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Especialistas criam sistema para diagnóstico e monitoramento de pastagens no Brasil

Iniciativa é a primeira etapa de um processo mais amplo que vai estabelecer conceitos e definir protocolos regionalizados.

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Foto: Gisele Rosso

Especialistas em pastagens, sensoriamento remoto e outras áreas do conhecimento  da Embrapa, universidades e Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs), além de representantes do setor produtivo, instituições financeiras e organizações não governamentais, construíram coletivamente uma versão preliminar de um sistema para diagnóstico e monitoramento das pastagens no Brasil.

As discussões ocorreram na última semana, na Embrapa Meio Ambiente, em Jaguariúna (SP), com cerca de 70 participantes. A “Oficina Conceitos e Indicadores para Diagnóstico e Monitoramento de Pastagens nos Biomas Brasileiros” reuniu diversos atores de vários estados do país para uniformizar o entendimento sobre as condições das pastagens no território nacional, visando a aprimorar o monitoramento e a gestão de políticas públicas voltadas para a sustentabilidade, como o Plano ABC+, o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas (PNCPD) e a Taxonomia da Sustentabilidade.

Foto: Juliana Sussai

A iniciativa é a primeira etapa de um processo mais amplo que vai estabelecer conceitos e definir protocolos regionalizados. De acordo com a pesquisadora Patrícia Santos, da Embrapa Pecuária Sudeste, que coordenou a ação, a necessidade desse alinhamento deve-se às divergências nas informações sobre as pastagens no Brasil, causadas, principalmente, pela falta de padronização de conceitos entre os diversos atores, pelo entendimento limitado do processo de degradação em certos ambientes e pelas limitações dos métodos existentes.

“O Brasil é um país grande e as pastagens têm características diferentes em cada região. Para lidar com essa complexidade, propusemos a construção coletiva das bases de um sistema para diagnóstico e monitoramento de pastagens. A informação sobre degradação flui por diversos atores, desde a academia, que cria os conceitos, passando por técnicos e produtores que observam o fenômeno na prática, até chegar a instituições financeiras, ao Banco Central, às certificadoras e ao governo. Nesse fluxo, há um grande ruído de comunicação, pois cada um obtém e interpreta as informações de uma perspectiva distinta”, explica Patrícia Santos.

O propósito do encontro foi pensar em um sistema objetivo, de fácil aplicação e de abrangência nacional, com indicadores simples e verificáveis para um diagnóstico mais homogêneo, e que permita um alinhamento entre as informações obtidas no campo e por sensoriamento remoto. Além de contribuir para melhorar o acompanhamento de políticas públicas, o trabalho vai subsidiar decisões da iniciativa privada em investimentos relacionados à conversão de pastagens degradadas em sistemas agrícolas, pecuários e florestais sustentáveis. “Os resultados da oficina irão conferir maior credibilidade às informações sobre as pastagens no Brasil ”, fala Patrícia.

O especialista do Instituto Clima Sociedade, Guillaume Tessier, também acredita que a definição desses indicadores pode contribuir para dar mais credibilidade ao PNCPD e demonstrar que o Brasil está trabalhando para levar mais sustentabilidade à agropecuária brasileira e, dessa forma, trazer investidores. “A gente está falando de um investimento muito importante. Recuperar terras que podem ajudar na segurança alimentar de vários países, como a União Europeia, a China e outros países que importam muitas commodities do Brasil. O programa está fazendo bastante barulho lá fora. Porque é um programa que a gente chama de ganha-ganha. O produtor ganha porque ele recebe crédito com uma linha de juros baixos. Então, consegue recuperar a pastagem, que passa a ser mais produtiva, evitando o desmatamento dentro da propriedade. O governo também ganha, porque é um programa que incentiva mais sustentabilidade. E também para os importadores, porque a gente está falando de recuperar pastagem, então é produção de commodities de baixo carbono. Ou seja, os países importadores diminuem a pegada de carbono sobre suas importações”, destaca Tessier, que tem buscado investimentos estrangeiros para esse setor.

Foto: Breno Lobato

Para a pesquisadora do Grupo de Políticas Públicas da Esalq/USP, Marcela Araújo, a recuperação das pastagens envolve uma agenda ambiental e climática muito relevante. “A gente tem o PNCD, que é uma agenda política bastante importante. Então, o protocolo vai servir de base para orientar essa política, especialmente para mostrar aos fundos e investidores de outros países que o Brasil tem condições, de uma forma comprometida e técnica, de fazer todo o processo de Monitoramento, Relato e Verificação (MRV). Assim, o país garante o monitoramento das melhorias realizadas nos projetos em que houve a aplicação de recursos, via políticas públicas, e, ainda, contribuir com as métricas internacionais de emissões”, ressalta Marcela Araújo.

Profissionais do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) também participaram do debate. Segundo o coordenador do Programa de Monitoramento Biomas BR, Cláudio Almeida, o órgão trabalha com as questões de monitoramento de mudanças de uso da terra há anos e a questão das pastagens dentro desse panorama é o tema mais importante, já que ocupa as maiores superfícies. “Essa discussão realizada com diversos interlocutores contribui para que todos entendam melhor o conceito de degradação e, no caso dos especialistas do INPE, entendam o que é possível captar usando o sensoriamento remoto para melhorar os produtos de monitoramento de uso da terra”, observa Almeida.

Após o documento preliminar, a primeira versão deste protocolo de campo deve sair ainda no primeiro semestre de 2025. “Esse trabalho não se encerra aqui. Há muitas melhorias a serem feitas. Com o engajamento desses atores, haverá condições de iniciar um movimento que será muito importante para o Brasil. A área de pastagens é muito grande e tem uma importância social e econômica enorme. Ela resvala em questões ambientais, assim, temos que buscar soluções que visem, de fato, a sustentabilidade em todas as suas dimensões, o que é um baita desafio”, conclui Santos.

Abertura

A abertura oficial da oficina ocorreu na última terça-feira (11), com a presença de diversas autoridades e especialistas. Participaram o Diretor-Executivo de P&D da Embrapa, Clenio Nailto Pillon, os chefes-gerais dos centros de pesquisa da Embrapa Meio Ambiente e da Pecuária Sudeste e Agricultura Digital, Paula Packer, Alexandre Berndt e Stanley Oliveira, respectivamente. O coordenador do Programa de Monitoramento BiomasBR (INPE), Cláudio Almeida, o coordenador executivo do Gpp Esalq/Usp, Rodrigo Maule, e o especialista do Instituto Clima e Sociedade – ICS, Guillaume Tessier.

Fonte: Assessoria Embrapa Pecuária Sudeste

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Brasil apresenta na COP30 ações que unem produtividade e redução de metano na pecuária

Iniciativas do Mapa destacam inovação, assistência técnica e parcerias internacionais para ampliar tecnologias sustentáveis e fortalecer a pecuária de baixa emissão.

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Foto: Shutterstock

Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) apresentou, nesta segunda-feira (17), na Blue Zone da COP30, as principais ações brasileiras que associam ganho de produtividade à redução das emissões de metano na pecuária. A agenda reuniu representantes de financiadores como Global Methane Hub e Environmental Defense Fund (EDF), além de organizações multilaterais como a FAO, a Climate and Clean Air Coalition (CCAC) e a Clean Air Task Force (CATF).

O Mapa foi representado por Bruno Brasil, diretor do Departamento de Produção Sustentável, que destacou a integração entre inovação, assistência técnica e práticas sustentáveis para acelerar a transição climática no campo.

Foto: Mapa

Segundo ele, a adoção de tecnologias alinhadas ao Plano ABC+ e a estratégias de intensificação sustentável reforça o papel do Brasil como referência global em pecuária de baixa emissão. “A experiência brasileira demonstra que o ganho de produtividade na pecuária é uma medida efetiva na redução da intensidade de emissões de metano, conciliando sustentabilidade e renda para o produtor rural”, destacou Bruno Brasil.

Durante o encontro foram discutidas possibilidades de financiamento para serviços de ATER digital com foco em ampliar o acesso de produtores a soluções tecnológicas e sustentáveis. As instituições presentes reforçaram a importância de parcerias internacionais para fortalecer iniciativas que apoiam a redução do metano e a adaptação climática na agropecuária.

Fonte: Assessoria Mapa
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Bovinos / Grãos / Máquinas Irregularidades sanitárias

Cargueiro barrado na Turquia inicia retorno após dois meses sem desembarque

Retorno deve durar cerca de um mês, com chegada prevista para 14 de dezembro. As condições a bordo têm sido descritas por testemunhas como degradantes, com forte odor, infestação de moscas e carcaças acumuladas no convés, em processo avançado de decomposição.

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Cerca de três mil vacas estão há dois meses confinadas em um navio que não obteve autorização para desembarcar sua carga na Turquia, após autoridades identificarem graves irregularidades na documentação sanitária e na identificação dos animais. A inspeção turca constatou que 146 bovinos estavam sem brincos de identificação ou com numeração ilegível, enquanto 469 apresentavam marcas que não correspondiam às listas oficiais de importação, falhas que acenderam o alerta para riscos sanitários, incluindo a possível transmissão de doenças. Também foi reportada a morte de 48 animais durante a viagem.

O cargueiro Spiridon II deixou Montevidéu, Capital do Uruguai, em 20 de setembro, e chegou à região do porto de Bandırma em 22 de outubro. Desde então, não recebeu permissão para desembarcar as vacas, destinadas à produção de leite. Após semanas ancorado, o navio deixou Bandırma na última sexta-feira (14), cruzou o Estreito de Çanakkale e agora navega de volta rumo ao Uruguai. Segundo dados da plataforma MarineTraffic, o retorno deve durar cerca de um mês, com chegada prevista para 14 de dezembro.

Fotos: Reprodução

Odor forte e infestação de moscas

As condições a bordo têm sido descritas por testemunhas como degradantes, com forte odor, infestação de moscas e carcaças acumuladas no convés, em processo avançado de decomposição. Além das mortes registradas, a organização Animal Welfare Foundation (AWF) relatou, com base em informações obtidas localmente, o nascimento de cerca de 140 bezerros durante a travessia.

Retorno a Uruguai

A especialista em bem-estar animal Maria Boada, da AWF, alertou que muitos dos bovinos não devem resistir a uma segunda viagem de um mês até Montevidéu e que o navio aparenta ter estoque insuficiente de alimento. Ela também afirmou ser provável que os animais mortos tenham sido descartados no mar.

Foto: Reprodução

A veterinária australiana Lynn Simpson, referência internacional em transporte marítimo de animais, lançou novos alertas ao relatar vazamento de fluidos provenientes de carcaças em decomposição no convés, destacando riscos ao bem-estar animal, à saúde pública e à segurança ambiental.

Esta não é uma situação isolada envolvendo a exportação de animais vivos. Ao redor do mundo, casos como esse se repetem, cada vez com maior frequência, devido à péssima condição dos chamados navios boiadeiros. A exportação de animais vivos é uma das atividades de maior impacto negativo da pecuária, as más condições de higiene e bem-estar nos navios causam intenso sofrimento animal e oferecem riscos à saúde pública e ao meio ambiente.

Outros casos

Em 2024, o navio transportador de animais vivos Al Kuwait atracou no porto da Cidade do Cabo para carregar ração. A chegada do curral flutuante poluiu o ar da capital legislativa da África do Sul e seu cartão-postal mais característico com o cheiro fétido de esterco de 19.000 touros embarcados no Brasil para serem enviados ao Iraque. O episódio foi exposto pela National Council of Societies for the Prevention of Cruelty to Animals (NSPCA).

A equipe da NSPCA que embarcou no navio descreveu o que testemunhou como abominável. Além de animais mortos, outros animais feridos e doentes foram encontrados a bordo, alguns dos quais tiveram que ser sacrificados. Havia escassez de medicamentos necessários para lidar com os problemas de saúde animal encontrados, entre eles um surto de conjuntivite bovina. Tampouco havia assistência médica suficiente: apenas dois veterinários, auxiliados por quatro tratadores, acompanhavam os 19.000 touros.

Em 2019, o Queen Hind naufragou no Porto de Midia na Romênia, pouco após zarpar carregado com milhares de ovinos vivos. Em 2022, o Al Badri 1, também carregado, adernou e afundou em um berço de atracação do porto de Suakin, no Sudão. O navio que afundou no porto romeno, o Queen Hind, esteve no Brasil apenas alguns meses antes do acidente. Investigações subsequentes indicaram diversas irregularidades, inclusive a existência de compartimentos de carga ocultos. Tanto o Haidar quanto o Queen Hind e o Al Badri 1 eram navios convertidos.

Em 2018, uma operação de exportação de bovinos vivos causou intensa poluição do ar na cidade de Santos-SP, em decorrência do acúmulo de fezes e urina dos animais na embarcação, o navio de bandeira panamenha MV Nada. Os 27 mil bois pertenciam à Minerva e tinham por destino a Turquia. A empresa foi multada pela prefeitura municipal por infração ambiental e maus tratos animais.

Em 2015, na cidade de Barcarena (PA), o navio Haidar, com quase 5 mil bois vivos, 28 tripulantes a bordo e 700 toneladas de óleo, naufragou no Porto de Vila do Conde. A decomposição dos corpos dos animais mortos e o vazamento de óleo do navio provocaram um dos piores desastres ambientais da história do estado. As carcaças e o óleo que vazou do Haidar deixaram um rastro de contaminação que alcançou a cidade de Belém, cerca de 60 km rio abaixo.

Em 2012, 2.750 bois morreram asfixiados a bordo do navio de bandeira panamenha MV Gracia Del Mar, em decorrência de uma pane no sistema de ventilação durante a viagem. Os animais, fornecidos pela Minerva, foram embarcados no porto de Vila do Conde, em Barcarena-PA, e tinham por destino o Egito.

No Porto de São Sebastião, o terceiro do país que mais exporta animais vivos, a população relata como fica a cidade nos dias de operação: o trânsito fica congestionado pelo grande fluxo de caminhões; o mau cheiro das fezes e da urina dos animais empesteia o ar e prejudica o turismo na região. Este cenário foi retratado no documentário “Elias: O Boi que Aprendeu a Nadar”, da Mercy For Animals.

Fonte: O Presente Rural com Animal Welfare Foundation
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Casos de raiva no Paraná exigem cuidados redobrados nas propriedades

Crescimento dos focos da doença mobiliza autoridades, Sistema Faep e produtores na vacinação obrigatória, reforço da vigilância e ações de educação sanitária em diversas regiões.

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Fotos: Arnaldo Alves

O Paraná tem registrado casos de raiva herbívora em rebanhos de animais de produção, o que acende o alerta para a necessidade de ações de controle da zoonose (doença infecciosa transmitida entre animais e seres humanos).

Por isso, as autoridades sanitárias, com apoio do Sistema Faep e produtores rurais, têm promovido uma série de medidas de controle, como vacinação obrigatória, reforço na vigilância e campanhas de educação. “Nas últimas décadas, o Sistema Faep investiu, de forma sistemática, na sanidade animal e na segurança das atividades agropecuárias. Agora, nas ações contra a raiva, não é diferente. Temos colaborado ativamente nas campanhas de disseminação de informações e de conscientização. É preciso ampliar a importância do controle dessa doença e garantir a proteção dos nossos rebanhos comerciais”, enfatiza o presidente interino do Sistema Faep, Ágide Eduardo Meneguette.

Foto: Licia Rubinstein

A presença da raiva no Paraná é recorrente, o que exige atenção constante dos produtores. Porém, há uma região que concentra boa parte dos casos. Em 2024, o Estado confirmou 227 focos de raiva, sendo mais da metade em propriedades localizadas na área de abrangência das regionais de Cascavel e Laranjeiras do Sul. A situação se repete em 2025. Até setembro, já foram contabilizados 166 focos em 41 municípios, sendo 81 na região Oeste.

De acordo com chefe do Departamento de Saúde Animal da Agência Estadual de Defesa Agropecuária (Adapar), Rafael Gonçalves Dias, esse número elevado motivou a publicação da Portaria 368/2025, que torna obrigatória a vacinação contra raiva em 30 municípios da região Oeste do Paraná (veja a lista mais abaixo) para bovinos, búfalos, cavalos, asnos, mulas, ovinos e caprinos a partir de três meses de idade. “Simultaneamente, intensificamos a mobilização com o projeto ‘Adapar Educa a Campo’, que tem percorrido municípios da região para fortalecer a conscientização e engajamento local. Essas ações visam a contenção de focos ativos e a prevenção em áreas vizinhas para evitar a expansão da doença”, detalha Dias.

Em outubro, o órgão e o Sistema Faep realizaram reuniões e encontros em propriedades rurais, assentamentos e prefeituras, com um público estimado em 1,1 mil pessoas. Além disso, a campanha teve divulgação nos veículos de comunicação do Oeste. “O Sistema Faep apoiou diretamente essa ação. Esse projeto-piloto, cuja proposta é expandir para outras áreas da defesa agropecuária, promoveu a integração entre a agência e a sociedade por meio da educação sanitária”, explica Nicolle Wilsek, técnica do Departamento Técnico e Econômico (DTE) do Sistema FAEP.

Confira os municípios onde a vacinação é obrigatória

  • Boa Vista da Aparecida
  • Braganey
  • Campo Bonito
  • Capanema
  • Capitão Leônidas Marques
  • Cascavel
  • Catanduvas
  • Céu Azul
  • Diamante d’Oeste
  • Foz do Iguaçu
  • Guaraniaçu
  • Ibema
  • Itaipulândia
  • Lindoeste
  • Matelândia
  • Medianeira
  • Missal
  • Planalto
  • Pérola d’Oeste
  • Quedas do Iguaçu
  • Ramilândia
  • Realeza
  • Rio Bonito do Iguaçu
  • Santa Lúcia
  • Santa Tereza do Oeste
  • Santa Terezinha de Itaipu
  • São Miguel do Iguaçu
  • Serranópolis do Iguaçu
  • Três Barras do Paraná
  • Vera Cruz do Oeste

Saiba como identificar casos de raiva

Foto: Fabiano Bastos

A raiva em herbívoros é transmitida, entre outras formas, por morcegos hematófagos (que se alimentam de sangue de animais). Entre os sintomas da doença estão o isolamento do animal, apatia ou agitação, perda de apetite, salivação intensa e dificuldade para engolir, fezes secas e escuras, e progressiva paralisia dos membros. “Diante desses sinais clínicos, a doença é praticamente irreversível e fatal para os animais acometidos”, alerta Rafael Gonçalves Dias, chefe do Departamento de Saúde Animal da Adapar.

Se um produtor suspeitar de raiva em algum animal do rebanho, a orientação é: isolar o animal suspeito, notificar imediatamente à Adapar e não mexer ou manipular o animal sem proteção. “É importante que quando o animal morrer, o produtor solicite a visita da Adapar para coletar uma amostra. Além disso, ações importantes são reforçar a vacinação no entorno da propriedade, identificar possíveis abrigos de morcegos e monitorar os demais animais da propriedade”, orienta Dias.

Outros cuidados

O chefe do Departamento de Saúde Animal da Adapar enfatiza que, mesmo em municípios onde a vacinação não é obrigatória, o ato de imunizar o rebanho previne que animais suscetíveis sejam infectados caso o vírus chegue até aquela área. “Mesmo sem obrigatoriedade legal, vacinar ajuda a formar uma ‘cobertura imunológica’, que reduz o risco de propagação desde as áreas de foco. Vacinar antecipadamente constitui uma medida preventiva responsável e vantajosa, independentemente de obrigatoriedade legal”, reforça.

Segundo Nicolle Wilsek, técnica do Sistema FAEP, há medidas complementares que ajudam na prevenção da raiva e de outras doenças que podem afetar os rebanhos. “É preciso seguir boas práticas sanitárias, como manter o registro detalhado de vacinações, investir em capacitação contínua, incluir cláusulas de sanidade em transações de animais e promover a conscientização de cuidados pessoais no manejo”, destaca.

Fonte: Assessoria Sistema Faep
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