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Especialista revela os principais fatores por trás das falhas no controle da Salmonella na produção avícola

Controle é um dos maiores desafios sanitários enfrentados pela avicultura no Brasil, com implicações diretas na segurança alimentar e na qualidade dos produtos avícolas.

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Fotos: Shutterstock

O controle da Salmonella é um dos maiores desafios sanitários enfrentados pela avicultura no Brasil, com implicações diretas na segurança alimentar e na qualidade dos produtos avícolas. Para mitigar os riscos, a adoção de medidas preventivas em toda a cadeia produtiva é fundamental, e um dos pontos para o sucesso dessa estratégia está na gestão da cama das aves. O manejo adequado da cama é essencial para minimizar a contaminação ambiental, criando barreiras contra a proliferação da bactéria e promovendo a saúde dos lotes.

Além da cama, cada etapa da cadeia produtiva, desde a granja até o processamento final, deve seguir rígidos protocolos de biosseguridade para reduzir a disseminação da Salmonella, assegurando a produção de alimentos seguros e de alta qualidade para o mercado consumidor.

Para compreender a gravidade do problema, é importante conhecer o agente causador. A Salmonella é uma bactéria gram-negativa e apresenta mais de 2,6 mil sorotipos móveis identificados. “Entre os mais críticos para a avicultura estão a S. Typhimurium, sua variante e a S. Enteritidis, que têm alta capacidade de disseminação e são comumente associadas a surtos de doenças em humanos”, explicou o médico-veterinário sanitarista Marcos Antonio Dai Prá durante sua palestra no 15º Encontro Mercolab de Avicultura, realizado em setembro na cidade de Cascavel, no Oeste do Paraná. “Os sorotipos da S. Minnesota e S. Heidelberg são os mais prevalentes em ambientes avícolas e representam uma preocupação constante ao setor”, frisou.

As consequências dessas infecções vão além da saúde animal, afetando diretamente a qualidade dos produtos finais, o que se traduz em perdas financeiras expressivas. “A contaminação por Salmonella impacta a exportação, a reputação dos produtores e gera custos elevados para o controle sanitário”, ressaltou Marcos.

Por outro lado, as Salmonellas imóveis, como S. Pulorum e S. Gallinarum, apresentam apenas dois sorotipos, contudo essas variantes estão relacionadas a graves perdas econômicas, principalmente devido à necessidade de eliminação de plantéis inteiros quando a infecção é detectada, o que compromete diretamente a produção. “O controle eficaz da Salmonella exige uma abordagem integrada, que inclui o monitoramento contínuo das cepas prevalentes, melhorias no manejo da cama e o fortalecimento dos protocolos de biosseguridade em toda a cadeia produtiva”, enfatizou o profissional.

Fatores que levam a falhas nos programas de controle

Médico-veterinário sanitarista, Marcos Antonio Dai Prá: “O controle eficaz da Salmonella exige uma abordagem integrada, que inclui o monitoramento contínuo das cepas prevalentes, melhorias no manejo da cama e o fortalecimento dos protocolos de biosseguridade em toda a cadeia produtiva” – Foto: Jaqueline Galvão/OP Rural

O especialista menciona que, embora o controle de Salmonella seja essencial para garantir a sanidade na avicultura, muitos programas falham em atingir os resultados esperados. Segundo o médico-veterinário sanitarista, essa falha pode ser atribuída a seis fatores principais: inexistência de um programa de controle estruturado, programas de controle não integrados, ausência de um coordenador para gerir um comitê de controle de Salmonella, interrupções nos programas, a necessidade de investimento contínuo e, por fim, a falta de conhecimento epidemiológico sobre a bactéria

 

A falta de entendimento sobre a complexidade epidemiológica da Salmonella é um dos principais obstáculos. Marcos listou alguns fatores que complicam o controle eficaz da bactéria. O primeiro ponto é que a maioria das Salmonellas tem a capacidade de infectar uma grande variedade de animais e produtos de origem animal, passando a ser uma ameaça constante em várias fases da produção avícola.

A disseminação da bactéria pode ser facilmente transportada dentro de um plantel ou da granja e pode ocorrer de diversas fontes, como reprodutoras, incubatórios, abatedouros, fábricas de ração e até o ambiente de criação.

Além disso, não há tratamentos com antibióticos ou outros procedimentos capazes de eliminar a infecção após a contaminação da ave. “Muitas vezes, as aves permanecem portadoras da bactéria durante toda a vida, liberando a bactéria de forma intermitente e em baixos níveis”, evidenciou.

Outro ponto levantado é a dificuldade no diagnóstico. Em um momento, pode-se isolar a Salmonella em um plantel e, em outro, os testes podem falhar em detectá-la. “A amostragem adequada é fundamental, especialmente no caso de S. Gallinarum e S. Pullorum, que têm eliminação mais constante. Além disso, as aves podem ser infectadas simultaneamente por mais de um sorotipo, o que torna o controle ainda mais complexo”, expôs.

A sorotipificação é um procedimento chave num programa de controle de Salmonella, pois permite identificar as diferentes variedades presentes em um lote. Marcos também frisou que não há boa imunidade cruzada entre os diferentes sorotipos, o que significa que as vacinas disponíveis não são polivalentes e podem ser ineficazes contra todas as variantes presentes.

Enquanto a transmissão vertical clássica ocorre com os sorotipos S. Gallinarum e S. Pullorum, a transmissão de Salmonella da matriz para a progênie geralmente ocorre via contaminação da casca do ovo. “A persistência da bactéria no ambiente também depende da presença de matéria orgânica, o que reforça a necessidade de limpeza rigorosa nas granjas”, reforçou o profissional.

Outro desafio está no número de amostras coletadas para análise, que muitas vezes é insuficiente, levando a falsos negativos. “Resultados negativos nem sempre refletem a realidade, tornando ainda mais difícil garantir que um lote esteja livre da bactéria”, pontua Marcos.

Ferramentas de controle

A tipificação da Salmonella é uma ferramenta indispensável no controle eficaz da bactéria, especialmente diante da grande diversidade de

sorotipos que afetam a avicultura. Marcos explica que existem diferentes métodos de tipificação que são utilizados para identificar a presença e o tipo de Salmonella em plantéis e unidades de produção, cada um com suas vantagens e especificidades.

O esquema de Kauffmann White é um dos métodos tradicionais e amplamente aplicados. Baseado na identificação de antígenos somáticos (O), flagelares (H) e capsulares (Vi), o método utiliza antissoros específicos para detectar as características da bactéria. Embora eficaz, é um processo manual que requer um tempo maior para a obtenção dos resultados.

Com o avanço das tecnologias moleculares, a técnica de microarranjo de DNA tem se tornado uma aliada moderna no combate à Salmonella. “Essa metodologia envolve uma coleção de pontos microscópicos, normalmente preenchidos com DNA, que contêm sondas para moléculas-alvo específicas. Isso permite a identificação automatizada de mais de 300 sorotipos de Salmonella, tornando o processo de tipificação mais ágil e preciso”, destaca Marcos.

Outra tecnologia bastante utilizada é o PCR em tempo real. Este método identifica diferentes sorotipos a partir da análise de DNA, oferecendo resultados rápidos e de alta precisão. Segundo Marcos, o PCR em tempo real é muito empregado em pesquisas sanitárias e está presente em normativas oficiais, pois permite a detecção rápida de sorotipos de importância sanitária. “Esse método tem sido amplamente aceito por sua capacidade de gerar resultados em um tempo consideravelmente menor, o que é muito importante quando estamos lidando com surtos de doenças”, ressalta o especialista.

A tipificação como ferramenta de controle é essencial para garantir a rastreabilidade de toda a cadeia produtiva, proporcionando intervenções mais eficazes e robustas, especialmente no combate à resistência e aderência do sorotipo específico de Salmonella presente. “Esse processo também impulsiona o aprimoramento contínuo em pesquisa e desenvolvimento, permitindo uma avaliação detalhada da eficiência de produtos sanitizantes e aditivos alimentares. Além disso, o controle de qualidade e a segurança alimentar são fortalecidos, pois a identificação precoce da presença de Salmonella, desde a origem no campo até o produto final, viabiliza a implementação de medidas corretivas rápidas, minimizando riscos de contaminação e garantindo a integridade dos alimentos”, salienta.

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Fonte: O Presente Rural

Avicultura Apresentada na EuroTier 2024

Tecnologia traz solução sustentável para detecção precoce de sexo in-ovo

Tecnologia utiliza um método não invasivo e puramente óptico para identificar o sexo dos embriões de galinha já nos primeiros dias de incubação

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Foto: Divulgação/Omegga

Na avicultura de postura, o abate de pintinhos machos é uma prática comum e controversa. Para mudar esse cenário, o uso da inteligência artificial (IA) desponta como uma solução inovadora e sustentável, capaz de eliminar ou reduzir despesas e promover ganhos econômicos e de bem-estar animal.

Prêmio : Presidente da DLG, Hubertus Paetow (à direita) e o presidente da Comissão de Inovação da DLG, Heinz Bernhardt (à esquerda), entregaram o Prêmio de Inovação EuroTier em prata para Clara Kaufhold e Katharina Hesseler da Omegga GmbH pelo sistema de detecção de sexo Omegga One – Foto DLG/T. Jaworr

A Omegga GmbH, empresa alemã de tecnologia para o setor avícola, desenvolveu um sistema de sexagem in-ovo com espectroscopia e aprendizado de máquina, ganhador da medalha de prata no Prêmio de Inovação EuroTier 2024.

A tecnologia utiliza um método não invasivo e puramente óptico para identificar o sexo dos embriões de galinha já nos primeiros dias de incubação. Um braço de medição integrado à infraestrutura do incubatório examina os ovos periodicamente, entre o terceiro e o sexto dia de incubação.

Através da transmissão de luz visível, os dados são coletados e enviados para a nuvem, onde são analisados ​​por algoritmos de IA. Com isso, o sistema pode identificar ovos machos e inviáveis ​​com precisão até o sétimo dia, possibilitando a separação dos ovos antes do desenvolvimento sensorial dos embriões e eliminando o sofrimento dos pintinhos.

Clara Kaufhold exibe orgulhosa a medalha conquistada na EuroTier 2024 pelo desenvolvimento do sistema de detecção de sexo in-ovo – Foto: Selmar Marquesin/OP Rural 

A sexagem in-ovo também oferece benefícios econômicos. Ao identificar e separar precocemente os ovos machos e inviáveis, a tecnologia libera mais de 50% do espaço nas incubadoras, reduzindo custos operacionais. “Os ovos descartados ganham um novo destino ao serem redirecionados para a produção de cosméticos, medicamentos e ração animal, gerando uma fonte de receita secundária para os produtores”, evidencia Clara Kaufhold, da Omegga GmbH.

A solução da Omegga será testada em larga escala em incubatórias pilotos em 2024 e deverá chegar ao mercado alemão em 2025, sinalizando uma mudança nas práticas da avicultura em resposta às demandas do consumidor e às novas regulamentações.

Fonte: O Presente Rural
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Avicultura A 10 dias do evento

Conbrasfran 2024 tem últimas vagas abertas

Asgav vai reunir líderes da avicultura brasileira de 25 a 27 de novembro, em Gramado (RS).

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Presidente executivo da Asgav e organizador da Conbrasfran 2024, José Eduardo dos Santos: "A Conbrasfran é uma forma de trocar ideias, porque vamos falar de tudo" - Foto: Divulgação/Asgav

As expectativas para a Conbrasfran 2024, a Conferência Brasil Sul da Indústria e Produção de Carne de Frango, são grandes. A 10 dias do evento, as salas estão cheias e são poucas as vagas disponíveis. Cerca de 20 agroindústrias e outras 17 empresas já marcaram presença. O encontro promovido pela Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), vai ser realizado entre os dias 25 e 27 de novembro, Hotel Master, em Gramado, na serra gaúcha, e reúne as principais lideranças da cadeia produtiva.

“A programação inicia no dia 25 de novembro, a partir das 18h30, com a cerimônia oficial de abertura da Conbrasfran e logo após contará com uma apresentação do Governador em exercício do Estado do Rio Grande do Sul, Gabriel Souza, que vai abordar a nossa experiência com os desafios que este ano nos trouxe, como as enchentes e depois o caso isolado da Doença de Newcastle, e os esforços na retomada”, disse o presidente executivo da Asgav e organizador da Conbrasfran 2024, José Eduardo dos Santos.

A iniciativa é direcionada às lideranças de diferentes elos da cadeia produtiva, desde o segmento de genética avícola, passando por fornecedores de equipamentos, embalagens, nutrição e saúde animal, entre outros setores, até a indústria produtora de carne de frango. Com debatedores de todo o país, o encontro vai discutir os desafios, as oportunidades da produção, da industrialização e da comercialização de carne de frango, apresentando tecnologias e inovações capazes de impactar a avicultura do futuro e cases de sucesso.

Santos destaca que ações como a Conbrasfran são muito importantes, já que proporcionam qualificação, colaboração entre as empresas e networking, além de um ambiente favorável aos negócios. “A Conbrasfran 2024 absorveu os diversos eventos promovidos pela Asgav ao longo do ano na programação matutina. Assim, ele virou um grande evento para a avicultura de corte. E também é uma forma de trocar ideias, porque vamos falar de tudo”, pontuou o executivo.

Ele estima um público de 500 participantes e salienta que são poucas as vagas disponíveis.

Os interessados podem se inscrever através do site do evento. E a programação completa da Conbrasfran 2024 também está disponível aqui.

Outras informações sobre a Conbrasfran 2024 podem ser obtidas no site do evento, pelo e-mail conbrasfran@asgav.com.br, através do telefone (51) 3228-8844, do WhatsApp (51) 98600-9684 ou pelo Instagram do encontro (@conbrasfran).

Apoio
Algumas das empresas mais importantes do setor patrocinam a Conbrasfran 2024, como o patrocínio Ouro da Cobb-Vantress, da Cumberland Agromarau e da Toledo do Brasil. A Seara e a Vaccinar confirmaram apoio na categoria Prata. E o patrocínio Bronze tem a confirmação de empresas como FS Nutrição Animal, Hipra, Phibro e Wilson,Sons. Entre os expositores, estão a Organização Avícola do RS (Asgav/Sipargs), Cumberland Agromarau, Toledo do Brasil, Vaccinar, Avioeste, Cleantec, Equitec, Importherm, Lumac, Mercolab, Supravel, Resistex, Tectron, Agrosys e Sulforte.

Das agroindústrias, estão confirmadas Agroaraçá Alimentos, Agrosul, Aurora Coop, Ave Serra, Bom Frango, BRF, Carrer, Frigorífico Chesini, Dália Alimentos, Leve Quintal Abate de Aves, Languiru, Mais Frango, Granja Menegon, Minuano, Nutrifrango, Piovesan, Saziare/Granja Caravajio, Seara, Vibra e Somave Alimentos. Outras indústrias e instituições avícolas de outros estados também devem enviar representantes para o evento.

Fonte: Assessoria Asgav
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Avicultura

Ricardo Santin é reeleito vice-presidente da Associação Latinoamericana de Avicultura

Presidente da ABPA, do Conselho do IOB e do Conselho Mundial da Avicultura, brasileiro segue na gestão da entidade máxima do setor avícola latino-americano.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, foi reeleito para o cargo de vice-presidente da Associação Latinoamericana de Avicultura (ALA). A eleição ocorreu hoje, durante assembleia-geral da ALA, em Punta del Este (Uruguai).

Santin, que é também presidente do Conselho Mundial da Avicultura (IPC, Sigla em Inglês) e do Conselho de Administração do Instituto Ovos Brasil (IOB), teve sua missão renovada no trabalho setorial mantido pela ALA em prol do desenvolvimento da atividade avícola latinoamericana.

Para a presidência da ALA foi escolhida Maria Del Rosário Penedo de Falla, presidente da Asociación Nacional de Avicultores de Guatemala (ANAVI) – país que sediará a próxima edição do OVUM, em 2026.

“Temos centralizado os esforços da ALA para a harmonização de temas comuns para os países latino-americanos, que incluem a conscientização sobre antimicrobianos e a blindagem sanitária contra enfermidades como a Influenza Aviária. Temos o desafio renovado e seguiremos em união para avançar cada vez mais em nosso papel no futuro da produção mundial de alimentos”, avalia Santin.

Fonte: Assessoria ABPA
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