Notícias Em Toledo (PR)
Especialistas debatem tendências da proteína animal no Inovameat
Evento acontece de 31 de março a 02 de abril em Toledo, no Oeste do Paraná, trazendo palestras, minicursos, feira e rodada de negócios.
Alternativas de manejo, tratamento e utilização de dejetos animais em sistemas integrados de produção, melhoramento genético de bovinos leiteiros, sistema de gestão ambiental da suinocultura, produção sustentável de peixes.
Com uma programação especial voltada para as novidades do mercado agropecuário, o Inovameat Toledo – Inovação na Produção de Proteína Animal – vai tratar desses e de outros assuntos da cadeia de produção da proteína animal. O evento será realizado de 31 de março a 02 de abril, no Centro de Eventos Ismael Sperafico, em Toledo, no Oeste do Paraná.
Durante os três dias estão programadas cerca de 40 palestras, quatro painéis oito minicursos, com renomados especialistas do setor, além de Rota do Queijo, Feira Meat Taste , palco inovação com Mapa Conecta e Inovameat Carreira e rodada de negócios.
As discussões envolvem integralmente a cadeia produtiva da suinocultura, avicultura, bovinocultura leiteira e piscicultura, com foco nas principais inovações de cada setor.
A solenidade de abertura está agendada para 18 horas do dia 31 de março, e, logo em seguida, haverá palestra com o especialista em marketing, Dado Scheneider que, de forma descontraída, vai abordar as mudanças ocorridas no ambiente profissional pelas novas gerações.
Painéis
Três painéis, exclusivos com pesquisadores da Embrapa Suínos e Aves, são bastantes aguardados pelo público. Um deles terá como tema central “Produção sustentável e tendências de consumo”. Neste painel a pesquisadora Vivian Feddern, da Embrapa Suínos e Aves vai abordar um dos assuntos mais discutidos da atualidade: “Carne cultivada: impactos e perspectivas”.
Carne cultivada
A produção de carne criada em condições controladas é um dos desafios da pesquisa e uma tendência de mercado. Inovação no horizonte próximo, é uma promessa para alimentar a população mundial, que não para de crescer.
Criada em laboratório, a carne cultivada somente está regulamentada em Singapura. A tecnologia será um dos destaques do painel “Produção Sustentável e Tendências de Consumo”, no dia 02 de abril, a partir das 13h30.
Este painel conta ainda com a participação da pesquisadora Teresinha Bertol (Embrapa Suínos e Aves) com o tema “Práticas de nutrição para a qualidade da carne” e o pesquisador Rodrigo Nicoloso (Embrapa Suínos e Aves), que traz para a pauta de assuntos “Carne de Baixo Carbono”.
Desmitificar
A pesquisadora Vivian Feddern pretende desmistificar alguns tabus em relação à carne cultivada. “Vou apresentar os desafios desse setor. Muita gente ainda acha que carne cultivada competirá com a carne tradicional. Quero mostrar que não, que tem espaço para ambas. É um grande desafio produzir carnes, por exemplo, com gordura entremeada. Por isso, vamos começar a estudar peito de frango que, praticamente não tem gordura”, explica.
“A ideia é desmistificar isso. Vamos falar que não é nossa ideia trabalhar contra a indústria, o pequeno produtor ou que vamos acabar com os empregos. A ideia não é essa, mas se trata de uma tendência mundial”, assegura a pesquisadora.
Vivian ressalta que, no futuro, nem o Brasil terá condições de alimentar uma população que não para de crescer, assim como acontecerá no mundo. É preciso buscar alternativas proteicas de consumo.
“Estamos trabalhando com ovos embrionados. Outro modo de fazer esse cultivo é isolar a célula do animal vivo, pegando por exemplo, a pena de um frango. A carne é produzida sem o abate desse animal. Hoje, quem faz pesquisa com bovino fala que, ao invés de ficar dois anos alimentando um animal para chegar no tempo certo de abate, é possível produzir carne cultivada em 20 dias”, afirma a pesquisadora.
Ela enfatiza que a tecnologia é muito promissora, com uma pegada de sustentabilidade, tecnologia limpa e sem uso de antibióticos na produção.
Sistemas Integrados
Entre as várias palestras programadas vale destacar o tema “Alternativas de manejo, tratamento e utilização de dejetos animais – aves e bovinos – em sistemas integrados de produção”, com o presidente do Grupo Associados da Agricultura Sustentável (GAAS), engenheiro agrônomo Rogério Vian, cuja propriedade rural fica na região de Mineiros, sudoeste de Goiás.
Ele vai falar de assuntos diversos voltados à sustentabilidade, como fertilidade com agrominerais regionais, microbiologia para controle de pragas e doenças, mix de plantas de cobertura, melhoramento genético, custos de produção e potencialidades do mercado de produtos sustentáveis.
“A gente trabalha com várias ferramentas, entre elas os dejetos como insumo para diminuir o uso de herbicidas, preservar o meio ambiente e aumentar nossa rentabilidade”, explica Vian, acrescentando que a meta dos associados do GAAS é reduzir custos com herbicidas em 90%.
“Na média, os produtores que trabalham nesse sistema já diminuíram o uso em pelo menos 50%”, diz ele, que colhe grandes quantidades de soja em Goiás com técnicas da agricultura orgânica desde 2005.
Vian e outros produtores rurais criaram o Grupo Associado de Agricultura Sustentável (GAAS), que reúne agricultores e pesquisadores para troca de experiências e de técnicas. O grupo tem associados espalhados por várias regiões agrícolas do Brasil.
Palestras
Várias palestras estão programadas durante todo o evento. Duas delas são na área da bovinocultura de leite.
O tema “Melhoramento genético adaptáveis às diferenças climáticas do Brasil” será proferido pelo pesquisador Marcos Vinicius Barbosa da Silva, da Embrapa Gado de Leite (MG), e, a outra, abordará “Produção de pastagens para melhoria da nutrição e dieta da pecuária leiteira (forragem, feno, pré-secado e outros)”, com o consultor Juliano Alarcon Fabricio, criador da marca Doutor Pastagem.
A palestra “Sistema de Gestão Ambiental da Suinocultura (SGAS)”, proferida pelo pesquisador Rodrigo Nicoloso, da Embrapa Suínos e Aves, também será um dos destaques do Inovameat.
Igualmente importante será a abordagem do professor Ricardo Pereira Ribeiro, da Universidade Estadual de Maringá (UEM), que fará um panorama na área da piscicultura com a palestra “Evolução da melhoria genética da tilápia: passado, presente e futuro”.
Na área da avicultura estão programados vários temas de interesse do produtor e indústria, como: “Automatização na Ambiência de granjas aviárias”, “Biosseguridade no manejo de aves de corte” e “Avicultura carbono zero: transformação de dejetos das granjas em energia limpa (Biogás)”.
Mais dois painéis estão programados e vão debater a genética e o mercado de carnes. Com a participação exclusiva de pesquisadores da Embrapa Suínos e Aves, o painel “Da genética ao bem-estar: como garantir uma produção de qualidade” terá como moderador Ton Kramer, Abraves-PR.
Neste painel a pesquisadora Mônica Ledur vai falar sobre a “Engenharia genética como ferramenta auxiliar na produção de carnes”; o pesquisador Élsio Figueiredo vai abordar “Produção de carne suína diferenciada através de recursos genéticos” e a pesquisadora Jalusa Kich vai destacar a “Produção de carnes sem uso de antimicrobianos nas dietas animais”. O tema “Ambiência e automação” ficará a cargo do pesquisador Paulo Armando de Oliveira.
O diretor-executivo da Frimesa, Elias Zydek, vai moderar o painel “Indústria e Mercado de Carnes”, que terá a participação de pesquisadores da Embrapa Suínos e Aves. Entre eles o pesquisador Luizinho Caron, que apresentará o tema “Modernização do Sistema de Inspeção em Frigoríficos”. “O impacto sanitário e econômico da Salmonella em frangos’” será debatido pela pesquisadora Clarissa Vaz e a “Relação umidade-proteína nas carnes de frango” será conduzida pelo pesquisador Gerson Scheuermann .
O Inovameat Toledo tem a organização da Associação Comercial e Empresarial de Toledo (ACIT) e Sindicato Rural de Toledo em parceria com a FB Group-Eventos, e apoio da Prefeitura de Toledo, Embrapa Suínos e Aves, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), SEAB, ABPA e diversas entidades e patrocinadores do setor.
Foto:
Foto: Carne Cultivada (Divulgação/Universidade de Maastricht)
Colunistas
Sucessão familiar no agro: como atrair os jovens para o campo?
É fundamental que os jovens vejam o campo como um espaço onde tradição e inovação se complementam e coexistem de forma harmoniosa.
A sucessão familiar no agronegócio tem se tornado um dos grandes desafios para o setor rural, especialmente em um contexto em que os jovens estão cada vez mais imersos em tecnologia e afastados das práticas tradicionais da agricultura. Esse distanciamento ameaça a continuidade das atividades no campo, principalmente em regiões onde o trabalho artesanal, como a delicada colheita de grãos de café, ainda desempenha um papel fundamental para a economia local e a preservação da cultura agrícola.
O grande desafio está em demonstrar que o trabalho rural pode ser sinônimo de oportunidades, crescimento pessoal e profissional, desde que haja um equilíbrio entre inovação tecnológica e respeito aos métodos tradicionais.
Para garantir a continuidade das propriedades rurais e a manutenção da produção, é essencial adotar estratégias que tornem o campo mais atraente para as novas gerações. Investir em tecnologia e inovação é um dos principais caminhos, pois permite modernizar as atividades agrícolas, tornando-as mais eficientes e rentáveis. Além disso, a introdução de práticas sustentáveis e a adoção de modelos de gestão mais profissionalizados podem despertar o interesse dos jovens que buscam alinhamento com causas ambientais e sociais.
Outro fator crucial é a educação e capacitação voltadas para o agronegócio. Oferecer programas de treinamento e especialização em áreas como agroecologia, gestão rural e empreendedorismo pode preparar melhor os jovens para assumir a liderança das propriedades familiares. Incentivos governamentais, como acesso a crédito e políticas de apoio à agricultura familiar, também são fundamentais para facilitar essa transição. Criar um ambiente onde os jovens se sintam valorizados e capazes de inovar é essencial para garantir a sucessão familiar e a sustentabilidade do setor agrícola a longo prazo.
É fundamental que os jovens vejam o campo como um espaço onde tradição e inovação se complementam e coexistem de forma harmoniosa. Integrar tecnologias modernas às práticas agrícolas tradicionais pode não apenas preservar o legado familiar, mas também abrir novas oportunidades de crescimento e desenvolvimento sustentável no setor rural.
Notícias
A importância da pesquisa agropecuária
A pesquisa para gerar conhecimento que fundamenta as novas tecnologias; de outro, a aquisição dessas tecnologias para aplicação na produção.
O acelerado desenvolvimento do setor primário da economia, nas últimas décadas, resultou dos avanços da pesquisa científica na esfera da Embrapa, das Universidades, dos centos de pesquisa privados e dos grandes grupos da indústria da alimentação. De um lado, a pesquisa para gerar conhecimento que fundamenta as novas tecnologias; de outro, a aquisição dessas tecnologias para aplicação na produção.
Apesar disso, ainda é necessário fomentar a pesquisa agropecuária brasileira para turbinar os níveis de investimento público em patamares equivalentes aos dos principais concorrentes do Brasil no mercado mundial. O caminho natural é a Embrapa, capitaneando uma cadeia de pesquisa, que envolve as Universidades e outros centros de pesquisa. A ideia é fortalecer as ferramentas de gestão de órgãos públicos e estimular as parcerias público-privadas, inclusive com cooperativas agropecuárias, com o fomento de estudos que efetivamente contribuam para o maior desenvolvimento, sustentabilidade e competitividade do setor agropecuário. Essa integração pode facilitar a captação de investimentos na geração de inovações de alto impacto para o enfrentamento dos desafios do agro brasileiro.
Em Santa Catarina, por exemplo, que se destaca no incremento da produção de leite, esse reforço na pesquisa poderia começar com a instalação de um núcleo de pesquisas voltadas ao gado leiteiro, com ênfase para forrageiras. Nas pequenas unidades de produção a atividade proporciona importante fonte de renda para as famílias rurais. A atividade exibe notável desenvolvimento técnico da produção, especialmente da genética e sanidade.
Quinto produtor nacional, o setor tem sofrido uma intensa concentração da produção. Para a pecuária leiteira tornar-se mais competitiva, há a necessidade da pesquisa de forrageiras para identificar variedades mais adaptadas à região. A melhoria da qualidade da alimentação do rebanho proporcionará um salto notável na elevação da produção e da renda dos produtores.
A proposta consiste na instalação de uma unidade da Embrapa no Estado de Santa Catarina para a pesquisa de forrageiras e outras tecnologias voltadas à produção de leite e, também, gado de corte. Os pastos hoje utilizados, via de regra, são de espécies provenientes de regiões distantes e de baixa adaptação ao microclima, resultando em limitado desenvolvimento e baixa eficiência nutricional.
A empresa mantém em Concórdia a Embrapa Suínos e Aves, com pesquisas em suínos e aves e tecnologias correlatas, especialmente de proteção ao meio ambiente. O novo núcleo de pesquisa poderia ser criado junto a Embrapa de Concórdia (SC). O foco seria a produção e manejo de forragem, o que geraria conhecimentos para a melhoria da alimentação animal, além da possibilidade de agregar valor ao leite pelo sistema de produção a pasto.
Atualmente, a Embrapa desenvolve pesquisas voltadas à pecuária de leite em três unidades: a de gado de leite, voltada às soluções para o desenvolvimento sustentável do agronegócio do leite em Juiz de Fora (MG); a unidade Pecuária Sudeste, com ênfase na eficiência e sustentabilidade da produção em São Carlos (SP) e a unidade Pecuária Sul que desenvolve pesquisas em bovinocultura de corte e leite, ovinocultura e forrageiras nos campos sulbrasileiros, compreendidos pelos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, em Bagé (RS).
As cooperativas agropecuárias são atores estratégicos no apoio aos programas de pesquisa científica, como testemunham inúmeras ações em passado recente.
Notícias Atenção produtor rural
Prazo para declaração do ITR encerra em 30 de setembro, alerta Faesc
Documento deve ser enviado por meio do Programa Gerador da Declaração do ITR, que está disponível no site da Receita Federal.
O prazo para a Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (DITR), referente ao exercício de 2024, vai até 30 de setembro. A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) alerta para que o produtor rural fique atento ao prazo para evitar multas.
De acordo com a Instrução Normativa RFB nº 2.206/2024 é obrigatório apresentar a declaração de pessoa física ou jurídica, proprietária, titular do domínio útil ou possuidora de qualquer título, inclusive a usufrutuária, um dos condôminos ou um dos compossuidores.
A declaração deve ser enviada por meio do Programa Gerador da Declaração do ITR, que está disponível no site da Receita Federal. Além disso, continua sendo possível a utilização do Receitanet para a transmissão da declaração.
O imposto é obrigatório para todo o imóvel rural, exceto para os casos de isenção e imunidade previstos em lei, portanto o produtor deve ficar atento aos prazos de envio do documento para não pagar multas e juros. E caso o contribuinte verifique algum erro após o envio da declaração, ele deve fazer a retificação por meio do Programa ITR 2024.
A declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural é composta pelo Documento de Informação e Atualização Cadastral do ITR (DIAC) e pelo Documento de Informação e Apuração do ITR (DIAT).
O contribuinte, cujo imóvel rural já esteja inscrito no Cadastro Ambiental Rural (CAR), deve informar o respectivo número do recibo de inscrição. O pagamento do imposto poderá ser feito através do Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF), ou via QR Code (Pix).
No dia 24 de julho, o Governo Federal publicou a Lei n° 14.932/2024 que retira a obrigatoriedade de utilização do Ato Declaratório Ambiental (ADA) para a redução do valor devido do ITR. Entretanto, a Receita Federal, por meio da Instrução Normativa (IN) 2.206/2024, ainda obriga o produtor rural a apresentar a ADA neste ano.
A CNA e a Faesc trabalham para que a Receita faça a revisão da normativa o mais breve possível. Mesmo com a lei em vigor, recomendam manter o preenchimento do ADA via Ibama, para fins de exclusão das áreas não tributáveis do imóvel rural e inserção do número do recibo na DITR 2024.
O contribuinte pode conferir o Valor de Terra Nua (VTN) 2024 publicado no site da Receita Federal pelas Prefeituras conveniadas. A FAESC lembra que, caso os valores não estejam de acordo com os requisitos determinados pela Instrução Normativa RFB n° 1.877/2019, deve ser feita denúncia por meio do Sindicato Rural junto à Delegacia Regional da Receita.