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Suínos Saúde Animal

Especialistas defendem controle combinado de micoplasma, circovirose e ileíte

Circovirose, micoplasma e ileíte são algumas das enfermidades mais importantes para a suinocultura brasileira porque são as mais prevalentes no país

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Arquivo/OP Rural

Uma estratégia sanitária que combina o controle e a prevenção simultâneos de três agentes infecciosos que mais desafiam a suinocultura tem trazido resultados eficientes ao campo. A circovirose, o micoplasma e a ileíte são algumas das enfermidades mais importantes para a suinocultura brasileira porque são as mais prevalentes no país e, consequentemente, trazem as maiores perdas econômicas. Este quadro vem ganhando importância na medida em que crescem as pressões globais pelo uso cada vez mais restrito de antibióticos na produção animal.

E, diante deste cenário de restrição, um programa sanitário eficiente associado a biosseguridade, manejo adequado e nutrição nunca foi tão importante para minimizar o impacto econômico para o produtor. A médica veterinária e coordenadora técnica da MSD Saúde Animal, Brenda Marques, defende a aclimatação correta das leitoas como estratégia cada vez mais importante e eficiente no controle do Mycoplasma hyopneumoniae.

“É necessário quebrar alguns paradigmas e entender que as granjas precisam se preparar para um novo cenário de produção com uso cada vez mais restrito de antimicrobianos”, afirma a especialista, que também alerta para a importância da prevenção conjunta do micoplasma com estes outros patógenos igualmente desafiadores. “Sabemos da interação destes agentes com outros patógenos e também o impacto de fatores ambientais e estresse na ocorrência de doenças respiratórias”, diz ela salientando a estratégia da empresa de trabalhar simultaneamente na prevenção de enfermidades para manter elevada a produtividade do plantel e a rentabilidade do produtor.

Desafios

A especialista defende que o mercado brasileiro pode avançar mais rapidamente na redução do uso de antimicrobianos na produção, atendendo uma demanda global crescente, aprendendo com as lições que ocorreram em países da Europa e nos Estados Unidos. “Nestes dois mercados não houve adaptações dos produtores. Eles precisaram reagir às pressões. O que temos em nosso favor é que podemos nos adaptar e isso é sem dúvida mais fácil que precisar reagir. E estamos em um bom momento para adaptações”, avalia.

“A capacidade de produção do Brasil é alta e com muitas possibilidades de participar de mercados estrangeiros, especialmente diante do quadro de tensão comercial entre os Estados Unidos e outros países, especialmente falando da China. Outros países da nossa região, como o Chile, por exemplo, estão trabalhando muito rapidamente em questões como redução de antibióticos e bem-estar animal”, continua Brenda.

Ela acredita que a adaptação no plantel brasileiro pode se dar através de sistemas de análises de prevenção de enfermidades, manejo adequado, nutrição e biosseguridade alinhando os objetivos do mercado às necessidades do consumidor.

Controle e Prevenção 

O trabalho de controle e prevenção tem melhores resultados com um programa de vacinação que contemple três agentes infecciosos de maior importância no campo: o circovírus suíno tipo 2, o Mycoplasma hyopneumoniae e a Lawsonia intracellularis. “Redução da perda de peso diária e mortalidade associada com infecção por PCV2 e pela Mycoplasma hyopneumoniae são os primeiros impactos desta medida”.

Outros benefícios também são citados pela especialista, como redução do manuseio dos animais, facilitando o processo de vacinação, além de minimizar o estresse nos leitões, avalia. “Também reduz a excreção viral, resultante das infecções por circovirose, e lesões pulmonares causadas pela infecção por Mycoplasma hyopneumoniae. As doenças são controladas no mesmo momento”, menciona Brenda.
Esta estratégia é resultado de um trabalho de inovação e diferenciação com investimentos em pesquisa e colaborando a melhoria da sanidade e dos resultados da cadeia produtiva, ressalta o médico-veterinário e gerente de Produtos da MSD Saúde Animal, Robson Gomes. Ele ainda lembra a importância de combinar este trabalho de controle do micoplasma associado com outra enfermidade também desafiadora para os produtores: a ileíte.

Esta associação é uma resposta da empresa para o desafio global de se produzir proteína animal com uso cada vez mais restrito de antibióticos. A ileíte é uma doença entérica que acomete suínos nas fases mais tardias de crescimento e terminação e era tratada justamente com estas moléculas, quadro que exige inovações da cadeia produtiva para manter elevados os índices de produtividade no campo.

Entre os principais impactos da doença no plantel estão a queda de ganho de peso e conversão alimentar, sobretudo ao final da fase de terminação, alerta o médico-veterinário. Outro indicador afetado pela enfermidade apontado pelo especialista é a incidência de desuniformidade do lote. “A ileíte sempre teve um impacto significativo na suinocultura. E ganhou importância mais recentemente por conta da restrição no uso de antimicrobianos e a chegada de uma vacina que proporciona o controle eficaz da doença e de forma conveniente para todos os suinocultores”, afirma.

Ele defende a importância de uma vacinação contra Lawsonia intracellularis com longa duração de imunidade, o que significa proteger o animal durante todo o ciclo de crescimento e engorda. “Uma menor pressão de infecção através de uma redução da quantidade e do tempo de excreção de bactérias é outro benefício desta medida, que é ainda mais importante neste momento em que a atividade enfrenta o desafio de manter elevada a eficiência produtiva apesar do uso cada vez mais restrito de antimicrobianos”, defende Gomes.

De acordo com ele, esta experiência no campo permitiu constatar ainda uma eficaz redução da colonização e do tempo de excreção da Lawsonia Intracellularis. “Também foi capaz de reduzir as lesões macro e microscópicas provocadas pela doença”, salienta o especialista, alertando que a prevalência deste agente infeccioso é alta nos rebanhos brasileiros e que a imunização do rebanho pode colaborar com o uso racional ou até mesmo a redução de medicamentos.

Para se ter uma ideia do impacto da Enteropatia Proliferativa Suína, a enfermidade traz grandes prejuízos ao suinocultor, como redução no ganho de peso e piorando a taxa de conversão alimentar. No Brasil, a principal forma de manifestação da doença é a subclínica, sendo silenciosa e devastadora.

Outras notícias você encontra na edição de Suínos e Peixes de maio/junho de 2019 ou online.

Fonte: O Presente Rural

Suínos

Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

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Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
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Suínos

Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças

Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

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Foto: Shutterstock

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.

Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.

No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.

Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.

Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.

Fonte: Assessoria Cepea
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Suínos

Produção de suínos avança e exportações seguem perto de recorde

Mercado interno reage bem ao aumento da oferta, enquanto embarques permanecem em níveis históricos e sustentam margens da suinocultura.

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Foto: Jonathan Campos

A produção de suínos mantém trajetória de crescimento, impulsionada por abates maiores, carcaças mais pesadas e margens favoráveis, de acordo com dados do Itaú BBA Agro. Embora o volume disponibilizado ao mercado interno esteja maior, a demanda doméstica tem respondido positivamente, garantindo firmeza nos preços mesmo diante da ampliação da oferta.

Em outubro, o preço do suíno vivo registrou leve retração, com queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Apesar disso, o spread da suinocultura sofreu apenas uma redução marginal e segue em patamar sólido.

Foto: Shutterstock

Dados do IBGE apontam que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores. Com carcaças mais pesadas neste ano, a produção de carne suína avançou ainda mais, chegando a 8,1%, reflexo direto das boas margens, favorecidas por custos de produção controlados.

Do lado da demanda, o mercado externo tem sido um importante aliado na absorção do aumento da oferta. Em outubro, as exportações somaram 125,7 mil toneladas in natura, o segundo maior volume da história, atrás apenas do mês anterior, e 8% acima de outubro de 2024. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o crescimento chega a 13,5%.

O preço médio em dólares recuou 1,2%, mas o impacto sobre o spread de exportação foi mínimo. O indicador segue próximo de 43%, acima da média histórica de dez anos (40%), impulsionado pela desvalorização cambial, que atenuou a queda em reais.

Mesmo com as exportações caminhando para superar o recorde histórico de 2024, a oferta interna de carne suína está maior em 2025 em função do aumento da produção. Ainda assim, o mercado doméstico tem absorvido bem esse volume adicional, mantendo os preços firmes e reforçando o bom momento do setor.

Fonte: O Presente Rural com informações Itaú BBA Agro
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