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Especialista sugere melhorias na biossegurança de rações

Doutor Diego Diel falou sobre a biosseguridade de ingredientes alimentares na nutrição suína durante o Sinsui

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Arquivo/OP Rural

A nutrição é um dos fatores que mais influencia na produção de proteína animal. Estar atento em oferecer os melhores e mais saudáveis insumos é uma grande responsabilidade do produtor. Importante neste momento da escolha dos insumos é quanto ao mais saudável para evitar futuros problemas. Saber sobre a biosseguridade de alimentos na produção suinícola pode ser uma dificuldade para o produtor, dessa forma o médico veterinário e professor da Universidade do estado de Dakota do Sul, Estados Unidos, doutor Diego Diel, falou sobre a “biossegurança de ingredientes alimentares: um grande desafio da suinocultura”, durante o Seminário Internacional de Suinocultura (Sinsui), que aconteceu em maio, em Porto Alegre, RS. Vale lembrar que no Brasil há indústrias de ração nos moldes do que preconiza o especialista, mas é preciso avançar na biosseguridade de produtos importados para compor as rações.

O profissional explica que hoje em dia o comércio internacional de ingredientes utilizados para a produção de rações para o consumo animal é muito grande. “Os Estados Unidos, por exemplo, importaram somente no ano passado 318 mil toneladas de farelo de soja. A maior parte desse produto é destinado à produção de rações e atualmente não existe um sistema de fiscalização sobre esses produtos que garanta que esses ingredientes não estejam contaminados com agentes infecciosos que possam causam doenças nos animais que venham a ingerir tais ingredientes”, conta.

Ele entende que vários países exportadores ainda utilizam práticas rudimentares de processamento, secagem e estocagem de grãos e essas condições aumentam o risco de contaminação dos grãos ou dos ingredientes. “Esse é um desafio internacional, mas também não podemos esquecer que agentes infecciosos causadores de doenças também podem ser transmitidos através de rações contaminadas em nível regional ou nacional”, alerta.

Diel destaca que depois da introdução do vírus da diarreia epidêmica (PEDV) nos Estados Unidos em 2013, alguns estudos demonstraram que o vírus foi introduzido em algumas granjas através de ração contaminada. “Hoje não temos protocolos de biossegurança em moinhos de ração, o que pode facilitar a disseminação e transmissão de patógenos através da ração”, avisa.

Além do mais, se engana quem pensa que este é um problema e obstáculo de alguns poucos países. “O desafio é mundial. Isto, pelo alto volume de exportações e importações de ingredientes e pela falta de protocolos ou padrões internacionais que assegurem a biossegurança desses ingredientes”, conta. Diel informa ainda que existem evidências de que ração contaminada possa ter servido de veículo de transporte e disseminação do PEDV nos Estados Unidos. “Recentemente, também existem alguns relatos de que o vírus da Peste Suína Africana possa estar sendo disseminado na China através de ingredientes ou rações contaminadas”, alerta.

O profissional destaca que as perdas atingem toda a cadeia de suínos, se por ventura acontecerem problemas com os ingredientes. “As perdas podem ser consideráveis. No caso do PEDV e ASFV, patógenos de alto impacto e consequência econômica, fica mais fácil imaginar as perdas devido a mortalidade dos animais”, exemplifica.

Atenção para biosseguridade

Algumas dúvidas podem surgir para a indústria na hora de adquirir ingredientes de alta biosseguridade, entende. Diel explica que este é um ponto bastante complexo e que a cadeia ainda está caminhando com relação a este assunto. “Isso se deve principalmente ao fato de não considerarmos a ração como um fator de risco para a introdução de agentes infecciosos. Acredito que cada país vai ter que adotar medidas de biossegurança para evitar a entrada de agentes indesejáveis”, afirma. Ele explica que a maneira mais segura de fazer isso seria evitar a importação de ingredientes de países endêmicos para doenças de alto risco, uma normativa parecida ao que muitos países usam para a importação de produtos animais. “Mas isso certamente não é possível em muitos casos, devido a demanda da indústria por esses produtos”, lamenta.

Outra alternativa seria a implementação de um sistema de fiscalização que permita a rastreabilidade dos ingredientes desde a fazenda até o desembarque nos portos do país de destino. “A nível nacional ou regional a implementação de protocolos de biosseguridade em moinhos de ração seria a alternativa mais segura. Protocolos parecidos com os utilizados nas granjas como lavagem e desinfecção de caminhões, são exemplos de medidas que poderiam ser adotadas”, confirma.

O profissional ainda alerta sobre a importância deste assunto ter uma maior atenção de toda a cadeia produtiva. “Biosseguridade alimentar envolve agentes infecciosos como vírus, bactérias e fungo. Embora o risco de ração contaminada servir de veículo para a introdução de agentes infecciosos seja considerado baixo por muitos, quando comparado com outras fontes como pessoas, veículos, etc., acredito que é um fator que deve ser levado em consideração”, afirma.

Ele reitera que a cadeia ainda tem muito o que aprender. “É um fator de risco que foi identificado recentemente, então ainda temos muito a avançar. Talvez um dos pontos mais críticos a serem estudados é a dose infecciosa de patógenos de suíno através de ração contaminada”, comenta. Diel acredita que novos produtos com potencial virucida ou antimicrobiano que possam ser adicionados à ração para mitigar o risco de transmissão de patógenos podem auxiliar.

Outras notícias você encontra na edição de Suínos e Peixes de maio/junho de 2019 ou online.

Fonte: O Presente Rural

Suínos

Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

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Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
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Suínos

Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças

Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

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Foto: Shutterstock

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.

Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.

No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.

Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.

Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.

Fonte: Assessoria Cepea
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Suínos

Produção de suínos avança e exportações seguem perto de recorde

Mercado interno reage bem ao aumento da oferta, enquanto embarques permanecem em níveis históricos e sustentam margens da suinocultura.

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Foto: Jonathan Campos

A produção de suínos mantém trajetória de crescimento, impulsionada por abates maiores, carcaças mais pesadas e margens favoráveis, de acordo com dados do Itaú BBA Agro. Embora o volume disponibilizado ao mercado interno esteja maior, a demanda doméstica tem respondido positivamente, garantindo firmeza nos preços mesmo diante da ampliação da oferta.

Em outubro, o preço do suíno vivo registrou leve retração, com queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Apesar disso, o spread da suinocultura sofreu apenas uma redução marginal e segue em patamar sólido.

Foto: Shutterstock

Dados do IBGE apontam que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores. Com carcaças mais pesadas neste ano, a produção de carne suína avançou ainda mais, chegando a 8,1%, reflexo direto das boas margens, favorecidas por custos de produção controlados.

Do lado da demanda, o mercado externo tem sido um importante aliado na absorção do aumento da oferta. Em outubro, as exportações somaram 125,7 mil toneladas in natura, o segundo maior volume da história, atrás apenas do mês anterior, e 8% acima de outubro de 2024. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o crescimento chega a 13,5%.

O preço médio em dólares recuou 1,2%, mas o impacto sobre o spread de exportação foi mínimo. O indicador segue próximo de 43%, acima da média histórica de dez anos (40%), impulsionado pela desvalorização cambial, que atenuou a queda em reais.

Mesmo com as exportações caminhando para superar o recorde histórico de 2024, a oferta interna de carne suína está maior em 2025 em função do aumento da produção. Ainda assim, o mercado doméstico tem absorvido bem esse volume adicional, mantendo os preços firmes e reforçando o bom momento do setor.

Fonte: O Presente Rural com informações Itaú BBA Agro
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