspectos. No quesito de capacidade de resposta, o painelista lembrou que o biogás pode ser útil em casos de colapsos da rede elétrica, como em enchentes ou apagões, visto que sistemas de biogás continuam operando. A capacidade adaptativa do biogás também foi lembrada por ele, como quando os agricultores usaram o biofertilizante de biodigestores para manter a produtividade em períodos de estiagem. “A produção de biogás é uma estratégia transformadora que fortalece a capacidade de resposta dos envolvidos, amplia a capacidade adaptativa do local e viabiliza o poder de reorganização sistêmica – elementos essenciais para a resiliência climática em contextos rurais e urbanos”, explicou.

Após a apresentação de Sanches, os debatedores analisaram esse contexto em nível federal, estadual e privado. Bruno, diretor do MAPA, avaliou que o mundo tem assistido a uma “intensificação de eventos climáticos e ao ressurgimento de conflitos e barreiras comerciais”. Apesar desse cenário, ele pontua que o Brasil está conseguindo crescer e evoluir. “O Brasil tem o papel de construir uma economia sustentável, sem barreiras protecionistas e com combate à pobreza”. Nesse sentido, Bruno citou eventos como a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em Belém (PA), neste ano.  “Estamos em um momento muito propício para intensificar e dar escala a iniciativas de biogás”, acredita.

Em sua fala, Marjorie reforçou que as iniciativas ligadas ao setor de biogás e biometano são a “alma da sustentabilidade”, já que contam em sua essência com o uso máximo dos recursos naturais. A secretária também destacou que o Brasil tem um grande potencial de energia elétrica e renovável, mas que “nós não somos os únicos”, então é preciso que exista uma intensificação de ações dentro desse aspecto. Encerrando sua fala, Marjorie também pontuou que as enchentes registradas no Rio Grande do Sul nos últimos anos vieram para mostrar que “o meio ambiente é transversal e impacta todo mundo, então nós todos temos o mesmo objetivo”.

Ao falar sobre o potencial do setor de biogás e biometano, Roseane destacou que, até 2030, estima-se que esse mercado deve movimentar até R$ 60 bilhões em investimento. “Utilizamos atualmente apenas 2% da sua capacidade. O biometano é um bebê, está na fase de infância. Temos o mundo para escrever e precisamos continuar amadurecendo bem”, avalia. Roseane citou que para garantir um crescimento sustentável do setor, alguns pilares são essenciais, como viabilidade econômica, políticas públicas dinâmicas e sustentabilidade justa e inclusiva. “Hoje, temos o transporte bem estruturado para largas escalas, mas o crescimento da cadeia de biogás e biometano depende também dos menores. Para isso é preciso que existam tarifas diferenciadas, pois sabemos que o mundo é movido a incentivo e à taxa de retorno”, concluiu.

O 7º Fórum Sul Brasileiro de Biogás e Biometano teve como instituições realizadoras a Universidade de Caxias do Sul (UCS), de Caxias do Sul (RS), a Embrapa Suínos e Aves, de Concórdia (SC), e o Centro Internacional de Energias Renováveis (CIBiogás), de Foz do Iguaçu (PR). A organização é da Sociedade Brasileira dos Especialistas em Resíduos das Produções Agropecuária e Agroindústria (SBERA).

Fonte: Assessoria FSBBB

Notícias

Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025

Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

Publicado em

em

Foto: Cláudio Neves

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves

A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.

Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.

Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.

Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves

Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.

Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.

Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.

Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.

Fonte: O Presente Rural
Continue Lendo

Notícias

Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro

Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

Publicado em

em

Foto: Percio Campos/Mapa

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.

No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.

Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.

Fonte: Assessoria Mapa
Continue Lendo

Notícias

Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável

Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

Publicado em

em

Fotos: Koppert Brasil

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”

Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.

Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.

As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).

Maior mercado mundial de bioinsumos

O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.

A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.

Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.

Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.

Fonte: Assessoria Koppert Brasil
Continue Lendo

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.