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Especialistas debatem difusão genética por meio de doses de sêmen

O Presente Rural conversou com três especialistas para saber mais sobre o assunto

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Arquivo/OP Rural

O 12º Simpósio Internacional de Suinocultura (Sinsui) reuniu, em uma mesa redonda, renomados especialistas das maiores empresas do país para debater sobre a difusão genética através de doses de sêmen, um mercado que tem ganhado cada vez mais espaço na suinocultura moderna. O Presente Rural questionou os três debatedores, que estiveram à frente das discussões no evento, que aconteceu de 21 a 23 de maio, em Porto Alegre, RS. Confira o que pensam Nevton Hector Brun, gerente de Produção da Agroceres PIC, Diego Alkmin, supervisor de Pesquisa e Desenvolvimento da DB Genética Suína/Danbred, e Marcos Lopes, gerente de Genética Global da Topigs Norsvin.

 Diego Alkmin, PhD, supervisor de Pesquisa e Desenvolvimento da DB Genética Suína/Danbred

OP Rural – O que é a difusão genética através de doses de sêmen?

Diego Alkmin (DA) – A difusão genética via doses de sêmen é uma forma de atualização genética dos plantéis multiplicadores e comerciais de forma rápida, segura, econômica e prática. De maneira geral, são doses de sêmen produzidas por centrais especializadas, conhecidas como UDGs (Unidade de Difusão Genética), onde estão alojados sempre os reprodutores do topo da pirâmide genética e que possuem tecnologia avançada e rígidos controles de qualidade e biosseguridade.

A difusão genética via doses de sêmen torna possível que qualquer produtor esteja sempre em consonância com o progresso obtido pelas empresas de melhoramento genético, garantindo o máximo potencial genético em seus animais.

OP Rural – Qual o mercado que atinge, seja na sua empresa ou no Brasil?

DA – A difusão genética via doses de sêmen permite que produtores de todos os tamanhos tenham acesso igual à genética superior, ou seja, teoricamente, um cliente que tenha 100 matrizes poderia receber sêmen com potencial genético similar a um cliente de 4000 matrizes por exemplo, isso é fantástico e sem dúvida é uma das grandes vantagens.

Para granjas médias e pequenas que ainda produzem as doses internamente, as vezes é muito difícil justificar o investimento em um reprodutor da ponta do ranking e que possui um valor mais elevado, mas se esse mesmo macho estiver em uma UDG especializada, o custo por dose para esses produtores será muito menor e se torna completamente acessível.

De qualquer forma, atualmente não há dúvidas que, independente do tamanho da granja, há enormes benefícios em adquirir doses de uma central especializada, ou seja, mesmo um produtor que tenha 5000 matrizes por exemplo, teria vantagens em adquirir o sêmen ao invés de produzi-lo, pois além da possibilidade de sempre ter acesso aos reprodutores geneticamente superiores, o nível de tecnologia requerido, controles de qualidade e pessoal especializado para realizar esse trabalho é muito alto, e dificilmente isso é encontrado em uma central interna na granja.

OP Rural – Quando e porque a difusão genética através de doses de sêmen começou a ser difundida no mercado brasileiro?

DA – Na DB a primeira UDG foi inaugurada há mais de 10 anos, mas foi nos últimos cinco anos que realmente houve um trabalho mais intenso e focado nesse mercado. Nos últimos anos, o mercado brasileiro acabou seguindo uma tendência que já era difundida nos principais países produtores da Europa e também nos EUA, ou seja, a partir do momento que os produtores brasileiros visualizaram o maior potencial de progresso genético, vantagens sanitárias e a própria praticidade decorrente da tecnologia,  houve essa migração para a difusão genética via doses de sêmen.

OP Rural – Como foi a evolução dessa atividade?

DA – O principal desafio da indústria suína é otimizar a produção de carne suína e, ao mesmo tempo, garantir sustentabilidade a um custo competitivo. Por essa razão, se exige cada dia mais esforços para aumentar a eficiência da atividade e inevitavelmente, isso se traduz na necessidade de uma maior tecnificação do setor. Nesse sentido, a utilização de tecnologias reprodutivas sempre irá ocupar lugar de destaque, especialmente as que permitem acelerar o ganho genético, como é o caso da difusão via doses de sêmen produzidas nas UDGs especializadas, principalmente por promover uma atualização contínua do potencial genético do plantel. Com isso, nos últimos anos houve uma grande evolução no uso de doses de sêmen de UDGs especializadas, exatamente pela maior aceitação e confiabilidade dos produtores quanto às vantagens e eficiência da tecnologia. As empresas de genética tiveram um papel fundamental nessa evolução, exatamente por disponibilizar ao produtor uma forma eficiente e mais rápida de atualização genética de seu plantel.

OP Rural – Quais as vantagens da difusão genética através de doses de sêmen?

DA – O uso de doses de sêmen através das UDGs – DB gera vários benefícios ao sistema de produção. A principal vantagem desta tecnologia é promover uma atualização contínua do potencial genético do plantel, de forma extremamente segura do ponto de vista sanitário e de qualidade do sêmen, visando a evolução na eficiência produtiva do rebanho e melhoria nos índices zootécnicos da granja, garantindo maior retorno econômico para o suinocultor.

OP Rural – Há desvantagens ou desafios?

DA – Certamente as vantagens são imensamente superiores. Alguns consideram como desvantagem ou limitação o custo, quando comparado às doses produzidas na própria granja, mas em minha opinião isso é uma falsa percepção. O custo genético advindo do reprodutor corresponde a cerca de 1% do custo total de produção de uma granja, ou seja, mesmo que considerado somente os custos absolutos dos valores das doses, a economia seria mínima. De qualquer forma, é muito importante nesse cenário considerar os ganhos advindos da maior eficiência na produção, quando os ganhos zootécnicos e reprodutivos passam a ser contabilizados em virtude da utilização de reprodutores de maior potencial genético, fica evidente a vantagem financeira para o uso de doses de sêmen via difusão genética.

Mas como em qualquer tecnologia, existem sim desafios. Considero como principais a logística para entrega das doses, especialmente considerando a longa extensão territorial e condições geralmente ruins das estradas no Brasil; cada vez há uma maior necessidade em aumentar durabilidade (longevidade) das doses, exatamente pela estratégia de reduzir o número de entregas por semana nas granjas; a conservação e manuseio das doses nas granjas após a entrega; cada vez produzir mais doses por macho, ampliando o uso de machos geneticamente superiores (maior mérito genético);

OP Rural – Como essa difusão é feita na sua empresa? Infraestrutura, números, logística, etc.?

DA – Uma das formas de melhorar a produtividade de uma granja é investir na evolução genética do plantel, o que garante ao produtor avanços consistentes dos resultados de campo. Para responder a esta demanda do mercado, a DB Genética Suína vem investindo continuamente em tecnologias que possam promover a atualização genética dos plantéis multiplicadores e comerciais de forma rápida, econômica e prática.

Foi com este objetivo que a empresa implementou o programa “Difusão Genética Avançada (DGA)”, um meio de expansão de sua genética superior via comercialização de doses de sêmen, através de Unidades de Difusão Genética (UDG). A DB possui atualmente três UDGs, com capacidade total para alojamento de 600 reprodutores. Há ainda uma quarta UDG em construção, a qual terá capacidade para 400 reprodutores em regime de produção de sêmen.

Além disso a empresa possui parceria com outras centrais de cooperativas e centrais independentes, participando sempre da gestão estratégica do plantel, garantindo sempre a utilização de machos geneticamente superiores.

As UDGs estão localizadas em regiões estratégicas, com capacidade para atender praticamente todas as regiões do Brasil de forma segura e eficiente. Atualmente temos clientes que utilizam a Difusão Genética Avançada via doses de sêmen nos estados de MG, SP, ES, RJ, GO, DF, MT, MS, PR, SC e RS.

OP Rural – Por que é importante debater esse tema?

DA – A suinocultura é uma atividade dinâmica, novas tecnologias estão sempre em evidência, então considero essencial manter-se atualizado sobre temas relevantes como é a difusão genética via doses de sêmen. Esse debate possibilitará ouvir diferentes opiniões e pontos de vista, com o objetivo de esclarecer, mas também aumentar o interesse dos presentes sobre o assunto, estimular o pensamento crítico, etc. Os produtores e técnicos presentes poderão analisar outras realidades e aproveitar a experiência dos participantes da mesa redonda sobre o tema.

OP Rural – O que você espera na mesa redonda do Sinsui sobre o tema?

DA – Gostaria de parabenizar a organização do evento e à Minitube por promover essa mesa redonda, possibilitando o debate de um assunto tão importante e em evidência como é a difusão genética via doses de sêmen.

Sem dúvida as discussões, perguntas, etc., irão contribuir muito para esclarecer dúvidas que possam existir sobre o assunto. Não tenho dúvidas que será um debate saudável, marcado principalmente pela elevação do conhecimento de todos ao final do evento.

Considerando ser um assunto tão atual e que acredito que seja a primeira vez em que se esteja reunindo representantes das principais genéticas do país, realmente é esperado uma grande participação de todo o público presente no evento, o que sem dúvidas irá enriquecer muito o debate.

OP Rural – Qual o futuro da difusão genética através de doses de sêmen?

DA – A utilização de doses de sêmen via UDG pelos suinocultores é uma tendência mundial e que já está altamente difundida entre os principais países produtores de carne suína. A tendência global no uso de doses de sêmen via UDGs é a resposta do mercado, que está sempre em busca de novas tecnologias que possam contribuir para a evolução do sistema de produção de suínos. Não há dúvidas que esse é um caminho sem volta, a tendência em minha opinião é que cada vez mais os produtores irão adotar essa tecnologia e usufruir das inúmeras vantagens.

Nevton Hector Brun, gerente de Produção da Agroceres PIC 

O Presente Rural (OP Rural) – O que é a difusão genética através de doses de sêmen?

Nevton Hector Brun (NHB) – É uma avançada tecnologia reprodutiva de suínos que permite acelerar e otimizar o uso de genes superiores nas unidades de produção por meio da utilização de doses inseminantes (e não da compra de machos). Trata-se de uma tecnologia fundamentada pelo modelo das Unidades de Disseminação de Genes (UDGs) – estruturas de excelência, altamente modernas e tecnificadas, cuja produção automatizada, garante agilidade, qualidade e segurança ao processamento das doses, a chamada Genética Líquida Agroceres PIC.

São inúmeras as vantagens competitivas que a Genética Líquida traz ao suinocultor e aos sistemas de produção. A primeira e mais importante diz respeito à máxima atualização genética e a consequente elevação dos padrões zootécnicos e produtivos do rebanho suinícola. As doses inseminantes comercializadas provêm das últimas gerações de reprodutores. Ou seja, os reprodutores de nossas UDGs estão no topo da pirâmide genética. Isso permite a disseminação de material genético de ponta, com ênfase em características de grande interesse econômico.

Outro benefício é o alto status de biossegurança. Ao optar pelo uso da genética líquida, o produtor reduz os riscos sanitários decorrentes da introdução, circulação e trânsito de machos reprodutores em sua granja. Essa tecnologia permite, ainda, potencializar o uso de sua mão-de-obra, direcionando-a para outras atividades importantes dentro da granja, sem contar a eliminação de gastos com instalações, exames laboratoriais e estoque de reprodutores.

OP Rural – Qual a porcentagem de mercado que atinge, seja na sua empresa ou no Brasil?

NHB – A genética líquida é uma tecnologia consolidada entre os grandes players mundiais de carne suína e também no Brasil. A comercialização das doses inseminantes representa cerca de 70% do share de machos na Europa e América do Norte. No Brasil esse percentual é de aproximadamente 30%, mas vem crescendo rapidamente. A razão é simples: a suinocultura brasileira tende a crescer e ganhar qualidade. Com isso deve intensificar o movimento de migração de tecnologia ao longo dos próximos anos. O ganho de produtividade proporcionado pelo modelo de doses inseminantes deverá estimular a mudança de padrão tecnológico pelos produtores.

OP Rural – Quando e por que a difusão genética através de doses de sêmen começou a ser difundida no mercado brasileiro?

NHB – A Agroceres PIC foi responsável por introduzir o modelo de comercialização de doses inseminantes no Brasil, em 2013, quando inaugurou sua primeira UDG, em Fraiburgo (SC). Com o lançamento do conceito de genética líquida no mercado brasileiro, a Agroceres PIC quebrou paradigmas ao instituir uma tecnologia reprodutiva, até então inédita e perfeitamente alinhada às demandas da suinocultura de alta performance por eficiência produtiva, biossegurança, qualidade e competitividade. Desde então, a genética líquida firmou-se como um dos fatores produtivos mais efetivos para aumentar a produtividade dos sistemas de produção suína no país, alçando a suinocultura brasileira a um novo patamar de eficiência e competitividade.

OP Rural – Quais as vantagens da difusão genética através de doses de sêmen?

NHB – É promover a atualização genética dos plantéis de suínos em tempo real, de forma contínua, econômica e prática, sem precisar manter na propriedade a estrutura onerosa de uma Central de Inseminação Artificial (CIA). Em suma, a genética líquida Agroceres PIC permite acelerar a disseminação de genes superiores, elevando o padrão genético dos plantéis e a eficiência produtiva do rebanho – recurso que, na prática, confere mais competitividade e rentabilidade para os suinocultores. Tudo isso com máxima biossegurança e total garantia de qualidade.

OP Rural – Há desvantagens ou desafios?

NHB – Como tecnologia reprodutiva, a genética líquida só traz vantagens, conforme pudemos ressaltar nas questões respondidas anteriormente. Agora, os desafios existem, sobretudo para a execução desse modelo de negócios no Brasil, especialmente os logísticos, já que temos um país de dimensões continentais. Quando decidimos investir no negócio de genética líquida, estruturando uma rede de UDGs no Brasil, sabíamos que quebraríamos paradigmas de qualidade, biossegurança e velocidade em atualização genética. Ao mesmo tempo, as enormes distâncias do país, as péssimas condições das estradas e as grandes variações de temperatura entre os Estados se impunham como desafios a serem enfrentados.

Para superar os desafios logísticos, investimos e desenvolvemos uma tecnologia própria. Para garantir total precisão, rastreabilidade e qualidade na entrega das doses inseminantes, criamos um sistema logístico inédito e exclusivo, que integra todas as etapas produtivas e permite monitorar e controlar as diferentes variáveis envolvidas na produção, expedição e transporte do produto.

A partir desse sistema, chamado GL Log, tudo é absolutamente identificado e controlado. Monitoramos o produto desde o pedido feito pelo cliente, por meio de um aplicativo específico, em um processo que dura apenas de 24 a 48 horas, até o envio das doses para o produtor. Um atendimento feito de forma bastante ágil e com muita segurança em todos os detalhes, até mesmo na entrega, realizada em veículo com conservadora de sêmen, com temperatura interna rigidamente controlada, seguindo rota sanitária pré-estabelecida e monitorado online, via software especial de rastreamento. Hoje temos cerca de 25 veículos dedicados exclusivamente à entrega de genética líquida. Essa frota especializada roda 200.000 km por mês, distância que equivale a mais de 5 voltas ao redor do planeta Terra.

OP Rural – Como essa difusão é feita na sua empresa? Infraestrutura, números, logística, etc.?

NHB – A Agroceres PIC detém a maior e mais avançada estrutura de genética líquida da América Latina. Um sistema total com capacidade de produção instalada de aproximadamente 3 milhões de doses inseminantes por ano, volume capaz de atender um plantel aproximado de meio milhão de matrizes tecnificadas em todo o Brasil. Nossas 5 UDGs estão estrategicamente localizadas em Santa Catarina, Paraná e Minas Gerais. Nos últimos 5 anos, investimos cerca de R$ 80 milhões em nosso negócio de genética líquida. Os aportes foram direcionados, principalmente, para a construção das UDGs, mas também para a importação de animais de alto valor genético e no desenvolvimento de sistemas automatizados de controle da qualidade das doses de sêmen nas etapas de produção, expedição e transporte.

OP Rural – Por que é importante debater esse tema?

NHB – Atividades produtivas como a suinocultura exigem a constante incorporação de novas tecnologias. De tempos em tempos, esse processo resulta em um salto tecnológico responsável por estabelecer novos patamares de eficiência e rentabilidade. Com a genética líquida foi assim. Desde a sua introdução no país, ela se tornou uma ferramenta tecnológica fundamental para aumentar a produtividade dos sistemas de produção de suínos no Brasil. Debater as potencialidades produtivas da genética líquida, as características desse modelos de negócio e formas de aumentar o seu uso pelos produtores é fundamental para elevar ainda mais a competitividade da suinocultura brasileira.

OP Rural – O que você espera na mesa redonda do Sinsui sobre o tema?

NHB – Ações como esta, que estimulam o diálogo, a exposição de ideias e o compartilhamento de informações em prol de uma suinocultura mais moderna e competitiva são sempre positivas. Na Agroceres PIC buscamos, incansavelmente, novas alternativas que possam trazer maior eficiência e rentabilidade aos nossos clientes, mas, sobretudo, à suinocultura brasileira. Acreditamos que esta iniciativa da Minitube, de realizar esta mesa redonda, proporcionará um debate positivo, contribuindo para o avanço da atividade a qual estamos inseridos.

OP Rural – Qual o futuro da difusão genética através de doses de sêmen?

NHB – Vivemos um momento especial e extremamente desafiador na suinocultura. Os avanços tecnológicos estão surgindo em uma velocidade jamais vista e nos permitindo obter resultados e experiências que não imaginávamos serem possíveis a poucos anos atrás e a disseminação genética não é exceção. Somos a favor de toda e qualquer tecnologia que nos permita disseminar os genes de nossos melhores animais de forma mais eficiente, rápida e segura. Nesse contexto, enxergamos muitas oportunidades e ganhos no processo de disseminação genética via doses de sêmen. Talvez a maior delas seja ainda a alta concentração espermática que é necessário ser utilizada atualmente em uma dose de sêmen fresco. A medida que tivermos a introdução de novas tecnologias que nos permitam utilizar uma concentração menor, mantendo os mesmos ou melhores índices zootécnicos, teremos ganhos ainda maiores de resultado, pois isto permitirá que um número menor de machos possa atender a mesma ou uma quantidade maior de fêmeas e com isto estaremos subindo mais um degrau da pirâmide genética, diminuindo o GAP genético entre a granja núcleo e a granja comercial, contribuindo de forma direta e positiva para que nossos clientes tenham uma estrutura de produção mais competitiva e rentável.

 Marcos Lopes, zootecnista, PhD, gerente de Genética Global da Topigs Norsvin

OP Rural – Quais os modelos de difusão genética empregados atualmente na suinocultura brasileira?

Marcos Lopes (ML) – A difusão genética no Brasil atualmente é feita por meio da venda de reprodutores que serão utilizados para monta natural ou para coleta de sêmen na própria granja e também pela venda de sêmen coletado e distribuído por centrais de inseminação.

OP Rural – O que é a difusão genética através de doses de sêmen?

ML – Quando a difusão genética é feita por doses de sêmen, o produtor deixa de adquirir reprodutores na sua propriedade e passa a receber somente sêmen de animais de alto potencial genético. Com isso, reduz-se a entrada de animais vivos na granja, aumentando-se assim a biossegurança da propriedade.

OP Rural – Qual o mercado que atinge, seja na sua empresa ou no Brasil?

ML – A venda sêmen hoje é uma realidade em grande parte do Brasil, mesmo em algumas áreas mais remotas. Mas claro que em algumas regiões mais distantes de centrais de inseminação que não contam uma boa infraestrutura para transporte rodoviário ou aéreo, o uso de reprodutores na própria granja ainda é a ferramenta mais viável.

OP Rural – Quando e por que a difusão genética através de doses de sêmen começou a ser difundida no mercado brasileiro? Como foi a evolução dessa atividade?

ML – Esta ferramenta vem sendo utilizada e aprimorada no Brasil já há décadas. Devemos ressaltar que a partir da década de 1970 o seu uso foi se intensificando e nos últimos anos, com a implantação de modernas centrais de inseminação pelas empresas de genética, houve um grande salto na utilização da difusão genética através de doses de sêmen. Devemos dizer também que o desenvolvimento de programas computacionais capazes de realizar uma acurada avaliação da qualidade espermática e de diluentes que possibilitam manter o sêmen fresco com excelente qualidade por até sete dias, viabilizando assim a logística em rotas de longa distância, foram marcos imprescindíveis para a evolução e sucesso da implementação desta ferramenta, não só no Brasil, mas também a nível mundial.

OP Rural – Quais as vantagens da difusão genética através de doses de sêmen?

ML – Em resumo, podemos ressaltar a otimização do uso de reprodutores de alto potencial genético; maior biossegurança da propriedade, já que os produtores passam a receber somente sêmen e não mais animais vivos em sua granja; e o uso de tecnologia de ponta para avaliação e posterior descarte de ejaculados impróprios à reprodução e consequentemente a melhoria dos índices reprodutivos. Enquanto na monta natural um ejaculado resulta em apenas uma cobertura, quando é feita a coleta de sêmen e posterior inseminação artificial, o mesmo ejaculado pode produzir dezenas de coberturas. Além disso, a coleta e processamento de sêmen em centrais de inseminação modernas contam com alto aparato tecnológico que devido aos seus altos custos não seriam viáveis de serem implantados na granjas.

OP Rural – Há desvantagens ou desafios?

ML – Eu não vejo nenhuma desvantagem da difusão genética feita por doses de sêmen, porém, os desafios existem. Um dos principais gargalos para uma mais vasta implementação desta ferramenta é a logística. Em um país com dimensões continentais como o nosso, que carece de investimentos urgentes em infraestrutura, a logística é de fato um desafio. Além disso, eu não poderia deixar de citar a qualificação da mão de obra empregada na granja, que também é um fator decisivo para a implementação desta ferramenta. Contar com colaboradores bem treinados para uma correta identificação do cio e aplicação dos protocolos envolvidos no processo são indispensáveis para o sucesso da inseminação artificial.

OP Rural – Como essa difusão é feita na sua empresa? Infraestrutura, números, logística, etc.?

ML – Na Topigs Norsvin nós contamos com uma central de inseminação própria no estado do Paraná que fornece sêmen a diversos estados brasileiros, além de contarmos com centrais de inseminação parceiras em outros estados. As centrais de inseminação contam com alto nível tecnológico para coleta, processamento e controle de qualidade do sêmen para que possibilitem excelentes resultados nas granjas dos nossos clientes. Todo o processo desde a coleta até o envasamento do sêmen vem sendo automatizado para garantirmos a máxima qualidade do produto. Hoje os nossos clientes realizam os seus pedidos por meio de um aplicativo de celular ou pelo seu computador e diversas outras ferramentas estão sendo desenvolvidas para maximizar a satisfação dos clientes desde o pedido do sêmen até a entrega deste na granja. Em termos de logística, a maior parte do sêmen hoje é entregue por rotas rodoviárias com mais de 2000 Km de extensão e também pela combinação de transporte aéreo e rodoviário.

OP Rural – Por que é importante debater esse tema?

ML – Ainda existem alguns produtores que acreditam que a utilização de inseminação artificial pode acarretar perda de produtividade da granja. Por isso é muito importante discutir o tema para mostrarmos que é uma ferramenta eficiente e segura que quando corretamente implementada é garantia de sucesso e excelentes resultados.b

OP Rural – O que você espera na mesa redonda do Sinsui sobre o tema?

ML – Eu tenho certeza que será um evento de sucesso que levará aos participantes muita informação relevante dentro do tema. Atualizar produtores e profissionais sobre novas ferramentas desenvolvidas pelas empresas de genética suína é sempre uma oportunidade ímpar para abrir caminho para implementação de novas tecnologias nas granjas e assim promover o avanço da suinocultura nacional.

OP Rural – Qual o futuro da difusão genética através de doses de sêmen?

ML – O futuro próximo da difusão genética por meio de doses de sêmen é a utilização de doses com menor concentração espermática. Isso já é realidade em outros países, como a Holanda, e possibilitam um uso mais intensivo dos reprodutores de mais alto potencial genético, que por sua vez possibilitam acelerar o progresso genético do plantel.

Outras notícias você encontra na edição de Suínos e Peixes de maio/junho de 2019 ou online.

Fonte: O Presente Rural

Suínos

Especialista evidencia importância de os profissionais da cadeia suinícola entenderem o que é sustentabilidade

Esses profissionais são fundamentais para a gestão do custo da indústria, pois a ração representa cerca de 70% do custo de produção.

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Foto: Shutterstock

Na suinocultura, a sustentabilidade se tornou um dos principais desafios enfrentados pelos profissionais do setor. O médico-veterinário José Francisco Miranda, especialista em Qualidade de Alimentos, destaca que a compreensão desse conceito é fundamental para que zootecnistas e veterinários contribuam efetivamente para a produção sustentável de suínos. “É preciso entender que a sustentabilidade não é custo, mas investimento”, afirma.

Fotos: Roberto Dziura

Ele ressalta que, ao longo dos últimos 15 anos, a discussão sobre práticas sustentáveis ​​esteve frequentemente atrelada a um aumento nos custos, envolvendo ações como o plantio de árvores e a adequação da dieta dos animais. “Essas práticas eram vistas como um custo, o profissional precisa desmistificar essa visão. Na verdade, boas práticas de produção estão intimamente ligadas a resultados positivos”, explica.

Para Miranda, a eficiência na conversão alimentar é um exemplo claro de como sustentabilidade e produtividade caminham juntas. “Não existe produção com alta conversão alimentar que não seja sustentável. Os números de emissões são baixos quando a eficiência é alta”, ressalta.

Um ponto destacado pelo especialista é o papel dos zootecnistas e nutricionistas na cadeia produtiva. “Esses profissionais são fundamentais para a gestão do custo da indústria, pois a ração representa cerca de 70% do custo de produção. E cada vez mais eles terão um papel significativo na implantação da sustentabilidade dentro das empresas”, afirma.

O entendimento das análises de sustentabilidade e das tecnologias disponíveis é essencial. Miranda menciona, como exemplo, o uso de aditivos nutricionais, como a protease, que permite reduzir a quantidade de soja na ração. “Com isso, é possível diminuir a pegada de carbono em até 12%. No entanto, menos de 40% dos produtores no mundo utilizam essa tecnologia, o que revela uma falta de informação e confiança na eficácia desses produtos”, expõe.

Comunicação e conscientização

Para que as informações sobre sustentabilidade sejam disseminadas na suinocultura é fundamental que os profissionais comuniquem os benefícios dessas práticas não apenas entre si, mas também para a alta direção das empresas. “Os profissionais precisam trazer essa informação para a gestão, conscientes de que a sustentabilidade deve ser uma estratégia de crescimento, não apenas uma preocupação financeira”, destaca Miranda.

O especialista também ressalta a importância de uma colaboração entre academia, indústria e governo para facilitar a adoção de novas tecnologias. “Cada parte da cadeia produtiva deve contribuir para acelerar esse processo. É um esforço coletivo que envolve desde a produção até a comercialização”, enfatiza.

Compromisso do setor

Miranda acredita que o setor está comprometido com a adoção de práticas sustentáveis, embora reconheça a necessidade de discussão sobre o que é realmente necessário para essa transição. “As empresas entendem que a sustentabilidade traz benefícios não apenas para o planeta, mas também para sua própria lucratividade, mas é preciso acelerar a implementação destas práticas sustentáveis”, frisa,

Para se destacar neste cenário, Miranda enfatiza que os profissionais devem se aprofundar nas análises de sustentabilidade e na análise do ciclo de vida dos produtos. “Um bom profissional deve entender desde a produção do grão até o produto final que chega ao consumidor. Se ele se restringir a uma única área, pode perder de vista os benefícios que sua atuação pode trazer para toda a cadeia”, salienta.

A visão do especialista reforça que a sustentabilidade na suinocultura não é uma tendência passageira, mas uma necessidade imediata. “A adoção de práticas sustentáveis, aliada ao conhecimento técnico e científico, é fundamental para garantir um futuro mais responsável e eficiente para a indústria suinícola”, afirma.

O acesso é gratuito e a edição Suínos pode ser lida na íntegra on-line clicando aqui. Tenha uma boa leitura!

Fonte: O Presente Rural
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Suínos

Suinocultura teve ano de recuperação, mas cenário é de cautela

Conjuntura foi apresentada ao longo de reunião da Comissão Técnica de Suinocultura da Faep. Encontro também abordou segurança do trabalho em granjas de suínos.

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Foto: Divulgação/Sistema Faep

Depois de dois anos difíceis, a suinocultura paranaense iniciou um período de recuperação em 2024. As perspectivas para o fim deste ano são positivas, mas os primeiros meses de 2025 vão exigir cautela dos produtores rurais, que devem ficar de olho em alguns pontos críticos. O cenário foi apresentado em reunião da Comissão Técnica (CT) de Suinocultura do Sistema Faep, realizada na última terça-feira (19). Os apontamentos foram feitos em palestra proferida por Rafael Ribeiro de Lima Filho, assessor técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A mesma conjuntura consta do levantamento de custos de produção do Sistema Faep, que será publicado nos próximos dias.

Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

O setor começou a se recuperar já em janeiro deste ano, com a retomada dos preços. Até novembro, o preço do suíno vivo no Paraná acumulou aumento de 54,4%, com a valorização se acentuando a partir de março. No atacado, o preço da carcaça especial também seguiu esse movimento. A recomposição ajudou o produtor a se refazer de um período em que a atividade trabalhou no vermelho.

Por outro lado, a valorização da carne suína também serve de alerta. Com o aumento de preços, os produtos da suinocultura perdem competitividade, principalmente em relação à carne de frango, que teve alta bem menor ao longo ano: o preço subiu 7,7%, entre janeiro e novembro. Com isso, a tendência é que o frango possa ganhar a preferência do consumidor, em razão dos preços mais vantajosos.

“Temos que nos atentar com a competitividade da carne suína em relação a outras proteínas. Com seus preços subindo bem menos, o frango se tornou mais competitividade. Isso é um ponto de atenção para a suinocultura, neste cenário”, assinalou Lima Filho.

Exportações

Foto: Claudio Neves

Com 381,6 mil matrizes, o Paraná mantém 18% do rebanho brasileiro de suínos. A produção nacional está em estabilidade nos últimos três anos, mas houve uma mudança no portifólio de exportações paranaenses. Com a recomposição de seus rebanhos, a China reduziu as importações de suínos. O país asiático – que chegou a ser o destino de 40% das vendas externas paranaenses em 2019 – vai fechar 2024 com a aquisição de 17% das exportações de suínos do Paraná.

Em contrapartida, os embarques para as Filipinas aumentaram e já respondem por 18% das vendas externas de carne suína do Estado. Entre os destinos crescentes, também aparece o Chile, como destino de 9% das exportações de produtos da suinocultura paranaense. Nesse cenário, o Paraná deve fechar o ano com um aumento de 9% no volume exportado em relação a 2023, atingindo 978 mil toneladas. Os preços, em compensação, estão 2,3% menores. “Apesar disso, as margens de preço começaram a melhorar no segundo semestre”, observou Lima Filho.

Perspectivas

Diante deste cenário, as perspectivas são positivas para este final de ano. O assessor técnico da CNA destaca fatores positivos, como o recebimento do 13º salário pelos trabalhadores, o período de férias e as festas de final de ano. Segundo Lima Filho, tudo isso provoca o aquecimento da economia e tende a aumentar o consumo de carne suína. “A demanda interna aquecida e as exportações em bons volumes devem manter os preços do suíno vivo e da carne sustentados no final deste ano, mantendo um momento positivo para o produtor”, observou o palestrante.

Para 2025, se espera um tímido crescimento de 1,2% no rebanho de suínos, com produção aumentando em 1,6%. As exportações devem crescer 3%, segundo as projeções. Apesar disso, por questões sazonais, os produtores podem esperar uma redução de consumo nos dois primeiros meses de 2025. “É um período em que as pessoas tendem a ter mais contas para pagar, como alguns impostos. Além disso, a maior concorrência da carne de frango pode impactar a demanda doméstica”, disse Lima Filho.

Além disso, o aumento nos preços registrados neste ano pode estimular o alojamento de suínos em 2025. Com isso, pode haver uma futura pressão nos preços nas granjas e nas indústrias. Ou seja, o produtor deve ficar de olho no possível aumento dos custos de produção, puxado principalmente pelo preço do milho, da mão de obra e da energia elétrica. “O cenário continua positivo para a exportação, mas o cenário para o ano que vem é de cautela. O produtor deve se planejar e traçar suas estratégias para essa conjuntura”, apontou o assessor da CNA.

Segurança do trabalho

Além disso, a reunião da CT de Suinocultura da FAEP também contou com uma palestra sobre segurança do trabalho em granjas de suínos. O engenheiro e segurança do trabalho e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Sandro Andrioli Bittencourt, abordou as Normas Regulamentadoras (NRs) que visam prevenir acidentes de trabalho e garantir a segurança e o bem-estar dos trabalhadores.

Entre as normativas detalhadas na apresentação estão a NR-31 (que estabelece as regras de segurança do trabalho no setor agropecuário), a NR-33 (que diz respeito aos espaços confinados, como silos, túneis e moegas) e a NR-35 (que versa sobre trabalho em altura). Em seu catálogo de cursos, o Sistema Faep dispõe de capacitações para cada uma dessas regulamentações.

Fonte: Assessoria Sistema Faep
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Suínos

Cooperado da Coopavel vence Prêmio Orgulho da Terra na categoria suínos

Adriano e a esposa, Claudiane, administram um sítio de cinco hectares em Toledo. Na propriedade, duas granjas abrigam 1.620 cabeças de suínos.

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Fotos: Divulgação/Coopavel

O cooperado Adriano Trenkel, da Coopavel, foi o grande vencedor na categoria Suinocultura do Prêmio Orgulho da Terra promovido pelo programa RIC Rural, da RIC TV no Paraná. A cerimônia de anúncio e entrega das premiações ocorreu no último dia 12 de novembro, durante uma prestigiada celebração do setor pecuário em Curitiba. A Coopavel foi destaque também na categoria Avicultura, com a vitória do cooperado Jacenir da Silva, de Três Barras do Paraná.

Cooperado da Coopavel, Adriano Trenkel

Adriano e a esposa, Claudiane, administram um sítio de cinco hectares em Toledo. Na propriedade, duas granjas abrigam 1.620 cabeças de suínos. A produção, realizada com foco na qualidade e bem-estar animal, inclui cuidados rigorosos com alimentação, sanidade, manejo, ventilação e ambiência. Adriano destaca que gostar do que faz e seguir as orientações dos técnicos da Coopavel são diferenciais para alcançar os resultados desejados. “Estamos muito felizes e orgulhosos com esse título”, afirma Adriano.

Willian Stein é o técnico da Coopavel que atende a propriedade dos Trenkel e enaltece o empenho do casal: “São produtores rurais exemplares, sempre presentes nos treinamentos oferecidos pela cooperativa e atentos às recomendações passadas. Essa dedicação reflete diretamente na qualidade dos suínos entregues no frigorífico e nos resultados do trabalho do casal”, afirma Willian.

Empenho coletivo

O presidente da Coopavel, Dilvo Grolli, parabeniza Adriano, Claudiane, suinocultores e técnicos da cooperativa pelos resultados no Orgulho da Terra. “A organização e o cuidado nas propriedades rurais refletem diretamente nos excelentes resultados obtidos, fortalecendo um movimento de grande sucesso em todo o mundo. A suinocultura da Coopavel é referência em eficiência e qualidade e estamos todos muito satisfeitos com isso”, declara Dilvo.
A pequena propriedade dos Trenkel vai além da suinocultura. O casal é adepto da diversificação de culturas, prática sustentável capaz de melhorar significativamente a renda gerada na atividade rural. Adriano investiu em uma usina de energia solar, adota práticas sustentáveis, como o uso de dejetos no pasto, eliminando quase totalmente a utilização de químicos, melhorando assim a alimentação do seu plantel de bovinos. A produção de feno também contribui para fortalecer a renda familiar.

VBP

A produção agropecuária e a cadeia do agronegócio fazem de Toledo o município com maior Valor Bruto de Produção do Paraná e um dos raros no País a contar com mais de 400 quilômetros de estradas rurais pavimentadas, facilitando assim o escoamento das riquezas do campo. O VBP de Toledo é de aproximadamente R$ 4,6 bilhões, consolidando o município como o maior produtor agropecuário do Estado. Toledo lidera especialmente na suinocultura, com um VBP de R$ 1,8 bilhão, e na avicultura, com cerca de R$ 1 bilhão.

Fonte: Assessoria Coopavel
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