Conectado com

Notícias

Especialistas demonstram vantagens dos sistemas integrados baseados em dados

O pesquisador Roberto Giolo de Almeida, da Embrapa Gado de Corte, apresentou dados de sistemas convencionais, intensificados e integrados. Para ele, quando se trata de Carbono, a salvação da lavoura é a pecuária.

Publicado em

em

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

João Pedro Gasparello, 24 anos, pretende aumentar cinco vezes a área de integração na próxima safrinha da lavoura. Ele e o pai fazem a gestão da propriedade Lagoa Serena, localizada em Torrinha (SP), a 260 quilômetros da capital do estado. No ano passado, foram utilizados 40 hectares de terra para integração lavoura-pecuária (ILP). Os bons resultados, maior produtividade na lavoura e redução dos custos no confinamento, fizeram o jovem agropecuarista planejar a integração em 200 hectares. Para isso, Gasparello tem buscado informações a respeito do assunto.

Durante os dias 07 e 08 de dezembro, ele foi um dos cerca de 90 participantes do VIII Simpósio de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) do Estado de São Paulo. No evento, ocorrido em São Carlos (SP), especialistas debateram Carne Baixo Carbono, mitigação de Gases de Efeito Estufa (GEE), manejo de pastagens, grãos, serviços agroflorestais, crédito de Carbono, entre outros temas atuais sobre sistemas integrados de produção.

O pesquisador Roberto Giolo de Almeida, da Embrapa Gado de Corte, apresentou dados de sistemas convencionais, intensificados e integrados. Para ele, quando se trata de Carbono, a salvação da lavoura é a pecuária. No entanto, Giolo destacou, uma pecuária bem manejada. Sistemas com pastagens degradadas emitem, já modelos intensificados ou com integração de árvores e culturas agrícolas são mais eficientes, aumentam a produtividade, reduzem o ciclo de produção e mitigam GEE.

Em um sistema convencional, com um animal por hectare (com ciclo de 36 meses), a emissão é de 151 quilos de CO2 equivalente por quilo de carne. Enquanto, em um sistema mais intensificado, com dois animais por hectare (ciclo de 30 meses), a emissão é de 24 quilos de CO2 equivalente por quilo de carne e, em sistemas integrados, também com dois animais por hectare (ciclo de 24 meses), a emissão é de 3 quilos de CO2 equivalente por quilo de carne. Ou seja, muito mais eficiente em relação à pegada de Carbono.

Para atingir a neutralidade de GEE, até 2035, a Minerva Foods trabalha com uma agenda focada na sustentabilidade. Segundo a coordenadora corporativa de Sustentabilidade, Fernanda Reis Cordeiro, a empresa pretende, até 2030, fazer o monitoramento de toda cadeia, desde a fazenda até a agroindústria.

Durante sua apresentação no simpósio, Fernanda apresentou o Renove, programa de engajamento e atuação colaborativa com fornecedores. Os três principais componentes do programa são capacitação, parcerias e finanças verdes, as quais possibilitam o acesso a pagamentos por serviços ambientais e ao mercado de carbono. Para ela, apenas calcular e compensar não é a solução do problema, mas também reduzir.

Assim, no programa Renove, são realizados planos individualizados para cada fazenda, com práticas regenerativas e de baixa emissão de GEE, como manejo de dejetos, pastejo rotacionado, dieta bovina de qualidade, manejo de pastagem e implementação de sistemas integrados.

A Minerva Foods participa da Rede ILPF para ampliação de áreas integradas no país. Atualmente, são mais de 17 milhões de hectares desses modelos no Brasil. A meta da Rede é chegar a 35 milhões de hectares até 2030, de acordo com a coordenadora dos Projetos Integra MT e SP Agro, Andressa Cruz, da Associação Rede ILPF.

Um dos coordenadores do Simpósio, o pesquisador Alberto Bernardi, da Embrapa Pecuária Sudeste, salientou que os discursos dos especialistas convergiram, apresentando as vantagens da ILPF para o produtor e para a sustentabilidade da produção agropecuária do país, além do alto potencial para combater as mudanças climáticas.

No dia 8, os participantes conheceram na prática os modelos de ILPF com gado de corte e gado de leite na fazenda Canchim, sede da Embrapa Pecuária Sudeste.

O simpósio foi realizado pela Embrapa Pecuária Sudeste e Grupo de Estudos Luiz de Queiroz (GELQ – Esalq/USP), com apoio da Rede ILPF.

Fonte: Assessoria Embrapa Pecuária Sudeste

Notícias

Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025

Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

Publicado em

em

Foto: Cláudio Neves

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves

A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.

Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.

Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.

Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves

Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.

Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.

Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.

Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.

Fonte: O Presente Rural
Continue Lendo

Notícias

Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro

Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

Publicado em

em

Foto: Percio Campos/Mapa

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.

No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.

Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.

Fonte: Assessoria Mapa
Continue Lendo

Notícias

Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável

Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

Publicado em

em

Fotos: Koppert Brasil

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”

Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.

Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.

As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).

Maior mercado mundial de bioinsumos

O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.

A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.

Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.

Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.

Fonte: Assessoria Koppert Brasil
Continue Lendo

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.